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História Blue Eyes - Estrelas


Escrita por: Krystal-Pink

Notas do Autor


Yoo meus divos, saudades de vocês ♥♥ Eu imagino que devam estar curiosos sobre o que o nosso ruivo divo fará com Himu-kun, mas, porém, no entanto, entretanto, logo será um dia muito divoso, o niver do azulado mais querido por aqui ♥ Então para comemorar esse evento tão fofo (nunca mais 31/01 será o mesmo depois daquele OVA TT.TT dels é muita perfeição em um OVA só) eu fiz esse capítulo especial somente com momentos AkaKuro, em parte porque eu também prometi há um bom tempo mostrar mais do passado deles e em parte que eu prefiro um climinha mais alegre e kawaii para nosso divo azulado que tanto gostamos :3 Eu sei que presente tem que ser dado no dia certo, mas como no niver do nosso ruivo invocadinho divo não pude fazer nada de especial, resolvi postar entre as datas deles >.< Boa leitura ♥

Capítulo 14 - Estrelas


Fanfic / Fanfiction Blue Eyes - Estrelas

Kuroko se sentia confuso sobre seus sentimentos, ele tinha beijado mesmo o capitão da Teiko? Como conseguira ser tão idiota e louco para fazer isso? Ele já tinha presenciado Akashi ser violento antes e esperou alguma reação negativa por parte do ruivo, ao invés disso quando as bocas finalmente se afastaram ele sentiu indiferença vinda do ruivo, seu olhar demonstrava que sua mente estava distante. Como se Kuroko nunca tivesse aparecido e nunca tivesse existido.

Kuroko pensou que mesmo tendo correspondido, fora algo insignificante para ele, agora não tinha vestígio algum em sua face, os olhos do menor se encheram de lagrimas, a frieza do garoto que ha tanto tempo observava, que lhe mostrara o caminho para entrar no time e que tinha lhe dado o primeiro beijo era tão dolorosa de suportar, o azulado se lembrou de como tratou as declarações amorosas das outras garotas e agora sentia na pele esse tratamento.

Nenhum dos garotos quebrara o silencio, os olhos suplicantes de Kuroko estavam fixos no maior, no entanto ele continuava perdido em algum lugar que o azulado não conseguia fazer-se presente. Mesmo com todo o esforço ele não pode mais controlar as lagrimas que desciam pelas suas bochechas, o Sol continuava iluminando os dois garotos, mas para o azulado era como se tivesse sido arrastado para o mais sóbrio abismo. Enquanto que o menor soluçava baixo e permitia que as lagrimas caíssem com mais abundancia, o outro parecia não ver quem estava na sua frente.

De fato para Akashi era como se o azulado tivesse desaparecido, a sensação dos lábios dele ainda era sentida, ele não conseguia distinguir se era sonho ou realidade, o seu inimigo interior estava presente sussurrando ameaças, manipulando cada pensamento do ruivo, distorcendo a realidade com seus profundos desejos.

Uma voz ecoava em sua mente “Eu vou tirar tudo que você mais ama, eu roubei sua mamãezinha e agora o baixinho de cabelo azul irá junto, eu sou absoluto, minhas ordens são irrevogáveis e você perderá tudo, me dará o domínio de seu corpo, o controle de sua vida. Você é a minha fraqueza e, portanto deve ser eliminado...”.

Kuroko deu meia volta e saiu correndo, o som de seus passos tirara Akashi de sua alucinação, ele viu o azulado se afastando rapidamente e isso foi mais chocante e desesperador que sentir-se fraco diante do monstro que existia dentro de si. Quando estava se aproximando da saída ele foi puxado violentamente de volta, tentando resistir e continuar correndo a voz macia e grave do ruivo o acalmou.

- Obrigado Tetsu... – o hálito morno dele em sua orelha fizera seu corpo estremecer de emoção, antes que pudesse dizer qualquer coisa às mãos do maior o fizeram encara-lo.

Akashi abraçou o menor com uma intensidade surpreendente, Kuroko ficou alguns segundos sem saber o quê fazer em seguida, quando ficou de frente para ele e seus braços retribuíram o gesto do maior com a mesma força, ele pode ver de relance um sorriso nos lábios do ruivo que novamente pronunciou um sincero agradecimento.

Na manhã seguinte os dois estavam lado a lado na sala de aula, como todos os dias, porém Kuroko se sentia envergonhado demais para encarar o ruivo, ele tinha cogitado a possibilidade de faltar naquele dia, só que a vontade de revê-lo era maior que sua timidez. Akashi agia como se nada tivesse acontecido, as garotas que o cercavam para lhe chamar a atenção deixava Kuroko enciumado, o outro não percebia que aquilo incomodava o azulado, sua mente estava distraída demais para perceber.

