História Bloodsport - Capítulo 13

Uma semana havia se passado e ninguém tinha notícias do Austin, nem mesmo Dez. Ele havia se isolado de todo mundo, não ia mais a faculdade, não saía de casa, recusou até alguns trabalhos que lhe propuseram na agência ficava apenas naquele apartamento bebendo enquanto pensava no passado. Queria muito seguir o conselho de Dez, ir atrás da Ally e pedir pra que tentassem, mas e se ela o rejeitar, dar esperanças e quando ele menos esperar estraçalhar o seu coração, ainda mais do que já estraçalharam. 

Com a raiva atirou a garrafa de vidro contra a parede, seu instinto dizia que ele devia a procurar, só assim ele podia seguir em frente de uma vez por todas, mas ele não sabia do paradeiro dela e muito menos ver a ruiva a sua frente novamente.

Ouviu a campainha tocar várias e várias vezes, e todas essas vezes ele deixou que quem quer se esteja do outro lado penasse naquele corredor, mas os toques estavam se tornando irritantes e frenéticos. Bufou antes de ir atender a porcaria da porta, quando finalmente abriu deu com quem menos deseja ver, queria que não fosse verdade. 

- Oi loirinho. - Entrou sem ao menos ser convidada. Ela se sentou no sofá surrado cruzando os pés. 

- Hope! - Austin afirmou com desdém. 

- Sentiu saudades?  - Perguntou provocativa. 

- Nenhumas. Como você me me achou? - Perguntou ríspido. 

- Me bastou ir aquele orfanatozeco falando que estava morrendo de saudades suas... - Disse com um ar cínico. – Você mudou muito Austin, nem parece aquele bobão apaixonado. 

Austin segurou o braço da garota com raiva, sentia-se o maior otario à face da terra, ele desprezava a garota a sua frente. Ela deu um gemido assim que Austin apertou seu braço de novo. 

- Você acha que pode vir aqui e me esculachar? - Perguntou entredentes. – Fique sabendo que não sou o mesmo bobão. - Usou o adjetivo que a ruiva utilizou. 

- Pela maneira que me está tratando vejo que não. Você está cada dia mais gostoso, sabia? - Percorreu os dedos pelo abdômen do loiro.  

- E você cada dia mais desnecessária. - Devolveu soltando o braço dela. – Vai embora da minha casa, some da minha vida. Desaparece! - Gritou. 

- Por que você está me tratando assim? Eu lembro que você fazia tudo, mas tudo por mim. 

- Você ainda me pergunta porquê sua desgraçada? - Gritou novamente. – Você acabou com todo o amor que podia existir dentro de mim. 

- A gente era criança Austin, pelo amor de Deus! - Exclamou. – Você achou que iríamos viver juntos para sempre naquele buraco? Você acha mesmo que iria ficar com um pé rapado que nem você? 

- Sai daqui! - Ela estava torrando a pouca paciência que restava. – Você não vale nada. Eu fui muito burro em achar que você me amava e acreditar nas suas palavras. 

- Eu te amei sim, Austin e muito. - Confessou. – Mas eu tinha que pensar no meu futuro, e ao seu lado não iria ter tudo o que tenho agora.

- Era só isso? - Perguntou com raiva. Nada do que ela dizia o atingia mais. – Porque se você veio aqui pra dizer o que você disse naquela carta, pode dar meia volta e sair daqui.

- Eu não vim pra isso. - Sentou no sofá surrado. – Eu vim aqui pra me despedir de vez de você. Eu vou para Nova Zelândia com o meu noivo... 

- Eu não tenho nada a ver com isso, e nem me importa pra aonde você vai. Na verdade eu quero que você vá pra put...

- Você realmente não é o mesmo, eu acho que agora sim a gente ia dar certo. - Disse o interrompendo. – Que tal a gente matar as saudades hein? Naquela época você mal sabia beijar, não tinha pega... 

Antes que ela pudesse acabar Austin agarrou sua cintura colando seu corpo no dele, ela fechou os olhos deixando escapar um gemido. 

- Sabia que você não iria me resistir. - Disse roçando os lábios nos dele. 

