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História Bless Yourself - You can bless yourself


Escrita por: doctorjaljal

Notas do Autor


O ultimooooo

Capítulo 43 - You can bless yourself


Harry pov.

 

Eu odiava a última semana de aula.

Nunca era nada importante, geralmente era só a última chance de alguns alunos implorarem por nota enquanto alguns dormem e outros estudam algo que possa ser importante no próximo ano, mas se você falta, o professor passa alguma coisa incrível e divertida que você vai se odiar eternamente por ter perdido, então eu sempre ia.

Eu não gostava mesmo dos últimos dias de aula, principalmente porque as aulas iam até apenas o horário do almoço e você passa o resto do dia em uma eterna nostalgia daquele ano a menos que você tinha no lugar que por muito tempo foi seu lar.

Eu não gostava de ir embora de Hogwarts, todos os anos anteriores, aquele dia tinha sido o pior, eu não queria nem achava que estava indo para casa, porque desde o dia que descobri ser um bruxo, aquele castelo e seus corredores haviam começado a ser o meu lar, as paredes de tijolos haviam se tornado minha fortaleza e tudo o que a magia representava, para mim, vivia naquele terreno.

Mas as coisas já não eram mais as mesmas a um tempinho.

A um ano eu havia acompanhado o processo do meu padrinho de conseguir a sua liberdade, logo em seguida a minha, que tive o prazer de sair do lugar que por anos havia sido a minha prisão, podendo finalmente viver a alegria de ter férias em uma casa que transbordava amor e que eu poderia me sentir bem.

Era surreal viver meus dias com Remus e Sirius, porque eles mostravam em todos os segundos o quão feliz estavam com a minha presença e a alegria de viver um sonho que por anos ficou sem resolução, com a prisão injusta de Sirius, a tristeza do luto que ambos ainda sentiam com muita intensidade, a minha guarda nas mãos da minha tia materna, tudo colaborando para que aquele sonho não tivesse uma conclusão.

Mas ali estava eu, no último dia do meu penúltimo ano em Hogwarts, arrumando meu malão junto com um Ronald ansioso para ver seu “não-namorado” em uma viagem que ele faria com seu irmão Bill, onde ambos iriam para Bulgária, afim de Ronald conhecer mais sobre as possibilidades para o futuro, afinal, no nosso último ano nós deveríamos ter pelo menos uma noção do que queríamos, para guiar nossas matérias para colaborar com as notas exigidas, e como Bill teria alguns compromissos no lugar bem próximo a cidade de Viktor, Ronald iria também.

Ronald ainda não sabia o que queria fazer, mas ele sabia que queria que fosse algo corajoso, uma carreira onde ele poderia provar que sua força era útil e que ele podia fazer valer a pena, e eu achava isso legal, porque honestamente, as notas de Ronald só não eram um horror porque ele se dedicava muito para estudar comigo e com Mione, mas o forte dele sempre tinha sido a parte física da coisa, então eu estava orgulhoso.

Ele tinha decidido isso sozinho, pensando em si mesmo e no que faria ele se realizar na vida, então ele ia acompanhar Bill e logo iria ver como se saia com Charlie na Romênia, tudo pelo bem da experiência que ele estava fazendo.

Mas no fundo, bem no fundo, eu sabia o que ele queria fazer, porque além de conhecer meu melhor amigo como ninguém, ele havia me perguntado várias vezes como eu senti que deveria ser auror, todo tímido, como se não soubesse abordar o assunto comigo, como se tivesse medo de ser repreendido.

Eu achei fofo, mas ele me fez jurar nunca mais repetir isso, então eu estava mantendo a minha boca fechada.

Draco queria trabalhar nas empresas que ele estaria herdando em seu próximo aniversário, então ele ia focar seus estudos em matérias onde ele poderia usar a parte teórica com sobra, se especificando em algumas matérias em uma faculdade bruxo que ele pretendia frequentar, tudo para que pudesse fazer as empresas prosperarem sem precisar se envolver com a parte obscura que seu pai fazia tanta questão.

Os gêmeos já tinham um projeto imenso utilizando o dinheiro do torneio, eles queriam abrir uma loja de jogos e pegadinhas, e do fundo do meu coração eu sabia que ia funcionar, porque o mundo poderia não estar enfrentando nada de perigoso e grande, mas uma dose recheada de alegria nunca fez mal a ninguém, então foi com muita emoção que eu aceitei que teria amigos empresários no nosso círculo.

