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História Blood and Moon - A Predestinada - Reunião


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


Esse capítulo foi muito bom de escrever, um dos meus favoritos ^ ^
Espero que gostem :D

Capítulo 20 - Reunião


Acordei no outro dia com o bip chato de meu rádio relógio, eu estava enrolada no lençol feita uma lagarta em um casulo. Olhei ao redor do quarto estava tudo diferente, mas porque estava diferente? Descobri então que era o sol. Sua luz dourada entrava pela janela iluminando intensamente e magicamente os móveis e minha parede.

Tentei me desenrolar do lençol e consegui um belo tombo no chão.

Não precisava nem de bilhete, se Casper estivesse aqui já teria me acordado de seu próprio jeito, mas mesmo assim encontrei um bilhete próximo do computador.

 

Hoje não poderei te levar a escola e nem irei.

Não gosto muito de pegar um bronze.

Beijos te amo de mais.

Casper

 

Hmm, que chatice sem Casper pela manhã... É parecia que o dia super mágico não seria a mesma coisa sem ele.

            Após aguentar a chacota de minha mãe sobre meu suposto “ficar” com Casper e tomar meu café, cheguei finalmente na escola.

            A aula foi... É chata sem Casper.

            Quando eu saia da escola alguém cutucou meu braço, Kaleb estava bem ao meu lado com seu

sorrisinho petulante.

            - E aé Elli. – Kaleb e suas gírias.

            - Oi Kaleb.

            - Tenho boas notícias para você.

            - É mesmo?

            - Anahir, o meu líder, aceitou um encontro com seus morceguinhos, mas só se você for junto, ele achou interessante e quer ver se não é mais dos truques dos vampiros.

            - Perfeito Kaleb e onde será? – Perguntei animada, afinal eu gostava da paz e quanto mais paz para nós partirmos daqui melhor.

            - Pode ser essa noite? Nosso acampamento é no lado oposto da casa deles, por causa do cheiro hehe. É perto da cascata, eles devem saber onde é.

            - Ok, muito obrigada Kaleb. – Falei o abraçando, ele foi pego de surpresa.

            - Não tem de que Elli. – Ele disse sorrindo e se afastando. – Até mais então.

            - Até. – Eu disse.

            Eu estava muito empolgada, não via a hora de contar para Casper, liguei a ele e disse que iria a sua casa. Assim que pude peguei o carro de mamãe emprestado. O casarão de Casper já não era mais assustador para mim, era uma propriedade magnífica isso sim.

            Ele mal abrira a porta da frente e eu já estava me atirando em seus braços muito empolgada, ainda bem que ele era um vampiro se não eu estaria no chão agora.

            - Elli aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou.

            - Sim uma coisa maravilhosa! Casper, Kaleb falou comigo, o chefe da mati... Se diz matilha? Bom, o chefe da matilha quer fazer uma pequena reunião com todos nós, ele ficou muito interessando em tudo, será hoje perto da cascata, no lado oposto da cidade. – Falei sorrindo.

            Casper continuava a me observar com seriedade.

            - O que foi? – Perguntei.

            - Você acredita mesmo que seja uma reunião e não uma armadilha? – Perguntou ele.

            - Casper, Kaleb é meu amigo ele nunca faria isso.

            - Como você pode saber se ele realmente é seu amigo? Vocês se conheceram à pouco tempo. – Disse ele com seus braços cruzados.

            - Bom, eu também lhe conheci a pouco e você já é muito importante para mim. – Eu o encarei cruzando meus braços também. – Vamos dar um crédito a ele Casper por favor.

            - Ta bom Elli, mas se ele tentar algo não irei me responsabilizar por meus atos. – Casper falou sorrindo.

            Eu o abracei e o beijei suavemente. Logo fomos contar ao restante dos Auduwen.

            - Como iremos saber se não é uma armadilha? – Perguntou Suzana com seu tom desafiador achando tudo um cumulo.

            - Não sabemos Suzana, mas não vejo o porque não tentar, afinal é a primeira vez que vamos conseguir nos aproximar deles ao ponto de dialogar. – Disse Casper.

            - Acho uma boa ideia. – Disse Diggory. – Só tomarmos cuidado.

