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História Blind Love - A Wedding, An Escape


Escrita por: MaBelleLuna

Notas do Autor


E AÍ CAMBADA!!!!!
Demorei sim, fazer o quê?!
Gente, sinto que estão se entediando da fic, é sério isso? :( Poxa, amo tanto vocês, viadas! Mas, até mesmo os comentários estão decaindo e isso me entristece bastante já que ainda tenho muitos planos para essa história.
Espero que não desistam de nós, belles, espero muito mesmo...

Bom, OLHEM O TAMANHO DESSE CAPÍTULO! É o maior de Blind Love até agora, e eu até pensei em dividi-lo porque sei o quanto capítulos grandes são cansativos, mas ele é daquele tipo de capítulo que se eu dividir o encanto do conteúdo acaba, entendem? Vou maneirar mais nos outros, prometo! Aliás, estou compensando vocês neste aqui com um momento em questão bem especial para o nosso casalzinho.
TEM UM CASAMENTO AQUI, BELLES! Preciso dizer que o noivo é meu eterno mozão <3
Enfim, continuo nas notas finais... Divirtam-se!

ESPEREM! Antes de começarem tenho uma pergunta: Nutella ou cubos de gelo? e.e

Capítulo 35 - A Wedding, An Escape


Fanfic / Fanfiction Blind Love - A Wedding, An Escape

Algumas notícias são literalmente um baque.

Não que a notícia em si tenha sido negativa, longe disso. Mas, mesmo assim foi uma baita de uma novidade e Lauren não sabia como reagir sobre isso. E era por esse motivo que ela continuava parada feito uma idiota enquanto Dinah provavelmente achava que Lauren gritaria com ela, chamando-a de irresponsável e todas aquelas coisas que uma pessoa mais velha falaria.

O problema era que Lauren não era igual aos outros.

─ É.. é... – gaguejou, firmando a garganta para não assustar ainda mais a polinésia. Céus! Lauren nunca foi tão grata por não enxergar quanto agora, tinha certeza que não conseguiria falar alguma coisa se pudesse ver a expressão assustada que Dinah provavelmente tinha no rosto. – É... Parabéns?

Dinah bufou, porém no fundo ela estava aliviada por Lauren não ter gritado com ela ou algo parecido.

─ Sério isso, Jauregui? – questionou tentando parecer forte mesmo que sua voz trêmula dissesse o contrário. – Eu digo a você que estou grávida, uma garota de vinte anos que mal começou um relacionamento diz a você que está grávida, e tudo o que tem a dizer é parabéns?

─ O que queria que eu dissesse, Dinah? Você é maior de idade e meu irmão também, e sim é assustador e ao mesmo tempo encantador saber que vou ser tia, mas ainda assim é apenas um bebê. – Lauren a puxou novamente para seus braços, sabia que tudo o que Dinah mais precisava agora era de conforto. – Não está sozinha nessa, Jane.

─ Eu sei. Eu só... – inalou profundamente, Dinah tentava a todo custo segurar o choro. – O que Mila irá dizer, Lauren? Ela não reagiu bem à minha mudança, o que ela vai achar quando descobrir que eu estou grávida?

─ Vou achar a coisa mais incrível do mundo. – disse Camila do outro lado da cozinha, fazendo as duas garotas pularem assustadas de onde estavam.

Dinah tinha os olhos arregalados e a face tão branca quanto a de Lauren – se é que isso é possível. A loira abriu a boca para falar alguma coisa, mas tudo o que ela conseguia era encara a melhor amiga em silêncio. Camila tinha os olhos vermelhos e os cabelos bagunçados, ela estava escorada na porta da cozinha com os braços cruzados. Porém, havia um vislumbre de um sorriso no canto dos lábios dela e Dinah não pode deixar de notar isso.

─ Há quanto tempo está aí? – perguntou Lauren recuperando-se do susto.

─ Tempo o suficiente para ouvir que vou ser tia. – a latina sorriu acanhada, aproximando-se de onde as duas garotas estavam. – Senti falta de você na cama e por isso resolvi procura-la, e acabei presenciando isso tudo.

─ Acho que eu quero me deitar agora.

─ Oh! – Camila parou ao lado da morena, Dinah tinha agora o olhar baixo fitando suas mãos e evitou a todo custo encarar a latina. – Vamos voltar para o quarto, eu posso...

─ Você fica. – Lauren falou firme. – Só me diga como chegar as escadas e com o resto eu me viro. Vocês duas precisam conversar e não vão sair daqui até que isso aconteça, porque eu já estou cheia dessa merda toda e agora ambas precisam ser as adultas que realmente são. Então, é bom se resolverem antes que eu mesma as tranque sozinhas em um quarto e as obrigue a conversar! Não é apenas a vida das duas que está envolvida nisso tudo, porra! Eu só... – a morena balançou a cabeça em negativa. – Querem saber, fiquem aqui! Eu mesma me viro, não deve ser tão difícil chegar a porcaria do quarto. Pelo menos gravei onde fica a porta.

Lauren usou a bengala para tirar Camila da sua frente e desviar dos obstáculos espalhados por toda a cozinha, ouviu um movimento atrás de si e parou.

─ Não ouse me seguir, Cabello. – advertiu sem virar para trás. – E Jane, faça o que é certo. Lembre-se do que conversamos e se minha amada namorada disser qualquer coisa que a machuque, não se preocupe que eu mesma me resolvo com ela.

Dito isto a morena saiu vagarosamente, porém decidida, da cozinha e marchou a procura da escada deixando duas garotas boquiabertas para trás. Camila não tinha visto esse lado de Lauren ainda, não com alguém que não fosse os gêmeos. Essa Lauren protetora e maternal, isso tudo ainda era novidade para a latina.

Quando viram que Lauren tinha conseguido chegar a escada sem maiores incidentes as duas tornaram a ficar em silêncio, não porque elas não tinham o que falar, porque Deus sabe o quanto tinham! O problema era que ambas eram teimosas demais para tomar uma atitude.

Camila resolveu servir-se de um copo com água, e Dinah pode ver o quanto ela estava nervosa apenas pelo fato de que caiu mais água no chão do que dentro do copo.

─ Ok, vamos parar com isso. – falou a loira, tirando o copo da mão de Camila e o colocando sobre a bancada. – Já somos amigas há muito tempo para ficarmos com esse clima de DR de casal!

─ Eu sei. – a latina sorriu sem graça, inalando profundamente antes de falar. – Quando descobriu?

Dinah mordeu o lábio inferior, escorando-se de braços cruzados na bancada ao lado de Camila.

─ Três dias antes de viajarmos, e se não fosse por Chris provavelmente eu só perceberia quando estivesse na porta da maternidade. – a mais nova suspirou, pensativa. – Sabe o quanto sou distraída.

─ Pensei que estivesse tomando remédio para evitar...

─ Eu estava! Só que sabe que uso o alarme do celular para me lembrar a hora certa de tomar, o problema é que provavelmente um dos pestinhas que chamo de irmãos deve ter desligado em algum momento cerca de pouco mais de um mês atrás. – Dinah torceu as mãos em seu colo denunciando seu nervosismo. – Eu nem percebi que estava atrasada até essa semana quando Chris disse que eu andava com mudanças de humor insuportáveis, estávamos discutindo sobre o fato e de eu ainda não falar com você e eu comecei a chorar do nada, e foi quando ele disse “Que merda, Di! Você parece mulher grávida com essas suas mudanças de humor repentinas!” e foi aí que eu realmente percebi que estava muito, muito atrasada. Fiz o teste antes de virmos pra Londres e bang, teremos um Hansen-Jauregui daqui há sete meses e meio para a alegria de Clara.

─ Já fez o exame de sangue?

─ Sim, mas o resultado só sai na segunda. Mas, eu fiz oito testes de farmácia e todos deram positivos Chan, não acho que o exame de sangue terá um resultado diferente.

Camila sabia que Dinah estava se controlando para não chorar na frente dela, sabia que a melhor amiga estava assustada e com medo do futuro. Uma coisa era ser uma boa irmã mais velha e ajudar a mãe com os irmãos pequenos, mas outra coisa era ser a mãe em questão. Dinah ainda não estava pronta para ser mãe, ela, apesar de toda a maturidade que demonstrava ter ainda não passava de uma recém-adulta de vinte anos de idade que estava na transição de sair da adolescência e tornar-se uma adulta responsável. Camila sabia disso, afinal ela também passara por tudo o que a amiga está passando, mesmo que de uma maneira diferente.

─ Eu sinto muito, Dinah. – falou séria. – Por tudo o que eu disse semana passada, você tinha razão, eu estava descontando meus medos em você e isso foi errado e injusto. Eu... Só vou sentir sua falta lá em casa, sempre fomos você e eu contra o mundo e agora...

─ Agora você tem a Laur e os gêmeos e eu tenho o Chris, e em breve mais alguém. – a loira sorriu sincera, e Camila também sorriu ao sentir a mão de Dinah segurar a sua. A latina aproveitou a deixa para descansar a cabeça no ombro da polinésia. – Só que sempre terá a mim, boo. Você é minha baixinha, minha irmãzinha bunduda e que eu amo demais.

─ Odeio brigar com você.

─ Eu também. – Dinah a envolveu com os braços. – Senti muito a sua falta nos últimos dias, principalmente de cinco dias para cá.

─ Desculpa por ser essa idiota ciumenta e não estar com você quando descobriu tudo? – Camila afastou a cabeça para poder fita-la, Dinah viu olheiras profundas na latina e sabia que algo tinha acontecido e que ela tinha perdido essa. – Eu amo você, Chee, e já amo o meu afilhado. Foque no meu afilhado, meu, ok? Quero que fique bem claro quando aquelas caçadoras de afilhados vierem cair em cima de você com chantagens sobre quem será a melhor madrinha.

Dinah, que nesse momento já estava chorando e amaldiçoando os malditos hormônios, sorriu por entre as lágrimas abraçando Camila mais forte e deixando-se levar pelos pequenos braços da mais velha. Camila tinha sentido falta disso, do abraço acolhedor que somente Dinah sabia dá.

─ Eu odeio chorar. – murmurou Dinah sorrindo ao enxugar as lágrimas que teimavam em cair. – Hormônios idiotas, me fazem parecer que sou uma boba sentimental.

─ Bom, você...

─ Não ouse terminar essa frase, Cabello. – Dinah a afastou. – Ou corto sua língua fora e Lauren fica sem a diversão dela.

─ CHINA! – exclamou a latina envergonhada, sua face tomando uma cor vermelha.

─ Shiu! Vai acordar a casa toda se continuar gritando assim! – a mais nova parou um segundo para observar um pouco a amiga, as olheiras e o olhar cansado... – Eu vi você entrar no quarto da Sra. Cabello ontem, quer me dizer logo o que aconteceu lá dentro para te deixar assim? E nem me venha com desculpas dizendo que não conversaram nada demais, porque eu conheço você bunda de airbag e sei que algo de muito sério saiu da boca daquela senhora!

Camila bufou, desviando o olhar e fitando a leve garoa que caia do lado de fora. Estava quase na hora de todos acordarem e ela não tinha dormido sequer duas horas direito.

─ Odeio o fato de Lauren e você me conhecerem bem até demais. – reclamou, para depois adquirir uma expressão triste. – Nana... ela meio que... Inferno! Podemos falar sobre isso em um momento em que eu não esteja morrendo de sono? Precisamos descansar um pouco.

─ Vamos passar oito horas dentro de um avião, Mila. – Dinah a fitou cética. – Dá pra descansar lá!

─ Chee, por favor...

Camila tinha o olhar desesperado, assustado e receoso. Dinah a conhecia muito bem, como ela mesma disse, e sabia que Camila não estava pronta para falar sobre o que tanto a perturbava. Suspirou, puxando a melhor amiga para um último abraço.

─ Vou sentar ao lado de você e da bunda branca naquele avião, quero saber de tudo e sei que não contou nada para ela. Lauren não sabe esconder muito bem suas emoções, eu saberia se ela soubesse de alguma coisa. – afastou-a novamente. – Mas, já que quer assim vamos dormir então.

