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História Bleach: Almas Destinadas. - Plano.


Escrita por: jillianbanks_

Notas do Autor


Aqui está, mais um capítulo finalmente!
Eu fiquei muito tempo sem postar pois estava sem motivação para continuar e acabei me envolvendo em outros projetos, quase me esquecendo dessa fic, mas graças aos comentários das leitoras eu me inspirei e vou continuar a história!
Eu estava escrevendo e percebi que o capítulo ficou grande demais (mesmo), então dividi em duas partes e essa é a primeira, ok?
Irei terminar logo a segunda e vou postar em seguida.
Beijos e espero que gostem! 💕💕
Música para o capítulo: Lac Troi - Son Tung M-TP (viciem na música como eu, ela combina muito com a vibe de Bleach)

Capítulo 7 - Plano.


Fanfic / Fanfiction Bleach: Almas Destinadas. - Plano.

Enquanto esperava sentada a volta do Capitão do 9° esquadrão, sentia certo formigamento, como se algo estivesse acontecendo e eu soubesse disso.

O que aconteceria comigo? Meu destino era incerto, uma incógnita.

As horas não passavam ali. Estava prestes a dormir naquele chão duro quando ouvi vozes e movimentações do lado de fora se aproximando.

Pude ouvir meu nome ser mencionado, então me aproximei da porta sorrateira tentando escutar melhor.

-...voltar para a academia shinigami até segunda ordem.-Um novo oficial ordena...espera, eu conhecia essa voz.

Abri as portas indo para fora, vendo Yumichika falar ao oficial com o semblante sério.

Eles me olharam ao fazê-lo: os oficiais incertos se me colocavam de volta para dentro ou não, já Yumichika estava impassível.

-Yumichika! O que...aconteceu?-Pergunto hesitante ao notar que sua seriedade não baixara ao me referir a ele.

Geralmente ele era o mais calmo da dupla, mas estava com o rosto impenetrável.

-Venha comigo, irei levá-la até seus aposentos.-Ele ordena sem me fitar, já saindo.

Assenti correndo até ele, aliviada por sair de lá.

Ele não disse nada enquanto o acompanhava para fora do 9°esquadrão, mas fora dar um passo para as ruas que ele se virou para mim, urgente:

-Não sei se você tem muita sorte ou muita falta dela.-Ele comenta parecendo nervoso, a expressão desanuviando com um suspiro.

O olhei confusa.

-Por quê?

-Na reunião...Tõsen queria que fosse para o seu esquadrão, mas precisava do perdão do meu capitão para isso, o que ele não fez, obviamente.-Yumichika conta não parecendo surpreso.

-E...o que vão fazer comigo então? Ouvi você dizer aos oficiais que volto para a academia até segunda ordem.

-Sim. Receberá o devido treinamento necessário na academia, depois eu e Ikkaku ficaremos responsáveis por você.-Ele conta consignado.

Pisquei o encarando.

-Renji é responsável por mim, como assim vocês dois irão ficar comigo?-Pergunto não entendendo mais nada.

O que houve naquela reunião?

-Abarai irá continuar a ser seu principal responsável. Eu e Ikkaku apenas vamos lhe treinar para entrar no nosso esquadrão e não ser morta.-Yumichika explica me dando um rápido olhar irônico.

-Como é que é?-Paro o fitando sem acreditar.

Eu saio de uma para entrar numa outra ainda pior?

-Escute, Mina, não sei como, mas Zaraki viu força em você; se treinada, poderá vir a ser uma grande shinigami. Então não me olhe assim.

O olho receosa, mas gostando de ouvir isso.

-Acha mesmo?-Pergunto mexendo no cabelo sem o fitar.

-Acho. E tem sorte de estar viva aqui e comigo agora, sabia disso?-Ele pergunta com as mãos na cintura, o tom de voz denunciando a minha falta de gratidão.

Ia o agradecer mas lembrei de algo.

-Ah sim, e isso me lembra que seu capitão me contou que vocês dois falaram sobre mim, por isso se interessou e foi até a academia para começo de conversa. O que disseram à ele?-Pergunto agora exasperada, pensando que quase fora morta por culpa dos bocas abertas.

Se tivessem ficado quietos eu não estaria nessa enrascada agora.

Yumichika franziu as sobrancelhas delicadas.

-Não disse nada demais. Só fizemos o relatório dos acontecimentos e depois contamos sobre Jiro. O coitado não teve a mesma sorte que você.-Ele diz me olhando sombriamente enquanto andávamos.

Engulo em seco lembrando de Zaraki.

-Bom...eu...não sei exatamente o que devo fazer. Algum conselho?-Pergunto o fitando esperançosa.

A última coisa que queria agora era decepcionar à todos eles ali, que estavam depositando tantas expectativas em mim. Era demasiada pressão para lidar.

Yumichika olhou para frente movendo sinuosamente os lábios, parecendo refletir.

-Mina, por mais que se sinta pressionada, sempre dê o seu melhor. Irá precisar de persistência e coragem em tudo que fizer. Vai doer...e muito. Vai aprender do pior jeito possível, mas irá aprender com os melhores. Quando vir seus machucados no fim do dia, sorria e não se importe com a dor, porque significa que está ficando cada vez mais forte. E um dia...não doerá mais, e vai se lembrar com orgulho do seu esforço no passado.-Yumichika se vira terminando de falar ao chegarmos na casa de Abarai, lançando um olhar confiante à mim.-Sei do que estou falando.