Gina estava ansiosa para o próximo ano por causa do quadribol, que graças ao torneio não tivemos nenhum jogo, deixando a ruiva a beira de um colapso nervoso e com tanto ódio nos olhos que era possível captar na linguagem corporal dela que estava feliz por termos vencido, mas que aquela porcaria tinha enchido o limite de paciência dela.

Hermione queria trabalhar no setor de leis e magias no ministério, porque queria mais que tudo fazer algo pelos elfos domésticos e sua vida de escravidão que ela discordava mais que tudo na vida.

Eu queria ser auror.

Não tinha muito mistério aí, mas se eu fosse ser honesto comigo mesmo, eu diria que apesar de tudo que vivi nesse último ano, meu corpo tinha se familiarizado demais com a sensação de lutar por algo, como no lago, onde eu queria salvar todos os reféns, ou como no segundo ano, que eu quis salvar Gina de um basilisco e uma memória de Voldemort.

Durante toda a minha vida eu agi como se eu fosse apenas um fruto do meio, como se as consequências caíssem sobre mim e eu apenas dava o meu melhor para as resolver, como se eu não tivesse escolha alguma a não ser lutar e defender o que eu acreditava, mas a verdade não era essa.

Eu sentia dentro de mim, e isso era algo que me assustava, porque sempre que algo ou alguém importante se colocava em perigo, meu primeiro instinto era o de proteger, de recuperar, de salvar, de lutar para o bem daquilo que eu zelava, nunca o de correr para alguém mais velho e mais experiente para fazer o papel de herói.

Eu sempre me coloquei naquele lugar por uma razão, uns diziam ser estupidez grifinória — Draco — outros diziam ser a genética infalível de Potters, que sempre agiam como bem entendiam e faziam porcaria — Remus — mas no meu interior eu sabia que era algo da minha mãe.

Ela não pensou duas vezes em se colocar entre a varinha de Voldemort e eu, e ela tinha uma razão para isso.

Eu queria ser essa pessoa.

Corajosa ao extremo e sem medo de se impor contra as coisas que afetavam sua vida ou a vida de outras pessoas.

Eu queria ser a pessoa que quando chegasse em uma cena de caos, se tornasse a esperança, que cuidasse dos indefesos da mesma forma que minha mãe havia cuidado de mim, protegendo a minha vida com a sua própria.

Um pouco de coragem burra e grifinória, concordo com Draco, talvez um pouco do sangue Potter, assim como Remus havia dito, mas 100% do coração de Lilian e seu legado que deixou uma marca em mim.

Por isso eu fui confiante até a sala de Minerva, entregando meu pergaminho com as matérias que faria no próximo ano preenchida e com a profissão que eu desejava no final da folha, vendo que a mulher sorria ao ler, me olhando com carinho.

— Foi a escolha que a sua mãe fez, quando ela estava frequentando o mesmo ano que você. — Ela apenas disse aquilo, guardando o pergaminho junto com alguns outros e saindo, com a sombra de um sorriso em seu rosto, e foi aquilo que eu precisava para me sentir confiante da minha escolha.

Havia sido a mesma escolha que a minha mãe fez, mesmo que eu não soubesse, e isso me fez sentir todo o peso do medo sair dos meus ombros, porque eu decidi aquilo sem nem saber que havia sido a escolha dela.

Eu estava confiante, caminhando pelos corredores até o apartamento dos meus padrinhos, que estavam fazendo as malas para partir comigo no próximo dia, abrindo a porta e vendo eles me olharem com expressões gêmeas, algo parecido com pânico e um pouco de tique no olho de Sirius, que tremeu ao me ver sorrir.

— Você descobriu. — Remus diz de forma esperta, me vendo concordar e sorrindo em seguida. — Não queríamos influenciar sua decisão.

— Não influenciaram, mas eu fique com menos medo ao descobrir. — Digo tranquilo, sorrindo ao ver Sirius chorar.

— Eu queria contar, mas você ia ficar indeciso entre ser auror e auror, porque seu pai sonhou em ser jogador de quadribol até descobrir que sua mãe ia ser auror e ele mudou de ideia. — Sirius diz enquanto limpa as lágrimas com a camisa de alguma banda trouxa.