            - E por sorte ainda conseguiremos dar uns belos chutes na bunda dos vira-latas. – Falou Adam dando um tapa na mão de Amélia.

            - É isso aí. – Disse Amélia em coro com Adam.

            - Mas temos que ter pelo menos um plano, caso as coisas derem errado. – Disse Suzana, ainda insistindo que tudo era uma má ideia.

            - Concordo. E então alguma sugestão?

            - Poderíamos, usar o senso de fuga da Amélia ao nosso favor, eu sigo Amélia com a Elli e vocês nos cobrem. E Casper você lê todas as mentes dos caras. – Disse Suzana.

            Todos concordaram com a sugestão de Suzana. Eles continuavam a esclarecer os detalhes, eu os deixei brevemente para ver os quadros que se seguiam pelo comodo. Haviam muitos quadros anônimos e muitos de artistas conhecidos, como Salvador Dalí, Picasso, Leonardo da Vinci...

            - Esse é um belo quadro. – Disse Casper ao meu lado.

            - Sim é mesmo. – Falei.

            Era um campo de margaridas com crianças brincando. Quando me voltei a Casper, ele estava com a expressão pensativa, então me notou a observa-lo.

            - Elli quero lhe mostrar uma coisa. – Disse ele pegando minha mão.

            Casper me levou ao salão de entrada de seu casarão e subimos as escadas, entramos em um corredor e ele me levou até o final dele abrindo a porta. Era um quarto estilo renascentista. A iluminação era suave, deixando o local com ar de conto de fadas. Os móveis eram de madeira robusta e escura assim como o restante da casa, havia uma estante enorme com livros desde o chão ao teto, o roupeiro era enorme e cheios de detalhes cravados em estilo celta, a cama também havia os mesmos detalhes cravados e um dossel como dos aposentos de um rei ou duque. Havia também uma escrivaninha no quarto com um notebook em cima, a unica coisa que denunciava o século em que estávamos, as paredes do quarto haviam muitos quadros.

            - Esse é o seu quarto? – Perguntei.

            - Sim, o que achou? – Ele perguntou sorrindo.

            - Lindo. – Derre pente tive vergonha do meu pela simplicidade.

            - Venha. – E então estávamos na frente de um quadro muito grande. No quadro havia uma mulher de estatura mediana, olhos verdes e cabelos loiros escuros amarrados em um coque na cabeça, ela devia ter seus 35 anos, era bonita, estava com um bebê de um ano no colo, a criança parecia uma bonequinha de porcelana, olhos azuis, pele muito clara e muito loirinha. Lembrava Casper. Ao lado da mulher e da criança havia um homem alto de cabelos escuros e olhos de um azul profundo como os de Casper, usava uma barba muito bem feita, era um homem respeitável e pomposo. Mas então sentado na frente deles em uma cadeira estava Casper sorrindo genuinamente, um sorriso de cortar o coração. Então percebi que este Casper era mais jovem do que este que estava ao meu lado.

            - Elli te apresento minha família biológica, os Vincent.

            - É um quadro lindo, mas como o conseguiu? – Perguntei.

            - Nos anos 40 estava em um leilão e consegui compra-lo por uma pechincha. – Ele disse dando de ombros.

            Sei imagino a pechincha dele.

            - Sua família era muito bonita... Quantos anos você tinha?

            - 14, acho eu, ou 15.

            - Você era novinho, a única coisa que mudou foi suas expressões faciais, são de homem agora. E aquela é sua irmã?

            - Sim Lucy.

            - Ela é a sua cara, poderia passar por sua filha se fosse hoje em dia e seu pai poderia ser você amanhã... – Parei derrepente de falar e o encarei, Casper estava calado de mais. Então vi a dor em seus olhos, sou uma idiota falando desse jeito como se ele ainda fosse um humano. – Ah desculpe Casper, eu...

            - Não está tudo bem, é bom lembrar deles desse jeito, só sinto falta de como tudo era. Naquela época eu não fazia ideia do que estaria para acontecer, tinha planos terminar o colegial, ir a faculdade, cortejar alguma debutante, me casar, ter filhos... Agora é apenas passado, poeira. – Ele tinha um sorriso triste nos lábios e os olhos... Os olhos me matavam de tanta dor.