O fitei por um longo momento, pensando no que dissera, e o agradeci com uma reverência sincera.

-Farei como me disse. Muito obrigado, Yumichika, estou mais motivada.-Sorrio gentilmente à ele.

O mesmo observa meu sorriso mordendo os lábios, e passa um dedo no queixo, pensativo.

-Seu sorriso é belo...deveria sorrir mais.-Ele comenta já saindo, sua voz desvanecendo enquanto caminhava para longe calmamente.

-Boa noite, Yumichika!

-Boa noite, Mina.

Sua voz era suave e masculina ao mesmo tempo, o que me fazia pensar se me parecia mais feminino ou não. Apesar disso, Yumichika fora a segunda pessoa que mais me ajudara e fora-me amigável ali. Atrás de Renji.

Ao lembrar de Renji mordo o dedão nervosa, pensando em como ele devia estar furioso comigo.

Refletindo em maneiras de se desculpar com ele, entrei para dentro, resignada, aceitando que estava cansada e que, acima de tudo, precisava dormir.

Renji poderia me matar enquanto dormia.

💀💀💀💀💀💀💀💀💀

Sentia que tinha apenas fechado os olhos quando um barulho me faz acordar, piscando para a claridade da lua batendo no meu rosto.

Levei uma das mãos aos olhos, franzindo o cenho.

-Humm...mas o quê...

-GAROTA! EU PODERIA TE MATAR SABIA?—Renji grita espumando de raiva, apontando para mim.

No mesmo segundo eu acordo totalmente e pulo da cama, levantando as mãos.

-Renji! Eu posso explicar! Calma!

O mesmo respira fundo ainda com o olhar homicida, travando a mandíbula.

-Então explique-se.

Engulo em seco, assentindo.

-Tudo bem, é o seguinte...

-EU NÃO QUERO OUVIR MAIS NADA!—Abarai grita e faz menção de correr até mim, e então fujo escapando por pouco de seus braços e pulo para fora da porta, aterrissando no telhado de outra casa.

-Renji, eu sei que está bravo comigo mas tem que me escutar primeiro!—Grito o fitando parado à porta, estralando os dedos.

-Escutar uma ova...COMO FOI ACABAR LUTANDO CONTRA UM CAPITÃO? NÃO TE FALEI SOBRE AS REGRAS?!—Ele grita apontando para mim, em seguida sumindo.

Ainda estava sonolenta, então não pensei rápido o suficiente, levando uma rasteira que me fez cair do telhado e aterrissar no chão com força, arrancando uma lufada de ar dos meus pulmões.

-Ai! Renji! Já chega! Por que está tão irritado? Não foi minha culpa!—Grito para o ar, me levantando com dificuldade.

-Não quero saber! Por sua culpa não vou mais ser promovido a tenente do 6° esquadrão!—Ele responde aparecendo atrás de mim, e me viro levando um susto.

-Isso não impor...espera. O quê?—Pisco o fitando, desaparecendo meu medo.

Abarai passou de furioso a desanimado, baixando os olhos para o chão. Ele se virou de costas para mim, observando à lua com melancolia.

-O capitão Kuchiki acha que não estou pronto para arcar com as responsabilidades de um tenente. E deve ser verdade, não consegui nem tomar conta de uma garota por um dia sem causar confusão.

Fito suas costas sem palavras. Eu não podia fazer nada para ajudá-lo ou agradecer por tudo que fez por mim até agora, o que me deixou impotente. E eu sabia como era importante para ele se aproximar de Byakuya Kuchiki, seu rival.

-Renji...me perdoe. É tudo culpa minha, eu sou uma idiota. Sinto muito por tudo isso, vou dar meu melhor para te compensar, eu juro!—Levanto uma mão em juramento, me sentindo terrivelmente culpada.

Abarai lentamente se virou para mim, a expressão ainda desanimada.

-Não fale assim. Eu sei que não fez por querer, Yumichika me contou tudo. Aliás, parabéns por entrar no 11° esquadrão. Eu já fui de lá, e sei que é barra dura, então é bom que você seja a melhor da sua classe, entendeu bem?—Ele questiona numa voz ameaçadora, e faço que sim rapidamente.

-P-pode deixar, Renji!

O mesmo suspira longamente e então me dá um aceno, gesticulando.

-Vamos voltar, os vizinhos devem estar pensando que vou te matar a essa hora. E você tem que dormir para ir à aula cedo amanhã.—Renji fala coçando à nuca com um grunhido.

Corro até ele assentindo obediente e começamos a andar pelo caminho de volta à casa.

-Hum...Renji?—O chamo após um minuto, segurando meus braços atrás do corpo.

-Fala.

-Se você sabia que eu não tinha culpa...por que raios me deu uma rasteira?—Pergunto cerrando os olhos em sua direção.

Abarai bufou segurando a ponte do nariz.

-Porque mesmo assim você devia ter evitado uma luta, eu te disse para passar despercebida por aqui. E AINDA POR CIMA LUTA CONTRA O KENPACHI, SUA DOIDA!—Ele responde gritando um minha orelha, a calma se esvaindo.

Cubro os ouvidos fazendo uma careta.

-Ai, ai...eu nem sabia quem ele era. Esqueceu que eu não conheço ninguém aqui? Além do mais...não, esquece.—Eu ia botar a culpa em Yumichika e Ikkaku, mas ele me ajudaram, então não seria certo.

