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História Blemeless - Ride


Escrita por: Wolf249

Capítulo 6 - Ride


Passou-se algum tempo com Levi achando que seria preso pelo Império por abuso de incapaz, mas com um grande peso de culpa nas costas e vários banhos gelados depois ele foi capaz de se controlar por enquanto.

A tarefa de se manter afastado permanecia cada vez mais difícil, e a perseguição do vampiro se tornava clara pra qualquer um.

Já que Hange ainda se mantinha curiosa sobre Eren, por quase um mês, ele não se preocupou em ficar sozinho com o outro.

Neste meio tempo, a cientista intercalava entre sentir ciúmes de Levi pela aproximação indesejada com sua cobaia, ensinar algumas palavras ao vampiro e fazer toneladas de anotações sobre suas constatações.

Foi no café da manhã que Ackerman sentiu que algo estava diferente.

A mesa posta que nos últimos dias incluiu três pessoas, naquele momento comportava apenas uma. Comendo em silêncio resolveu não se importa com um pequeno acontecimento assim e continuou sua rotina.

Mas, duas horas depois, por um motivo desconhecido, Levi não conseguia se concentrar em nada que deveria estar fazendo por mais que tentasse. O fato é que sem perceber, se acostumara a ter inocentes olhos o observando trabalhar e na solidão de sua sala o ambiente parecia simplesmente incompleto.

Bufando começou sua procura pela residência para descobrir o que Hange estava aprontando com seu vampiro.

Meia hora depois, Levi tentava suprimir a raiva para não cometer um homicídio. Por mais que procurasse em qualquer canto da casa, os dois fugitivos continuavam bem escondidos. O lugar completamente vazio com excessão dos funcionários.

É estranho como emoções podem mudar tão de repente.

A raiva de Ackerman se dissipou tão rápido quanto o bater das asas de um beija-flor assim que seus olhos encontraram a cena em seu jardim.

A alguns metros da entrada o vampiro se escondia do sol debaixo de uma cerejeira, as belas flores desabrochadas caindo ao seu redor e emaranhado nos macios fios de cabelo.

O garoto parecia um deus ascendido, etéreo e puro como a mais cristalinas das nascentes. O tecido do longo quimono balançando lentamente junto ao vento.

Vendo a cena tão inocente, a culpa novamente manchou seu peito. Se Eren era um ser celestial, ele não passava de um demônio ansiando corromper a pobre criatura. Seus pensamentos impuros indignos da aura inocente.

Quebrando a magia do momento, procurou a cientista que teoricamente deveria estar cuidado de seu paciente, mas que a dois metrôs de distância dormia ressonando alto.

Compassadamente se aproximou da cena. Se foi por perceber a aproximação ou pelo olhar fulminante do amigo que Hange acordou, não tinha como saber.

Ajeitando os óculos a mulher se sentou na grama.

"O que estão fazendo aqui?" A pergunta saiu mais fria que o tom usual.

Despreocupada, a médica continuou sentada observando seu amigo de baixo em uma rara oportunidade já que em pé ela era sempre alguns centímetros mais alta.

"Estamos dando um passeio"

"Está a dez passos da entrada"

"É um passeio curto"

De repente, uma luz se iluminou na mente do Ackerman e ele teve uma ideia.

Resoluto se aproximou calmamente do vampiro e estendeu a mão. Esperava que o gesto por si só estimularia uma reação e orgulhosamente conseguiu o que queria. Poucos segundos depois o outro também havia estendido os dedos entrelaçando com os seus próprios.

"Vamos!" De mãos dadas Levi o puxou calmante.

Num salto Hange ficou de pé.

"Onde está indo?"

"Levá-lo a um passeio de verdade" Para alguém que havia ficado tanto tempo preso, ele merecia mais do que alguns passos para fora da casa.

Sem esperar o desagrado da mulher, ele aumentou a velocidade de seus passos tomando cuidado o bastante para não apertar o pulso de Eren. Por mais que Levi soubesse que o vampiro devia ser dez vezes mais forte que si era inconsciente ele abrandar seus toques para com o outro, como se a pele branca fosse feita de fina porcelana.

O destino era o que parecia um galpão alto localizado no norte da propriedade. Feito quase completamente de madeira, ele tinha um par de portas largas que foram empurradas com afinco por Ackerman.

Sem se preocupar com a amiga resmungando atrás, mostrou o estábulo para a gentil criatura.

Poderosos animais, com pelos lustrosos se encontravam em cada uma das baias. Tão belos que deixaria qualquer um impressionado, ainda mais aquele que nunca havia visto um cavalo antes.

Tinha um tempo que os automóveis dominavam as ruas, mas Levi ainda mantinha aqueles seres com muito zelo e cuidado, mesmo que apenas por hobby.

"Hange, porque não chama o cavalariço?"

"Que péssima idéia você teve, hum" Reclamando ela voltou por entre as portas deixando os dois sozinhos. Um sorriso maligno discretamente apareceu nos lábios de Ackerman ao lembrar que o empregado estava trabalhando hoje e a amiga demoraria um longo tempo até descobrir e voltar.

Se virou para o garoto assutado que mesmo assim se impressionava com os animais.

O levou para a frente de um grande garanhão negro e com as mãos dos dois unidas guiou o vampiro para tocar o macio pelo do cavalo.

"Não tenha medo" Sussurrou gentil se afastando somente o suficiente para pegar um punhado de feno e ensinou-o como alimentar o animal com um gesto.

Não demorou muito para que Jaeger se acostumasse com o bicho. Deixando o outro entretido acariciando o garanhão começou a sela-lo.

Não muito tempo depois Levi puxava o cavalo em um braço e o vampiro pelo outro para sair do armazém.

Montado no animal, puxou a criatura para os seus braços.

O cheiro de Eren inebriou os sentidos de Ackerman assim que os dois se aproximaram, tão próximos como nunca antes.

Levi se ajeitou abraçando o outro para pegar as rédeas.

"Vamos"



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