            - Não Casper, não é poeira. Mais do que nunca começo a ver a importância da vida mortal para vocês. O que vocês passam hoje não tem nada a ver com um presente, é uma maldição. E eu nunca vou deixar vocês passarem por mais um século de sofrimento. Irei concretizar a profecia e livrarei todos desse tormento. – Meus olhos ardiam nos dele, era tanta intensidade que não havia como desviar, eu sentia algo dentro de mim aumentar e inflamar.

            Então Casper me puxou contra ele e beijou-me como se fosse a última coisa de sua existência. Eu estava sem fôlego, mas não parava de beija-lo, era como se nada fosse o suficiente para me saciar, eu queria mais e mais, queria ele mais próximo de mim, queria fazer com que toda sua tristeza saísse de seu coração.

            Casper me segurou com mais força contra seu corpo, não havia uma parte de meu corpo longe do dele, eu o agarrava puxando contra mim.

            Abruptamente como havia começado, nós nos deixamos. Os dois ofegavam, então notei que eu estava com minhas pernas quase ao redor da cintura dele, Casper me segurava contra a parede. Encostamos nossas testas uma na outra, ele me soltou com delicadeza.

            - Puxa. – Falei.

            - Wow. – Ele disse.

            - O que aconteceu? Dessa vez foi tão...

            - Intenso. – Completou ele.

            - Sim intenso. – Concordei.

            - Foi como se eu necessitasse de você e você atendeu. – Ele me olhou com aqueles olhos contempladores. – Elli nunca tive alguém que me compreendesse como você.

            - Posso dizer o mesmo meu amor.

            Quando falei a palavra “amor”, o olhar dele ficou doce e então me abraçou forte, apertado e sussurrou no meu ouvido “Você é o maior presente que já recebi. Eu te amo tanto Ellizabeth Glandier.”

E óbvio que eu me derreti feito manteiga exposta no sol, porque garotas são tão idiotas quando amam?

 

            Acho que eu era a única que estava nervosa dentro daquele carro, então lembrei que os vamps sempre escondem seus sentimentos muito bem, e claro eu como uma boa humana fiz meu papel ridiculamente nervosa muito bem. Mas afinal porque tanto medo? Ora Elli o que temer? Você só irá levar seu namorado vampiro e família para uma reunião com uma matilha de lobisomens, nem um pouquinho perigoso, a não ser que seja declarada a terceira guerra mundial e ainda por cima por sua causa, afinal de quem foi a ideia de conversar melhor com os lobinhos?

            É realmente não havia o que temer.

            Nós atravessamos a cidade em minutos, logo estávamos na parte em que as árvores eram mais densas, entramos em uma trilha para carros e então chegamos na clareira da cascata. Uma imensa clareira com várias barracas ao fundo, haviam fogueiras próximas das barracas para deixar o ambiente claro e aquecido, a nossa direita a cascata descia sem parar, toneladas de água corrente terminando em uma lagoa, seria uma belezura de paisagem se eu não estivesse focada nas barracas ao fundo.

            Descemos ali no inicio da clareira e começamos a caminhar em direção as barracas. Casper e os outros estavam sérios, frios e calculistas.

            Quando estávamos próximos das barracas, vi um grupinho de pessoas se aproximarem de nós. Percebi que era Kaleb, uma garota morena de cabelos cacheados e volumosos, um garoto índio e mais um rapaz loiro, todos tinham o mesmo em comum, os olhos dourados flamejantes e conforme andavam e se aproximavam de nós seus olhos brilhavam intensamente, pareciam cachorros mesmo, devo confessar que era bem bizarro.

            Os dois grupos pararam de frente um para o outro, rígidos, sem se mexer, sem respirar até. O ar ali estava pesado e eu já começava a ficar sem jeito, então Kaleb percebeu minha presença.

            - Elli, você veio. – Disse ele tentando sorrir, isso mesmo “tentando”.

            - Sim, como não poderia vir, o convite era tentador. – Falei tentando amenizar o clima.

            - Bem, está é Shelby... – Ele apontou para a garota morena, ela me encarou com desprezo. - ... Este é Cayélle... – Ele gesticulou para o garoto índio que me ofereceu um pequeno sorriso, afinal eu não era tão odiada como pensei. - ... E este é Luka. – O garoto loiro estava de braços cruzados e me analisava sério. Certo, eu era odiada sim.

