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História Blood and Soul (hiatos) - Aquele rancor.


Escrita por: Mo_XuXu e Hikariexol

Notas do Autor


Hello hello meus amores!
Sorry pela demora, eu queria ter postado domingo, mas mamãe se apossou do meu notebook dizendo que eu não podia impedi-la de ver sua série. Dramática toda! E ainda tive problemas com o word, crying!
Eu dei uma relida no capítulo, mas sempre passa algum errinho, se encontrarem algum podem me avisar e perdoem minha cegueira!
Sem mais enrolação, vamos ao capítulo, espero que gostem.
Até as notas finais.

Capítulo 2 - Aquele rancor.


Fanfic / Fanfiction Blood and Soul (hiatos) - Aquele rancor.

POV BAEKHYUN

Por que será que a Lena me chamou na sala dela? Não lembro de ter feito nada de errado!

Mas independente do motivo que tenha levado a Lena a me chamar meu maior medo é ser levado, por mais que os meninos tenham dito que nos veríamos de novo, acho que foi só para me animar, até por que, quando nos veríamos de novo se eu fosse escolhido?

Ah! Eu sentiria muito a falta deles. Muito mesmo.

Entrei na sala da coordenação confuso.

– Seja o que for que tenha acontecido não fui eu! – falei levantando os braços. – Juro que não fiz nada recentemente. – me defendi e elas se olharam e riram.

– Não é nada disso querido. – Anna falou sorrindo.

– Dessa vez você realmente não fez nenhuma trela ou eu espero que não tenha feito! – Lena completou risonha.

Está aí uma coisa que me surpreendeu, Lena não sabe o significado da palavra sorrir.

– Então meninos, vão ficar só aí sentados olhando? – Lena perguntou para três caras que eu nem reparei que estavam na sala sentados num sofá.

Eles levantaram assim que ela falou.

Um deles era um loiro muito alto, outro possuía um tom de pele mais amorenado e lábios fartos, já o último era muito bonito com covinhas fundas nas bochechas. Ele me olhou de cima a baixo e sorriu largo, poderia até dizer que foi fofo.

– Sras. Anna e Lena, se nos permitirem, iremos deixá-los a sós e observar lá fora. – o moreno falou e elas assentiram. – Com suas licenças. – ele e o loiro saíram da sala.

– É ele! – o que ficou falou vindo em minha direção. – Meu humano! – ele completou e eu olhei confuso.

– Alguém pode, por favor, me explicar o que está acontecendo aqui? – perguntei exasperado.

– Acalme-se querido. – Anna pediu carinhosa. – Baekhyun... – chamou e segurou minha mão.

Pronto! Agora fodeu, tenho certeza que não vou escapar dessa ileso e eu nem sei o que fiz de errado, ela ainda disse que eu não fiz nada, será que ela tá querendo me testar? É isso! Só pode ser um teste!

– Sente-se aqui. – pediu me apontando a cadeira que ficava em frente ao seu birô. – Você já havia sido escolhido previamente, eles vieram aqui há uns seis meses, pois queriam observar as crianças para saber qual escolheriam.

– Sou Zhang Yixing. – ele se apresentou depois sorriu segurando minha mão e beijando.

– Quer dizer que já faz seis meses que eu fui escolhido e não sabia de nada? – perguntei indignado. – Isso é muita maldade! – completei com lágrimas nos olhos. – Quer dizer que ele tem o poder de me escolher e observar enquanto eu estou completamente alheio a tudo?

– Me desculpe por isso! Achei que seria melhor você completar seu treinamento sem saber, mas eu estava errado, foi injusto com você. – ele pôs um joelho no chão segurando uma de minhas mãos beijando o dorso.

– Você pode ser meu dono agora, mas se acha que isso vai me fazer confiar em você saiba que está muito enganado. – afirmei sério. – Com licença, irei arrumar as coisas que me foram dadas aqui. – me curvei diante dos três e saí.

Teria que acatar suas ordens agora que seria seu servo, para mim eles não querem companheiros e sim empregados para se alimentar.

Suspirei.

Por mais que eu tenha parecido confiante e autossuficiente, eu estava em pânico. Não tinha ideia de como seria minha vida daqui para frente.

