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História Blame - Capitulo 21


Escrita por: illusionmatt

Notas do Autor


Oi pessoas, lembram que eu disse que postaria 2 hoje, mas não disse quando? Então, faltam 15 minutos pro meu prazo acabar, então eu, tecnicamente, não descumpri minha promessa ainda. Um beijo, aproveitem a leitura!

Capítulo 21 - Capitulo 21


14:30, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2016

POV Angelina

"Ok gente, show de talentos é no mês que vem, no dia 17, espero que todos que vão se apresentar já estejam prontos, baile vai ser no dia 18 e a peça da turma de teatro no dia 19, e eu tenho uma surpresa preparada pra vocês, mas eu só direi depois que tudo isso acabar." Déborah falou enquanto todos deixavam o auditório.

"Me espera na porta?" Falei baixo com Shawn, que assentiu.

Andei até a Déborah e ela sorriu quando me viu pela primeira vez no dia, mas logo o sorriso desmanchou.

"Você está horrível." Ela falou.

"Lisonjeada." Falei coçando os olhos "Não dormi muito essa noite, acordei com um pesadelo e..." Parei de falar "Não vem ao caso. Eu só queria dizer que eu não posso mais apresentar com Matthew, mil desculpas mas..."

"Ele é difícil demais. Eu sei." Ela me cortou e se apoiou no palco colocando as mãos no rosto. "Está tudo bem, querida. Não posso força-la. Mas tinha alguém muito importante que eu queria que você conhecesse no dia do show, será que pode cantar? Eu digo, como participante." Ela falou, cruzando os braços.

"Claro." Falei "Ficaria muito feliz." Ela sorriu de leve.

"Quando pensar numa música fale comigo, tudo bem? Vou adorar ter uma prévia." Ela juntou suas coisas e saiu da sala.

Andei devagar até a porta, prestando bastante atenção no barulho que minhas sapatilhas faziam enquanto eu andava. Shawn estava parado do lado da porta, mexendo no celular, assim que eu saí, ele me olhou e me abraçou de lado.

"Sua casa ou a minha?" Ele perguntou enquanto andávamos pelo corredor.

"Não estou com paciência pra minha mãe hoje, não sei se meu irmão vai estar no modo babaca ou no modo gentil, então acho melhor ir pra sua casa." Falei olhando minha saia rosa clara mexer enquanto eu andava.

"Está estranha hoje. Aconteceu alguma coisa?" Ele perguntou.

"Não dormi direito."

"Por quê?"

"Tive um sonho ruim, acordei no meio da noite e não consegui dormir mais." Falei.

"Sonhou com o que?" Ele disse me olhando.

"Nada de mais."

"Me conta. Achei que já tínhamos intimidade o suficiente pra isso." Ele sorriu.

"E temos." Falei apreensiva.

"Então me conte."

"Podemos falar sobre isso na sua casa?" Perguntei e ele assentiu.

"Claro. Quando se sentir mais confortável." Ele sorriu e beijou a minha testa "Até lá vamos falar sobre a festa do irmão do Sammy."

"Festa? Nate vai dar uma festa?" Perguntei.

"Na piscina. A noite. Mas a casa do Sammy não tem piscina, então eu não sei aonde ele pretende fazer isso." Shawn deu de ombros. Revirei os olhos.

"Na minha casa." Falei.

"Ele te disse isso?" Ele perguntou rindo.

"Não, mas é mais que óbvio que vai ser lá. Ele e Cameron N se desgrudam desde que se conheceram." Falei.

"É possível. Seus pais vão viajar ou coisa do tipo?" 

"Aparentemente sim, mas eles não me contaram ainda." Shawn riu.

"Finalmente!" Ouvi Anna gritar.

Ela usava saltos pretos de agulha, uma meia-calça preta por baixo de uma saia vermelha curta de botões até a barra junto com uma blusa aparentemente de lã preta também com a gola alta. O cabelo amarrado em um rabo de cavalo alto balançava enquanto andava na nossa direção com Bea, Jacob e Melissa.

Bea usava uma parka preta por cima de uma blusa listrada azul e preta e Melissa usava um moletom amarelo com uma calça jeans. Jacob usava as roupas de sempre, um tênis, calça jeans e blusa xadrez.

"Ainda não acredito que saiu de casa vestida assim." Anna falou me olhando de cima a baixo.