            - Ah, oi a todos, sou Ellizabeth, mas podem me chamar de Elli. – Eu estava sem graça. – Er, bem, estes são...

            - Nós já sabemos quem são. – Disse a garota de cara emburrada, ela foi grosseira.

            Kaleb encarou Casper.

            - Casper, finalmente conseguimos nos encontrar civilizadamente, não é? – Kaleb tentava ser irônico, mas em seus olhos havia raiva.

            - É, algo difícil, devo concordar, afinal ser civilizado não é algo de todo, fácil... Não é? – Casper conseguia esconder suas emoções melhor que Kaleb, então sua ironia foi mais evidente.

            - É, talvez você tenha um pouco de razão... Ah, mas que frio vocês não acham? Meu sangue irá congelar aqui, acho que tomarei uma sopa deliciosa quando chegar na barraca... Afinal temos que aproveitar enquanto temos paladar e um coração batendo, não é Elli? – Disse Kaleb perdendo um pouco o senso de humor.

            Era impressão minha ou eles estavam dando duplo sentindo naquela conversa?

            - Venham me sigam. – Disse Kaleb.

            Certo devo admitir que as barracas deles eram bem legais e grandes de cor mostarda escuro, havia muitos intricados indígenas desenhados nelas nas cores vermelhas, marrom, azul, preto e verde. O que eu não achava legal era os olhares duros e alguns odiosos que todos nos davam quando passávamos. Chegamos em uma barraca enorme, muito maior que as outras, lá dentro uma fogueira crepitava, a fumaça sobia até sair por um buraco no teto. Quase toda parte do chão era revestido por peles de animais, muitas pessoas estavam sentadas lá dentro, índios,gente branquela como eu e morenos de pele escura, no entanto foram os três homens sentados de frente para a entrada, que chamou minha atenção. O do meio era o mais imponente e de expressão dura, entendi que ele era o líder. Os outros dois eram importantes mas não deixavam de ser conselheiros, ou algo do tipo.Não havia dúvidas que o líder era índio de sangue puro.

            Percebi então que aquilo não era apenas uma reunião, era parecido com um tribunal. Ótimo, que perfeito. E se o tal “julgamento” desse errado o que aconteceria conosco?

            - Sentem. – Disse o líder.

            Nós o obedecemos, sentamos próximos dos três a vista de todos os lobisomens, até então eu não havia percebido a presença de Casper ao meu lado, acho que estava muito preocupada e acabei esquecendo dele, só o percebi por causa de seu braço ao meu redor, ele não queria ser romântico, e sim mostrar a todos que eu pertencia a ele, Casper tentava ser protetor.

            - Hoje estamos reunidos aqui, como todos sabem, para ouvir o que diz a garota humana a respeito de uma profecia que supostamente iria libertar os licantropos, assim como os vampiros, estes também vieram pelo fato de ter um papel importante na tal “profecia”. – O líder falou com uma voz poderosa e enquanto falava percebi como os outros o olhavam, mesmo que quisessem desviar os olhos dele não conseguiam, nem a atenção, acho que tinha a ver com a relação de alfa que o ele tinha. Não pude deixar de notar que ele zombava da profecia como se fosse algo completamente ridículo, e então quando tocou na palavra vampiro quase não conseguiu controlar a expressão de nojo. – Gostaria que você explicasse para nós, senhorita Elli.

            Engoli a ceco, certo por onde eu iria começar? Que tal pelo começo Elli? Quando abri minha boca para começar a falar, fui interrompida por Casper.

            - Senhor eu...

            - Calado! Eu disse para ela explicar a situação. – A voz do líder era um enorme bloco de gelo batendo contra o rosto de Casper.

            Senti Casper se enrijecer ao meu lado, graças à Deus ele não fez mais nada, ele não, mas por infelicidade minha Adam abriu a boca.

            - Ele só estava tentando ajudar, Elli não sabe se expressar direito. – Adam disse com a fúria estampada no rosto e socando o chão fazendo estremecer um pouco onde eu sentara, ele estava bem atras de mim. A atitude de Adam fez surgir um reboliço nos lobos que estavam loucos para se transformar e pular na garganta dele.