Se ele não me machucar já vou estar no lucro.

Entrei no quarto que dividi com os meninos por tanto tempo e recolhi as poucas coisas que tinha ali colocando tudo numa mochila que a escola nos dava quando nos formávamos.

Sentei na cama.

Por que eu tinha que ser escolhido?

Não foi justo não terem me contado nada por seis meses e depois jogar tudo na minha cara assim sem mais nem menos.

Suspirei levantando, não adianta ficar aqui reclamando da vida.

Não deve ter problema eu dar um último abraço nos meninos né?

Corri até a sala e abracei eles de uma vez.

– Não sei quanto tempo eu tenho nem o que vai ser de mim agora, mas tinha que me despedir de vocês. – falei rápido abraçando os dois e sendo retribuído e coberto de beijos.

– Eu já disse Baek, vamos nos encontrar de novo, eu sinto isso. – Sehun falou sorrindo e eu retribui o sorriso depois corri voltando para aquela sala.

Coragem Baekhyun, coragem para enfrentar seu futuro.

Suspirei e entrei lá com a mochila em mãos. Quando abri a porta estavam lá os três vampiros e elas duas.

– Baek, já se despediu dos meninos? – Lena perguntou acariciando meus cabelos, o que eu estranhei já que ela não é muito de toques, mas assenti triste.

Só de pensar que não veria mais aqueles pestinhas já me entristecia profundamente.

– É, me despedi. – respondi baixinho olhando para o chão tentando não chorar.

– Ei, não fique assim, vocês ainda vão voltar a se ver, o mundo é pequeno demais Baek. – Lena falou me abraçando o que me surpreendeu ainda mais com ela, eu esperava algo assim da Anna, da Lena eu achei que teria apenas um aceno já que ela nunca toca em ninguém.

– Pois é Baek! – Anna concordou. – Não se preocupe, apenas viva criança que a vida dará certo. – completou me abraçando também. – Tchau querido.

– Tchau Anna, tchau Lena, dêem um beijo na Sarah por mim e nas meninas da cozinha também.

– Certo querido, faremos isso, agora vá! – Lena falou me dando um beijo na testa, senti um geladinho onde ela beijou e a olhei confuso, ela apenas sorriu para mim e pela primeira vez desde que eu a conheço pareceu feliz.

– “Nunca se esqueça de sorrir meu pequeno Baek.” – Anna repetiu o que a vovó Gain falou quando eu era criança antes de morrer e meus olhos lacrimejaram, assenti indo até o tal vampiro.

Chegamos em um carro enorme e lindo.

– Baek... – o vampiro moreno me chamou e eu o olhei sério. – Uma falta de educação com você, nem nos apresentamos. Eu sou Kim Jongin ou Kai, como preferir e esse é Wu Yifan ou Kris. – falou fazendo uma leve reverência.

– Byun Baekhyun. – devolvi a reverência e todos entramos no carro.

Eles conversavam animadamente enquanto eu apenas me sentia sozinho.

Dizem que os senhores tratam seus “companheiros” como família ou metade de si, mas eu não me sentiria em família com ninguém além dos meninos.

Chegamos a um castelo enorme... Tipo... Bem gigantesco mesmo!

Se eu já achava o castelo que eu vivia grande, aqui então é de se perder!

Todos descemos do carro.

– Baekhyun? – ouvi a voz calma do vampiro, que por esse tempo percebi ser algo característico dele... Ou ele com certeza é bom de fingir.

– Sim meu senhor. – falei virando para ele e me curvando.

– Não precisa me chamar tão formalmente, pode me chamar de Lay, meus amigos me chamam assim. – afirmou sorridente.

– Com todo respeito, sou apenas seu servo. – respondi e seu sorriso morreu.

Fiquei com pena pela caída que ele deu quando o cortei... Não Baekhyun! Ele não vai amolecer você assim, tudo que aconteceu com você foi culpa dos vampiros, não seria assim se esses seres brutais não tivessem feito o que fizeram.