─ Obrigada por me entender, China. – Camila sorriu sincera. – E desculpe mais uma vez por ter sido uma idiota, você é minha irmã e a amo.

Dinah apenas sorriu murmurando um “eu também te amo, idiota”, arrastando-a ainda abraçada para a escada da enorme casa dos Cabello’s. Ela tinha perdoado Camila há muito tempo, mas sua teimosia e medo tinham a feito acovardar-se a não falar com a melhor amiga, assim como aconteceu com a própria Camila.

As duas garotas subiram até seus quartos para descansar, sabiam que mais tarde o dia seria longo e ainda tinham de arrumar as malas para retornar a América. Aquela conversa fora bem diferente do que Dinah imaginou, na verdade fora até fácil, e mesmo que ela não tenha exposto todos os seus medos para Camila sabia que teriam tempo de sobra para falar sobre isso.

 

                                                       __________________________________________

 

─ Isso, isso coça, mamãe. – reclamou Emily mais uma vez, ela usava um moletom rosa por cima de um casaco de lã –presente da matriarca Cabello –e já era a décima vez que reclamava da vestimenta para Lauren.

─ Eu sei, pequena. – sussurrou Lauren, abraçando a mais nova que estava sentada em seu colo. – Mas, é melhor não contrariar um presente da abuela de sua mãe, ela me dá medo.

─ Mama disse isso também. – sussurrou de volta, arrancando um sorriso de Lauren. – Mas, mas ela tá longe.

Lauren suspirou, Emily não desistiria tão fácil disso. Eles estavam no aeroporto e a família de Camila estava toda ali despedindo-se da neta mais velha, Joshua estava sentado ao lado de Lauren brincando com algum boneco que tinha ganhado de presente dos tios de Camila e Emily estava segurando uma boneca que também fora presente dos parentes. Porém, nenhum dos dois quis ficar perto dos Cabello’s e não saiam de perto de Lauren, segundo a pequena Emily a abuela da mama Camila olhava para a morena de uma forma esquisita e nenhum dos gêmeos gostaram dela. Lauren não entendia isso, já que a senhora mais velha tinha sido simpática com ela desde que pusera os pés em Londres...

─ Sofi ainda não apareceu. – bufou Dinah jogando-se ao lado de Lauren de maneira espalhafatosa. – Chris mandou uma mensagem dizendo que a amiga dela estava com dificuldades com a bagagem. – tornou a bufar, rolando os olhos. – Não sei por que ele foi buscar as duas, o Sr. Miller poderia muito bem fazer isso...

─ O tio de Camila estava ocupado ajudando meu pai, Dinah.

─ E eu com isso? – Lauren ouviu a mais nova remexer-se impaciente na cadeira. – Eu estou cansada, com fome e enjoada. Vou passar oito malditas horas presa e um avião e já sinto meus pés inchando e juro que se seu irmão vier com esse papo de “mulheres grávidas e seus hormônios” eu arranco as...

Dinah! – Lauren a interrompeu antes que a polinésia falasse algo que os gêmeos não deveriam escutar. – Não estamos sozinhas, esqueceu?

Dinah pareceu só então notar os pequenos, Emily tinha um bico fofo nos lábios enquanto de vez em quando mexia irritada no moletom que usava, e Joshua brincava com um boneco. Eles não pareciam estar prestando atenção nas duas.

─ Eles estão no mundinho infantil deles, Drácula Junior. – ralhou, cruzando os braços junto ao peito. – E a menina vai acabar ficando toda marcada se continuar se coçando desse jeito.

─ É o moletom da Sra. Cabello. – Lauren torceu a boca a contragosto. – Quando estivermos no avião eu tiro isso de você, tudo bem Lily? – Lauren virou a cabeça de lado para fitar Dinah, mesmo que seu olhar estivesse vago ela gostava de encarar as pessoas enquanto falava com elas. -  E sobre essa amiga da Sofi, Emma, só espero que não seja mais uma inglesa cheia de frescuras que nem os primos da Camila. Camz que me perdoe, mas aqueles meninos são mimados demais.

─ Não estou ouvindo metade do que diz, Jauregui. Estou com minha mente focada no gostosão no portão de embarque ali.

Lauren semicerrou os olhos para a garota ao seu lado não acreditando no que ouvia.

─ Você não namora o meu irmão? – perguntou indignada.

─ Isso não me faz ser cega, sem ofensas. E não me venha com essa de santinha, se pudesse enxergar provavelmente estaria de tara por alguma garota londrina agora.

─ Ah, cala essa porcaria de boca, Jane!

─ Mamãe! – Emily ralhou. – É feio falar assim com, com a tia China!

Dinah fez uma expressão de deboche batendo um high five silencioso com a mais nova aproveitando-se do fato de que Lauren não podia enxergar isso.

─ Isso, Lauren, é feio falar comigo dessa maneira. – provocou. – Estou grávida, tem que ser mais delicada.

Lauren soltou uma risada alta que provavelmente chamou a atenção de metade do aeroporto, Camila virou a cabeça rapidamente na direção daquele som e viu a namorada vermelha de tanto rir e uma Dinah carrancuda de braços cruzados.

─ Eu? Delicada? – Lauren balançou a cabeça em negativa. – Está me confundindo com a outra lésbica da relação, Jane.

─ Cale a boca, Jauregui. – bufou, virando o rosto de lado.

─ E você? – a morena virou Emily de lado, a menininha também sorria mesmo sem saber do que estavam falando. Lauren começou a fazer cócegas na pequena e o riso infantil preencheu todo o barulhento aeroporto. – Não vai me defender também, hum? Estou me sentindo traída aqui!

Emily gargalhava alto enquanto torcia-se no colo de Lauren, Joshua resolveu entrar na brincadeira e acabou também entrando na sessão de cócegas. Dinah observava os três com um teimoso sorriso nos lábios, Lauren estava se revelando uma mãe que na verdade a polinésia nunca imaginou vê-la assim. Só em recordar-se da garota perdida e triste que encontrara há um ano atrás no apartamento que dividia com Camila, aquela garota não existia mais.

─ Vão acabar molhando as calças se continuar assim, Laur. – falou Camila ao aproximar-se com um sorriso enorme no rosto.

Ma-mama! – disse Joshua esticando as mãos gorduchas. – A ma-mamãe, ela...

 ─ Pare com isso, Lo. Os dois já estão vermelhos de tanto rir.

Lauren – com muita relutância – parou de tortura-los e virou na direção de onde vinha a voz da latina.

─ Salvos pelo gongo, pestinhas. – falou ao morder a bochecha de Emily e puxar Joshua para si, aproximando-se mais dos dois e sussurrando em seguida. – Sua mama é uma chata e mesmo assim eu a amo, mas não conte isso a ela ou vou dormir com Antares quando chegarmos em casa.

Os pequenos riram acenando em concordância sob o olhar curioso da latina à frente, Camila negou com a cabeça, pegando Joshua no colo e sentando ao lado de Lauren.

─ Pare de fazer planos as escondidas com eles, os dois já estão ficando parecidos demais com você e uma Lauren já é mais que o suficiente. – disse a latina, que revirou os olhos ao ouvir a risada de Dinah do outro lado de Lauren. – Eu estou começando a sentir saudades do tempo em que você não falava comigo. – provocou.

─ Me ame menos, projeto de Minaj. – contratacou Dinah, porém seu sorriso sumiu assim que viu Chris aproximar-se com Sofia e acompanhados de uma baixinha de cabelos um pouco claros, os três riam de alguma coisa dita e uma onda de ciúmes invadiu a polinésia. – Quem aquela anã pensa que é?

─ Tia Ally tá aqui? – Joshua perguntou confuso, apenas para ser repreendido por sua mãe por estar comparando a tia com uma anã. Dinah também levou uma bronca, porém a mesma tinha o olhar matador direcionado ao trio que agora estava quase chegando onde elas estavam.

Chris de cara notou que havia algo de errado com a namorada, e antes mesmo que a mesma criasse uma confusão desnecessária a puxou para longe das outras garotas com um sorriso envergonhado.

─ Onde ela foi? – quis saber Lauren ao ouvir a amiga sair de seu lado.

─ Chris a levou antes que uma guerra se iniciasse. – murmurou Camila sorrindo para as duas garotas paradas a sua frente.

─ Kaki, está é Emma, minha idiota melhor amiga. – falou Sofia atraindo a atenção de Lauren e dos gêmeos, que olhavam curiosos para a garota ao lado da prima. – Emma, estas são minha prima Camila e a vampira ao lado dela é Lauren, sua namorada. E esses pequenos são a creche das duas, Emily e Joshua.

Sofia sussurro um “Depois eu explico” para Emma que sorriu sincera, Camila viu as bochechas da menina corarem acanhada ao estender a mão para cumprimenta-la.

─ Prazer em conhece-las. – falou a mais nova com seu forte sotaque inglês ao apertar a mão de Camila e em seguida virar para Lauren, que a olhava de uma forma esquisita. – Infelizmente, Sofi não me falou nada sobre vocês então me perdoem se cometer alguma gafe. Mesmo eu sendo a “melhor amiga dela” – ela enfatizou o melhor amiga olhando acusatoriamente para Sofi. – Sofi sempre deixou metade da vida dela nas escuras.

─ Você já começou bem. – Sofia zombou logo atrás da garota, que franziu o cenho confusa. Mais confusa ficou quando Emily pegou a mão de Lauren e a colocou por sob a dela. 

─ Sou os olhos da mamãe. – disse a loirinha sorrindo satisfeita quando viu que Lauren cumprimentava Emma, que estava hesitante agora.

─ Sofia deve ter deixado escapar o detalhe de que sou cega. – Lauren falou ao sentir a hesitação da mais nova, porém a morena não falava ressentida e sim compreensiva. – Não esquente, isso acontece muito.

Para o alívio de Emma o voo delas foi anunciado livrando-a de cometer mais uma gafe. Sofia a pagaria mais tarde, que bela melhor amiga ela era! Ela já deveria estar acostumada, afinal sempre que perguntava a Sofia sobre a prima ao qual cederia o apartamento para as duas morarem, a Cabello sempre desconversava e mudava de assunto. Sofia tem a atenção de um bebê, tudo a distrai e eram raras as coisas que a fazia não perder o foco. Emma ainda não sabia o porquê de ter aceitado a proposta para morar na América com a melhor amiga, nem sabia porque Sofia queria voltar para lá já que meses atrás Emma viu a Cabello voltar de lá em pedaços praticamente.

Sofia deveria ao menos tê-la contado um pouco sobre as duas garotas que caminhavam à sua frente, Camila não escondia os traços dos Cabello’s e de longe se percebe que Sofia e ela eram parentes. Agora, a de olhos verdes... E, pela Rainha, que olhos! Lauren não aparentava ter alguma deficiência, e Emma nem perceberia isso se não fosse pela pequena que agora andava segurando na mão de Camila. Falando nisso, os dois eram filhos de qual das duas? Provavelmente de Lauren, eles tinham os olhos azuis e a pele não tinha aquele bronzeado típico dos Cabello’s, se bem que a boca e o nariz dos dois lembra um pouco Camila...

Deus, isso tudo era muito confuso!

─ Meus pais ainda estão no café? – perguntou Lauren mais à frente, ela tinha Camila de um lado e Emily do outro, assim não precisou usar sua bengala.

─ Já estão na fila de embarque, na verdade estão acenando para nós agora e... – nesse momento os gêmeos soltaram-se das duas e correram até os pais de Lauren. – Joshua e Emily, não corram! – a latina grunhiu irritada, controlando-se para não ir atrás dos dois. – Esses dois se fazem de surdos, estão precisando de limites!

Lauren tentou conter o riso, mas o som acabou escapando por entre seus lábios fazendo Camila parar no meio do caminho e encará-la.

─ Quero ver você achar isso engraçado daqui a doze anos quando os dois estiverem fugindo as escondidas para ir para uma festinha de colegial. – indagou.