Olhei para a minha roupa e mexi minha saia. Eu não estava arrumada, estava usando apenas uma blusa branca de mangas soltinha, um casaco de lã grossa cor de café e sapatilhas. Não via nada de errado.

"Não vou nem perguntar o que está errado..." Falei arqueando as sobrancelhas "Vamos todos pra casa do Shawn?" Perguntei.

"Ele sabia que você ia preferir ir pra casa dele e pediu para esperarmos." Bea explicou enquanto Jacob afagava seu cabelo.

"É, mas eu preciso ir trabalhar. Deixa pra próxima." Jacob disse beijando a testa de Bea e andando até o carro.

"Odeio esse emprego dele. Inacreditável." Bea revirou os olhos "Bom, vamos?" Ela perguntou.

Todos assentiram. Melissa foi para o carro de Anna junto com ela e Bea foi comigo e Shawn, logo estávamos todos na casa de Shawn. 

"Minha mãe não está em casa, querem ir na piscina ou algo do tipo?" Shawn disse subindo as escadas e todos o seguimos.

"Que tal ver um filme?" Melissa sugeriu se apressando e agarrando o braço de Shawn, que a beijou nos lábios.

"Ótima ideia." Anna falou.

"Qual filme?" Bea perguntou enquanto entrávamos no quarto de Shawn.

Ele abriu um armário grande cheio de DVDs e ficou passando o dedo por eles. Tirou um e mostrou.

"O Preço do Amanhã?" Perguntou balançando o DVD.

"Filme de 2011?" Anna entortou o nariz.

"Fica calma, não tem data de validade." Shawn sorriu debochado e ela revirou os olhos.

"Não tem um filme novo aí não?" Ela andou até às prateleiras e começou a olhar os DVDs, tirou um e sorriu "A Primeira Vez." Bea sorriu.

"Não. Pelo amor de Deus." Shawn tirou o DVD da mão de Anna e colocou de novo no armário.

"Por que tem isso se não gosta?" Ela tirou de novo.

"Tenho uma irmã mais nova." Colocou lá de novo.

Enquanto eles discutiam, Melissa andou até o armário e tirou Sem Retorno.

"Resolvido." Ela disse e deu na mão de Shawn, logo saindo do quarto e sendo seguida por Bea e Anna.

Quando fui sair do quarto senti a mão de Shawn no meu braço, me virei assustada pra ele, que me olhava sério.

"O que foi?" 

"Eu que pergunto, por que está agindo estranho?" Ele perguntou "Tem a ver com o seu sonho?"

"Na verdade sim..." falei olhando para o chão "Podemos falar disso depois?"

"SHAWN VAMOS FAZER PIPOCA!" Anna gritou.

"TUDO BEM!" Ele gritou de volta.

Ele chegou mais perto e me abraçou.

"Pode me dizer. Sabe que pode confiar em mim."

"Eu sei... tenho medo de você não me querer por perto depois que souber." Falei sentindo uma lágrima descer cortando o meu rosto.

"Isso não vai acontecer, me conta." Respirei fundo.

"No ano passado eu tinha uma amiga, seu nome era Jenny Gimmer... ela tinha a idade do meu irmão. Fui com ela para uma festa com a Larissa um dia e todas bebemos muito..." Eu mal conseguia falar de tanto que chorava.

"Calma. Tá tudo bem. Continua." Ele disse.

"Eu e Larissa fizemos ela dirigir, ela estava no banco do motorista, Larissa no banco do carona e eu estava no banco de trás, atrás de Larissa e, graças a Deus, usando o cinto..." Ele se separou de mim e me olhou no fundo dos olhos, aparentemente já sabendo do fim da história. Mas era apenas o começo "Ela avançou um sinal, afinal ela estava bêbada e eram tipo duas da manhã. Estávamos com o som alto, não ouvimos buzinas... Eu só olhei pro lado e vi dois faróis na nossa direção e depois... Os quatro dias seguintes eu estava um pouco fora de mim, não me lembro bem deles, Larissa ficou apagada por quase uma semana e Jenny morreu."

Ele umedeceu os lábios e, de repente, eu chorava demais pra continuar falando. Ele pegou na minha mão e assentiu, pedindo para continuar.