– Entendo que está chateado comigo, com toda razão, afinal foi realmente injusto que você não soubesse de nada... – respondeu um tanto triste. – Mas garanto que você não é apenas um servo, na verdade você nem meu servo é, você é o companheiro que eu escolhi para passar o resto da vida. Você me chamou atenção desde o primeiro segundo em que eu te vi e depois de te observar e ouvir sobre você pela tia Anna, eu senti que era você, que tinha que ser você. – ele sorriu. – Desculpe por isso, é... – abaixou o rosto parecendo sem graça. – Venha, vou mostrar-lhe minha casa. – chamou se animando de novo.

Estávamos no hall de entrada, que era bem simples, mas sem deixar de ser bonito, algumas esculturas, uma iluminação fraca e um ar calmo. Ele foi andando e eu o segui.

Entramos em um corredor com várias paredes de vidro com uma porta que iam do chão ao teto separando o corredor dos apartamentos eu acho, a primeira porta dava em uma sala muito escura, toda em tons de preto e branco que deixava tudo simples e elegante. O contraste das cores neutras dava um ar de classe, porém deixava o lugar um tanto frio e impessoal. O ambiente tinha uma grande janela em uma das paredes coberta por uma grossa e, aparentemente, pesada cortina preta, "para variar"...

E tinha umas tochas e esculturas!

Sério? Tochas? Ok então...

Bem... As tochas não serviam de muita coisa, pois o ambiente ainda era escuro, porém dava para enxergar, mas a união de tochas e esculturas deixava o lugar um pouco assustador.

Lugar estranho!

– Boa noite Kris. – os dois vampiros disseram ao loiro mais alto que apenas maneou com a cabeça sério entrando naquele lugar.

Credo! Esse cara parece uma girafa carrancuda, só deu um sorrisinho o caminho todo.

Passamos por outra porta que dava em outra sala. Esta toda em tons de marrom com lindas pinturas, em uma parede as mesmas eram de paisagens, em outra uma grande janela como na sala anterior, mas essa tinha cortinas claras entreabertas deixando um pouco de luz penetrar o ambiente, na última parede que faltava, a da escada, mais pinturas, só que dessa vez eram de pessoas, reconheci Yixing, a girafa carrancuda e o vampiro do beição, mas teve dois que não reconheci ali, embora um deles me parecesse muito familiar, não que seja importante, mas... Enfim... O lugar era bonito, bem decorado e posso até dizer que tinha um toque confortável.

– Boa noite Kai.

– Boa Lay. Boa noite Baekhyun. – ele cumprimentou e eu olhei surpreso.

– Boa noite senhor Jongin.

– Se você pudesse tirar esse senhor eu iria ficar feliz, mas chame como preferir. – disse por fim entrando na própria casa.

Passamos direto mais uma vez, chegando a uma terceira porta que ele abriu e vi que nesta sala o ambiente era mais leve, os móveis brancos e piso amadeirado, uma grande janela de cortinas finas, quase transparentes, deixando o ambiente claro, uma parede completamente ocupada por uma estante abarrotada de livros, o que me deixou feliz, e a última coberta por frases de grandes escritores pintadas, achei até poético, gostei. Subimos uns três lances de escadas chegando a um andar com cinco portas.

– Aqui é o corredor dos quartos, as outras duas salas que passamos eram as casas dos meninos que você conheceu hoje e tem mais uma do vampiro que praticamente nos criou, você quer descansar um pouco? A viagem foi longa. – ele explicou e depois perguntou com carinho, mas só podia ser uma farsa para me conquistar, eu não poderia ceder.

– Gostaria de deitar um pouco senhor, obrigado. – fui educado, teria que ser, afinal ele é meu “dono”, mas fui frio, o que aparentemente o deixou um tanto entristecido.

Mas tenho certeza que não é sincero, como poderia? Esse cara nem me conhece! Pensa que me engana com esse teatrinho.

– Certo! Fique à vontade, está em casa. – falou carinhoso.

“Isso não chega nem perto de estar em casa!” – pensei rancoroso.