─ E eu estarei os esperando na sala com uma salva de palmas, porque só consegui fazer algo assim quando tinha quase meus dezessete anos de idade. – provocou a mais velha, apenas para ganhar um tapa no braço e ouvir a namorada se afastar pisando forte, irritada. – Qual é, Camz? Vai me deixar no meio do aeroporto sozinha? Era brincadeira, mulher!

Camila não voltou, continuou a caminhar bufando de raiva na direção dos pais de Lauren. Ela não estava irritada com o que a morena dissera, pelo menos ela achava que não. Estava irritada porque Lauren esqueceu que dia era hoje, logo ela que fez tanta questão de lembrar à Camila a data tão especial que completavam...

Lauren continuava parada sem reação, sua bengala estava na bolsa que estava com Camila e sem ela a morena se sentia impotente.

─ Aqui, peguei você. – disse Sofia ao passar o braço pelo o de Lauren.

─ Ela parecia irritada. – falou Emma, Lauren conseguiu identificar a voz da mais nova. – O que você fez?

─ Sinceramente? – murmurou Lauren enquanto caminhavam para a fila de embarque. – Eu não sei. – a morena balançou a cabeça em negativa, não acreditava que Camila ficara com raiva dela por causa de um comentário idiota. Decidiu que se desculparia por Deus sabe o que no avião, quando a latina não teria para onde fugir. – Emma, não é?

─ Watson. – falou apressada. – Emma Watson.

─ Ok, Emma Watson, por que escolheu os Estados Unidos para seu intercâmbio? E, me desculpe se estou sendo invasiva, mas seus pais não questionaram o porquê de querer ir para tão longe?

Emma sorriu sem graça para a morena mesmo que Lauren não pudesse vê-la. A mais velha aparentava ser perfeitamente normal, se não fosse pelas cicatrizes na face e no olhar um pouco vago –coisas que se notara agora que estava próxima dela –Emma juraria que Lauren era apenas uma garota comum.

─ Meus pais, eles não... – mordeu o lábio, não sabia como contar isso. – Eu moro com minha tia, meus pais morreram quando eu era um bebê. E minha tia, bem, ela não liga muito para o que eu faço a não ser que isso cause algum problema na vida perfeita dela e dos filhos mimados. Então, eu tenho a herança dos meus pais e algum dinheiro que vim juntando há um tempo e resolvi agir por conta própria. – a mais nova deu de ombros, aquele assunto realmente não tinha tamanha importância agora quanto antigamente. – Tia May não se importou em assinar toda a papelada para me libertar de suas garras, mesmo eu sendo menor de idade, felizmente isso mudará esse ano, mesmo assim eu consegui visto temporário para morar na América com supervisão de uma pessoa maior de idade.

─ Que no caso é nossa amada Camila. – completou Sofia.

─ Então, não sabe nada sobre nenhuma das pessoas com as quais vai morar mesmo sendo melhor amiga da prima de uma dessas pessoas. Você é uma adolescente de dezessete anos que não tem laços familiares e resolveu morar em um país totalmente desconhecido e de quebra ficará na responsabilidade de uma garota de vinte anos, mãe de dois filhos e dona de um restaurante cubano no centro de Miami. – observou Lauren, as três agora já estavam a caminho do avião. – Garota essa que setenta por cento do tempo agi igual aos filhos de três anos de idade... – Emma ia falar alguma coisa, mas fora interrompida por Lauren. – Seja bem vinda ao time, Watson.

A mais nova olhou para a amiga, não sabia ao certo como reagir ao que ouvira. Sofia apenas deu de ombros, sua atenção voltada para um dos comissários que as recebia na entrada da aeronave.

─ Obrigado, eu acho. – murmurou Emma por fim, mesmo sem saber o que pensar sobre isso.

 

                                                        _________________________________________

 

Eles já estavam no ar há mais ou menos três horas, ainda tinham um longo caminho até Miami e nesse momento muitos dormiam inclusive os gêmeos que dessa vez estavam perto de Clara e Mike. Camila e Lauren estavam sentadas próxima a Emma, já que Dinah tinha um olhar ameaçador para a pobre garota que não tinha ideia do que fez para provocar a ira da loira mais velha. Sofia por sua vez estava próxima de Chris e Dinah.

─ Ainda pensando na conversa que teve com sua avó? – quis saber Lauren ao notar que Camila estava quieta demais ao seu lado. A latina não estava dormindo, Lauren saberia se tivesse já que a conhecia muito bem, e desde que entraram no avião Camila pouco falara. Lauren sabia que não era por causa do mal entendido no aeroporto, longe disso. Tinha algo a mais perturbando sua menina.

Camila suspirou ao lado da morena, descansando a cabeça no ombro de Lauren. Havia tanta coisa acontecendo que a latina não sabia nem por onde começar.

─ Estou pensando em tanta coisa no momento, Lo. – disse entrelaçando seus dedos nos de Lauren. – Mas, sim isso também. Minha abuela foi bem... Rígida comigo, disse coisas que eu não esperava.

─ Se estiver pronta para falar sobre, saiba que estou aqui para você.

─ Eu sei, boo. – a mais nova deu uma espiada para ver se Emma estava dormindo, não queria problemas mais tarde por falar demais e a garota acabar ouvindo o que não devia. Afinal, Camila não sabia se podia confiar nela, mesmo sendo a melhor amiga de Sofia. A latina viu que garota de cabelos claros dormia profundamente. – Eu... Quero falar, acredite. Só não... É complicado, sabe? As palavras que ela disse ainda machucam um pouco.

A latina suspirou mais uma vez, fechando os olhos ao recordar-se das duras palavras de sua abuela.

 

FLASHBACK ON

 

Camila hesitou ao bater na porta do quarto de sua abuela, ela tinha evitado o máximo possível essa maldita conversa porque já tinha uma ideia do que viria a seguir. Ela conhecia sua avó, aliás, conhecia bem até demais. Sinu Cabello não era como era à toa, Sinu era até uma cobra sem veneno perto da mãe. A matriarca Cabello era rígida demais, tradicional demais e suas decisões e ordens quase nunca eram questionadas. Camila fora a primeira a ousar fazer isso no passado e sofria com isso até hoje.

Com o pouco de coragem que restou, a latina bateu levemente na porta do quarto ao constar já está ali parada a mais de dez minutos rezando para que sua avó estivesse dormindo.

Ela não estava.

─ Entre menina, pensei que ficaria plantada aí na porta desse quarto. – disse a Sra. Cabello de dentro do cômodo, sua voz era rígida o que indicava que ela não estava nos seus melhores dias. Camila estremeceu ao adentrar no quarto.

─ Oi, abuela. – falou a mais nova ao entrar e avistar a senhora mais velha sentada em uma das duas poltronas próxima a janela. A Sra. Cabello fez sinal para que ela sentasse na poltrona vaga, o que Camila hesitantemente o fez. – Queria conversa comigo?

─ Achei que tinha ficado óbvio isso, assim como ficou óbvio que estava fugindo de mim.

─ Eu não estava...

─ Não me interrompa, Karla. – ralhou, fazendo a latina mais nova baixar a cabeça. – Eu deveria ter ido para a América e resolver isso de vez, mas quando Sofia retornou e Sinu sumiu...

─ Fugiu, abuela, mama fugiu. – Camila ousou interrompê-la, falar sobre sua mãe a tornava mais ousada. Ela odiava falar sobre a mulher que quase destruíra sua vida.

─ No me interrumpa de nuevo, niña, o voy ensenarte a respetar a tus mayores! – disse em espanhol, sua voz era rígida e afiada. – Sua mãe foi irresponsável e incompetente assim como sempre foi desde pequena, sempre teimosa e irracional. Mas, quando ela casou com tu padre pensei que as coisas entrariam nos eixos... Só que ela ficou obcecada, mais do que sempre fora. Queria um filho, queria um menino pra carregar o sobrenome Cabello e deixar o falecido pai dela orgulhoso, mas depois de várias tentativas falhas veio você. – a mulher apontou para a mais nova, que tinha o olhar interrogativo sem saber onde a avó queria chegar com aquela conversa. Se bem que esse era um lado de Sinu que Camila nunca conhecera, e tinha de admitir que estava interessada no relato de sua abuela. – Tu madre nunca gostou da ideia de ter uma menina, e depois que você nasceu ela tentou e tentou ter mais um filho, mas ela sempre falhara. Eles sempre iam antes do tempo. Com o tempo eu pensei que ela tinha aceitado o fato de que só teria você, por isso a deixei cria-la naquele país corrompido. – fez um som reprovador com a boca, suas feições eram duras e reprovadoras. – Ela falhou, mais uma vez. Não soube educa-la, nunca soube. As duas crianças na minha sala são a prova disso, e aquela garota cega também.

Camila ergueu o olhar para fitar a avó, arrependendo-se em seguida ao ver o olhar inquisidor que a mais velha carregava. Olhar esse que a fez estremecer.

─ Eu aceitei a estadia desse pessoal em minha casa apenas porque era o certo, Karla. – continuou. – Não aprovo isso, nunca aprovei. A incompetente da sua mãe não soube educa-la como uma verdadeira dama, não essa pervertida imoral que estou vendo na minha frente. Aquelas crianças precisam de um exemplo de uma família normal para crescerem saudáveis, foi uma pena Sinu não ter conseguido a guarda deles. – a mais velha dera de ombros, recostando-se na poltrona. – Não estou dizendo que aprovo o modo ela fez o que fez, longe disso, mas o ponto principal de toda aquela confusão...

─ Está me dizendo que apoia aquela louca? – questionou a latina um pouco mais alto do que pretendia. – Desculpe interrompê-la novamente abuela, mas não posso acreditar que está do lado daquela mulher!

─ Eu não disse isso, Karla, e baixe esse tom quando estiver falando comigo!

─ Mas foi o que pareceu dizer! – Camila levantou da poltrona, estava transtornada e muito magoada com a avó. – E não me diga como educar meus filhos, eles são felizes e tem uma família que os ama de verdade! Você sempre soube do que mama estava fazendo comigo e nunca sequer moveu um dedo para impedi-la!

A latina viu a avó abri a boca surpresa, porém não surpresa pela acusação e sim porque Camila conseguira ligar os pontos e descobrir a verdade.

─ Você sempre soube, não é? – continuou a mais nova ao constar que estava certa. – Sempre soube dos gêmeos, sempre soube da atrocidade que aconteceu comigo e das chantagens da minha mãe. Você diz tanto que ela era fraca, mas você quem é a fraca da história por nunca interceder pela sua própria neta! Por que, abuelita? Por que não me protegeu no passado?

─ Porque era o certo a se fazer. – falou a mulher crua e friamente também levantando-se da poltrona onde estava e indo ao encontro da neta mais velha. Fitou aquelas esferas cor de chocolate que eram idênticas as suas e viu dor e revolta refletidos ali. Inspirou profundamente, sentindo-se cansada e velha demais para esses tipos de dramas familiares. – Você era jovem demais, Karla. Ingênua demais, e ainda com essas ideias mirabolantes na cabeça de gostar de... – fez uma careta. – Gostar de...

─ Mulher? Por eu gostar de mulher? Está me dizendo que não fez o que era certo no passado porque eu sou gay, é isso? – empinou o queixo, enfrentando a mulher a sua frente. – Pois saiba que não me envergonho de quem sou e menos ainda por ter Lauren em minha vida. Meus filhos estão felizes comigo e com a outra mãe deles, e se a senhora se envergonha de mim... Apenas tenho pena, porque não vou mudar.

─ Entenda como quiser, criança. – a matriarca Cabello desviou o olhar da neta, saindo de perto de Camila e indo até sua cama deitando-se em seguida. – Suas escolhas refletem não apenas em você, Karla. Não aprovo e nunca aprovarei sua opção imoral de vida, nisso sua mãe sempre esteve certa. Agora, saia e me deixe descansar.

Camila olhou para a mulher mais velha deitada na enorme cama, as lágrimas queimavam em seus olhos e ela não as permitiria cair. Não mais. Não por isso. Mas, a dor estava presente ali era apenas mais uma ferida abrindo-se em seu já machucado coração.