"Ela quebrou o pescoço, quebrou algumas costelas e elas furaram o pulmão, fraturou o crânio... Larissa teve que fazer várias cirurgias, e eu quebrei um braço, cortei várias partes do corpo e quebrei o nariz." Chorei subindo a manga no casaco e mostrando a cicatriz.

"Meu anjo..."

"É só o começo... Meu osso saiu pra fora, mas Jenny morreu. Matei uma das minhas melhores amigas, Shawn!" Gritei "E não é a pior parte!" Ri ainda chorando "algum tempo depois os pais dela me ligaram... John, o irmão dela, andava meio depressivo, calado, não comia, só saia do quarto para a escola, eles acharam que eu poderia ajudar, ou pelo menos prestar um pouco de atenção nele. Eu resolvi que eu não podia deixar que ele se machucasse por minha causa, eu o segui por um bom tempo e quando parei eu só prestava atenção nele às vezes. Até que um dia, em especial, ele tinha uma expressão vazia, diferente dos outros dias, eu sabia que tinha algo estranho e o segui. Ele foi até em casa e saiu fechando a jaqueta e olhando para os lados. Ninguém usa jaqueta em Chino Hills por causa do calor, sabia que tinha algo errado, enquanto segui ele por muito tempo até que ele saiu da rua e subiu em uma das muitas montanhas em Chino Hills e olhou pra cima, apontou uma arma pra própria cabeça e foi aí que eu corri atrás dele, mas eu não podia chegar perto, eu sabia que seria pior, eu tentei muito fazer com que ele descesse, mas ele não desceu. Ele fingiu. Fez que iria descer e quando me virei ele atirou em si mesmo." 

Shawn me abraçou forte. Afagou meu cabelo enquanto eu chorava compulsivamente me lembrando de cada detalhe horrível daquele tempo.

Eu queria que aquilo fosse apagado, que só a minha família e a Larissa soubessem, eu queria uma vida diferente, sem culpa, sem ninguém para me chamar de "heroína" sem ninguém para dizer que o que eu fiz, ou que eu tentei fazer, foi um muito bonito. Não! Não era! Era necessário! Era o mínimo. Eu não queria ninguém vendo a história destorcida e sem nexo que a minha mãe tinha inventado para não sujar o próprio nome, eu não queria mais ninguém achando que o que eu fiz foi algo bom, porque não foi. 

Eu queria que as pessoas esquecesse aquilo, ou que nunca descobrissem. Eu queria esquecer. Queria poder viver sem culpa, sem ter pesadelos, queria viver como qualquer garota vive.

"Você não teve culpa, Angelina. Você não matou ninguém."

"Claro que matei. Eu deveria ter tido consciência e falado para chamar um táxi ou..."

"Angelina como queria ter consciência? Você estava bêbada!"

"Bêbada com dezesseis anos, ótimo."

"Todos nós cometemos erros, Angel, alguns maiores e outros menores, alguns sérios e outros não. Alguns dos nossos erros vão nos assombrar até o último dia de nossas vidas e outros serão esquecidos rápido. Mas nós precisamos deles. Precisamos cometer erros para aprender o que é certo e o que é errado, para sabermos o que podemos fazer e o que não, para sentir na pele o que é o sofrimento e assim nunca mais repetir. Assim que aprendemos, é assim que crescemos, é assim que as coisas funcionam."

"Às vezes... às vezes parece maior. Às vezes fica mais difícil."

"Às vezes tudo fica um pouco demais, mas você não deve sentir medo porque somos todos assim, todos iguais, e às vezes simplesmente fica um pouco demais." Ele disse e enxugou as minhas lágrimas.

Ele afagou o meu cabelo e beijou a minha testa, me puxou para o banheiro dele e me fez lavar o rosto. Me abraçou de lado e os dois descemos as escadas encontrando uma Melissa um pouco irritada e as meninas assistindo o filme sem se importar muito. Shawn se sentou ao lado de Melissa e eles começaram a cochichar baixinho, aparentemente discutindo.

Na metade do filme, Melissa arrastou Shawn para o lado de fora e eles começaram a gritar um com o outro, mas, graças aos vídeos, não conseguimos ouvir o que eles falavam. Anna pegou o controle e pausou o filme, e as duas olharam pra mim.

"Não acredito que fez isso!" Ela gritou.

"O que?" Perguntei.

"Sabemos o que você fez! Ridículo! Esperava mais de você, Angelina!" Bea gritou em seguida.