-Huh. Estou vendo que vou ter que te ensinar tudo que eu sei sobre aqui, garota.—Ele suspira fitando o caminho em frente.

Outra pausa silenciosa se prostrou entre nós, e voltamos à sua casa; Renji se trocou no quarto e arrumou o futon ao lado do meu, um pouco mais longe.

Nos deitamos para dormir sem dizer palavra. Eu ainda pensava no que tinha acontecido, me sentindo mal.

Após alguns minutos, ainda estava com os olhos bem abertos. Não conseguiria dormir sem dizer o que queria dizer, então achei melhor ir logo:

-Renji, está dormindo...?—Pergunto hesitante, num fio de voz.

Alguns segundos se passaram, e achei que ele realmente tinha adormecido, mas então ele suspira.

-Não. O que foi?

Sorrio revirando os olhos, e vejo que ele estava de costas para mim, virado para a parede. Me viro para ele o observando enquanto tomava coragem para falar.

-Eu te acho um ótimo shinigami. Você me salvou, me treinou. Foi graças à você que consegui lutar contra o Kenpachi sem morrer. Eu só quero dizer que...você é um orgulho. Continue assim, por favor, e não desista. Sei que vai conseguir passar o seu rival e trazer sua amiga de volta.—Sussurro hesitando e então suspiro silenciosamente, sorrindo para suas costas.—Boa noite Renji.

Dito isso me virei para o outro lado e fechei os olhos.

Depois de um bom tempo escutei Renji se mexer e dizer:

-Boa noite Mina...obrigado.

Sorri e então ficamos em silêncio, pegando no sono.

💀💀💀💀💀💀💀💀💀

Como no dia anterior, Abarai me levou até a Academia de Artes Espirituais, ou como eu chamava mais facilmente “escola shinigami”, e depois foi até seu esquadrão, me deixando por conta própria de novo.

A vantagem era que hoje já sabia com quem falar, então procurei Hisagi entre a multidão, o que facilitaria o processo.

Uma vez encontrado, andei até ele sem me deixar perturbar pelos vários olhares dirigidos à mim—o dobro do dia anterior—, e o encontrei falando com outro oficial.

Ao me aproximar, ele me notou e despachou o oficial com quem conversava.

-Olá, Hisagi.—Faço uma reverência educada em cumprimento, tentando ser respeitosa, mas ele pareceu contrariado.

-Eu sou o tenente do 9° esquadrão. Me chame de fukutaichou.—Ele instrui seriamente.

Assinto rapidamente.

-Sim senhor! Er...Hisagi fukutaichou!—Me inclino de novo, desconfortável.

Ficar me subordinando para todos era cansativo e humilhante, e, se não fosse por dever essa a Renji, não me submeteria à isso.

O tenente suspira fazendo um gesto de “ok, ok” e olha ao redor.

-Olha. Está vendo aquela turma indo à direita no final do corredor? Se apresse e os siga, é a sua turma.—Ele avisa me dando um olhar resignado.

Pisco engolindo em seco e assinto, agradecendo.

-Obrigado, fukutaichou! Até!

Corro até à direção deles, seguindo o fluxo assim que os alcanço.

Todos, sem exceção, me olhavam de canto cochichando, deixando um buraco ao redor de onde passava, como se fosse infecciosa ou algo do tipo.

Tentei não ligar, mas aquilo me dava nos nervos.

Na minha antiga escola eu sempre andava com Raye, e éramos uma dupla imbatível, ninguém mexia com nenhum de nós quando estávamos juntos—porque o Raye batia neles se fizessem—, mas o mais importante era que nunca ficava sozinha.

Sem ninguém aqui, era mais difícil suportar a solidão e o desprezo.

Como eu sinto a falta dele...

Eles entraram numa sala retangular, e eu os segui. Todos se sentaram ajoelhados, com as mãos repousadas na perna, em completo silêncio.

Imitei ao resto e me ajoelhei ao final da sala, num canto disponível.

Nem um minuto depois a porta se abriu, revelando um homem loiro com vestes shinigami. Ele tinha um bracelete costurado na manga do quimono com os dizeres “tenente”.

Ao entrar, ele imediatamente fitou à todos ali com seriedade.

-Meu nome é Kira Izuru, tenente do 3° esquadrão do gotei 13. Eu vou lhes ensinar como manejar uma espada, como lutar corretamente com ela, e até quem sabe ajudar a libertar a verdadeira forma de suas Zanpakutous. Isso é muito importante se quiserem entrar para um esquadrão e ser um bom oficial, até mesmo um tenente. É um dos mais importantes requisitos para ser promovido na maioria dos esquadrões de combate. Então é melhor que prestem atenção nas minhas aulas.

Eu encarava o homem à minha frente com uma expressão perdida. Zanpakutou? Isso era nome de quê mesmo? Renji deve ter mencionado algo do tipo, mas eu não me lembrava bem...

-Atenção!

Quase me desequilibrei com seu grito, vendo que ele agora pegava espadas num armário perto da porta, as deixando num canto da sala.

-Vocês irão formar duplas e eu irei mostrar os golpes que irão treinar comigo hoje, e no final de cada aula teremos duelos para ver se aprenderam mesmo. Entendido?

-Hai!

-Formem as duplas!

Nessa hora todos imediatamente formaram pares, como se tivessem programado antes, enquanto eu continuava sentada olhando ao redor sem saber como proceder.