 

FLASHBACK OFF

 

Lauren apertava o frágil corpo da latina que tremia ao finalizar seu relato, Camila chorava o mais silenciosamente possível para não chamar a atenção dos outros passageiros. Ela, desde essa conturbada conversa que tivera coma avó, tentou ignorar as palavras da mulher e não pensar no assunto. Porém, ali estava ele de novo tornando a atormentá-la e a cutucar a recém ferida formada em seu coração.

─ Eu sinto muito, Camz. – sussurrou Lauren. – Não sabia que sua avó pensava isso de você, e de nós. Ela pareceu tão... Normal no modo como agia na presença da minha família e comigo que sequer percebi que era tudo encenação.

─ Pode ver de onde Sinu aprendeu a fingir tão bem. – murmurou amargamente a latina, limpando as lágrimas e fungando. – Mas, como eu disse não me arrependo de nada, Lo. Dói, muito, saber que minha própria avó tinha noção do que acontecia comigo e fingiu não ligar, eu sempre suspeitei disso desde quando passei meu resguardo em sua casa. Só que... Não importa mais, entende? Claro que vou sentir falta dela, mesmo involuntariamente, e dos meus primos, mas não posso conviver e deixar que meus filhos convivam com uma pessoa de mente tão pequena.

─ Não vou permitir que ninguém mais a machuque, Camz. Nem a você e nem aos nossos pequenos. – Lauren beijou o topo da cabeça de Camila passando um braço pelos ombros da mesma e a abraçando-a, os dedos fazendo cafunés na cabeça da mais nova. – Eu amo vocês demais para deixar que algo assim aconteça.

Camila pode-se permitir sorrir, relaxando aos poucos com os leves cafunés que Lauren a fazia. Elas ficaram em silêncio por alguns segundos, apenas deixando a quietude que perdurava na aeronave as envolve-las. Estavam tão concentradas no pequeno mundo delas que nem notaram o movimento ao lado de Camila.

─ Sua avó já fez coisa bem pior, Camila. – murmurou Emma assustando as duas, Camila virou a cabeça rapidamente fitando confusa e espantada a mais nova, que evitava encarar o olhar das duas e fitava pensativa e amargurada a escuridão que vinha do lado de fora do avião. – Sofia não está indo morar na América apenas porque gosta de vocês.

Camila tentou falar alguma coisa, mas Emma colocou os fones e virou-se de lado indicando que não queria continuar aquela conversa solitária.

O que ela quis dizer com isso? O que a matriarca Cabello tinha feito de tão grave para Sofia que a fez abandonar os pais e os irmãos para morar em um país do outro lado do oceano? Pelo canto do olho a latina avistou a prima que dormia profundamente com a cabeça escorada em Dinah, Sofia nunca demonstrara nada que fizesse Camila desconfiar que algo de grave tinha acontecido. Apesar de que a latina recordava-se bem de estranhar o fato da prima aparecer do nada em Miami acompanhada dos pais de Camila.

Camila deixou uma nota mental para perguntar a prima o que tinha acontecido quando chegarem em casa, depois do casamento.

 

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─ Tenho mesmo que usar essa coisa, tia Mila? – reclamou Benjamin ao mexer desconfortável em sua gravata. Estavam na casa da mãe de Lauren onde todos se aprontavam para ir ao casamento, casamento este que aconteceria no jardim da casa dos avós da noiva praticamente do outro lado da cidade.

─ Apenas durante a cerimônia, BenBen. – falou a latina ao arrumar –mais uma vez –a gravata do pequeno Ogletree. Ela já estava devidamente vestida, assim como a maioria das pessoas na casa. – Prometo que tiro isso de você quando a festa começar, ok?

Benjamin assentiu receoso, ainda não gostava da ideia de usar aquela coisa apertando seu pescoço. Algo na sala chamou a atenção do pequeno, que correu em disparada deixando Camila para trás. A latina levantou com cuidado para não danificar o vestido que usava, era algo simples e elegante, branco gelo – exigência da noiva – e que possuía uma renda delicada que deixava suas costas nuas. O vestido ia até o meio das coxas, nada muito exagerado já que o casamento seria ao ar livre.

Girou nos calcanhares, apenas para parar petrificada no lugar ao notar o que chamara a atenção de Ben.

Lauren.

E, inferno, ela estava gostosa naquele maldito vestido rendado! Ele ia também até o meio das coxas da morena deixando-as perigosamente expostas demais, e tentadoramente também. Os longos cabelos negros estavam soltos – assim como os da latina – com leves cachos nas pontas, e a maquiagem era leve adequada para o tipo de casamento.

─ Olha ela. – falou Dinah atrás da latina, fazendo-a pular no lugar com o susto. – Tem um pouco de baba escorrendo aí, Walz.

─ Vá se fo...

─ Opa! – Dinah a interrompeu apontando para Emily que estava parada próximo dali. – Nada de palavrões perto das crianças, esqueceu?

─ Desde quando se importa com isso? – disse Camila, que ainda tinha seu olhar direcionado a sua namorada.

─ Bom... – a loira aproximou-se mais de Camila ficando perto o suficiente para que ninguém as ouvisse. – Desde que descobri que terei um pestinha desses daqui há alguns meses.

Dinah tinha decidido não contar sobre a gravidez por enquanto e Chris concordara, ela estava de poucos meses e sua barriga ainda não era notável o que ajudaria muito. A verdade era que diante tudo o que vinha acontecendo era melhor deixar para contar a novidade quando tudo estivesse mais calmo.

─ Ter um bebê não será o milagre que tornará Dinah Jane responsável. – provocou, sorrindo enquanto se afastava da amiga e ia até Lauren. – Mas, pode ir treinando, quem sabe um dia isso aconteça!

Não esperou pela resposta de Dinah, pois seus pensamentos estavam ocupados demais admirando a beleza da mulher que orgulhosamente ela podia chamar de sua. Ben já havia largado da tia e agora estava sentado no sofá ao lado de Joshua, que estava fofo demais em seu terninho e gravata roxa. Ele seria um dos pajens já que Benjamin seria o outro, e Emily seria a responsável por levar as flores. A pequena estava conversando animadamente com Emma e Sofia, Emily usava um vestido branco gelo igual ao de todas as mulheres do casamento, a peça era estilo balão com alguns detalhes na parte de cima e de alcinhas, uma tiara simples de flores enfeitava seus cabelos loiros que estavam mais curtos agora devido a uma pequena travessura que resultara em Camila sendo obrigada a cortar parte das mechas loiras da filha. 

Seus filhos estavam diferentes de alguns meses atrás, aos poucos as feições de bebês estavam sendo substituídas por traços mais infantis de crianças de três anos e meio.

─ Vai ficar parada aí, Camz? – falou Lauren despertando-a de seus pensamentos. Camila não ficava mais surpresa quando a morena adivinhava que ela estava perto. A morena sorriu arqueando uma sobrancelha. – Está admirando a beleza da sua namorada?

Por algum razão Camila corou, baixando o olhar por alguns segundos mordendo o lábio, para então erguê-lo novamente e dessa vez havia um brilho especial em seus olhos ao fitar Lauren.

─ Estou pensando na garota de sorte que você é. – falou, pegando a morena e passando os braços pela cintura de Lauren. Sorriu. – E em como vou exibir você hoje para todos os convidados e pensar “Podem olhar, porque no final do dia é na minha cama que essa gostosa acaba”.

O riso de Lauren ecoou por toda a sala, a morena jogou a cabeça para trás e depois beijou Camila de leve, apenas um curto selinho.

─ Você é uma idiota, Cabello. – retrucou enquanto suas mãos passeavam pelas belas curvas da latina. Não era um toque com segundas intenções, era a forma que Lauren tinha para saber como a pessoa estava vestida. – Merda! – praguejou. – Vou ter que levar Antares para manter os tarados longe da minha garota!

─ Não acho que a noiva vá gostar da ideia. – disse a latina sorrindo.

Ouviram um ruído de desgosto logo atrás das duas, que pararam o que estavam fazendo e viraram automaticamente na direção do som.

─ Parem com essa pornografia na frente das crianças, suas safadas. – disse Vero, que também usava um vestido parecido com o de Lauren e Camila. – Esperem até mais tarde quando a Lau...

Veronica! – Lauren a interrompeu antes que ela falasse demais. – Por que não vai cuidar da sua medíocre vida, hum?

─ Porque importunar você é bem mais divertido. – Vero deu de ombros. – Mas, não vou ser estraga prazeres, não hoje. Agora, alguém viu a gostosa vulgo minha namorada? E, me digam mais uma vez, por que todo mundo teve de se arrumar aqui?

─ Porque vamos todos juntos, por isso. – Camila quem respondeu, seu tom era o que usava com seus filhos.

Nesse momento Clara apareceu junto de Lucy e Ally, que estava a coisa mais linda com aquela barriguinha de grávida e usando aquele vestido também rendado, só que mais solto que os das outras. Ouviram uma buzina lá fora, o que indicava que os homens já estavam impacientes e as aguardavam na van que levaria toda a trupe para o casamento.

─ Muito bem. – falou Clara batendo palmas e chamando a atenção de todos. – As crianças vão comigo para me certificar de que nada aconteça com suas roupas, o resto vai no banco de trás porque ainda precisamos passar no apartamento para pegar Taylor e Normani e aqueles seres que chamam de namorados. – a mais velha revirou os olhos. – Só espero que com esse Taylor fique mais que um mês, ele é meio esquisito, mas é um bom garoto. – pensou em voz alta arrancando risos das garotas. – Ok, vamos nessa!

Então, com o devido cuidado para não amarrotarem seus vestidos todas as garotas entraram no veículo onde Chris, Mike e Troy já as aguardavam. Depois de passar no apartamento de Normani e pegar a dupla de casal, seguiram até o casamento.

 

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Lauren tinha os ouvidos atentos a toda a movimentação que acontecia a sua volta, ela era uma das várias madrinhas do casamento e assim como todos aguardava a entrada da noiva. Camila relatava para a morena como estava toda a decoração do jardim onde o casamento acontecia, Lauren só estivera ali uma vez quando era mais nova e fora apenas para o aniversário da amiga, mas não era difícil de se imaginar o quão lindo deveria estar. Segundo Camila, haviam flores espalhadas por todo o terreno e tudo era branco, a decoração e as roupas que os convidados usavam. Exigência da noiva. Os únicos que usavam cores diferentes era o noivo, que usava um terno cinza, os pajens que usavam preto e o pai da noiva que também usava um terno preto.

A cerimônia seria apenas no civil já que nenhum dos noivos optaram por casar em uma igreja. Quando – finalmente, porque os pés de Lauren já estavam matando-a com aqueles malditos saltos – a música mudou indicando que a noiva se aproximava, todo o lugar ficou em silêncio para apreciar a beleza da jovem mulher.

─ Vicent sortudo. – murmurou Dinah para que apenas as madrinhas ouvissem. – Keana tá gostosa demais nesse vestido.

No está muito... Ousado demais? – disse Juliet com seu forte sotaque francês que fazia o ousado soar mais para ousadÓ, ela era a irmã de Vicent e também a única madrinha que tinha algum laço de sangue com um dos noivos.

─ Você já não a tinha visto quando ela estava trocando de roupa? – questionou Lucy franzindo o cenho.

Oui, mas maman quem a ajudou a escolher. – a morena alta torceu a boca um pouco receosa. – Pensando bem, Keana e ela tem muito em commun...

As outras madrinhas se controlavam para não rir da cara espantada que Juliet fazia e tornaram a se concentrar na entrada da noiva, que agora estava no meio de seu trajeto. Emily sorria orgulhosa na frente do irmão e de Ben, a menininha espalhava pétalas de rosas por todo o caminho e os meninos levavam cada um uma aliança em duas pequenas almofadas brancas. Keana usava um vestido branco com detalhes de renda até o meio das coxas, onde depois uma calda média caia até seus pés. O vestido era... Bem ousado, como Juliet mesmo dissera. A renda se espalhava deixando a pele da noiva estrategicamente exposta, o decote era bem vantajoso, nada muito exagerado, mas chamava a atenção.