"Espera, do que vocês estão falando?"

"De você e do Shawn! Lá em cima! Como pode?" Bea falou.

"E ainda tem coragem de dizer que o que eu e Cameron fazemos é errado, você deveria ter vergonha!" Anna gritou e logo Melissa e Shawn entraram na casa.

Melissa caminhou pra fora e Shawn correu pra fora atrás dela, peguei minha mochila e sai correndo. Corri pela rua sem que Shawn reparasse e logo percebi o carro de Melissa passando por mim.

As meninas sabiam. Elas ouviram enquanto eu conversava com Shawn e elas tiveram a reação que eu esperava. Elas me odiavam. Sabiam que eu era um monstro. As lágrimas rolaram pelo meu rosto durante todo o caminho para a minha casa e deixei a minha mochila lá. Corri para a casa da Larissa e ela logo atendeu, vi um cara sentado no sofá da sala enquanto ela me olhava de cara fechada.

"O que você quer?" Ela perguntou fechando a porta atras dela ficando no jardim comigo.

"Lari, eu preciso de você! Eu contei tudo pro Shawn e as meninas ouviram e agora elas estão..."

"Angel!" Ela gritou levando as mãos irritada "Chega! Eu cansei! Você é muito egoísta!"

"Do que você está falando?"

"Do que eu estou falando? Estamos aqui a duas semanas, Angel, e você só vem falar comigo agora que brigou com as suas novas amigas! Sabe, eu comecei a faculdade, Angel. Eu estava com um problema para arrumar amigos e estava me sentindo muito sozinha, mas sabe aonde você estava quando eu fui até sua casa? Com Shawn. Com Melissa. Com não-sei-quem. E agora você vem me procurar? Depois que brigou com suas amigas novas e que não tem mais nenhuma trouxa para aguentar seus chilique e seus dramas? Você vai me perdoar mas eu não vou ficar como um segundo plano, não vou ser a amiga que você só procura quando precisa, Angel, eu estou com um cara aqui que me ajudou nos meus primeiros dias, que me ajudou a não desistir no começo quando eu conheci os monstros dos professores, quando a minha mãe me ligou furiosa porque queria que eu deixasse a faculdade e fizesse um curso 'decente', a minha vida não parou para esperar você precisar de mim, Angel." Ela disse e fechou a porta com força.

Eu fiquei ali. Olhando para a porta de Larissa, em choque, sem fazer sons, apenas com as lágrimas rolando pelas minhas bochechas. Corri para casa e comecei a gritar por Cameron enquanto abria e fechava as portas da casa, gritava pela minha mãe, pelo Ashton, por todos, mas não tinha ninguém. Achei que eles estavam em casa, mas não estavam. Corri para a sala e olhei em volta.

Enfiei os dedos no cabelo e puxei os fios fechando os olhos. Caí de joelhos e comecei a gritar, me via sozinha. Odiava isso. Olhava em volta, sem ver ninguém e minhas mãos iam de novo para o meu cabelo. Bati com as mãos no chão e gritei alto, fazendo a imagem de John vir na minha mente, depois Jenny. Então tudo o que eu ouvia era minha mãe gritando comigo, fechei os olhos e apertei a cabeça nas mãos, agarrei minhas orelhas para não ouvir nada e tampei-as. Eu me sentia girando, abri os olhos e vi o chão da minha casa, onde meu irmão estava em pé gritando comigo. Gritando tudo o que tinha gritando a festa do Kian e mais outras coisas. Arrastei as unhas devagar pela orelha até minha mandíbula respirando forte, querendo que parasse.

E o meu ar escapou dos pulmões. Minha respiração pesada só fazia dificultar minha respiração e meu peito queimava, apoiei uma das mãos no chão e a outra coloquei no peito, antes de tentar puxar o ar, mas nada vir. Meu braço enfraqueceu, eu cai deitada no chão. Meus pulmões gritavam por ar e eu emitia sons de sufoco, até porque eu estava sufocada. Meus pulmões ardiam e meu peito estava em chamas, mas a vozes continuavam ali, da minha mãe, da Larissa, do Cameron, das meninas... de todos. Até que a imagem de Jenny novamente, olhando para mim, e John em seguida. Então Cameron. Minha mãe. Anna. Melissa. E por ultimo Bea. Eles gritavam, me repreendendo, me xingando, me chamando de assassina, depois todos sumiram. E Matthew. Matthew apareceu, logo depois sumiu como fumaça e eu ouvi seus gritos, ouvi sua voz.