— Meu pai queria ser jogador de quadribol? — Pergunto com dúvida, vendo Remus concordar.

— Ele tinha a ideia de se tornar o maior apanhador do mundo, porque o sangue Potter sempre teve excelentes jogadores, mas ele ia ser o maior de todos. — Remus diz, como se tivesse ouvido aquela frase um bilhão de vezes em sua adolescência, e no fundo da minha mente eu acreditava que de fato ele teria ouvido, me fazendo rir.

Após ajudas ambos a terminar de empacotar todas as porcarias de Sirius que ficavam em cada greta e canto obscuro daquele apartamento, eu fui até meu dormitório, terminando de organizar algumas últimas coisas, tomando um banho e vestindo uma roupa quente e descendo para o salão principal, para ouvir o discurso de fim de ano.

Ao sentar na minha mesa, eu levantei os olhos para a mesa da Sonserina, vendo que Draco sorria com os amigos, parecendo distraído em alguma conversa, até que seus olhos focaram em mim e ele sorriu, piscando um dos olhos daquela forma absurdamente charmosa de sempre, me fazendo lembrar do primeiro dia daquele ano.

Desde o começo do ano eu sabia que ele estava diferente, mas eu demorei para perceber que foi naquele ano que Draco começou a ser sincero consigo mesmo sobre o que ele sentia sobre mim, e com a chegada de um novo ano, sua briga com os sonserinos, o torneio, tudo isso serviu para que ficássemos juntos.

Eu não podia pôr em palavras o quanto eu era grato, porque apesar de ter sido o ano mais difícil da minha vida, havia sido um ano de muita clareza e de liberdade emocional, onde eu me permiti sentir medo pela minha vida e pela vida dos outros competidores, me permiti sentir alegria, me permiti amar, me permiti fazer novos amigos fora da bolha que eu estava acostumado a viver, apenas entre grifinorios, me permiti sentir desejo pela vitória, me permiti sentir que eu merecia as coisas.

Naquele ano eu não fui o fruto do meio em nenhum segundo, porque todas as chances que eu tive de provar que mesmo estando em uma situação ruim eu podia me virar, podia conquistar o melhor, e isso me fez ficar muito feliz.

Por Merlin, eu havia ganhado um torneio junto com o meu namorado e nossos amigos, tudo coisas que eu conquistei por tomar as rédeas da minha vida e não deixar que ninguém fizesse apenas o que queria de mim e da minha vida, como eu não poderia me orgulhar daquele ano?

Mas a melhor parte veio quando o diretor anunciou que a vitória daquele ano, da taça das casas, era da Corvinal, que conseguiu conquistar o maior número de pontos graças ao papel que a casa teve em notas em todas as matérias, mas também em torcida, porque fomos descobrir apenas no final do torneio que Luna havia desenhado camisas e bandeiras unindo os símbolos das duas casas em um brasão da escola, fazendo com que todos os alunos torcessem para mim e Draco simultaneamente.

O sorriso de Luna era tão genuíno e puro, que era como se o sol estivesse dentro do castelo, brilhando e iluminando todo o salão.

E foi com aquele sorriso de Luna, com ela abraçando a mim e a Draco que o ultimo jantar daquele ano se encerrou, nos fazendo pensar que aquele ano não havia sido uma vitória apenas para mim ou apenas para Draco.

Todos nós vencemos.

E eu não poderia ficar mais feliz com isso.

Por que o ano em que eu achei que seria o pior da minha vida, foi o que se mostrou ser o que mais me abençoou, com amizades, o amor que eu sempre sonhei e uma vida cheia de expectativas para o futuro.

Eu não poderia desejar mais nada!


Notas Finais


Não sei o que dizer, primeiro um pedido de desculpas pela demora, e se gundo, muito obrigada por ter me acompanhado até aqui.
Eu sei que o final não teve grandes emoções, mas eu nunca fui boa em escrever finais, então me desculpem.
Eu estou escrevendo um extra, contando o futuro dos drarry, então esperem por esse gostinho de futuro que irei trazer nesse mês ainda hein.
Bless Yourself vai me matar de saudades, mas eu sei que sempre posso contar com ela no meu coração.
Um beeeeijo


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