História Blue - Capítulo XXIX

P.O.V. Calum Hood

Porra, porra, porra, porra, PORRA. Ashton, estava me beijando, Ashton Irwin estava me beijando. ME BEIJANDO.

Ele apertava a minha cintura com tanta força que eu tinha a absoluta certeza que eu ficaria marcado. De vez em quando mordia o meu lábio inferior. Sua língua explorava a minha boca como se isso fosse a última coisa que ele faria em vida. Senti uma de suas mãos descer para a minha coxa esquerda e apertá-la, foi como se desse um click na minha cabeça. Ele estava me beijando.

O empurrei.

- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

- Calum, eu... eu... – ele tinha os olhos arregalados.

- VOCÊ FICOU LOUCO?

- Me desculpa, eu não pensei, eu...

- É CLARO QUE NÃO PENSOU.

- Cal, me deixa explicar – Irwin, tentava me segurar.

- NÃO ME TOCA – algumas pessoas já se aproximavam.

- Por favor – eu vi os olhos dele encheram-se de lágrimas.

- SAI DA MINHA FRENTE.

- Cal... – o interrompi de novo.

- SAI – empurrei mais uma vez Ashton e ele foi ao chão.

Corri para fora da sorveteria, eu precisava de ar, precisava pensar.

- Merda – só parei quando não conseguia mais respirar.

Um lado de mim falava que eu não deveria ter gritado com o Irwin daquele jeito, foi só um beijo, ele deveria estar confuso. Mas a outra parte gritava que eu deveria ter dado vários socos na cara dele.

- Eu não acredito nisso, ele me beijou – toquei meus lábios e um pequeno sorriso se abriu em meus lábios – Não, ele não podia ter feito isso, não.

Fechei os olhos tentando me acalmar, meu celular não parava de tocar e eu tinha certeza, sem precisar checar, que era o Irwin. Porque ele tinha feito aquilo? Porque me beijou? Ele só deveria estar brincando com a minha cara, claro que sim, ele me odeia, porque me beijaria se não fosse esse o motivo?

Respirei fundo e fui embora para casa. Quando cheguei, ouvi risos vindo da cozinha, mas eu não estava com cabeça para nada então fui para o meu quarto. Eu precisava de um banho quente, precisava relaxar e esquecer tudo isso, talvez se eu tentasse não pensar nisso a memória simplesmente iria se apagar da minha mente e seria como se nada tivesse acontecido.

O banho não ajudou muito a relaxar. Eu ainda podia sentir os lábios de Ashton sobre os meus, a mão dele na minha coxa e principalmente a forma como ele me apertava pela cintura. Foi tão intenso.

- Não, ele está brincando com você – meus olhos marejaram – Porque eu tenho que ser tão idiota? Eu tinha mesmo que estar quase chorando por causa dele? Por causa de um cara idiota como ele?

As lágrimas caíram, droga. O quanto eu estou me sentindo babaca agora? MUITO, MUITO MESMO.

Me joguei na cama, tentando dormir, mas a minha cabeça trabalhava rápido. As lembranças vinham e eu não conseguia não me arrepiar em lembrar dele me tocando. Deixei a minha imaginação fluir e eu já me imaginava no maior amasso com o Irwin. Nós estávamos no meu quarto, na minha cama, eu estava por cima, ele me beijava, me apertava, soltava alguns gemidos no pé do meu ouvido – o que fazia minha mente flutuar ainda mais -, as mãos dele foram para a minha bunda e ele apertou a carne, eu gemi alto e...

- Mais que porra eu estou pensando?

Deve ter sido um desafio, é foi isso. Eu, ele e os meninos sempre fazíamos desafios um para o outro. Sim, foi um desafio, só um desafio, nada além disso. Liguei a televisão para tentar me distrair, confesso que ajudou um pouco até eu colocar em um filme de romance. A mocinha e o mocinho estavam se beijando, o rapaz se declarava e meio que eles iam para cama. Em pouco tempo eu já me pegava imaginando em mim e Irwin em uma situação parecida.

De vez em quando eu tinha alguns pensamentos sexuais pelo Ashton, mas eu conseguia sufocar isso, nós dois vivíamos brigando então os sonhos com ele eram raros, mas sempre eram intensos e eu não conseguia encara-lo por um bom tempo. Eu precisava tirar ele da minha cabeça, definitivamente.

- Emily.

Ela era louca por mim, tenho certeza que me ajuda a esquecer o Ashton. Liguei para ela em uns dos primeiros toques ela atendeu, Emily estava vindo para cá.

P.O.V. Ashton Irwin

Idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota, idiota e idiota.

Era isso que eu era uma grande idiota, estava indo tudo muito bem, o Calum estava se abrindo para mim, nos não brigávamos como antes, podia até dizer que estávamos virando amigos. Mas eu tinha que estragar tudo com a minha presa, eu tinha que ter beijado ele logo agora, porque não esperei mais um pouco.

Eu já estava ficando louco, eu precisava, necessitava dos lábios dele juntos aos meus. Cada minuto que eu passava ao lado dele sem poder toca-lo era uma tortura, eu queria tanto poder marca-lo com meu, queria poder toca-lo como ninguém nunca o tocou, tê-lo para mim como ninguém nunca teve e nem terá.

Levantei do chão, eu precisava ir atrás de Hood. Quando já estava do lado de fora, eu não o achei, lógico que ele não estaria mais ali, ele tinha saído da sorveteria transtornado. Tentei ligar para Calum uma, duas, três, várias vezes, mas nada. Pensei em mandar uma mensagem, mas era melhor não, eu precisava conversar com ele olhando nos olhos dele. Fui para a minha casa andando devagar, eu precisava pensar como eu iria falar com ele. Já em casa resolvi tomar um banho, para tentar me acalmar.