Me levantei criando coragem e olhei ao redor procurando alguém sem dupla, mas parecia que eu ia sobrar.

Olha só que ótimo, primeiro dia de aula e já sou a isolada. Eba!

O tenente encontrou meu olhar perdido e se virou para mim.

-O que está fazendo? Forme sua dupla!—Ele ordena rigidamente, e vejo que os outros pré-shinigamis coleguinhas de sala pareciam se divertir com a minha solidão.

-Fukutaichou, eu não tenho com quem fazer dupla.—Explico mostrando ao redor, sem uma pessoa sobrando.

Eu me sentia na segunda série, reclamando sobre os coleguinhas maus com a professora.

Ele segue meu olhar e suspira, me passando uma espada.

-Tome. Eu serei sua dupla então.

Engulo em seco, assentindo. Mas que droga! Justo com o professor? Eu não podia ser mais perdedora ali?

-Todos vocês, peguem suas espadas e observem o meu golpe!—Ele ordena autoritário, e imediatamente todos fazem o que ele fala. Ele se vira para mim, levantando as sobrancelhas.—Inclusive você. Em posto!

Seguro a espada firmemente em pose de ataque e ele tira sua espada, me fitando com ar professoral.

-Tudo bem, agora eu vou mostrar um ataque simples. Cada um de vocês devem segurar a espada com as duas mãos, virada para o lado oposto à que usam. Destro, esquerda, canhoto, direita, entendido?

-Hai!

-Agora...—Ele faz um círculo no ar com a espada, e me reteso preparando para receber o golpe. Não ia ser nada legal ser machucada na frente de toda à classe pelo professor durante o exemplo.—Vocês irão girar a espada e atacar com rapidez e força, concentrando o ataque numa única direção na horizontal.

Engulo em seco tomando coragem e raspo a garganta.

-Kira fukutaichou?—O chamo delicadamente.

O mesmo me fita parecendo não acreditar que o interrompera. Me arrependi no mesmo momento.

-Hai?—Ele responde hesitante, o que me deixou um pouco mais calma.

-Como devo defender seu ataque?—Pergunto educadamente.

Um silêncio se prostra na sala, e o tenente demora a responder.

-Do melhor jeito que puder, garota.

Sinto minhas bochechas corarem e fecho a expressão escutando pequenos risos abafados. Merda, merda. Por que não fiquei de boca fechada?

Encaro o homem à minha frente com um misto de embaraço e irritação, segurando com força minha espada. Ora esse...Aliás minhas pergunta fora válida, eu estava numa sala de aula para aprender. Se eu soubesse o melhor modo não perguntaria seu loiro aguado!

-Se não tiver mais interrupções, vamos começar.—Kira avisa mais uma vez cortando o ar, se preparando para atacar.

Aquilo fora uma indireta?

Era para os outros alunos começarem a praticar, mas todos olhavam para o professor e para mim, esperando para ver como seria.

Pensando mais rápido, reagi cortando o ar num círculo como ele e concentrando reiatsu nas mãos, aplicando força enquanto atacava com um grito:

-HÁ!

Kira não esperava por isso, e defendeu de última hora, fazendo um pouco de esforço pela surpresa.

-Mas o quê...—Ele fala piscando.—Por que me atacou?

-Não disse que eu não podia. Além do mais a melhor defesa é o ataque, não é?—Respondo vingativa, sentindo os olhares impressionados de meus colegas em mim.

O tenente bufa, empurrando sua espada e me fazendo recuar pulando com o impulso.

-Tsc. Me diga o seu nome.—Ele ordena cerrando os olhos.

Engulo em seco, pensando na frase de Renji “não seja notada”. Ai, que porcaria. Eu fiz de novo.

-Mina Takahashi.

O loiro suavizou a expressão, suspirando entediado.

-Então é a garota nova. Escuta, você não me impressionou como os outros, então é melhor não tentar se destacar ou vai se dar mal comigo. Entendeu?—Ele pergunta.

O olho abaixando a espada, mordendo a bochecha.

Mas que saco. Todos ali pareciam querer me deixar para baixo e me colocar “de volta no lugar”.

-Hai, fukutaichou.—Respondo de mau grado. De relance vejo o resto da sala observando o “barraco” com interesse.

O professor os olha parecendo aborrecido, e então imediatamente eles começam a treinar, atacando ordenadamente.

Kira se vira para mim sombriamente, levantando sua espada.

-Não vou pegar leve com você, então é melhor mostrar por que está aqui, garota.

Imito seu movimento, fechando a expressão, assumindo minha pose concentrada.

-Pode apostar que eu vou!

💀💀💀💀💀💀💀💀

Eu era a única restante na sala, todos os outros tinham ido embora após o final da aula.

Kira continuou me treinando sem piedade e sem direito à descanso. Eu já tinha bolhas nas mãos e estava completamente ensopada de suor e machucados causados pelos seus ataques. Inclusive alguns cortes superficiais que faziam pequenos sangramentos, deixando minha roupa branca manchada.

Isso durou até que não aguentei mais e acabei tombando de exaustão, a espada caindo com um estalido ao meu lado. Eu não conseguia mais me mover, e então ele deixou a sala dizendo: “da próxima vez controle essa sua atitude comigo, garota”, e foi embora.

Eu estava caída de cara no chão fofo da sala de treino, resfolegando com dificuldade. Não conseguia sentir meus dedos; meus braços pendiam jogados ao lado do corpo, imóveis.