Quando a noiva finalmente parou ao lado do orgulhoso noivo e as crianças foram sentar-se na primeira fileira ao lado da mãe de Lauren, todos os convidados também sentaram e aguardaram a cerimônia enfim começar.

─ Tá gostosa, Ke. – comentou Vero piscando para a amiga, que riu e balançou a cabeça em negativa revirando os olhos.

─ É bom você cuidar dessa garota, projeto de Don Juan. – ameaçou Dinah apontando para o noivo.

─ Dinah. – disse Normani olhando confusa para a amiga. – Don Juan era espanhol, não francês.

─ Tanto faz! – Dinah bufou. – Eu corto o pinto desse moleque de qualquer jeito se ele ousar machucar nossa modelo gostosa!

Vicent – assim como parte dos convidados que ouviram a ameaça da polinésia – apenas riu do jeito estabanado e protetor das amigas da noiva.

─ Não se preocupe, cuidarei bem de ma fleur. – garantiu o rapaz, sorrindo apaixonado para a noiva.

Arg, só vou ficar calada porque acho esse sotaque francês sexy! – exclamou a polinésia, sorrindo para a amiga e arrancando mais risos por parte dos convidados.

A cerimônia decorreu mais calma depois disso, os noivos trocaram seus votos e fizeram seus juramentos assinando orgulhosos os papéis que os declaravam marido e mulher. Keana estava estonteante, Lauren gostaria de poder vê-la no momento e apreciar mais adequadamente o casamento da amiga de infância. Elas podiam ter ficado um tempo afastadas quando Keana resolveu seguir seu sonho de modelo e viajar mundo afora, mas depois que retornou a Miami pouco mais de um ano atrás Lauren e ela se reaproximaram e a amizade voltou a ser como era antes.

Lauren pegou-se imaginando em quando fosse a sua vez de casar, não que ela quisesse algo desse tipo, uma cerimônia simples numa praia estava ótimo para ela. O problema era que... Não apreciar Camila – sim, ela tinha certeza que se um dia casasse seria com sua latina – o fato de não poder vê-la usando um vestido de noiva, ver seus olhos brilhando enquanto caminhavam até o altar... Isso era o que mais doía só de imaginar.

Ser cega é uma droga, se ela tivesse ao menos um vislumbre de como era o rosto de Camila... Por que nunca a viu na faculdade antes do acidente? Merda, se ao menos...

─ Laur. – falou a latina tocando em seu braço e arrancando-lhe de seus devaneios. – Acabou a cerimônia, boo.

─ Tá na hora de mexer essas montanhas que chama de bunda, Camilinha! – gritou Vero mais ao longe, já que apenas Lauren e Camila continuavam paradas no altar improvisado.

─ Preciso ver onde Emily e Joshua estão, os vi correndo de mãos dadas para o outro lado do jardim onde a festa está acontecendo. – Camila soltou um riso rouco. – Temos de ir antes que os dois derrubem o bolo.

Lauren apenas assentiu, deixando-se ser guiada por Camila e seguindo na direção da festa.

 

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─ Dinah está por perto? – perguntou Lauren enquanto dançava com Camila. Já era noite e a festa estava em seu ápice.

─ A vi correndo escondida na direção da casa, provavelmente para vomitar novamente. – Camila espiou por cima do ombro de Lauren e avistou Emily sentada no colo de Clara e Joshua brincando no gramado com Ben. – Vamos nos sentar, esses saltos estão me matando.

─ Só me avise quando Dinah aparecer.

─ O que quer tanto com Dinah?

─ Ela me deve um favor e pretendo cobrar hoje. – Lauren sorriu, aquele sorriso de quem estava aprontando e Camila sabia muito bem disso.

A latina olhou desconfiada para a namorada, mais cedo a pegara aos sussurros com Dinah e agora isso... Aí tinha coisa e ela ia descobrir o que era, ou não se chamava Camila Cabello!

─ Até que enfim largou dela, Lo. – disse Mike ao levantar e puxar a nora pelo braço. – Você me deve uma dança, mocinha.

─ Papa, Camila está...

─ Deixa Lo. – interrompeu a latina rindo do jeito sorridente do sogro. – Só mais uma dança não me fará mal algum.

Enquanto era arrastada por Mike de volta a pista de dança, Camila quase esbarrou em Dinah que parecia um pouco abatida. A latina recordava-se da época em que sofria com os enjoos da gravidez e sorriu solidária para a melhor amiga, que se jogou na cadeira ao lado de Lauren.

─ Você está bem, Dinah? – quis saber Clara olhando preocupada, e também desconfiada, para a loira.

─ Sim, foi só um mal-estar causado pelo camarão. – disse Dinah sorrindo nervosa.

─ Você odeia camarão. – Sofia, que estava conversando com Emma sobre algum carinha que tinha chamado a atenção das duas, resolveu entrar na conversa.

Eu odeio! – retrucou a loira. – Não me deixem mais chegar perto da mesa de mariscos, por favor!

A mesa explodiu em um ataque de risos diante a careta que a polinésia fez, essa que por sua vez cruzou os braços junto ao peito bufando zangada por estar sendo o motivo dos risos.

Babacas. – murmurou emburrada.

─ Não é tão legal quando se está do outro lado, não é Jane? – provocou Lauren ao seu lado, ouvindo um rosnar ameaçador por parte da mais nova o que a fez rir ainda mais. – Ei, precisamos conversar sobre... – Lauren abaixou o tom da voz. – Você sabe sobre o que é.

─ Já tá na hora de ir? – Dinah olhou para a pista procurando Camila que sorria de algo –provavelmente mais uma das piadas de Mike. – Aproveita que meu humor está glorioso e vamos logo resolver isso de uma vez por todas.

─ Chris já sabe?

─ Sim, é só a Keana jogar o buquê idiota e ele me levará para a arrumar tudo.

Foi só Dinah fechar a boca que ouviram Keana gritar para que as mulheres presentes se aproximassem para que ela jogasse o seu buquê. Lauren ouviu um burburinho se formar, que para ela era sem explicação coerente já que era um buquê idiota como Dinah mesmo dissera.

─ Vou chamar a Walz pra ir comigo até lá, não quero pegar aquilo, mas gosto de fazer bagunça e impedir as mulheres desesperadas e encalhadas de pegarem o buquê! – disse Dinah animada enquanto levantava e ia até Camila, arrastando-a para onde a pequena multidão de mulheres se formara.

─ Não quer ir? – perguntou Clara, mexendo nos curtos cabelos de Emily. Lauren virou na direção da voz da mãe com uma expressão de “tá de brincadeira, né?’’ – Eu estava só brincando, relaxe! – explicou-se, rindo da cara da filha do meio. – Vamos todos dormir por aqui, convite da Sra. Issartel.

─ Camila e eu dormiremos em outro lugar. – anunciou a morena. – Não me pergunte o motivo, por favor!

─ Não vou! – Clara riu da face avermelhada da filha. – Mas, aposto que vão comemorar o primeiro ano de vocês. – Lauren abriu a boca, surpresa com as palavras de sua mãe. – O quê? Presto atenção nas coisas! – a mulher ponderou o que disse. – Ok, admito que ouvi uma conversa sua com Dinah mais cedo.

─ Não conte para ninguém, mama!

─ Não ousaria. – Clara sorriu, mas logo adotou uma expressão séria. – Só... Não exagerem.

Lauren afundou-se mais na cadeira, não achava que seu rosto pudesse ficar mais vermelho do que estava agora.

Mais afastadas dali estavam as garotas, que se acotovelavam para ficar o mais perto possível de Keana.

─ Não sei o que estou fazendo aqui. – murmurou Camila para Dinah.

─ Causando tumulto, bunda grande! – fora Vero quem respondeu, sorrindo cúmplice para Dinah.

Keana deu mais uma espiadela na turma atrás de si, sorrindo largamente ao ver o desespero de algumas mulheres mais velhas.

─ Ok. – falou ela. – No três, garotas! Um... Dois... TRÊS! – e então jogou o buquê, girando nos calcanhares para ver quem fora a sortuda que o pegara.

─ Que merda! – exclamou Dinah segurando o buquê como se fosse tóxico. – Eu não quero isso, pega!

─ Pensei que quisesse casar! – disse Camila assustada assim que a amiga empurrou o buquê para ela. – Lauren e eu não pretendemos casar agora, pega isso! – jogou para Vero, que quase deixou o buquê cair.

─ Opa, opa! – exclamou a namorada de Lucy. – Tô passando longe da fila do altar por enquanto, Miss Bumbum! – virou para a pessoa que estava mais perto dela e jogou o buquê nas mãos da garota. – Fique você com isso!

─ Eu mal comecei a namorar! – exclamou Normani assustada. – Não quero esse negócio!

Juliet, que observava a discussão impacientemente, resolveu acabar logo com aquela briguinha idiota e pegou o buquê das mãos de Normani.

Mon Dieu! – exclamou a irmã de Vicent. – Eu fico com isso, merci!

─ Você não vai casar com aquele éhonté, Juliet Beaumont! – gritou Vicent do outro lado da pista de dança, andando a passos enfurecidos até a irmã mais nova.

Aquilo sim era um casamento de verdade, pensou Lauren que ouvia toda a confusão rindo loucamente ao lado da mãe.

 

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─ Onde estão Chris e Dinah? – perguntou Camila que agora estava sentada ao lado de Lauren. A latina notara que a melhor amiga sumira logo depois da confusão do buquê, o que já fazia algum tempo agora que se dera conta. – Espera... – semicerrou os olhos ao pensar ter avistado Chris aproximando-se de onde um grupo de homens conversavam. – Onde seu irmão deixou minha melhor amiga?

─ Chris já voltou? – quis saber Lauren levantando-se e esticando a mão para que Camila a segurasse. – Essa é a nossa deixa, então.

─ Deixa? – a latina estava confusa, mas levantou e segurou a mão que Lauren a oferecia. – Para onde vamos?

─ Nos leve até seu carro, lá saberá. – Lauren sorriu. – Não se preocupe, quero apenas me redimir por ter esquecido do nosso aniversário de um ano.

Camila olhou desconfiada para a namorada, virando a cabeça para fitar as pessoas que estavam sentadas na mesma mesa que elas parando apenas ao encontrar o olhar de Clara, que sorria para ambas.

─ Divirtam-se, crianças! – exclamou a mulher mais velha arrancando olhares confusos das outras pessoas na mesa.

Lauren riu, puxando Camila para que continuassem a andar e murmurando para que as levasse logo até seu carro.

 

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Camila estava um pouco confusa, Lauren não dissera uma palavra desde que a arrastara para longe da recepção do casamento de Keana e Vicent. Aliás, ela andava bem misteriosa durante todo o dia, Dinah também.

─ Por que estamos aqui? – questionou a latina olhando interrogativa para a namorada. – Por que estamos na casa dos seus pais?

Lauren tinha um sorriso travesso nos lábios, a morena continuava parada na entrada na casa dos pais e aguardava Dinah dá o sinal verde para que desse continuidade com o seu plano.

─ Tenha mais um pouco de paciência Camz. – falou, puxando a namorada para seus braços e beijando o topo da cabeça da latina, que parecia tão pequena e frágil em seus braços, porém Lauren sabia o quão essa fachada de menininha trazia por trás uma mulher forte e de opinião. – Dinah ainda não liberou a nossa entrada.

─ O que Dinah tem a ver com isso? Sério, Lo, está me assustando. – Camila afastou-se um pouco para poder fitar aquelas esferas verdes esmeralda, tão misteriosas e poderosas. – Não vai me pedir em casamento, não é? Porque ainda somos novas demais para isso, eu sei que é irônico levando em conta as circunstâncias em que nossa vida se encontra, mas talvez você esteja inspirada pelo casamento da Keana e...

─ Camz, relaxa. – Lauren a interrompeu, rindo da forma como a latina se atrapalhava com as palavras. – Não sou para casar, lembra-se? Apesar de que seria uma honra desposar você, Srta. Cabello.

Camila arqueou uma sobrancelha, o seu típico sorriso torto nos lábios.

─ Então, não é para casar? – indagou, aproximando a boca dos lábios rosados da morena ficando perto, porém não o suficiente para seus lábios tivessem contato um com o outro. – Tem certeza disso?