Resolvi ir para a casa dele, só que eu tinha certeza que ele não iria me escutar. Eu precisava dar um tempo para que ele pensasse, mas eu não estava me aguentando. Eu tentei ligar para ele mais algumas vezes, 30 vezes para ser mais exato, mas ele não atendia, o que já era esperado.

- Eu vou atrás dele.

Sai de casa e fui até a casa do Hood. Falei com uma das empregadas, ela foi chamar Calum e voltou para me dizer que ele não queria me ver – o que eu já sabia -. Adentrei na casa e subi até o quarto dele, a porta estava trancada.

- Calum – bati na porta, ele não respondeu – Por favor, Hood. Nós temos que conversar.

- Não temos nada.

- Por favor – suspirei.

- Vai embora.

- Por favor – repeti.

- Eu já disse para ir embora, me deixa em paz.

- Calum, nós temos que conversar, eu preciso... – uma voz feminina me interrompeu.

- Não ouviu ele te mandando ir embora?

Olhei para trás e meus olhos se arregalaram.

- Emily?

- A própria – ela sorria.

- O que você está fazendo aqui?

- Isso não te interessa – ela caminhou até a porta – Baby, sou eu, abre a porta para mim.

A porta foi aberta.

- O que? – olhei chocado para Hood – Você abre a porta para ela e não para mim.

- Ele já mandou você embora, Irwin.

- Vai deixar ela falar assim comigo? – eu intercalava meu olhar entre ele e ela.

- Vai embora.

Calum puxou Emily para dentro do quarto, bateu a porta na minha cara e a trancou. Eu não estava acreditando, ele não estava fazendo isso, não mesmo, ele e aquela cobra, não.

- Filha da puta – falei baixo e soquei a parede.

Eu podia ouvir os risinhos dela. Meus olhos se encheram de lágrimas, ele não estava fazendo isso comigo, justo com ela, não, não, não, não e não. Emily, era minha amiga, até que descobriu que eu gostava do Calum, ela gritou comigo dizendo que o Hood era dela e que eu não iria tirar ele dela. Emily, nunca tinha demonstrado algum interesse nele, mas depois desse dia passou a correr atrás de Calum.

Resolvi ir embora, ouvir os gemidos deles estava me matando. Do lado de fora da casa eu pude ver o carro de Emily estacionado, eu sabia que era dela porque só  ela tinha um adesivo irritante de ursinho no carro. Quem coloca um adesivo de ursinho no carro?

Cheguei em casa com o rosto banhado por lágrimas, ele estava lá fodendo aquela vagabunda – sim, ela era uma vagabunda, dizia amar ele, mas dava em cima de todo mundo, bastava ter um pinto entre as pernas e não ser eu que ela já se jogava – e eu aqui chorando feito um idiota por  ele.

Limpei meu rosto com certa brutalidade, mas as lágrimas não paravam de cair.

- Você é um idiota, Ashton – eu olhava o meu rosto vermelho no espelho.

Tomei um banho para me acalmar, mas não adiantou. Eu fiquei debaixo do chuveiro por um tempo enquanto chorava. Quando sai do banho, só vesti uma cueca e me joguei na cama, eu queria dormir e acordar para perceber que isso foi só um pesadelo, talvez a parte em que eu beijava o Calum não, mas a reação dele sim, eu queria que ele tivesse retribuído o meu beijo e falado aquelas três palavrinhas que eu tanto sonhava.

Consegui dormir, mas seria melhor não ter dormido. Eu sonhei com Hood e Emily, eles faziam sexy, Calum dizia que a amava. Acordei chorando.

No outro dia eu queria muito ir até Hood, mas não queria ver ele com Emily. Liguei mais outras várias vezes para ele e como sempre nada, mandei mensagem e o mesmo aconteceu.

P.O.V. Niall Horan

- Vocês ainda vão para Oxford, né?

- Claro que sim baby, nós já te falamos isso – Liam, disse agarrando a minha cintura, eu estava sentado no colo dele.

- Não vamos deixar você solto por aí – Louis, me olhava rindo.

- Você é nosso, não vamos aceitar mais ninguém nesse relacionamento – Zayn, tinha um olhar sério.

- Eu não preciso de mais ninguém, Z. Já tenho vocês – Malik, se aproximou e me deu um selinho – Sabe o que eu estava pensando? – eles negaram – Bem que nós cinco poderíamos morar juntos.

- Seria ótimo – Harry, tinha os olhos brilhando.

- Eu ia morar com os meninos, mas tenho certeza que eles não vão se importar.

- E isso inclui o Devine, com certeza.

- Harry – Payne, o olhou sério.

- Se ele não tivesse ido embora – falei triste.

- Ei amor, não fica assim – Zayn, mexeu no meu cabelo.

- Eu sinto tanta falta dele – meus olhos marejaram.

- Pense que o Josh está dando um grande passo na vida dele e isso será bom para ele – Tomlinson, segurou minha mão.

- E ele ainda é seu amigo – Liam, tinha um sorriso reconfortante.

- Tenho certeza que vocês vão continuar sendo grandes amigos – Malik, voltou a me beijar.

- Zayn, eu já... – era a senhora Malik.

Zayn, se afastou de mim rápido.

- Mãe – eu não conseguia ver o rosto dele – Eu posso explicar.