História Black Sweatpants - Capítulo Um

CAPÍTULO 1 –

Michael estava bêbado. Talvez ele tenha passado dos limites mas, quando é que ele não passa dos limites?

Ultimamente o garoto tentava esquecer seus problemas na bebida. Seu namoro de um ano e três meses foi por água abaixo depois que pegou Abigail na cama com um cara, talvez Matheus fosse o nome dele, e simplesmente admitiu que aquilo acontecia a mais ou menos seis meses. Um ano e três meses da sua vida jogados no lixo.

Depois vinha o fato de ele ter sido expulso da sua antiga escola, porque foi pego fumando no banheiro da mesma.

Sim, a vida dele estava mais do que na merda.

Enquanto andava a procura de outra bebida, uma garota morena de vestido azul parou em sua frente.

- Seu inútil! Você está estragando a festa, se enxerga cara... – o garoto simplesmente saiu e continuou a sua procura.

Calum estava sentado no estacionamento fumando. Ao seu lado, Luke Hemmings e Ashton Irwin estavam em silêncio. O garoto de cabelos enrolados estava fumando junto ao amigo, Luke apenas bebericava sua bebida. O silêncio não era perturbador mas, sim, reconfortante.

Quanto menos falassem das suas vidas, melhor.

Mas Calum não estava ligando muito para a presença dos dois, seus pensamentos estavam longe. Viver na sua casa estava cada vez mais complicado, seus pais expulsaram sua irmã por causa das drogas, e agora esperavam que Calum fosse o filho perfeito.

Como se ele se importasse com isso.

Se ele já pensou em fugir? Sim, mas para onde ele iria? A pessoa que poderia te dar um lugar para passar um tempo seria Ashton, porém quando ele iria ter paz? Luke também estava fora de questão, eles poderiam ser melhores amigos, porém o passado dos dois não era algo que Calum gostaria de reviver.

O único jeito era apenas passar o máximo de tempo longe de casa.

- Preciso beber. – disse apenas e adentrou a casa.

Enquanto um andava, o outro tentava se manter em pé. Para Michael, o desafio era achar um lugar em que poderia vomitar. Já Calum estava na cozinha – que servia como bar – enchendo seu como de Velho Barreiro.

Foi quando as coisas aconteceram.

Michael passou pela porta no mesmo instante que Calum. Seus corpos se chocaram, a bebida voou para a camisa do moreno, enquanto o mais velho caiu no chão, bateu a cabeça e apagou.

Calum passou alguns instantes observando a cena.

Michael era “gordinho”, tinha uma cabelo meio bosta e tingido de preto e um pierging na sobrancelha. O moreno não sabia o que fazer, estava dividido entre deixar Michael ali e ir embora ou tentar ajudar ele.

Mas de repente, o de cabelos tingidos se desperto, estava um pouco sonolento, delirando, dizia algo como se fosse referido a crises amorosas...

O moreno vai levantando-o devagar.

- Você está bem?

- Um pouco tonto... – respondeu Michael – Quem é você? Eu te conheço?

- N-não sou ninguém. – gaguejou o outro garoto.

- É sim, estou te vendo, então você é alguém, ou você é fruto da minha imaginação?! AI CARALHO, EU ESTOU FICANDO LOUCO! – exclamou o de pierging.

- Se acalma criatura. Não importa se você está me vendo ou não, isso não muda nada.

E após as palavras saírem da boca de Calum, seus olhos percorreram o corpo do mais velho, dos pés a cabeça, parando nos olhos entre abertos daquele menino. Era quase impossível de ver, mas seus olhos estavam brilhando por algum motivo desconhecido.

Michael estava voltando a dormir, de pouco a pouco seus olhos fechavam-se, impedindo de vê-los, e fazendo com que Calum mudasse a direção de seu olhar. “E agora? Para onde vou olhar, senão para seus olhos?”  Percorrendo outra vez seu olhar pelo corpo daquele “gordinho” de cabelos tingidos, parou e pensou: “o que estou fazendo? Olhando um garoto que nem conheço, só que parece que eu o conheço a vida inteira.” Foi então que ele se levantou, olhando uma última vez para garoto no sofá. Parecia que Michael estava com frio, então Calum tirou seu moletom preto e o vestiu no outro garoto. Foi difícil, mas o mais novo deu as costas para o mais velho e foi embora.

Pouco tempo depois, alguém veio acordar o mais velho. Assustado e tonto, ele se levantou e saiu dali tropeçando em tudo que via pela frente. Quando chega ao lado de fora da casa, percebe que está com um moletom desconhecido – o perfume era o melhor que já sentirá -, mas não se preocupou em saber quem era o dono.

“Quem quiser ele de volta, que venha procurar.”