─ Não provoque, Camila. Sabe que se arrependerá mais tarde, mesmo que eu ame fazê-la arrepender-se disso...

─ Você é uma safada, Jauregui. – aproximou-se ainda mais, mordiscando de leve o queixo da mais velha que tinha os olhos fechados apreciando a sensação dos lábios da latina em sua pele. Camila continuou a distribuir beijos por toda a face de Lauren, demorando-se nas cicatrizes espalhadas pelo pálido rosto da morena. Elas eram poucas, apenas a próxima do olho e na testa que eram mais nítidas se você chegasse perto o suficiente para enxerga-las. Tudo isso apenas servia para tornar a beleza de Lauren mais pura e incrível. – Eu amo suas cicatrizes, cada uma delas. Sabe disso, não é? Sabe que se eu pudesse não mudaria nada em você, nada.

─ Queria tê-la conhecido quando ainda enxergava, queria poder ter uma ideia de como é. Poder tocar seu rosto e imaginar como ele é de verdade, e não essas fantasias que crio em minha mente. – o sorriso de Lauren era fraco agora, Camila sempre teve uma noção de como a morena se sentia em relação a isso, mas fazia tempo que Lauren não tocava mais no assunto que ela achou que ele já teria sido esquecido. Ela estava errada, pelo visto. – Não me arrependo de como chegamos até aqui, foi um longo ano, mas... É frustrante às vezes, sabe? Não saber como o amor da sua vida é. Como posso idolatrar meu céu se nem ao menos sei como ele é?

─ Talvez ele só queira ser amado, e o resto realmente não importa. – a latina finalmente a beijou, ela ansiava por isso e não podia perder mais um segundo longe dos lábios da morena.

Não depois do que Lauren dissera sem nem ao menos dar-se conta disso, admitir que Camila era o amor de sua vida era... Porra, Camila nem tinha palavras para descrever o que estava sentindo agora. Lauren passou os braços por dentro da fenda do vestido nas costas de Camila, que arrepiou-se com o toque frio da morena em sua pele quente e, inferno, ela estava pegando fogo! O beijo, antes calmo, agora tornava-se algo primitivo e ansioso. Suas línguas travavam uma batalha pelo controle e suas respirações ficavam cada vez mais descompassadas, elas não se importavam se estavam na entrada da casa dos pais de Lauren e se alguém podia estar vendo essa sessão de amasso delas. Tudo o que importava era o contato de seus lábios e a pequena bolha em que se encontravam.

Yuck! Parem de se comer na porta da minha sogra, bando de taradas! – exclamou Dinah ao abrir a porta e se deparar com a cena meio que... Quente. A polinésia viu as duas garotas virarem assustadas e com os vestidos que um dia fora glamoroso agora amarrotado. Balançou a cabeça, nunca entenderia essas lésbicas e suas necessidades de ficarem se comendo a todo instante. Deus sabe quantas vezes já pegara essas duas nessa mesma situação, sem falar de Lucy e Vero... – Pó de arroz danificado, já está tudo como pediu. – falou ao passar por elas e ir na direção do carro em que Camila e Lauren vieram.

─ Seu time continua perfeito, DJ. – reclamou Lauren, provocando um revirar de olhos por parte da loira. – Mas, obrigada mesmo assim.

 ─ Me agradeça fazendo essa vadia gemer a noite toda, ela está insuportável desde Londres.

─ DINAH! – gritou a latina arregalando os olhos e sentindo sua face esquentar de imediato. – Que porra vocês duas tão planejando? – virou-se para a melhor amiga que agora estava abrindo a porta do motorista do carro. – E onde vai com o meu carro? Precisamos dele para voltar para a festa!

Dinah soltou uma risada debochada, e Camila pode ver pelo canto do olho que Lauren também sorria.

─ Acredite, Mila, não vai precisar desse carro. – Dinah entrou no veículo, sorrindo satisfeita ao constar que as chaves estavam lá assim como Lauren dissera que estaria. – Aproveitem a noite, casal. Eu diria para que não fizessem nada que eu não faria, mas não soaria muito bem levando em conta que gosto mais do que dedos para me divertir. Enfim, curtam a noite de vocês! E feliz um ano, suas gays.

A polinésia deu partida no carro, sorrindo ainda mais ao ver a expressão de espanto na face de Camila. Ela podia achar a ideia de Lauren um pouco tosca e simples, porém o motivo e a causa... Lauren podia até dizer que não era uma romântica, mas depois do que ela pediu para Dinah fazer hoje a polinésia sabia que era apenas uma fachada. Lauren Jauregui tinha um coração, afinal.

Camila virou-se novamente para Lauren que tinha um sorriso idiota nos lábios.

─ Podemos entrar agora. – anunciou a mais velha, puxando a barra de seu vestido. – Pode fazer as honras, Srta. Cabello?

A mais nova sorriu balançando a cabeça, não fazia ideia do que Lauren estava aprontando apenas que adoraria descobrir isso. E como adoraria...

Após entrarem e Camila certificar-se de que tinha trancado a porta da casa, Lauren indicou para que subissem.

─ Vamos para o seu quarto? – quis saber a mais nova um pouco confusa.

─ Não, vamos para o sótão. – Lauren falou sorrindo, e porra aquele sorrisinho cínico de quem estava aprontando e que Camila conhecia tão bem...

─ Não vou ao sótão desde o dia em que nós duas... – então algo fez um click na cabeça da latina, tudo ficou tão óbvio agora! Como ela não tinha pensado nisso antes? O sótão foi onde elas... Inferno! – Oh, claro. – continuou ao guia-las até a primeira porta que levava ao sótão.

─ Tranque-a também. – ordenou a morena ao passar por Camila e subir com habilidade a íngreme escada, parando apenas quando a segunda porta apareceu. A latina continuava parada lá embaixo, olhava com certa curiosidade e tinha de admitir nervosismo a expressão ansiosa e feliz da morena. – Não vem? Prometo que não vou mordê-la... Muito.

Ok, pensou a latina ao impulsionar-se para o primeiro degrau, vamos descobrir o que a louca da sua namorada planejou!

─ Por que tanto mistério? – perguntou ao parar ao lado de Lauren que segurava a maçaneta da porta, a morena tinha o sorriso irradiando de seus lábios agora livres do batom. – Espera, a minha teoria de que você é uma assassina que fingiu ser cega é verdadeira? Porque nossa, me enganou por um ano inteirinho!

─ Cale essa boca e feche os olhos, Cabello. – disse a mais velha rindo. – Por favor.

─ Por que tenho de fechar meus olhos?

─ Apenas obedeça, Camila. E nem tente me enganar, mocinha.

Camila apenas revirou os olhos antes de fechá-los e segurar a mão de Lauren, que esperou alguns segundos até finalmente abrir a porta. Assim que a morena entrou pegou sua bengala que estava ao lado da porta como pedira para que Dinah a deixasse, feliz ao constar que a polinésia o fez e mais feliz ainda ao sentir o que estava preso à bengala.

─ Não abra os olhos ainda. – instruiu ao soltar a mão que segurava a de Camila e desamarrar o pedaço de pano preso a bengala. – Agora, peço que fique calma ok? Vou... Experimentar uma coisa hoje e espero que entre nessa comigo. – Lauren riu nervosa puxando Camila para dentro do recinto e colocando-a de costas para si. – Uma vez você me perguntou como era a sensação de estar na escuridão e eu tentei ser a mais sincera possível em como era não poder mais ver o que acontecia a minha volta, mas admito que falhei um pouco em meu relato.

Com delicadeza, Lauren passou a tira que Dinah tinha deixado junto a bengala da morena na frente dos olhos fechados de Camila, que deu um pequeno pulo de susto ao sentir algo tomar-lhe de vez a visão.

─ Laur, o que está...

─ Por favor, só me deixe continuar. – a interrompeu. – Prometo que não vai se arrepender. – sentiu Camila assentir para que continuasse, então terminou de amarrar firme a venda que agora cobria os olhos da mais nova. – Hoje você verá o mundo da forma como eu o vejo, Camz.

A latina mordeu o lábio ao abrir os olhos e não ver nada além que a escuridão. Por um segundo o desespero por não poder enxergar tomou conta dela, seu cérebro estranhando a falta repentina de um de seus cinco sentidos básicos e o medo começou a tomar conta de Camila.

─ Eu sei que deve ser assustador agora. – continuou Lauren. – Seu cérebro deve estar lutando contra isso e seus extintos estão gritando tentando entender o que está acontecendo. Respire fundo e deixe seus outros sentidos sobressaírem-se, deixe sua mente relaxar um pouco e foque apenas na minha voz. – Lauren esperou um pouco para que Camila se adaptasse a sua nova condição, e sem que a latina percebesse elas agora estavam andando aos poucos para o centro do sótão com Lauren guiando-as lentamente. – Eu queria fazer algo especial para hoje, sei que a deixei pensar em Londres que tinha esquecido a data tão importante para ambas, mas saiba que nunca esqueceria o dia em que comecei a viver de verdade.

Camila ouvia tudo atentamente sendo guiada por Lauren, a latina virava a cabeça para os lados sempre que desviavam de algo ou quando seu cérebro enviava a seu corpo o sinal de perigo. A mais nova então percebeu que uma música instrumental tocava timidamente no lugar, algo que ela não percebera quando entrara porque estava distraída demais tentando descobrir o que Lauren planejava para elas. Notou quando pararam de repente e por estar distraída tentando não tropeçar em nada acabou esbarrando em Lauren, que a segurou em seus braços virando-a em um movimento rápido fazendo com que Camila ficasse de costas para ela.

Na-não acho que seja uma boa ideia, Lo. – sussurrou um pouco atrapalhada ao sentir o calor do corpo de Lauren em suas costas e a respiração da morena em sua nuca. – Já sou desastrada sem isso nos olhos, e-eu não...

─ Você vai ficar bem, não se preocupe. – Lauren soltou um riso rouco fazendo todo o corpo da latina estremecer. – Um ano atrás, bom, um ano e dois dias atrás eu estava caindo numa fonte idiota em um banheiro feminino. Banheiro esse onde acabei conhecendo uma irritante, tagarela e geniosa latina dona da voz mais doce que eu já ouvi em toda a minha conturbada existência. Eu sei que... – a morena mordeu o lábio, hesitante. – Sei que não sou uma daquelas românticas que dá flores e chocolates em datas especiais como essa, daquelas que a levaria para um jantar em um restaurante cheio de frescuras e a puxaria para uma dança enquanto esperávamos a sobremesa e no meio da dança sussurraria ao seu ouvido que a ama. Eu não sou assim, mas... – Lauren a virou novamente de forma que Camila agora estava de frente para ela, seus corpos nunca deixando de se tocar mesmo com ambas ainda estando com os vestidos da festa. – Eu sou a garota que está sempre ao seu lado mesmo quando você está tendo um dia de merda, aquela que fica te enchendo o saco e te dando mais dor de cabeça porque um dos gêmeos escondeu minha bengala de novo. Sou a garota que adora ouvir sua respiração calma quando está dormindo, sou aquela que te xingou um ano atrás porque salvou minha vida! Sou a idiota que fez de tudo para afastá-la quando na verdade estava gritando para ser salva. E você o fez, você não desistiu de mim... Sou a garota que sempre estará ao seu lado para enfrentarmos juntas os demônios que sempre nos atormentam. Sou cheia de defeitos, não posso respirar como uma pessoa saudável e carrego cicatrizes por todo o meu corpo...

─ E eu amo cada uma delas... – sussurrou Camila, sua respiração começando a ficar descompassada denunciando seu estado emocional.