            Certo ok, talvez tivesse sido uma má ideia, péssima ideia Casper ter me ouvido e virmos para essa droga de “reunião”. Caraca, eles pareciam animais selvagens! Mas não foi isso que fez com que eu olhasse indignada para Adam, muito menos a atitude explosiva dele. Me tapei de nojo por ele ter dito que eu não sabia me expressar bem.

            - Hei, eu sei me expressar viu. Se era para dizer isso Adam então que ficasse calado! – Esqueci que estava na presença de tantos lobisomens, esqueci até mesmo que Adam era uma criatura mortífera do mal. E quando percebi eu estava em pé xingando um cara sentado e que era duas vezes meu tamanho, sem contar na força sobre-humana que acabaria com uma tropa de brutamontes só com um soco.

            Percebi que todos estavam calados me observando com curiosidade, principalmente o líder, óbvio, ninguém nunca viu um ser humano ser tão ousado com um vampiro antes e permanecer vivo. Ok acho que meu rosto ficou igual um tomate. Casper me olhava tenso e preocupado, não por causa de Adam, era por causa dos lobisomens, todos me encaravam em silêncio.

            - Adam. – Suzana sussurrou repreendendo-o e lhe dando uma cotovelada no estômago.

            Eu me sentei imediatamente.

            - Desculpe Elli. – Disse Adam.

            - Tudo bem. – Respondi encarando o líder e todos a volta,pois novamente estavam observando não somente a mim mas também Adam quase impressionados pelo fato dele estar me pedindo desculpas. Ok, acho que essa não era a reação natural de um vampiro maligno.

            - Senhorita as palavras são suas. – Disse o líder, antes não havia nenhuma simpatia nele quando se dirigiu comigo, agora havia um mínimo, mesmo que fosse pouco eu notara, o que já seria pontos ao meu favor.

            - Meu nome é Ellizabeth Glandier, morava em Los Angeles e faz uns 4 meses mais ou menos que estou aqui em Essex, nunca tive nenhum tipo de contato com qualquer ser sobrenatural antes de vir para cá, mas por toda minha vida estive sujeita a sonhos estranhos e assustadores que com o passar do tempo descobri ser visões do futuro, também tenho um bloqueio em minha mente que impede qualquer poder mental, psíquico ou telepata. Não foi nenhuma mera coincidência eu e os vampiros nos conhecermos, eles me procuravam por causa de uma profecia de milhões de anos atrás. Pelo o que diz lá eu libertarei a todos licantropos e vampiros, no inicio pensei que fosse mentira ou engano, mas percebo agora que não é. Sei que tanto eles quanto vocês necessitam de mim então sacrificarei algumas coisas da minha vida para que todos mereçam a felicidade. – Eu percebia a incredulidade de todos enquanto falava, menos Kaleb.

            - E como você pode estar tão convicta de que essa profecia existe? E quem nos garante que você é a escolhida para tal coisa? – Perguntou o líder mais interessado do que nunca.

            - Casper me disse tudo que acontecia comigo, logo que nos conhecemos, eu nunca tinha comentado sobre esses sonhos, mas ele já sabia pelo o que eu passava mesmo sem poder ler minha mente, Casper só sabia por causa da profecia. Ele me contou muitas coisas, até sobre a origem dos vampiros e me contou tudo que sabia sobre a profecia, como é uma profecia antiga, há muitos boatos a rondando e por isso terei de ler um livro chamado “Livro da Noite”, lá revelará o que acontecerá comigo, explicará como acabarei com a maldição. Passarei por algumas modificações, que já estão acontecendo comigo. Casper só me encontrou por causa de meu sangue é irresistível para eles e para vocês. – Terminei de falar olhando pro chão.

            - Posso perceber senhorita, seu sangue nos chama, é algo tentador, me pergunto como é que nenhum deles pode não ter lhe matado ainda.

            - Oh, eles não caçam humanos. Somente animais, eles até estudam na mesma escola que eu. Querem parecer humanos, são gentis e me protegem.

            - Posso compreender até certo ponto... É verdade que você namora com o tal Casper, este que senta ao seu lado? – Perguntou o líder e ouvi claramente a repulsa de vários lobisomens.

