- Mas isto é ridículo. – Camila deixou escapar.
Não era para ser essa reposta, lembrou-se ela. Esse era o objetivo, não era? Tirá-la do escândalo devidamente casada? E com uma rainha. Como não poderia contestar a oferta? Sua mãe mencionara que a rainha tinha um irmão mais novo.
- Acha minha proposta ridícula? – A rainha a olhava um tanto ofendida.
Ela sacudiu a cabeça.
- Desculpe. Não é ridículo. Claro que não. Apenas me surpreendeu.
Camila começou a murmurar. Parou de falar antes que fosse tentada a descartá-la e requeresse à Chris no lugar.
- Espero que tenha se recuperado do choque.
“É claro”, pensou Camila.
- Estou mesmo arruinada? – Questionou, pensando em outra solução.
- Se não puder deixar esta casa até amanhã cedo, o que não poderá, e se a esposa de Vesemir espalhar a história, o que ele fará, sinto muito. – Acrescentou Lauren como uma explicação tardia.
- Tudo bem. Se é isso que Vossa Majestade quer.
O comportamento formal de Lauren evaporou-se sobre a tensão.
- Acredite, isso não é o que eu quero. Mas é o que precisa ser feito. A senhorita está aqui agora, não agradecerei a minha falecida mãe por fazer a confusão e me deixar sem saída. E não finja que esse não era seu objetivo em vir aqui. A senhorita estava à procura de uma proposta e recebeu uma poucos minutos após nosso encontro. É um sucesso para a senhorita. Um golpe bem-sucedido. Não pode ao menos fingir estar satisfeita? Não espero mais nada além de que sejamos um par adequado. E agora, se me der licença, preciso escrever uma carta a Vesemir para ser entregue tão logo a estrada permita, explicando sua situação e solicitando sua presença amanhã pela manhã. Só espero que ouro e boas intenções evitem os detalhes e o convençam a deixar de lado as restrições. Podemos ter uma cerimônia na capela da família, longe de olhos curiosos e com a mulher dele como testemunha. – Lauren se virou e caminhou em direção a porta.
- Desculpe-me! – Camila gritou. – O que devo fazer quanto a isso?
- Vá para o inferno! – Os olhos verdes de Lauren brilhavam. – Ou para seu quarto. Não vejo outra opção.
A porta bateu atrás da rainha.
- Mas não tenho um quarto. – Disse Camila para a porta fechada.
Chris soltou uma gargalhada atrás dela.
Camila se virou espantada. Esquecera a presença dele diante da personalidade da irmã, que parecia ocupar todo o espaço disponível na sala.
Ele ainda sorria, e ela relaxou um pouco. Pelo menos teria um aliado na casa.
- Não se importe demais com minha irmã. Ela está um pouco aborrecida neste momento, como qualquer um no seu cargo estaria.
- E o latido dela é pior que sua mordida? – Acrescentou Camila.
- Sim. Estou certo disso. – Mas houve um momento de hesitação quando ele fez tal afirmação. E, por um momento, o rosto dele ficou pálido como se tivesse recordado alguma coisa. Então, Chris enterrou o pensamento, e seu rosto retornou à expressão ensolarada de antes. – Sua anfitriã deve ter esquecido, mas acho que posso encontrar um quarto e uma ceia para a senhorita. Vamos encontrar o mordomo e ver o que ele fez com suas malas.
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