─ Eu sei. – Lauren sorriu, embalando-a em uma dança silenciosa. – Sou uma pessoa quebrada e que nunca poderei ser restaurada por completo, mas isso não a fez desistir de mim. Naquele dia no seu apartamento eu estava tão assustada e me sentia tão impotente, e você com seu jeito atrapalhado e sem saber como lidar comigo, e admito que não facilitei as coisas para o seu lado... Você foi a primeira a me tratar como uma pessoa normal em muito tempo. – Lauren a rodopiou lentamente e arrancando um sorriso da latina. – Então, dias depois eu a trouxe para cá, meu pequeno santuário particular ao qual eu tanto sentia falta e foi exatamente aqui que demos o nosso primeiro beijo. – parou de dançar, Camila agora estava tão perto dela que Lauren podia sentir a respiração descompassada da latina em seu rosto. – Você é meu céu, Camila, e eu sou sua. Toda e completamente sua. Você me salvou de meu próprio inferno e por isso serei eternamente grata.

Sem proferir mais uma palavra – ou deixar que Camila o fizesse – Lauren tomou os lábios da latina para si saboreando o doce sabor da boca de Camila, que tinha o coração acelerado batendo descontrolado pela morena dona de sua alma. Com delicadeza e precisão, Lauren, sem interromper o contato de suas bocas, tornou a puxar Camila para uma dança silenciosa e calma. Em um momento a latina se desfez dos malditos saltos que tanto a importunava ficando assim mais baixa que Lauren, mas não por muito tempo já que a mais velha logo a imitou jogando seus saltos para longe dali.

Lauren tinha as duas mãos na cintura de Camila enquanto suas línguas ainda travavam uma batalha inútil por dominância. A latina sorriu ainda durante o beijo, aquele momento era tão mágico que já tinha esquecido – mesmo que por poucos instantes – o desconforto que a falta de sua visão fazia.

─ Eu amo você. – sussurrou com a testa escorada na de Lauren, suas mãos também estavam na cintura da morena enquanto eram embaladas pela doce melodia que ressoava por todo o sótão. – E a admiro, estou há poucos minutos com essa coisa nos olhos e tudo o que mais quero é livrar-me disso. – afastou-se um pouco da morena por força do hábito mesmo que não a enxergasse. – O problema é que eu tenho a opção de tirar a venda de meus olhos, mas você não. Isso é tão...

Frustrante? – Lauren completou com um meio sorriso. – Eu não ligo, Camz. Não mais como antes. Sim, continua sendo uma merda, mas... É diferente agora. – Lauren deu de ombros, aquilo era verdade. – Só existe uma coisa que sempre me faz sentir falta de poder enxergar.

─ Vê as estrelas? – arriscou a latina mordendo o lábio.

─ Não. – a morena tornou a puxá-la para mais perto, mordiscando o queixo da mais nova que arfou com o movimento repentino. – Ter a chance de ver a garota que tomou meu coração e me salvou da única coisa que poderia me destruir... – a dança parou, e Camila podia jurar que mesmo com a venda impedindo de vê-la, sabia que aquelas duas esferas verdes a fitavam como se ela fosse o centro do universo. – Que no caso era eu mesma. – completou Lauren, e naquele momento não existia mais nada naquele infinito universo a não ser essas duas garotas quebradas, e que de certa forma eram as peças que encaixavam no complexo quebra-cabeças que era a vida uma da outra.

Lauren era muito boa com coordenadas e como sabia que provavelmente estavam no centro do sótão, aos poucos e sem que a latina notasse fora afastando as duas até que finalmente seus pés tocaram em algo fofo. Era o tapete felpudo ao qual Dinah colocara estrategicamente onde havia diversas almofadas espalhadas– e mais algumas coisinhas que Lauren também a pedira para colocar ali.

─ O que é isso? – perguntou Camila assustada assim que seus pés tocaram no objeto estranho.

─ Faz parte da surpresa. – Lauren sorriu. – Espero que não tenha comido muitos doces no casamento.

Camila franziu o cenho, porém resolveu não falar nada e deixar que Lauren continuasse.

─ Segure em mim, vamos nos sentar. – ordenou a morena ao também segurá-la e impulsioná-las até o chão sentando com cuidado no grosso tapete. – Merda, esse vestido coça!

─ Posso tirá-lo para você. – sugeriu a mais nova, sorrindo de canto com a sobrancelha arqueada. – Será um prazer livrá-la desse incomodo, Srta. Jauregui.

─ Hoje serei eu quem dita as regras, Cabello. E, bom, já disse que está linda nesse vestido, mas preciso dele fora de seu corpo para continuar com meu plano.

Camila, que já tinha o coração descompassado, mordeu ainda mais forte o lábio inferior demonstrando sua ansiedade. E, porra, como ela estava ansiosa por aquilo!

A melhor parte de não saber o que alguém planeja para você é imaginar tais planos.

─ Vire de costas. – sussurrou no ouvido de Camila, aquela voz rouca fazendo seu corpo tremer. Camila lentamente o fez, o vestido incomodava um pouco naquela posição em que estavam. – Vou arrancar isso de você. – continuou Lauren, mordiscando a parte dos ombros da latina que estava perigosamente exposta.

Muito lenta – e tentadoramente, Lauren fora puxando a renda do vestido de Camila, mordendo a pele recém exposta e cada vez que o vestido descia mais suas mordidas o acompanhavam.

─ Vamos tirar isso, hum? – murmurou, sua respiração contra a pele quente da latina provocando a Camila dezenas de sensações por todo o seu corpo. Lauren puxou o vestido de baixo do corpo da latina passando-o pela bunda de Camila. – Agora, seja uma boa garota e levante os braços para mim.

A latina a obedeceu, erguendo os braços para que a morena a livrasse da peça de roupa. Lauren aos poucos e com cuidado para não tirar a venda dos olhos da mais nova, retirou o vestido de Camila que arrepiou-se ao sentir o ar frio do lugar entrar em contato com seu corpo quente. Seus seios ficaram tentadoramente expostos já que a mesma não usava sutiã.

Com mais uma série de beijos pelas costas da latina, Lauren a virou delicadamente de forma que agora Camila estava de frente para ela.

─ Agora, quero que faça o mesmo comigo. – Lauren sussurrou roucamente, girando no lugar e ficando de costas para a latina. Procurou aconchegar-se o mais próximo possível de Camila, de forma que quando suas mãos encontraram as dela puxou-as para sua cintura. – Quero que tire meu vestido sem conseguir enxergar o que está fazendo, quero que sinta meu corpo da mesma forma que sinto o seu toda vez que a dispo.

Ok. – porém, esse ok saiu mais como um chiado já que a latina estava nervosa demais no momento com suas mãos passeando pelas curvas da morena.

O vestido de Lauren era de mangas curtas, o que facilitaria muito para Camila. Aproximando-se mais da morena, suas mãos puxaram a barra inferior do vestido e Camila aproveitou para arranhar as coxas pálidas de Lauren, arrastando suas unhas pela pele dela até que o vestido tenha passado pelas nádegas da de olhos verdes. Aproveitou também para puxar provocadoramente o elástico da calcinha de Lauren, que grunhiu segurando na mão da latina.

─ Não me provoque, Cabello. – ralhou, colocando a mão de Camila em seu vestido indicando que ela continuasse a retirá-lo.

Camila sorriu sacana, sorrindo ao puxar o vestido da morena para cima e finalmente o arrancá-lo do corpo de Lauren. Tinha de admitir que era um pouco frustrante não poder admirar as curvas da namorada e podia perceber como Lauren se sentia agora.

Sorrindo ainda mais largo, colou seu corpo no de Lauren provocando a morena da mesma forma que ela a provocara antes, mordiscando a pele branquinha de Lauren e amando a sensação de seus seios roçando nas costas da mais velha. Abraçou-a, suas mãos passeando pela barriga da namorada que descansou a cabeça no ombro da latina aproveitando a sensação das unhas de Camila arranhando de leve seu abdómen. Aos poucos a carícia fora subindo, agora as mãos de Camila provocavam a área pouco abaixo dos seios da morena que mordia o lábio contendo-se e apreciando o ato. Porém, quando as unhas de Camila estava perto demais da área sensível dos seios de Lauren, a morena segurou-as com força impedindo que ela continuasse.

Lauren virou sem aviso e deitou quase que com violência por cima de Camila, a morena sorria vitoriosa ao ouvir o arfar surpreso vindo da latina pelo investida rápida de Lauren.

─ Vamos jogar, Camila? – falou, puxando com os dentes o lábio inferior da latina enquanto suas mãos ainda prendiam as de Camila. – Me fale um lugar onde odeia que a toque, e eu farei algo deliciosamente gostoso com ele.

E e-sse jogo existe-e? – gaguejou, estava difícil demais coordenar seus pensamentos com os seios de Lauren roçando nos seus assim tão fodidamente provocadores.

─ Acabei de inventá-lo, o que acha? – Lauren mordeu o lóbulo da orelha da garota, puxando-o com força e arrancando um murmúrio de protesto por parte de Camila. A morena soprou a área mordiscada, e porra, Camila arfou mordendo o lábio com força para conter suas reações. – Então, eu começo.

Lauren libertou as mãos da latina e levantou, suas mãos tateando os arredores do tapete onde estavam à procura de algo que pedira para Dinah deixar ali. Ao encontrar as três vasilhas e recordando-se da ordem em que pediu para a amiga as colocasse, optou para a mais saborosa – e mais grudenta – delas.

─ Temos mel, gelo e... Bom, sabe que não sou muito fã de chocolate, mas algo em que ambas concordamos é que ninguém recusa a boa e velha Nutella. – disse ao retornar para o lado da latina. – Ainda mais se for Nutella a la latina. – sorriu safada. – Minha sobremesa favorita.

─ Lauren, o que está tramando? – quis saber Camila, seu peito subia e descia rapidamente denunciando sua excitação.

─ Primeiro me diga, baby girl, qual o lugar que odeia que a toque e ao qual senti mais desconforto?

A latina pensou, ou tentou pensar o que era o caso, em uma resposta para aquela pergunta da morena. Merda, ela não conseguia raciocinar direito, inferno!

─ Um lugar... – pensou em voz alta. – E-eu sinceramente não sei Lauren, meus... Joelhos? – arriscou, xingando-se por escolher uma área tão idiota.

Lauren nada disse, engatinhando até as pernas da latina e ficando ao lado delas. Agora era a sua vez de provocar Camila, deixando suas unhas passearem pelas belas coxas da latina e sorriu ao constar com a ponta dos dedos que a mesma estava completamente arrepiada. Balançando a cabeça diante a fraqueza da namorada, abriu o pote de Nutella e espalhou uma pequena quantidade nos dois joelhos da latina.

─ Merda, acho que coloquei Nutella demais aqui. – falou com um bico nos lábios que logo transformou-se em um sorriso. – Acho que terei de limpar, não é mesmo?

─ Eu acho que... Oh, porra! – a latina interrompeu-se ao sentir a língua de Lauren em sua pele, seus lábios tocando-a enquanto Lauren tratava de lamber toda a Nutella do joelho de Camila. E, maldição, Camila achou aquilo excitante demais! Ela provavelmente agora arranjara um fetiche por essa área do corpo que ela nem sequer pensava que a traria prazer.

─ Hum... – Lauren passou a língua em seus lábios, limpando-os. – Acho que acabei com esse, fiz um bom trabalho?

─ Um ótimo trabalho... Mas, o outro ainda está sujo, Laur...

Ops, é verdade! – a morena mordeu a coxa da latina, que não teve tempo de reagir, pois logo arfou ao sentir a língua de Lauren no seu outro joelho sugando com vontade o doce espalhado pelo lugar. Aquele até podia ser um jogo bobo e simples, mas Camila tinha de admitir que trazia resultados positivos. Sua calcinha já estava encharcada e olha que mal começaram.

Lauren lambeu com vontade toda a região em volta do joelho da latina, subindo aos poucos e quando chegou no meio da coxas de Camila, mordeu mais uma vez. Dessa vez a mordida fora forte o suficiente para deixar uma marca no dia seguinte.

─ Filha da mãe... – xingou, arrancando um riso por parte de Lauren.

As mordidas foram subindo mais, Lauren agora estava montada nas pernas da latina.

─ Acho que quero jogar com mais um lugar. – anunciou, retirando com os dentes a calcinha da latina que torceu as pernas tentando aliviar sua excitação. Lauren terminou de retirar a única peça de roupa que restava em Camila, jogando ela longe dali e tornando a dar atenção especial a área agora exposta da latina.