Fiquei pensando em como era fraca comparada à todos aqueles shinigamis, e em como teria que melhorar se quisesse me tornar a melhor deles. Eu deveria treinar arduamente sem descanso, todos os dias dali em diante. O tenente Kira saíra sem um arranhão ou aparência de cansaço, apesar das horas praticando. Aquilo me enlouqueceu.

Estava a ponto de desmaiar ali sozinha quando escutei um barulho de passos se aproximando e a porta se abriu:

-Mas que diabos....ei, garota! Acorde!—Ikkaku grita irritado, se aproximando.

Abro os olhos e o fito sem forças de revidar o “garota”.

-...careca...—É só o que consigo dizer na situação em que me encontrava.

Yumichika estava logo atrás dele, e olhou para mim com reprovação.

-Tsc, tsc...o que fizeram com você? Não era para estar fora daqui essa hora? Todos já foram embora.—Ele pergunta curioso.

Ikkaku entrou na frente antes de eu responder, apontando para mim:

-Ei! É verdade! Por que está dormindo aqui ao invés de treinar, garota? É assim que quer se tornar uma shinigami, sua preguiçosa?

Dou um grunhido tremendo as mãos, tentando me levantar sem sucesso.

-Seu careca imbecil, eu não estou dormindo! O professor me obrigou a treinar com ele esse tempo todo sem descanso! Eu estou exausta!—Grito conseguindo arrastar uma mão até o lado do rosto, e faço força para me levantar.

Ikkaku cerra os olhos e agarra a bainha da espada, me lançando um olhar irritado.

-CARECA O ESCAMBAU! EU VOU TERMINAR COM VOCÊ!

Yumichila segura o braço do amigo e o contêm, se virando para mim.

-Quem é seu professor?

-Kira Izuru. Um loiro aguado que fica com uma cara de mal humorado o tempo todo.—Resmungo tentando me levantar, caindo novamente com um gemido de dor.

-Tsc. O que fez para ele te deixar assim?—Ikkaku questiona sombrio.

-Uma ajuda primeiro seria bacana.—Falo os fitando significativamente.

Yumichika estava mais perto e prontamente me estendeu uma mão, e a agarrei segurando em seu braço. Ele colocou meu braço em seu pescoço, e Ikkaku pegou o outro, fazendo o mesmo.

Eu e o careca nos encaramos com uma cara feia e desviamos o olhar, bufando.

-Tudo bem, vamos te levar para o 4°esquadrão para curar suas feridas e depois vamos treinar. Nosso capitão quer que comecemos o mais rápido possível.—Yumichika explica enquanto andávamos para fora da sala.

-Certo, eu também quero dar logo o fora dessa escola. O que é o 4° esquadrão?—Pergunto travando as mandíbulas, fazendo força para não chorar com as pinceladas de dor pelos cortes que se esticavam enquanto eu andava. Ou melhor, eles me levavam.

Força, Mina, aguenta aí.

-É o esquadrão responsável pela parte de cura, os shinigamis médicos do gotei 13.—Yumichika responde resumido.

-Ah...entendi.

-Agora diga, por que ficou de castigo com Kira hoje?—Ikkaku insiste com a voz seca, talvez se recusando a parecer simpático.

Faço uma careta, suspirando.

-Pelo que parece ele não gosta de ser contrariado pelos alunos.

-Isso é óbvio, ele é tenente, tem uma reputação à zelar.—Yumichika responde naturalmente.

Bufo impaciente.

-Eu só não gosto que me façam de idiota. Não gosto de como me tratam como um inseto por aqui. Eu tenho direito de ser respeitada também!

Ikkaku solta a respiração.

-Escuta, você precisa parar com isso. Nenhum líder gosta de ser confrontado por seu subordinado, você tem que entender a posição de cada um. Kira estava certo em te dar uma lição, tem que parar de ser arrogante, garota.

-Olha só quem fala!

-Ei! Eu sou o terceiro oficial do meu esquadrão, garota! Tenho o direito de dar ordens também! Então eu sei do que eu estou falando!

-Ei, ei. Parem vocês dois, vamos logo com isso, ok? Quanto mais demorar para ir mais vai demorar para acabar.—Yumichika avisa nos dando um olhar de repreensão, e ambos nos calamos.

-Hai.

Quando chegamos no 4° esquadrão, recebemos o atendimento e, em poucos minutos, estava totalmente curada e pronta para ser machucada de novo.

O que com certeza aconteceu.

Fomos para a área de treinamento do 11° esquadrão, onde Yumichika e Ikkaku me ensinariam algumas coisas úteis para me manter na academia shinigami, e não levar tanta surra quanto levei hoje com Kira.

Ficamos por lá o resto da noite, treinando golpes e aprendendo coisas diversas, como por exemplo quando Ikkaku me ensinou o melhor jeito de cair quando atingida—tendo o prazer de me derrubar muitas vezes até a perfeição—, e Yumichika me ensinou a defender com “magnitude” e “graça”, sem fazer caretas feias.

Uma das coisas que percebi foi que haviam muitos homens lá. Durante todo o tempo em que fiquei no 11° esquadrão, não vi sequer uma mulher ali. Yumichika me disse que uma mulher era a tenente do esquadrão e que ela era muito temida, e que um dia a conheceria com certeza, e isso me deixou muito curiosa sobre quem ela seria.

Aquilo me intimidou e me motivou ao mesmo tempo, pois queria mostrar para eles que eu conseguiria ficar nesse mesmo nível um dia.