– Já tem tudo que você pode precisar ai, tomei a liberdade que comprar roupas e sapatos para você baseados no que tia Anna me falou de seus gostos, realmente espero que goste, tem também produtos de higiene, toalhas... Se faltar algo você me diz que eu providencio imediatamente certo? – ele perguntou e eu assenti. – Durma bem, quando acordar venha ao meu quarto. – ele falou deixando um selar em minha testa e entrando na porta em frente à minha.

Meu coração bateu mais forte com esse carinho... Sacudi a cabeça.

“Se concentre Baekhyun, você não pode ceder! Não pode ser enganado com tanta facilidade!” – pensei atordoado entrando no quarto.

O mesmo possuía duas portas, abri a primeira que dava para um closet, olhei chocado a quantidade de roupas que tinha ali, todas lindas e de todas as cores, sapatos aos montes...

Meu Deus!

QUE BOTA DIVINA!

Uma bota preta de cano alto com alguns detalhes.

Simplesmente perfeita.

SUPERE ISSO BYUN!

Mas devo admitir que ele acertou em cheio o meu gosto!

Peguei uma roupa qualquer e me dirigi à outra porta que, como eu já imaginava, era o banheiro. Tomei um banho rápido e fui dormir.

 

Quando acordei o céu já estava claro, olhei em volta tentando me lembrar onde estava.

Ah sim! O vampiro de buracos nas bochechas me escolheu, e falando nele, tenho que ir no quarto dele agora.

Mas eu estou com tanta fome, será que ele vai se incomodar se eu for comer? Acho que não né?

Desci procurando a cozinha que descobri ser todo o primeiro andar, possuía uma ilha, que poderia funcionar como uma mesa de jantar já que possuía quatro cadeiras, e o balcão de mármore negro, assim como os armários, que eram de uma madeira negra, o que fazia contraste com o piso branco.

Vi que Yixing cozinhava algo, não entendi porque, então observei que do canto da sua boca escorria um líquido viscoso e vermelho.

Aquilo era...?

Saí correndo dali de volta para o quarto.

Meu Deus!

Será que ele matou alguém?

Será que ele vai me matar?

Eu preciso dormir de novo, assim eu posso esquecer o que vi e parar de pensar nisso.

É! Ótima idéia!

Deitei na cama e fechei os olhos, virei para um lado e para o outro até finalmente, depois de muita luta, conseguir pegar no sono.

Acordei com os gritos da omma, não entendi o que acontecia.

– Omma? Appa? – chamei me levantando do saco de dormir, quando cheguei fora da nossa barraquinha vi um homem debruçado sobre os corpos dos meus pais caídos no chão no meio de uma poça de sangue, quando ele me notou levantou me encarando, percebi que era magro e alto, completamente sujo de sangue e meus pais mortos.

Corri para o outro lado gritando e quando passei por outra cabaninha ele apareceu na minha frente do nada.

Gritei muito alto.

No momento que ele avançou em mim, ouvi barulhos de tiros e o vampiro caiu morto em cima de mim.

Senti alguém me abraçar, distribuir beijos por meu rosto e alisar minhas costas. 

– Calma Baek! – ouvi a voz calma do vampiro que me abraçava e chorei, chorei muito. – Já passou, já passou. – ele murmurava em meu ouvido para me acalmar, notei que já estava escurecendo.

Aquela lembrança veio de novo para me atormentar e tirar meu sono. Meus pais mortos naquela maldita guerra.

Por hora, ignorei o fato dele ser um vampiro, do que era aquilo que vi em sua boca, do que ele poderia fazer comigo e qualquer outra coisa me agarrando a ele, afinal eu não tinha mais ninguém.

Chorei ali em seu colo, sendo acalentado pelo mesmo, até conseguir me acalmar e dormir de novo.

 

Acordei nos braços do vampiro, pela iluminação que vinha da janela já devia ser de manhã, olhei em volta vendo que estava no quarto que me foi oferecido e vivo.

– Vamos comer Baek, você não come a pelo menos um dia. – ele falou. – Se sente melhor? – perguntou parecendo preocupado.

– Estou sim, obrigado. – respondi e ele sorriu.

– Venha! – ele falou me puxando para a cozinha. – Vou te preparar algo para comer. – ele completou sorrindo para mim.

– Senhor! – chamei. – Não precisa faz...