            - Sim, namoro.

            - E por qual razão você acha que deveríamos acreditar em vocês, principalmente se você é namorada dele?

            - Precisam, é a única chance de poder se livrarem da maldição. Não entendem? Isso é maior que a rixa de vocês todos. Se fossemos indignos de confiança vocês não teriam nos recebido em seu próprio lar.

            - Ou talvez estejamos convictos de que somos mais fortes que vocês e acabaríamos com todos em um estalar de dedos. – Ele disse endurecendo o queixo.

            Ele ainda não tinha me vencido, não ainda.

            - Senhor, eu tenho certeza de que tem certa confiança em nós, essas pessoas o amam assim como o senhor os amam também. Sei que nunca iria deixar eles se arriscarem, a não ser que fosse necessário. Posso ver como ambos os lados estão cansados de tantas batalhas sem ver o fim da guerra. É difícil, compreendo, ter que aceitar os inimigos em baixo do seu próprio teto, mas tudo isso poderia ter acabado com um diálogo como esse que estamos tendo, a muito tempo. Posso garantir que esse clã não faz mal a ninguém, só querem viver a existência em paz. Há algo em comum entre vocês, além de quererem se libertar da maldição, também não matam humanos. – Terminei de falar encarando o líder amavelmente. Eu podia ver que agora eu ganhara sua simpatia.

            - Estou curioso para saber que tipo de mudança você tem passado. – Ele disse mais relaxado do que no inicio da conversa.

            - Bem, eu consegui controlar Casper quando ele quase se descontrolou por causa de um garoto que queria me bater na escola. Eu o mandei voltar ao normal e deu certo, fiquei um pouco fraca e com dor de cabeça, mas funcionou. Ele disse que meus olhos mudaram de cor, quando ocorreu.

            - Você acha que poderia fazer isso novamente?

            - Não sei, em situações normais não acontece nada, só quando algo extremo surge.

            - Entendo. – Ele disse pensativo.

            Então ele se dirigiu a seus conselheiros e começaram a conversar, e ao redor de nós também começou um blá-blá-blá.

            Casper estava concentrado no que passava na cabeça do líder.

            - E então? – Sussurrei para ele.

            - Ele não está pensando em coisas coerentes, não quer que eu leia sua mente. – Disse Casper frustrado.

            - E quanto ao resto? – Perguntei.

            - Acho que estamos ganhando pontos em meio deles, não posso dizer com certeza, é muita informação numa noite para todos, querem pensar melhor no assunto.

            - Já temos uma decisão. – Disse o líder com a voz alta. Todos se calaram inclusive eu e Casper. – Mas antes preciso saber mais uma coisa. Se liberarmos nossa confiança a vocês, para que a utilizarão?

            - Precisamos que nos deixem ir para o Alasca, lá reside o clã de Casper e é lá que terei todas as minhas orientações.

            Ele gesticulou com a cabeça entendendo.

            - Nó decidimos que lhe ofereceremos nossa confiança, mas antes...

            - NÃO!! – Gritou Casper ao meu lado ficando em pé num pulo.

            Isso gerou tensão em todos os lobisomens que se levantaram quase tão rápidos quanto ele e sua família, somente eu fiquei sentada feita uma bastarda, depois do que pareceu um milênio me ergui, todos pareciam ter parado de respirar o ar estava tão denso que tenho certeza que conseguiria pega-lo na mão se tentasse.

            - O que foi Casper? – Perguntei preocupada.

            - Você não pode fazer isso com ela! – Ele gritou, os lobisomens só esperavam ávidos pelo sinal do líder para atacarem.

            - Elli preciso lhe sujeitar a uma situação de risco para poder nos garantir que é a escolhida. – Disse o poderoso chefão dos lobisomens seriamente a mim.

            Certo eu estava me borrando de medo agora, meu “super poder” não era algo que eu conseguia controlar do jeito que quisesse, e se desse errado? Esse era o medo de Casper foi o que notei pela reação dele em ter lido a mente do chefão.

            - Não!!

            Dessa vez todos olharam para longe de Casper pois a voz vinha da multidão de lobisomens.