Quando fiquei exausta novamente, os dois me levaram de volta para o 4° esquadrão e depois fomos comer. Eles me contaram muita coisa sobre a Soul Society, a família real e os shinigamis. Tudo naquele lugar parecia ter uma história antiga, e comecei a me interessar e gostar mais dali.

Eu estava começando a criar simpatia por Ikkaku, apesar dos resmungos e irritações, ele era uma boa pessoa. E Yumichika já se tornara alguém em quem eu confiava, além de Renji.

Era um bom pensamento imaginar ser parceira daqueles dois no mesmo esquadrão. Seria divertido.

E quando finalmente fomos para casa, Abarai me esperava sentado em sua varanda, olhando para o céu. Ao nos notar se aproximando, ele fez uma carranca e se levantou:

-Aonde você se meteu? Fiquei preocupado que tivesse se metido em outra encrenca no seu segundo dia de aula!

Eu estava sem forças e controlava bocejos o tempo todo, então apenas assenti.

-Perdão, Renji. Estava treinando.

-E ela se meteu, Kira a fez passar horas treinando sem descanso após a aula. Devia ter visto o estado dela quando a encontramos.—Ikkaku dedura sorridente, se divertindo com minha falta de sorte.

-O quê?—Abarai me fita parecendo incrédulo.—Não consegue ficar nem um dia sem me dar problemas?

-Ei, seu boca aberta!...—Apesar do cansaço, tirei energias para dar uma cotovelada master na barriga de Ikkaku, que estava do meu lado, o fazendo ficar sem ar.

-Ai, ai, vai começar...—Yumichika suspira e Ikkaku se recupera, segurando a barriga me fitando.

-Abarai, tire essa garota da minha frente ou eu acabo com ela!

Estava prestes a responder quando Renji aparece atrás de mim e tampa minha boca, me levantando do chão sem esforço. Me sacudo freneticamente, protestando.

-Me perdoe por isso, Ikkaku! Obrigado por terem cuidado dela! Até mais!—Renji se despede deles rindo nervosamente, me arrastando para dentro da casa.

-Hai. Até amanhã!—Yumichika acena impassível, enquanto Ikkaku grunhia.

-Tanto faz...eu ainda mato essa garota insolente...

Ao entrarmos, Abarai me solta e eu caio no chão, respirando com dificuldade.

-Ele mereceu aquilo!—Me defendo sentando de costas para a parede, passando a mão na bochecha com uma careta. Ele tinha deixado a pele irritada com a força do seu aperto.

-Que história é essa de ter ficado até tarde? Por que Kira fez isso?—Ele questiona em tom paternal, cruzando os braços e olhando bravo para mim.

O olho por baixo, culpada, engolindo em seco.

-Bom...eu acho que ele não gostou do meu tom. Todos me tratam como lixo por aqui, eu odeio isso, não consigo ficar quieta!—Explico um pouco frenética, me dando conta de que devia parecer bem infantil agora.

Abarai suspira e se senta ao meu lado, encostando a cabeça na parede.

-É assim mesmo, eu passei pela mesma coisa. Mas vai ter que aprender a respeitar e obedecer seu superior, Mina. Kira é um antigo companheiro meu, e sei que ele pode parecer arrogante dando ordens e sendo rígido daquele jeito, mas é assim que ele tem que se portar como tenente. Ele é uma boa pessoa, não leve para o pessoal.

Faço um bico com a boca e assinto contra minha vontade, admitindo que ele estava certo.

-Eu sei...vou me acostumar. Desculpe por hoje, prometo que daqui em diante vou me comportar bem e respeitar Kira. Aliás...Hisagi também é amigo seu?—Pergunto curiosa.

-Sim, conheço ele há tanto tempo quanto Kira.

Deixo a cabeça pender encostada na parede e levo uma mão ao pescoço, massageando. A lua cheia trazia uma luz prateada pela janela, iluminando metade do quarto. Observo-a melancolicamente dando um sorriso.

-Entendo. Ele também parece ser legal. Hoje eu tive que ir duas vezes ao 4° esquadrão. Não sabia que tinha um só para curar os shinigamis. E a capitã deles é muito bonita.—Comento prosaica, fazendo Renji rir.

-Ela se chama Unohana Retsu. Você a encontrou?

-Não...eu só a vi passar com a sua tenente, elas pareciam ocupadas.—Paro de massagear o pescoço, vendo que nuvens se projetaram na frente da lua, tampando sua luz.—Eu quero ser uma capitã como ela um dia.—Comento sonolenta, viajando um pouco nos sonhos.

Renji sorri.

-Um dia poderá ser, se continuar a treinar duro assim.

-E daí você já vai ser capitão do 6° esquadrão, e vamos sair juntos comemorar nosso sucesso.—Completo dando risada e Renji me acompanha.

-Não sonhe tão alto, eu não sairia com você.—Ele zomba.

-Eu quero saber mais sobre o gotei 13.—Peço vendo que as nuvens saíram de novo, fechando os olhos, deixo meus braços caírem no colo.

-Eu prometo que vou lhe contar mais sobre todos os esquadrões, mas hoje já está tarde e deve estar cansada. Melhor você ir...

Abarai Renji olhou para o lado, se interrompendo ao notar que a garota já dormia profundamente, em posição desconfortável apoiada na parede. Ele suspirou e se levantou, preparando os futóns para dormirem, e em seguida a carregou até sua cama, a cobrindo enquanto resmungava sobre sua folga.

