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História Black Suit - A Rainha está fora


Escrita por: sixxxy

Notas do Autor


*alerta siyoo nesse cap*

Capítulo 17 - A Rainha está fora


 

 

Eu ainda lembro de quando JiU apontou aquela arma para mim. A cena estava bem fresca em minha memória, é claro, tinha acontecido há apenas algumas horas. Meus olhos ainda estavam nublados e embaçados de prazer quando eu senti a boca da arma na minha testa. O peito dela subia e descia, rapidamente, como quem estava nervosa; como quem quisesse dizer algo... mas ela só estava cansada após ter mer proporcionado os três melhores orgasmos seguidos da minha vida e ficou quieta por mais alguns instantes. Dizem que sexo tem um gosto diferente quando é com alguém que você ama, mas com Minji eu não soube o que sentir em momento algum. Nem na primeira vez e nem na segunda.

A última coisa que eu imaginei que fossem sair dos lábios de Minji naquela hora foi justamente o que eu ouvi.

 

“Eu sei quem você é.”

 

Sim, ela sabia. Suspeitava de mim desde o início, quando despiu-me para me entregar o terno negro que simbolizava minha aliança com ela. Sabia porque viu a cicatriz na minha coxa onde uma vez meu pai, bêbado, cravou uma faca. Sabia porque eu havia contado sobre isso em uma de nossas consultas no presídio particular do meu tio. Minji não é boba. 

É claro, ela me despediu. Siyeon já estava bem e ela também, então, em sua cabeça, eu era dispensável no momento.

 

Minji ainda precisa de mim, por mais que tenha todos os motivos do mundo para me odiar.

 

Continuei caminhando na chuva, me afastando mais e mais do prédio comercial que acobertava o esconderijo da organização. Caminhava em direção à casa que eu não tinha, abaixando um pouco mais o guarda-chuva que Minji havia me emprestado o suficiente apenas para esconder meu rosto.

 

Eu não vestia mais o terno negro.

 

Mas a Black Suit ainda precisa de mim.

 

— X —

 

— Fiquei sabendo que SuA te beijou — a voz de Yoohyeon era baixa. O clima estava realmente frio. Lá fora, o céu estava escuro, repleto de nuvens cinzas. Cinzas como as do cinzeiro ao lado da cama onde Siyeon estava deitada coberta da cabeça aos pés, exceto pela mão que trazia e tirava o cigarro de seus lábios. A Kim se sentou à beirada da cama e deixou uma caneca de chocolate quente sobre o criado-mudo, ao lado do cinzeiro.

— Foi necessário. Eu poderia ter morrido lá. Acho que meu corpo está debilitado por causa dos remédios, mas o bom é que meu ombro já está muito melhor — afirmou com um sorriso, dando uma longa tragada no cigarro e soprando a fumaça para o alto antes de deixar a droga de lado — Aliás, por que está falando sobre isso? — enlaçou a alça da caneca com seu indicador e trouxe o líquido aos lábios, murmurando um agradecimento à Yoohyeon pelo chocolate, ainda que preferisse café, mas sabia que Yoohyeon era contra seu vício em cafeína.

— Não sei — respondeu vaga. As mãos de Yoohyeon permaneciam repousadas sobre seus joelhos, como se quisesse dizer algo mas fosse impedida. Siyeon era ingênua demais, mas pensava na possibilidade de Yoohyeon ter sentimentos por ela, ou talvez estivesse apenas imaginando coisas.

— Obrigada por cuidar de mim. De novo — proferiu com um pequeno sorriso nos lábios. Yoohyeon, por fim, olhou na direção dela. Seus lábios entreabertos apenas reforçavam a ideia de que ela tinha algo para falar, mas não conseguia. Não conseguia dizer nada. As palavras fugiam quando se tratava de Siyeon. E Yoohyeon também queria fugir. Queria sair correndo quando ficava de frente para aquele olhar intenso e intimidade lhe fitando diretamente nos olhos. Podia ver os próprios olhos castanhos refletidos nos de Siyeon.

Abaixou minimamente a cabeça. Siyeon percebeu a frustração alheia e enlargueceu seu sorriso. Deixou a caneca de lado e sentou-se sobre a cama, puxando a Kim pela gola da camisa e unindo seus lábios aos dela.

Aquela situação era comum. Não era a primeira e nem a segunda vez que se beijavam, mas Yoohyeon parecia hesitante. Movia os lábios mínima e lentamente contra os da Lee, que pareciam implorar por um contato mais intenso. Aos poucos, Siyeon conseguiu puxá-la para que se deitasse sobre o seu corpo, ainda com os lábios colados. Daquela vez, Bora não estaria ali para atrapalhar. Os relógios que viviam grudados em seus pulsos estavam longe, lá na sala, distantes o suficiente para que não os ouvissem caso apitassem.