- Você é louca, você achou mesmo que iria rolar algo? - Deu um riso sarcástico. – De mim no máximo que você leva é desprezo, ódio e raiva. - Arrastou a ruiva pelo braço. – Nunca mais me procura. - A empurrou pra fora fechando a porta na sua cara. 

Ally estava cada vez mais focada na sua carreira, já estava praticamente habituada ao sumiço de Austin, talvez seja melhor assim pra todos, não podia negar que pensava nele e sempre perguntava pelo seu paradeiro, mas sempre recebia um : "não sei nada dele baixinha, desculpa" do ruivo. 

Esse era outro que estava morrendo de preocupação e medo que o amigo ficasse ainda mais amargo, queria invadir o apartamento do loiro e dar uma bela surra nele, porém decidiu dar-lhe tempo para pensar na sua vida. 

Ela estava na agência, em pleno sábado, em frente ao Jake e a Carolina que lhe encaravam de um jeito que ela não sabia explicar, estava curiosa desde que recebeu a ligação do amigo. 

- Será que me podem dizer o que está acontecendo? - Pediu apreensiva. Lá a sua mania de morder o lábio apareceu. 

- Ally, minha querida, desde do primeiro dia que botei os olhos em você senti que isso iria acontecer. Minha futura angel. - Jake disse se aproximando dela segurando suas mãos. – Carol, meu bem, me deixa contar a novidade. 

- Deixo sim. - Disse toda sorridente. 

Ally não sabia o que era mas sentiu seu estômago embrulhar, sentiu um friozinho na sua barriga. 

- Sabe a capa que você fez? - Ela assentiu nervosamente. – Advinha quem quer que você seja a capa agora. 

- J-Jake, fala logo. Eu não sou boa com advinhas. - Apertou as mãos dele. 

- Ai Ally, tá me machucando. - Disse se soltando. 

- Então fala de uma vez, por favor. 

- A vogue Ally, a vogue quer seu rosto na capa da revista do próximo mês. 

Ally não disse nada ficou completamente estática com a notícia, a melhor revista do mundo quer que ela seja capa, sentiu várias sacudidelas vindas da parte do Jake até que a sua ficha caiu, deu um gritinho assustando os presentes na sala, e, em seguida pulou para os braços de Jake. 

- Isso não pode ser real, me fala que não estou sonhando. Cara, a vogue? - Perguntou nos braços dele. 

- Você não está sonhando, chérie. Hoje é vogue, amanhã pode ser outra coisa bem melhor. 

Eles continuaram lá na sala conversado sobre o pagamento e mais algumas campanhas que surgiram, ela estava praticamente com a agenda lotada de coisa pra fazer, Ally ainda se recusava a acreditar que isso tudo estava acontecendo com ela, há meses atrás estava largada numa cidade no interior de Califórnia, e agora está aqui vivendo um sonho. Liberaram a morena quase às 17 da tarde, a primeira coisa que ela fez foi ligar para Lester contando a novidade e matar as saudades prometendo que iria pra Califórnia vê-lo assim que pudesse, a segunda coisa foi ligar para uma mulata histérica que quase ensurdeceu Ally pelos gritos. Continuaram conversando até que ela deixou escapar que iria visitar a Ally, ela praticamente surtou com a novidade estava morrendo de saudades da melhor amiga, assim que ela chegou a casa contou as novidades para Trish e Dez que pararam de namorar pra surtar com a felicidade da baixinha. 

- Parabéns Allyzinha, você merece tudo de bom dessa vida. - Dez lhe abraçou. 

- Caraca Ally, você tem noção  que ser capa da vogue é tipo : uau. - Trish mal conseguia se expressar. 

- Sim é tipo : uou. - Ally disse e Dez ficou lá sem entender a troca de interjeição das duas. – Você sabe o que é mais "uau" e "uou" juntos? - Ela negou. – A Kira está vindo pra N.Y. - As duas soltaram gritinhos histéricos, só pararam quando escutaram a campainha. – Eu vou lá. 

Ally foi toda animada abrir a porta, quando abriu ficou surpresa no que os seus olhos viram. Ela não estava esperando por essa visita, digamos um pouco inesperada. 

- Você?