            - Pai você não pode! – Gritou Kaleb furioso.

            Tá achei a atitude dele fofa, mas boiei quando ele chamou o líder de pai, tipo... Hello, ele era loiro dos olhos verdes enquanto o outro cara tinha a pele vermelha, olhos puxados, cabelos compridos escorridos e negros.

            - Kaleb não se intrometa, somente assim poderemos confiar nela e nos chupad... vampiros. – Disse o líder se alterando com seu “filho”.

            - Tudo bem eu aceito. – Falei fazendo todos se calarem. Ele estava certo, se eu estivesse no lugar dele também precisaria ver algo para crer, afinal era a família dele, aquelas pessoas estavam sob a responsabilidade dele. Respirei fundo.

            - Elli não. – Disse Casper me segurando nos ombros para eu encarar seus olhos. Logo Kaleb estava ao lado dele.

            - Elli por favor não...

            - Calem a boca os dois, a vida é minha! Para conseguir aliados tenho que me expor, não posso viver o resto da vida escondida atrás de sua sombra Casper e nem da sua Kaleb!

            - Elli isso é estupido. – Tentou argumentar Casper surpreso pelo o que falei.

            - Não é não, você sabe que é necessário. – Continuei teimando.

            Todos se mexiam nervosamente ao nosso redor.

            - Nunca DEIXAREI!! – Na última palavra a voz de Casper surgiu em um rugido descontrolado. Ele se virou para os lobisomens e para o chefe, deixando-me atrás dele. Suas unhas se transformaram em garras afiadas,  não precisava nem olhar seu rosto para saber que seus olhos estavam injetados de sangue e seus dentes todos afileirados como dentes de tubarão, sei, ele deveria estar assustador mesmo, parecendo um demônio das trevas.

            O pessoal que estava controlado até esse momento, prevendo um ataque ao seu líder perderam o controle e começaram a se transformar em bestas enormes e de duas patas, sério a semelhança com os do Underworld fazia me pensar se os produtores já tinham visto algum dos verdadeiros para fazer uma cópia fiel no filme. Ai caramba! Nunca senti tanto medo do que agora, ao olhar para a família de Casper também me surpreendi em vê-los do mesmo jeito que Casper.

            Ia começar um fuzuê daqueles e eu estava bem no meio de tudo isso, mas que droga!

            Quando os primeiros lobisomens se atiraram em Casper e em sua família, a adrenalina correu em minhas veias, senti aquela corrente elétrica passar por meu corpo e explodir em minha cabeça, mas foi diferente que a outra vez, agora eu me sentia liberta como se abrisse os olhos pela primeira vez.

            - PAREM!!! – Gritei e minha voz saiu alta e forte como um trovão, era sobreposta, uma voz bestial.

            Todos pararam na hora olhando para mim com suas expressões vorazes e psicopatas.

            - Deveriam sentir vergonha pelo que fazem, em vez de estarem unidos estão brigando feito animais selvagens! Vocês parem! – Gritei com Casper e sua família. Então alguns lobisomens quiseram avançar, os encarei imediatamente com fúria. – Me respeitem! Seus cães!

            Certo foi golpe baixo o que disse, eu mesma admito e um deles o mais forte ficou muito furioso e avançou contra mim. Eu não sabia o que fazia até fazer, ergui minha mão aberta em sua direção e quando ele se atirou para mim, senti uma carga elétrica se concentrar no meu braço, então o poder saiu, pude ver como uma película transparente densa no ar, acho que só eu via aquilo. O lobisomem ficou suspenso no ar  debatendo-se para soltar-se do poder invisível, até que desistiu e ficou rosnando para mim. Ninguém mais se atreveu a me atacar.

            - Pare com isso. – Falei ao lobisomem que me tentara atacar. – Desculpe não quis dizer aquilo. Desculpe mesmo. – Ele parou de rosnar entendendo o que eu disse. Soltei ele no chão. – Todos vocês, voltem ao normal agora. – Falei sentindo mais uma explosão em minha cabeça, era uma sobrecarga, meus olhos ardiam e se reviravam em minhas órbitas, a fraqueza tomou meu corpo como da outra vez e desabei não enxergando mais nada.


Notas Finais


E aí o que acharam? comentem!


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