Olhei para os lados procurando algum lugar onde minha bombinha podia estar, tentando fingir que não ouvia nada, mas ouvia. Mal conseguia me mexer pela falta de ar e por terem tantas vozes me xingando, tentei me arrastar pelo chão até que segurei na bancada, tentei me levantar e vi Matthew novamente, ele olhava pra mim, segurava um copo de água e remédio que, logo em seguida, deixou cair, eu acompanhei o copo com o meu corpo e os dois caímos no chão, mas antes dele se quebrar completamente, sumiu como fumaça assim como Matthew, forcei os olhos fechados e quando os abri vi Cameron abrindo a porta e correndo na minha direção. Não sabia se era real, mas parecia ser. A imagem estava embaçada e girava, eu não o ouvia. Ele tirou uma bombinha do bolso da jaqueta e o ar voltou.

Ele me abraçou forte e eu estava sem entender. Ele me olhou desesperado e olhou para todos os lados da minha cabeça.

"Está sangrando." Ele disse passando a mão embaixo da minha orelha "Você fez isso?"

Ele me ajudou a levantar e me levou até o andar de cima, paramos no banheiro e ele me fez olhar os lados da minha cabeça. Eu tinha me arranhado, minhas unhas tinham me cortado. Ele lavou meu rosto e meu cabelo e me levou para o meu quarto, insistiu que eu tomasse banho e assim eu fiz, passei longos vinte minutos debaixo da água do chuveiro me levando. Quando saí, ele segurava uma calça rosa clara de moletom e uma das minhas blusas de pijama com as mangas longas. Ele me ajudou a me vestir e eu prendi uma toalha no cabelo.

"Está se sentindo bem?" Ele perguntou enquanto eu deitava na minha cama.

Apenas assenti.

"O que eu posso fazer por você, amor?" Ele perguntou passando a mão no meu braço.

Virei para a parede, não queria falar com ninguém. Queria ficar sozinha.

"Vou falar pra mamãe o que aconteceu e dizer pra não te mandar para a escola amanhã." Ele levantou tirando o celular do bolso e fechou a porta ao sair.

Eu não queria ir pra escola. Não queria falar com Cameron ou com a minha mãe. Não queria nem mesmo sair do quarto, mas eu precisava ouvir o que ele e minha mãe conversavam. Me levantei devagar e andei até a porta, caminhei pelo corredor devagar e quando cheguei no fim dele me escondi atras da parede. Cameron falava com a minha mãe na cozinha e eu conseguia vê-lo de onde eu estava.

"Sim, de novo." Ele disse e fez uma pausa "Não sei o motivo, quando eu cheguei ela estava no chão, se tivesse chegado um pouco mais tarde ela com certeza teria morrido." Ele disse colocando a jarra de suco de laranja ao lado das coisas que ele estava usando para fazer um sanduíche "Ela estava indo bem... Não tinha mais pesadelos nem ataques de raiva... Ela estava voltando ao normal." Ele disse esfregando o rosto e encostando a bunda na bancada "O que vamos fazer? Marcar mais sessões com o psiquiatra? Dar mais remédios? Não quero fazer aquilo tudo de novo." Mais uma pausa longa "Ela não vai querer ir em médicos... Não sei o que podemos fazer pra resolver isso." Ele se virou novamente pro sanduíche "Estou fazendo sanduíche pra ela, quando você e Ashton chegarem acho melhor sentarmos todos para conversar, talvez se  nos mudarmos de novo... talvez seja uma boa escolha." Mais uma pausa "Preciso desligar, conversamos depois. Te amo mãe."

Corri novamente pro meu quarto e me deitei, fingindo que não tinha ouvido nada.

Eles queriam ir para outro lugar, queriam se mudar de novo? Não, eu não queria acreditar. Eu não queria ir. Cameron convenceu minha mãe da última vez, ela não queria se mudar, mas ele disse que seria melhor pra mim. E vai aconteceu de novo, e vamos acabar em um lugar completamente novo outra vez. E dessa vez sem Larissa.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, em breve eu postarei mais! Comentem o que acharam e prometo que, daqui um tempo, eu coloco aqui o link da playlist no Spotify


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