– Não preciso, mas eu quero, venha, posso até comer com você. – ele falou e eu o olhei espantado.

– Vampiros comem? – perguntei surpreso e ele riu.

– Sim, comemos como vocês, a diferença é que a comida não nos dá todos os nutrientes que precisamos. – ele explicou e eu o olhei confuso o fazendo rir. – Venha que eu explico enquanto cozinho. – completou risonho enquanto saía do quarto.

O segui. Descemos e enquanto eu sentei em uma das cadeiras o observando ele começou a separar os ingredientes e preparar o que ia fazer.

– O que gosta de comer? – ele perguntou animado e eu ri antes de parar para pensar.

– Bibimbap, só comi uma vez, mas amei. – respondi e ele assentiu.

– Então Baek... Nós vampiros podemos sair no sol, ouvir de muito longe, ver de muito longe, temos o olfato muito apurado, podemos sentir quando alguém nos observa, também temos muita força, mas isso só é possível devido o consumo do sangue, que nos dá os nutrientes essenciais que não conseguimos captar da comida, o sangue nos mantém jovens e apuram nossos sentidos, sem sangue nós envelhecemos, perdemos nossas forças e habilidades, ficamos frágeis sabe? – ele foi explicando enquanto preparava a comida.

– Certo, mas... Vocês também comem? – perguntei confuso.

– Sim, mas não é o suficiente para nos satisfazer, sabe quando você já comeu e mesmo assim ainda sente fome? Quando você quer comer mais porque ainda não está satisfeito? – ele perguntou e eu assenti. – Pois é, é assim que nos sentimos quando comemos apenas comida humana, ela não é suficiente para atender todas as nossas necessidades de nutrientes, mas não precisamos de muito sangue para ficarmos satisfeitos, acho que o equivalente a um cálice de vinho por semana. – ele completou e eu assenti.

– Então vocês não precisam matar? – perguntei e ele negou chocado. 

– Claro que não Baek, você acha que se matássemos para nos alimentar conviveríamos com humanos? Ou que você ainda estaria vivo?  – ele perguntou indignado.

– Desculpe! – pedi, sabia que o havia ofendido ao perguntar aquilo.

– Tudo bem tá! – ele falou me abraçando e beijando minha testa.

– O que era aquilo na sua boca ontem? – perguntei sem conseguir me conter e ele me soltou me encarando com o cenho franzido.

– Ontem? Na minha boca? – ele perguntou confuso.

– É... Quando eu acordei ontem de manhã, eu acho, vim procurar a cozinha, mas você estava aqui cozinhando algo e tinha um líquido vermelho escorrendo do canto de sua boca, parecia sangue...

– Ahh... – ele riu. – Era calda de cereja, eu estava fazendo bolo. – ele me soltou e foi até a geladeira mostrando o bolo muito bem decorado devo dizer. – Você pensou que era sangue e que eu tinha matado alguém? – ele perguntou surpreso e meio chocado entendo o que eu imaginei.

– Desculpe. – pedi abaixando a cabaça.

– Tudo bem. – respondeu suspirando.

Ele voltou a cozinhar, volta e meia me dava provas para saber se estava ficando bom e não é que ele é bom nisso?!

– Isso está muito gostoso! – falei mastigando a prova que ele me deu e ele riu contente.

– Você gosta de cozinhar? – ele perguntou curioso. 

– Não, só de comer mesmo! – respondi e ele riu alto.

E como a risada dele é gostosa de ouvir.

Sorri.

Acorda Baekhyun! Ele é um vampiro!

Quando ele terminou de cozinhar, eu arrumei a mesa e comemos em silêncio.

Depois de comer subimos as escadas e eu lembrei que ele queria que eu fosse em seu quarto ontem e eu acabei tendo aquele probleminha.

– Você queria me falar algo? – perguntei curioso e ele franziu o cenho. – É que você pediu que eu fosse no seu quarto quando acordasse ontem. – lembrei-o e ele assentiu parecendo se lembrar o que queria.

– Sim, preciso conversar com você sobre uma coisa, mas depois conversamos, por que não dá uma volta pela casa? – ele perguntou carinhosamente. – No andar de cima é uma biblioteca, você gosta de ler?