Mas antes de dormir, ele se pegou pensando no que acontecera naquele dia, sobre o que seu capitão lhe dissera: “Abarai, lembre-se de ficar de olho nessa garota. Ao se destacar ela irá atrair a atenção de muitos, inclusive os sedentos por poder, e deverá tomar cuidado também com a sua própria ambição. Certifique-se de que ela cresça bem e com o coração puro livre de maldades, ou todo esse poder se tornará perigoso para a Soul Society. E você sabe que fim isso daria.”

Seu capitão nunca lhe dissera algo parecido, e para ele era sinal de que era algo importante, e ficou preocupado com o futuro.

Mas ao observá-la hoje, com Yumichika e Ikkaku, seu coração se acalmou, vendo que ela estava em boas mãos.

Ele tentaria ajudá-la a alcançar seus objetivos, pois, mesmo com toda a confusão e problemas que ela lhe causou, ele sentia afeição pela garota pelo tempo que passaram juntos.

E quem sabe...ela também não o ajudaria a seguir em frente e continuar o seu próprio sonho.

Sim, ele estava decidido no que faria.

Abarai se deitou, encarando o teto em paz, adormecendo em poucos minutos.

💀💀💀💀💀💀💀💀

Alguns meses depois...

Com o passar do tempo, o meu problema com o orgulho foi diminuindo. Diminuindo, não havia acabado completamente. Ainda sentia vontade de socar alguns shinigamis.

Eu tinha mais professores na academia, e agora aprendia Kidou, Hakuda e Hohou além de Zanjutsu. As quatro formas de combate de um shinigami.

Como Abarai previra, eu era muito boa em Hakuda, e conseguia ter as melhores notas da sala em shunpo também, graças à ele. Apostávamos corrida todos os dias, o que ajudava a praticar.

Em kidou eu era mediana, mas não era realmente interessante já que não aprendíamos todos os bakudous e hadous.

Em Zanjutsu eu era boa, mas tinha um problema que me impedia de progredir.

Nas aulas de Kira, estávamos na fase de testes em grupo, onde íamos para fora de Seireitei, para caçar hollows e testar nossas habilidades.

Bom, nós não, os outros alunos iam, porque eu era obrigada a ficar em sala quando os testes eram em Rukongai.

Segundo o meu professor e Renji, eu deveria aperfeiçoar a concentração do meu poder espiritual antes de deixar Seireitei, caso contrário atrairia hollows e deixaria meus companheiros em perigo.

Eu já estava adquirindo experiência durante os meses árduos de treinamento na academia e no 11° esquadrão com Ikkaku e Yumichika. Todos os dias. E nos dias em que não havia aula, Renji me levava para seu esquadrão e treinávamos lá.

Aquela situação toda estava me deixando nervosa, já que me limitava a aprender normalmente como os outros.

Eu queria sair e combater hollows! Era para isso que queria me tornar shinigami afinal de contas, para matar os bastardos!

Mas eu era péssima em esconder meu poder espiritual, e mesmo com horas e horas de treino, Renji dizia que ainda podia senti-lo à mil metros de distância, e ele também ficava intrigado com o meu completo fracasso mesmo treinando tanto. Eu não sabia qual era o problema e por que ele me afetava tanto, e mais ainda do que os outros.

Eu não queria o decepcionar, então continuei e segui as ordens de todos, sem me deixar abalar por isso.

Mas os dias foram se passando, e nada de eu ir junto nas caçadas aos hollows.

Então foi quando eu finalmente decidi agir e rquitetei um plano; eu mostraria à todos que podia ser útil e que conseguia derrotar muitos hollows, não importando meu problema “espiritual”.

E se eu nunca conseguisse controlar? O que aconteceria? Eu continuaria na academia para sempre? E se percebessem que eu não valia a pena mais? Eu não deixaria chegar a esse ponto, não.

E além do mais, dessa vez eu teria uma vantagem. O capitão Kurotsuchi, sabendo do meu sofrimento, me emprestou a mais nova invenção do 12° esquadrão: o contentor de energia espiritual.

Era um aparelho esquisito que se usava grudado no peito, funcionava como um adesivo que piscava, que ficaria escondido debaixo das vestes da academia.

Segundo Kurotsuchi, ele podia esconder a energia espiritual até do mais talentoso shinigami rastreador, mas apenas por um período de tempo determinado. Eu teria apenas algumas horas antes de descartar o aparelho.

Não contei à ninguém sobre meu presente, e o capitão jurou que era uma invenção secreta do departamento de tecnologia de Seireitei, que ainda estava em fase de experimento, e eu seria a perfeita cobaia para testá-lo. O que nos fazia mártires pela causa, ambos de bico fechado.

Eu tinha tudo para fazer meu plano funcionar.

💀💀💀💀💀💀💀

Estávamos todos sentados esperando o professor, na sala de treino da academia.

Eu pensava no meu plano concentrada, mais alheia aos cochichos costumeiros do que o habitual, quando Kira atravessa a porta e nos levantamos fazendo uma reverência em um cumprimento respeitoso.

-Okaerinasai, Fukutaichou!

Kira também faz uma reverência em resposta, nos cumprimentando com a cabeça silenciosamente.