Seus dentes provocavam todo o arredor do centro pulsante de Camila, que respirava cada vez mais irregular e quando Lauren o soprou lentamente, Camila não impediu que o gemido arrastado e rouca escapasse de seus lábios. Lauren procurou o pote de Nutella que ainda estava por ali, afundando seus dedos no doce e então o espalhou pela intimidade da latina.

─ Eu já disse o quanto amo Nutella? – provocou-a. Logo começou a chupar e lamber o doce com volúpia, mordiscando e sugando o adocicar que se agora Lauren não sabia se era da Nutella ou da excitação da latina. Sua língua provocava o nervo pulsante de Camila, que apertava o tapete com força cada vez que Lauren investia ainda mais em sua intimidade.

Enquanto sua boca estava ocupada com a área sensível de Camila, lenta e vagarosamente Lauren introduziu os dedos no centro da latina que arqueou as costas involuntariamente e gemeu alto. Sua língua trabalhava em cima e seus dedos começavam um provocador vai e vem na intimidade de Camila, que nesse momento sequer lembrava do fato de não poder enxergar e apertava cada vez com mais força o tapete.

A mão livre de Lauren procurou os seios da latina, e, quando os encontrou beliscou o bico de um dos seios fazendo Camila gritar de prazer.

─ Oh, inferno... – gemeu, mordendo o lábio com força ao mesmo tempo em que as estocadas de Lauren tornaram-se mais rápidas e o sugar em seu centro mais intenso.

Sem aviso, Lauren parou de dar atenção ao nervo pulsante da latina e subiu tomando com a boca o outro seio de Camila enquanto sua mão ainda beliscava o outro, seus dedos continuavam em um vai e vem cada vez rápido na intimidade da mais nova e ela sentia que Camila não suportaria mais tempo. Resolveu acabar com a tortura da latina quando puxou com vontade o bico do seio dela e usou o polegar para incentivar o nervo de Camila, que não aguentou e derramou-se nos dedos da mais velha gemendo roucamente a cada estocada profunda que Lauren dava.

Respiração irregular, pernas bambas e corpo trêmulo. Esse era o estado em que Lauren a tinha deixado com esse jogo que Camila nunca tinha ouvido falar antes, mas agora era o seu favorito.

─ Eu... Amei esse jogo. – sussurrou, pois sua respiração estava ainda irregular.

─ Eu quem o diga. – falou Lauren, sorrindo ao beijar os lábios de sua latina.

─ Estou toda grudenta agora. – a mais nova fez um muxoxo.

─ Pior seria se estivesse no meu lugar no momento, acredite.

─ Acho que posso resolver isso. – disse, invertendo as posições e ficando por cima de Lauren, montando para ser mais específico. – Também quero jogar. – anunciou, o sorriso mais largo e safado brotando em seus lábios. – Mas, não quero a Nutella... – ponderou tamborilando os dedos no queixo. – Oh, já sei o que quero!

A latina repetiu o mesmo que Lauren tinha feito no começo já que ela prestara atenção em cada movimento da morena, tateou os arredores até encontrar os objetos que não estavam muito longe delas. Era esquisito a sensação de usar apenas o tato e a audição para identificar as coisas, e sorriu satisfeita consigo mesma ao pegar a vasilha térmica onde o gelo se encontrava. Retirou apenas um cubo de dentro e tornou a montar em Lauren.

─ Isso vai ser interessante. – falou mordendo o lábio enquanto sorria. – Não preciso perguntar para saber que você odeia que toquem em seu umbigo, Jauregui.

─ Meu umbi... Caralho, Camila! – arqueou ao sentir o cubo de gelo em contato com sua pele ao mesmo tempo em que a língua de Camila sugava a água que derretia do cubo.

Era uma sensação boa e ruim ao mesmo tempo, o gelo queimando em sua pele enviava leves incômodos a morena que eram logo substituídos pela sensação de prazer que a boca de Camila provocava. Camila tomou a pedra em sua boca e a arrastou para os seios da morena, deixando-a um tempo em cada um dos bicos eriçados enquanto os sugava e os lambia.

─ Merda... – xingou Lauren, era uma porra de sensação boa demais e que a excitava tanto que chegava a ser humilhante.

Sem deixar de provocar os seios da morena, Camila lentamente retirou a calcinha de Lauren e tomando cuidado para não se atrapalhar com as mãos as curvas da mais velha deixando-as apreciar cada detalhe do corpo da morena. Era algo novo para Camila, sua visão estava inutilizável, mas seu tato parecia entender que ele era seus olhos agora.

─ Tão gostosa. – sussurrou ao engolir o que restava do cubo de gelo, procurando a vasilha térmica que deixou mais próximo delas e retirou apenas mais um cubo de dentro.

Dessa vez a latina colocou o cubo em sua boca deixando-o derreter um pouco, e quando achou que ele estava do tamanho adequado o colocou onde Lauren mais ansiava.

─ Caralho! – Lauren xingou alto assim que sentiu o gelo colidir com seu centro que estava pegando fogo.

Em uma dança provocante, Camila deixou que o cubo de gelo explorar a intimidade da morena soprando com seu hálito quente os lugares por onde o gelo deixava seu rastro frio. Lauren estava tão fodidamente excitada que sabia que não duraria muito tempo, não depois de ter provocado Camila daquele jeito.

O gelo já estava pequeno, mas a língua de Camila continuava gelada e ela usou isso para provocar a morena chupando com vontade o nervo latejante de Lauren. E, porra, ela estava muito excitada! A latina desceu sua língua mais um pouco e retornou a suga-la com força enquanto seus dedos gelados provocavam o nervo da mais velha que contorcia-se embaixo de Camila.

Não demorou muito para que Lauren chegasse ao seu ápice, afinal ela já estava praticamente derramando-se quando jogava com a latina. Camila fora subindo com sua língua lambendo a pele agora suada de Lauren demorando-se um pouco na cicatriz no peito da morena, parando apenas quando encontrou a boca da mais velha puxando-a para um beijo ofegante já que Lauren ainda se recuperava de seu orgasmo.

─ Acho que ganhei o jogo. – disse a latina, beijando os lábios inchados da morena e em seguida descansando a cabeça no ombro de Lauren, fechando os olhos e deixando-se entregar ao cansaço. Lauren não demorou a cair no sono também.

 

                                                    _________________________________________

 

Camila acordou com um barulho irritante vindo de algum lugar, ela estava deitada por cima de Lauren que ainda dormia profundamente. Abriu os olhos e se assustou ao não enxergar nada e quando ia começar a entrar em desespero levou as mãos ao rosto tocando a fenda que tampava seus olhos e impedia sua visão.

Aos poucos as lembranças da noite anterior foram aparecendo, fazendo-a corar profundamente ao recordar-se do que Lauren e ela tinham feito ali no sótão.

O barulho que a despertara tornou a aparecer, e, relutantemente, ela levantou ainda meio grogue de sono cambaleando enquanto seus olhos se acostumavam a claridade do lugar.

─ Suas safadas, acordem logo! – gritou Dinah batendo na porta de baixo, sua voz era abafada pela segunda porta do sótão. – Camila, sua irresponsável! Seus filhos tão correndo pelados pela casa gritando uga-uga, sabia?

O que?! – exclamou a latina destrancando a primeira porta, mas Dinah não a ouvira e usou a chave reserva para abrir a porta debaixo.

─ Eu disse que... Ai meu Deus, Walz! – gritou assim que viu o estado de Camila, virando o rosto rindo histericamente ao mesmo tempo que jogava duas toalhas nos degraus da escada. – Você por acaso percebeu que está como veio ao mundo, Chancho?

Camila arregalou os olhos corando fortemente ao tentar cobrir-se com as mãos, Dinah apenas riu ainda mais e fechou a saiu dizendo para que as duas taradas fossem logo para o quarto de Lauren e tomassem um banho. A latina desceu e pegou as toalhas logo se envolvendo com uma delas e subindo rapidamente para acordar Lauren.

Encontrou a morena sentada no tapete espreguiçando-se manhosa, a visão disso fez a latina estancar no meio do caminho e admirar o corpo pálido de sua namorada.

─ Camz? – falou Lauren com sua típica voz rouca matinal. – O que Dinah queria? Camila, está aí?

─ É... – Camila balançou a cabeça espantando seus pensamentos carregados de segundas intenções e foi até Lauren. – Precisamos descer e tomar um banho. – disse ao entregar a toalha para Lauren e ajudá-la a levantar.

─ Oh, tudo bem. – a mais velha envolveu-se com a toalha, puxando depois Camila e envolvendo-a em seus braços colando seus lábios nos da latina. – Bom dia, minha menina.

─ Bom dia, mi amor.

Sorriu bobamente para a namorada, agradecendo pela mágica noite anterior enquanto ambas desciam e trancavam o sótão.

Camila espiou o lado de fora e quando constou que não tinha ninguém no segundo andar da casa, as duas correram até o antigo quarto de Lauren para enfim tomarem um banho e ficarem apresentáveis para o resto da família.

 

                                                      _______________________________________________

 

Lauren franziu o cenho ao ouvir a gritaria na sala ao descer de mãos dadas com Camila e segurando sua bengala na outra mão. Elas estavam devidamente vestidas e banhadas, prontas para enfrentar os comentários maldosos de seus familiares e amigos. Camila olhou confusa para Lauren, e ambas estancaram no último degrau da escada ao perceber a confusão em que a casa estava.

─ Joshua, volta aqui! – gritou Sofia correndo atrás do menininho que saltitava pela casa usando apenas uma cueca do Mickey.

─ Eu sou o Tarzan! – retrucou o menininho gargalhando ao escapar de Sofia.

Clara passou em disparada correndo atrás de Antares que estava coberta de lama sujando todo o precioso carpete da casa da mãe de Lauren.

─ LILY! – gritou Lucy ao passar correndo pela sala atrás de uma Emily tão suja de lama quanto Antares, porém a menininha ria divertida com o jogo de pega com a tia.

─ Joshua! – dessa vez fora Taylor quem gritara ajudando Sofia ao tentar pegar o menino e leva-lo para o banho.

─ Sou um porquinho, nhóc nhóc! – disse ele fazendo caretas em deboche para as tias.

Camila não acreditava no que via, desde quando seus filhos tornaram-se tão... Rebeldes?

─ EMILY E JOSHUA CABELLO-JAUREGUI, PAREM AGORA MESMO! – gritou a latina fazendo todos pararem feito estátuas e finalmente notarem a presença das duas paradas ali na escada.

Os gêmeos sessaram seus risos ficando calados de imediato, olhando assustados para as mães. Porém, não apenas eles tinham o olhar assustado e silencioso, todas as outras meninas também fitavam as duas curiosas e confusas. Clara até mesmo de Antares tinha esquecido, na sua cabeça apenas ressoava o que Camila acabara de dizer, ou melhor, como Camila tinha chamado os gêmeos...

Cabello-Jauregui? – fora Dinah quem quebrou o silêncio colocando a cabeça para fora da sala e fitando as duas com um olhar no mínimo curioso. – Chan, o que vocês duas aprontaram em Londres?

Oh, merda! Não era dessa maneira que Camila queria contar isso.

 


Notas Finais


COMO ESTAMOS? E AÍ, ESCOLHERAM NUTELLA OU CUBOS DE GELO?
Me: Adivinheeeeeeeeem!!!! e.e
Cara, você é um vencedor apenas por ter chegado nas notas finais!
Gostaram do capítulo tamanho família? Eu sei que é cansativo, mas eu sinceramente amo capítulos grandes.
Queria dizer que os quotes ainda estão valendo, vamos participar meu povo!
E, okaay vamos para a parte chata... A fic está desapontando vocês? Gostaria que me falassem suas opiniões e pontos de vista, é deveras importante para mim saber o que estão achando da história, ok? Podem desabafar que mama Lu está aqui para isso!
Também estou no tt, @jaureguisbig , e estou disposta a conversar com quem quiser falar sobre.
Bom, amo vocês ma belles! Bjs de Luz Estelar e até qualquer hora!


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