– Amo! – respondi com os olhos brilhando e ele sorriu.

– Pode ler quantos quiser, se quiser ler no seu quarto também pode e na sala tem mais livros, fique à vontade. – ele afirmou entrando no próprio quarto.

Dei de ombros e subi as escadas.

Dando de cara com uma biblioteca que ocupava todo andar abarrotada de livros, mas que não deixava de ser organizada e muito bem decorada por sinal, toda em dourado com adornos elegantes nas paredes visíveis e um pequeno e confortável sofá.

Escolhi um livro e me sentei no sofá para ler, não podia deixar passar a oportunidade de ler assim.

Passei o dia entre os livros maravilhosos que possuía ali, encantado com a diversidade de mundos que um livro pode nos levar.

– Baek? – ouvi a voz calma do vampiro me chamando.

– Sim? – perguntei.

– Te trouxe comida, você passou o dia inteiro aqui e não comeu nada desde o café. – ele falou aparecendo na minha frente com uma bandeja e a colocando no meu colo. – Coma e depois vá ao meu quarto para conversarmos. – ele completou deixando um selar em minha testa, parece que ele gosta de beijar minha testa.

 

Comi e depois deixei a bandeja na cozinha lavando a louça suja, assim que organizei tudo, pelo que pude observar ele é bem organizado e limpo, e em seguida me direcionei ao quarto dele para ver que conversa é essa batendo na porta do vampiro.

– Pode entrar.

Abri a porta e dei de cara com ele apenas com uma calça moletom, secando os cabelos que pingavam em seu abdômen definido.

Babei.

– Oh Baek! Comeu tudo? – perguntou ele sorrindo docemente e eu assenti. – Que bom, ainda está com fome? – perguntou atencioso e eu neguei. – Ok então... Precisamos conversar, sente aqui! – pediu apontando para o espaço vazio na cama para que eu me sentasse.

Sentei o mais longe dele possível olhando para o chão.

– Baek... – ele chamou baixinho e quando o olhei, vi suas bochechas vermelhas. 

Ele estava corado? Vampiros podem corar?

– Sim senhor? – perguntei e ele suspirou.

– Tem umas coisinhas que eu preciso te explicar... – ele falou e eu assenti sem entender o motivo dele estar desse jeito.

– Ok! É... Só uma pergunta... – falei e ele gesticulou me incentivando a continuar. – Vampiros coram? – perguntei confuso e ele riu assentindo.

– Sim, vampiros podem corar assim como humanos, nós também temos sangue correndo pelo corpo. – ele respondeu e eu assenti. – E você sabe o que acontece depois da troca de sangue? – perguntou e eu neguei. – O que vocês aprendem lá? – ele perguntou indignado.

– Matérias escolares e luta. – respondi simplista.

– Eu sei! Só acho que deveriam aprender isso também! – suspirou. – Depois de ligados, meu sangue te dá habilidades como as minhas, seus sentidos ficam mais aguçados, sua velocidade aumenta e você luta melhor enquanto o seu sangue me fortalece ainda mais do que o sangue de qualquer outro humano por você está mais forte devido ao consumo do meu sangue e isso acontece para que protejamos um ao outro. – ele explicou nervosamente e eu estranhei, mesmo que eu o tenha conhecido agora, pude notar que ele é sempre muito calmo, então ele estar nervoso estava me deixando nervoso, mas consegui entender o que ele tentava me explicar.

– Por que você está tão nervoso? – perguntei. – Isso está me deixando agoniado.

– Baek, sugar o sangue de alguém é um ato prazeroso, tanto eu quanto você vamos sentir prazer, e se apenas sugar o sangue já é prazeroso, trocar de sangue é dez vezes mais. – ele falou muito vermelho e só então eu entendi porque ele estava tão nervoso.

– Espera! Você tá me dizendo que nós... – minha voz morreu, então gesticulei e ele assentiu. – Me diz que é brincadeira, eu vou ter que fazer sexo com você? – perguntei assustado.

Não queria me entregar para ele! Minha primeira vez não!

Desesperei-me.