-Classe, hoje vamos treinar em Rukongai. Parece que o número de hollows nas florestas tem aumentado, então recebi ordens do capitão Yamamoto de praticar a purificação de hollows com vocês para ajudar os esquadrões de limpeza a diminuir esse número. Então peguem suas espadas e me sigam.—Ele instrui seriamente.

-Hai!

Todos começaram a se movimentar e a sair da sala enquanto eu os observava, quando Kira se vira para mim com a expressão compreensiva. Fazia tempo que estávamos bem e adquirimos uma relação de respeito mútuo. Renji pode ter tido influência nisso, mas ele estava mesmo certo.

-Mina-san, sinto muito, ainda precisa ficar aqui enquanto não controlar o seu poder espiritual.—Ele explica suspirando.

Assinto o dando um sorriso.

-Sem problemas, fukutaichou! Eu vou ficar aqui treinando enquanto vocês saem na missão de treino.—Respondo imediatamente.

Kira devolve o sorriso e assente, sumindo com shunpo atrás da turma.

Espero alguns segundos para me certificar de que todos se foram e então me levanto.

Não poderia seguir o rastro espiritual de Kira através do Reiraku pois ele o apagaria na luta contra os Hollows, deixando o sinal muito fraco. E eu ainda não tinha dominado o Reiraku, o que tornava essa alternativa impossível no nível em que estava.

Mas tinha outro método que eu podia usar.

Faço uma cruz com os dois dedos indicador e médio das mãos e fecho os olhos, me concentrando.

-Bakudou n°38, feixe de sombras!

(n/a: eu inventei esse bakudou, como existem muitos e nem todos são conhecidos, tomei a liberdade, espero que levem na boa e usem a imaginação para ilustrar.)

Imediatamente uma sombra preta se alastrou no chão, formando uma linha reta que se esticava infinitamente dos meus pés até uma trilha longínqua.

Era o rastro que me levaria até onde Kira estava.

Sorrio pegando minha espada e a colocando na bainha, ligando o dispositivo de Kurotsuchi e então imediatamente uso shunpo para seguir seu rastro.

O bakudou que usei fazia uma linha imaginária em forma de sombra se ligar até a pessoa que estava seguindo e criar um “rastro” ou caminho até ela.

Eu não tinha a aprendido em aula; geralmente as aulas de kidou com hadou e bakudou usavam somente as populares em combate, não dando muita atenção às muitas outras existentes. Sabendo disso, fui até o arquivo de magias na biblioteca de Seireitei e estudei todos os outros kidous caso precisasse. E esse veio bem à calhar.

Teria que agradecer Yumichika depois por ter me levado lá.

Mas eu não sabia por quanto tempo eu conseguiria o manter, e tudo era uma questão de tempo. Ele consumia uma excessiva quantidade de energia espiritual, o que naquela situação poderia até ser bom, já que queria me camuflar o quanto mais desse possível.

Enquanto seguia Kira, me peguei pensando em como passaria por Bikonyuudou, já que o rastro seguia para o portão sul de Seireitei.

Comecei a pensar em alguma desculpa antes mesmo de chegar lá, pois não seria nada fácil enganar o guardião marrento.

Quando cheguei perto o suficiente para escutar o portão sul caindo no chão com um baque estrondoso, me escondi num telhado de uma casa observando o movimento ali; havia alguns shinigamis dos esquadrões passando por perto, mas pareciam ocupados e não olhavam para o portão.

Desci e usei shunpo para correr até o local.

Ao me ver, o guardião cruza os braços de mau humor:

-Você! Não te vejo desde que chegou aqui com Abarai Renji meses atrás!—Ele aponta para mim como se fosse uma acusação.

-Desculpe, depois eu passo para uma visita. Agora preciso que abra o portão para mim, estou atrasada!—Peço naturalmente, tentando transparecer confiança no que dizia.

Bikonyuudou ergueu as sobrancelhas grossas, cético.

-Kira Izuru passou bem agora pelo portão com sua turma. Quer que eu acredite que está autorizada para sair?—Ele questiona desafiador.

Droga. Vai ser difícil.

-Escuta, eu tinha esquecido minha espada e voltei no meio do caminho, ok? Se o meu professor não me ver no treinamento vou estar frita! Por favor?—Tento o convencer juntando as mãos, e ele me olha parecendo entediado.

-Me disseram que você não pode sair de Seireitei por causa do poder espiritual que emana e não consegue controlar.—Ele comenta inflexível.—Você é um perigo lá fora!

Suspiro e levanto as mãos, me rendendo.

-Tudo bem. Está conseguindo sentir o meu poder espiritual? Não parecia que meu professor e nem você me sentiram chegar perto.—Replico dando de ombros.—Mas se você acha que as ordens do capitão Yamamoto não são de nada...

Dizendo isso blefei me virando para sair.

-Espera!

Sorri e depois limpei a expressão, me voltando para o guardião com ar inocente:

-Sim?

Bikonyuudou bufa e se vira para o portão, fazendo força e grunhindo enquanto o erguia novamente.

-Passe logo, garota! Não tenho o dia todo!—Ele grita emburrado.—E é bom não me fazer arrepender disso, garota!

-Obrigado Bikonyuudou-san! Tenha um bom dia!—O agradeço sorridente e passo debaixo do portão, e então o guardião o solta e ele desce com um baque alto, levantando poeira em uma nuvem gigantesca.

Ok, parte dois do plano completada. Faltam só mais umas dez partes.

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Notas Finais


A parte dois logo vai sair, então comentem o que estão achando da história 💕 kissus 💕


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