Os ternos não estavam em seus corpos, então elas não eram agentes, eram apenas pessoas naquele momento. Sem segredos, sem armaduras, sem responsabilidades. Poderiam aproveitar como quisessem.

Yoohyeon sentia o gosto de tabaco na boca de Siyeon, mas não deixava de chupar a língua dela. Também não deixou que o cheiro de cigarro a impedisse de colocar os braços de Siyeon para cima enquanto retirava a blusa que ela vestia, que na verdade era sua. Alcançou os seios dela com os lábios, envolvendo o esquerdo com a boca e o chupando com a mesma destreza de sempre. No fundo, sentia uma pontada de inveja. Siyeon tinha os seios tão bonitos, diferente dos seus, que quase inexistiam. Mas aquele não era o momento para isso. Não quando sentiu Siyeon deslizando a canhota para dentro de sua calcinha enquanto a ouvia gemer seu nome com a voz aguda e manhosa.

 

Era um fato que ela odiava cigarros, mas amava Siyeon.

 

— Yoohyeon... — murmurou entre os lábios entreabertos que arfavam, apoiando a mão destra cuidadosamente sobre a cabeça da mais alta, que ainda se divertia com seus seios. Yoohyeon olhou para cima, arrastando a língua entre os seios de Siyeon e alcançando os lábios dela, enchendo-o de selares.

— O que foi? — respondeu, deslizando o nariz sobre o maxilar de Siyeon, chegando até o pescoço, onde depositou beijos lentos, mordidas e chupões enquanto posicionava-se entre as pernas dela.

Siyeon envolveu um dos braços ao redor do pescoço alheio, trazendo-a mais para perto. Resvalou os lábios sobre a orelha de Yoohyeon, deixando um longo suspiro quando a sentiu mover o quadril, roçando ambas as íntimas, e teve que morder o lábio inferior para conter um gemido mais alto quando ela repetiu aquele ato — Eu amo você — manteve a voz bem baixa enquanto proferia as palavras à Yoohyeon, bem rente ao ouvido dela, aproveitando para prender a cartilagem entre os dentes. Àquela altura Siyeon não tinha mais dúvidas sobre o que queria. Queria Yoohyeon. Talvez o que tivesse gerado tantas dúvidas nela fora o fato de não poderem ter uma relação por conta da organização, mas se sentia tão bagunçada. Queria acabar com aquilo de uma vez por todas.

Yoohyeon permaneceu em silêncio, deixando que seu rosto se escondesse na curvatura do pescoço alheio enquanto seu quadril se movia contra o de Siyeon com rapidez, arrancando dela gemidos que não se cansava de ouvir. Entreabriu os lábios e suspirou, deixando um beijo demorado em seu pescoço e seguindo uma trilha até a orelha dela, onde ditou uma frase semelhante — Eu também amo você.

 

— X —

 

— Está bem, Yoobin. Vai ficar tudo bem — a líder suspirou, desligando a ligação e jogando o relógio sobre a mesa. Adorava aquele relógio. Ele fazia de tudo. Indicava as horas, as coordenadas, a distância de Urano em relação à Lua, a umidade do ar, mas não podia ajudá-la sobre o que fazer naquele momento. Era inadmissível, mas ela estava perdida. Terminou de vestir a camisa social e abotoou os últimos botões, voltando a sentar-se à mesa do escritório. O local ainda tinha o cheiro forte do perfume de SuA. Não conseguia tirá-la da cabeça, mas mandá-la embora era mais viável do que matá-la. Observou a arma em cima da mesa, rebobinando em sua mente a cena de quando a apontou para a cabeça de Bora. Um longo suspirou escapou de seus lábios e ela afundou a cabeça no apoio da confortável cadeira de seu escritório. Estava tudo indo de mal a pior, e chegava a ser engraçado.

 

“Eu sou a rainha, você, o rei. Siyeon é o bispo, Yoohyeon, a torre. Dami, o cavalo, e Handong, o peão. Isso tudo é apenas um jogo de xadrez, onde o objetivo é te deixar sem aliados, por isso estão tentando pegar a nós, não a você. O alvo a ser atraído é você, Minji.”

 

Talvez Bora tivesse razão. De novo. Talvez houvesse alguém por trás disso tudo que quisesse apenas atrai-la, seja qual for o motivo.

 

Retirou o celular do bolso e digitou uma breve mensagem para as demais.

 

"Marco uma reunião com todas para amanhã, às nove. Vamos atrás de Lee Gahyeon", e enviou.

 

Talvez fosse a hora de acabar com aquilo de uma vez por todas.

 

A líder se levantou da cadeira e foi até a pequena mesa de xadrez à extremidade esquerda da biblioteca que era seu escritório. Pegou uma das peças no tabuleiro e a ergueu à altura de seu rosto, admirando os traços da Rainha, sem perceber que, ao pegá-la, havia derrubado o Rei.

 

 


Notas Finais


bora foi despedidaaaaaaaaa


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