– Ei calma! Olha, eu não vou te forçar a nada, sei que a mordida nos deixa excitados e geralmente acontece, mas não é impossível resistir, mas eu não sei como é a troca de sangue, não vou forçar você...

– Como assim “não sei como é a troca de sangue”? – perguntei confuso fazendo aspas com os dedos repetindo a frase que ele disse.

– Eu nunca troquei sangue com ninguém Baek, você é único, só fazemos isso uma vez. – ele falou e eu olhei meio chocado. – Mas Baek, enquanto você não tiver meu sangue circulando em seu corpo não saia daqui de dentro, por favor, você não estará marcado como companheiro e vão poder te fazer qualquer coisa sem que você possa se defender, além do que, eu também não vou poder te defender, porque não vai ter a nossa conexão para me dizer se você está em perigo e onde você está... – ele foi falando afobado e nervoso. – Resumindo, é perigoso. – completou e eu assenti, mas estava com medo.

– Mas eu... Nós... Eu não... Assim? – perguntei desconexo o olhando um tanto apavorado. 

– Já disse que não vou te forçar a fazer nada, mas eu preciso de sangue Baek... – ele falou e eu suspirei.

– Você disse que dá para resistir não foi? – perguntei e ele confirmou. – Você toma meu sangue, mas não fazemos nada.

– Se você não quer trocar sangue agora tudo bem, eu espero você estar pronto, mas tem uma condição. – ele falou sério e eu o olhei assustado.

– Qual?

– Você terá que ficar sempre por perto, nunca se afastar muito de mim para que eu possa te proteger, tudo bem assim? – ele perguntou preocupado e eu assenti.

– Tudo bem, obrigado.

– Não precisa me agradecer! – ele sorriu deixando um carinho leve no meu rosto.

– Mas... Se você nunca trocou sangue com ninguém, como você se alimentava? – perguntei confuso.

– Todos os vampiros que ainda não têm idade para ter um companheiro se alimentam no Banco de Sangue, você percebeu que onde você morava não tinha humanos mais velhos, eram sempre pessoas de até 25 anos? – ele perguntou e eu assenti. – Então... Isso é porque os mais novos vão aprender para virar companheiros, os mais velhos vão para o banco de sangue, com esses humanos não há troca de sangue, nós apenas bebemos o sangue deles, como precisamos de pouco sangue para sobreviver durante um tempo, é como se eles estivessem fazendo pequenas doações, o que não deixa de ser verdade. – ele explicou e eu olhei chocado. – Não precisa se preocupar Baek, eles não se machucam ou sofrem, depois que um humano do banco de sangue alimenta um vampiro, ele vai imediatamente descansar e se recuperar, como eu já disse, não machucamos humanos. – ele garantiu e eu suspirei mais tranquilo.

– Ok!

– Agora que já conversamos você pode voltar a ler se quiser! – ele avisou e eu assenti me curvando respeitosamente por fim saindo do quarto.

 

Três semanas depois...

Acordei no meu quarto, mas nos braços do vampiro.

Não são todas as noites, mas às vezes eu sonho com aquela maldita lembrança.

Ele sempre vem e me segura, eu não o contei nada e ele não me cobrou nada, o Yixing apenas me segura e me deixa chorar, sem perguntas, sem cobranças, sem reclamações. 

E inexplicavelmente depois que ele me abraça é que eu consigo dormir.

Eu não entendo, era para eu temê-lo ou sentir raiva dele, mas não... A presença dele me acalma, me conforta, traz uma segurança e paz que eu não consigo explicar ou ao menos entender.

Inclusive queria perguntar uma coisa, lembro-me dele dizendo que precisa de uma certa quantidade de sangue por semana, mas até agora ele não me pediu sangue.

Fiquei o observando dormir ao meu lado. Ele abriu os olhos devagar e me sorriu.

– Bom dia Baek!

– Bom dia senhor. – respondi sério e ele revirou os olhos rindo.

– Se sente melhor? – ele perguntou parecendo preocupado.

Não Baekhyun, ele não está preocupado com você, deve é estar arrependido de ter te escolhido.

