Camila concordou em jantar com o Lorde e ao observá-lo partir ela notou que se haveria jantar significa que haveria uma refeição. O que requeria menus, compras e coordenação dos empregados. Ela estava encarregada da casa, pelo menos até a duquesa voltar e a aliviar. E se estava encarregada, deveria haver algumas mudanças.
Camila então desceu para o hall dos empregados e se dirigiu a cozinha. Quando examinou o local, a situação ficou ainda pior. Tudo estava um desastre.
Então, uma porta do outro lado do cômodo se abriu e uma mulher entrou. Era pequena, robusta e com uma cara azeda. Olhou fixo para Camila.
- Quem é você e o que faz aqui embaixo?
- Sou a senhora desta casa. Quem é você?
- Não há uma senhora desta casa. Pelo menos não desde que a viúva faleceu.
- Há, desde ontem, quando Sua Graça e eu nos casamos, senhora...?
- Sua Graça não me disse nada a respeito.
- Pelo que eu entendi, você estava fora, e os empregados não tinham ideia de como contatá-la, senhora...?
- Sua Graça não me falou nada sobre se casar. – Argumentou a cozinheira.
- Foi um choque para Lauren também. Mas certamente Alfred...
- Aquele velho bêbado não tem permissão para chegar perto de mim ou eu...
Claramente a mulher estava acostumada a gerenciar a casa à sua maneira. Camila assumiu um tom mais firme e deu um passo à frente.
- Sua Graça não tinha de dizer nada a você, senhora...?
- Clopton.
- Senhora Clopton. Você sabia que eu estava aqui, já que deve ter enviado o café da manhã para mim mais cedo. – Decidiu não mencionar a qualidade da comida.
- Não presto atenção às mulheres que entram nesta casa.
- Mas deveria. Afinal de contas, você é a governanta, não é?
- Sou a encarregada aqui.
Camila acenou em direção à casa e deu uma olhada para a cozinha.
- Se você é responsável pelo que vi nesta casa, não tem motivo algum para se orgulhar disso.
- E eu suponho que você espere que os empregados trabalhem como cães.
Camila contrapôs:
- Mas não vejo evidência alguma de que os empregados estejam trabalhando como cães. Talvez nos estábulos, onde a duquesa tem tempo de observar.
- Os empregados fazem o que são pagos para fazer e ganham bem pouco.
Camila levantou as sobrancelhas em choque.
- Eu serei o juiz disso, Sra. Clopton. Se trouxer os livros de gastos dos empregados, veremos o que pode ser feito.
À menção dos livros, a governanta deu um passo atrás.
- Sua Graça nunca achou necessário checar os livros.
- Sua Graça não está aqui, está? – As palavras saíram por entre seus dentes cerrados à medida que dava a governanta uma parte das frustrações matrimoniais dessa manhã. – Mas eu estou. E quer você reconheça isso, quer não, sou uma duquesa, e de agora em diante estará lidando comigo. Traga-me os livros.
- Não acho que isso será necessário.
Camila manteve a voz calma, mas firme:
- Eu acho. A menos que haja alguma razão para que você não queria mostrá-lo.
- Quando a antiga duquesa estava viva...
- Nunca checava os livros, eu suponho. Durante quatro anos você vem desviando as contas da casa? Economizando na comida e nos empregados e enchendo os bolsos, huh?
- Quem você pensa que é para me chamar de ladra? E você infiltrando-se nessa casa. Como não deveria. Tentando se passar por uma duquesa.
- Eu não sei o que você é, mas não tem qualidade.
- Porque não deixarei você roubar a duquesa?
- Servir-se do que eles não precisam é um grande crime. Mas roubar um título...
- ESTÁ DESPEDIDA!
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