– Você está bem Baek? – ele perguntou carinhosamente. – Parece tristinho! – completou me olhando nos olhos.

– Não é nada, eu estou bem! – respondi sério.

– Mentira!

– Eu te dou trabalho demais, você deveria escolher outra pessoa...

– Eu não quero outro humano, quero você! – ele afirmou convicto e eu arregalei os olhos. – Sei que você não gosta de mim, nem sei por que, mas já percebi que não gosta e eu quero te dizer que vai melhorar, no futuro, vai melhorar tá bom? – ele perguntou me deixando confuso.

Do que ele estava falando?

– Como assim?

– Você vai ver bebê! – ele respondeu risonho deixando um selar em minha testa. – Te espero na cozinha. – ele falou por fim saindo do quarto e me deixando para trás totalmente confuso.

Tomei um banho para acordar e escovei os dentes depois desci as escadas indo para cozinha.

– Tem uma coisa que eu queria te perguntar. – falei ao chegar na cozinha.

– À vontade!

– Você disse que precisava de uma certa quantidade de sangue por semana, mas já faz umas três semanas que tô aqui e você não me pediu sangue. – comentei o olhando curioso.

– Achei que você tinha uma pergunta. – ele falou e eu revirei os olhos.

– Por quê? Por que você não me pediu?

– Eu estava esperando que você viesse me dar seu sangue por vontade própria...

– Para quem disse que um vampiro não pode viver sem sangue você me parece bem...

– Provavelmente você não notou que eu estou mais sensível ao sol, não estou escutando tão bem...

– Você está debilitado? – perguntei exasperado e ele sorriu fraco.

– Fiz kimchi para você. – ele falou apontando para o prato e eu assenti me sentando.

Comecei a comer, mas não parava de encará-lo.

– Quem é o outro vampiro que você falou que mora aqui? – perguntei sem ao menos saber porque.

– Meu tio. Ele criou a mim, ao Kris e ao Kai. – ele respondeu sorrindo. – O Luhan é uma pessoa maravilhosa! – completou risonho.

– Entendo... Ele não vai me machucar vai? – perguntei receoso.

– Por que ele faria isso? – ele perguntou sério e eu me encolhi.

– Não sei, se ele não gostar de mim? – perguntei com medo.

– Ouça bem... Nós não maltratamos humanos, a guerra já foi destruição o suficiente, para que machucar mais? Para que maltratar mais? Não tem sentido! Podíamos viver melhor do que vivemos! Muitos humanos pensam que só vocês perderam, mas eu perdi meus pais nessa guerra, o Kai, o Kris e o tio Lu também perderam e se não fosse o próprio Lu para cuidar de nós, não sei o que teria nos acontecido. – ele desabafou enquanto eu tentava não chorar e suspirou levantando e se aproximando de mim.

Ele passou pelo mesmo que eu?

Eu fui o único que sofreu?

Eu não fui o único a perder?

Será que o que ele diz é verdade?

Ele se colocou em minha frente e secou as lágrimas que eu nem tinha percebido que caíam.

– Seja lá o que for que tenha acontecido com você nesse tempo, seja lá o que for que você tenha sofrido... Você pode sempre contar comigo, eu também estou aqui para você. – ele afirmou selando minha testa e voltou a comer.

Comemos em silêncio, eu estava perdido em pensamentos.

Quem é ele?

Será que eu devo ceder?

NÃO! FORAM SEUS PAIS BAEKHYUN! VOCÊ NEM SABE SE ELE FALA A VERDADE!

Mas ele parece tão sincero em sua dor!

Ele, mesmo estando debilitado, não me obrigou nem cobrou nada e isso me deixou balançado.

Será que me vingar é o certo?


Notas Finais


Então meus amores, eu já tenho a maior parte dos capítulos prontos, ou seja, vou ter um padrão de postagem e até que chegue lá eu pretendo já ter terminado de escrever. Postarei todo fim de semana, dependendo das minhas ocupações pode ser sábado ou domingo.
Eu espero realmente que tenham gostado e que continuem acompanhando, me digam o que acharam do capítulo e qualquer dúvida estou a disposição para responder.
Bjs de menta, Kaka.


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