Ao sinal do intervalo o maior se levantou e rapidamente saiu da sala, Kuroko ficou o tempo todo em seu lugar, não se sentia bem para treinar com os outros, a solidão e a quietude daqueles poucos minutos era tudo que ele precisava. Akashi era o capitão do time que jogava basquete e agora ele temia ser expulso por tê-lo beijado ontem, mesmo não se arrependendo do quê fez e se lembrar com uma precisão surpreendente de tudo que aconteceu entre eles, as palavras doces de agradecimento, ele ainda era o capitão e deveria ser respeitado.

Ele conhecia o ruivo muito bem e sabia que era autoritário, suspirando ele se debruçou na carteira, fechou os olhos para se concentrar no pulsar acelerado de seu coração. Não percebeu quando alguém entrou na sala e o puxou para fora, estava com muita pressa em levar o garoto para algum lugar:

- Aomine-kun... Aonde vamos?

- Está louco ou o quê Tetsu? Akashi ficará puto se você não treinar e eu não quero receber punição porque hoje você quis ser negligente as suas responsabilidades... – Aomine não parecia estar furioso em ter que levar o menor até a quadra.

- Akashi-kun pediu para me chamar? – ele  tinha uma pequena esperança de que a resposta do amigo fosse “sim”.

- Não... Mas ele está mal-humorado e só pode ser porque você não apareceu.

O azulado abaixou a cabeça enquanto sentia a tristeza aumentar, quando chegaram na quadra o olhar duro de Akashi encontrou o melancólico de Kuroko, ele não era o ruivo que tinha beijado, ele assumira o papel de capitão, era natural ser recebido daquele jeito, mesmo assim era doloroso. Após um rápido aquecimento Kuroko colocou uma roupa adequada e foi pro jogo.

Ele não prestava atenção no que fazia, não importava para onde mandasse os passes, estava mais preocupado em observar Akashi e descobrir se o beijo tinha sido insignificante para ele. A distração é terrível para alguém do porte de Kuroko em um jogo de gigantes, em segundos ele foi ao chão depois de ter se chocado violentamente contra outro jogador muito maior e com o físico duro como pedra.

A partida fora interrompida, o menor abriu os olhos, percebeu que estava estendido na quadra, viu de maneira turva os outros jogadores o olhavam de forma preocupada, mesmo não conseguindo ver claramente seus rostos ele sabia que Akashi não estava entre eles “é claro que ele não estaria entre eles, Akashi não se importa comigo, eu sou tão ingênuo em esperar que o capitão da Teiko goste de mim e se preocupe comigo” o azulado manteve esse pensamento enquanto sua visão ia se tornando mais nítida. Sentia uma dor horrível no tornozelo e na cabeça, quando sentiu algo morno escorrer pelo canto do rosto, delicadamente passou o dedo e viu que era sangue.

- Kurokocchi... Você está bem... Meu Deus que hemorragia horrorosa – Kise estava agachado a sua frente, parecia quase chorando.

- Cale a boca inútil, o sangramento é pequeno – Aomine o empurrou com força e estendeu a mão para o menor que parecia atordoado.

- Saiam da frente – a voz imperativa de Akashi ecoou, rapidamente os jogadores se afastaram dando passagem para ele.

O garoto encostou um dos joelhos no chão para ficar na mesma altura que Tetsu, delicadamente tocou no rosto dele e o virou para ver o machucado, o perfume que o ruivo estava usando inundou os pulmões de Kuroko.

- Foi só um corte pequeno, não precisará dar ponto. Venha Tetsuya, eu vou acompanha-lo até uma enfermaria – a voz suave e gentil do garoto trouxe felicidade ao menor, no entanto ele nunca o tinha chamado pelo nome, apenas por “Tetsu”, Kuroko não sabia distinguir se era um bom sinal.

Ele segurou na mão do garoto e quando apoiou à perna direita no chão uma dor lancinante o fez cerrar os dentes para conter o grito. Akashi empalideceu e agora realmente parecia estar preocupado com o menor, as mãos tremiam um pouco, só que ninguém percebeu isso, os olhos dos jogadores estavam em Kuroko que estava encolhido na quadra reclamando de dor.

- Sobe nas minhas costas Tetsu, vou leva-lo agora para receber os cuidados necessários...

Kuroko estava um pouco confuso, quando Akashi ia se abaixar para que o menor subisse em suas costas eles ouviram outro jogador zombar da situação.

- Olha se não é o capitão da Teiko que agora virou cavalo daquele anão azul – um dos jogadores do terceiro escalão parecia estar se divertindo com aquilo, Akashi ficou olhando para ele em silêncio.

Quando percebeu o olhar perigoso de Akashi ele continuou falando ainda mais alto para que todos do time ouvissem:

- Isso mesmo, vá socorrer sua mulherzinha, ela parece tão desprotegida jogada no chão desse jeito. Vão fazer sexo na enfermaria? Que foi capitão, era segredo que você está com esse fantasma? Eu não sabia disso – o garoto fazia expressões de surpresa e logo em seguida gargalhava – Quando vão se casar? Quero ir nesse evento ridículo para ver a cara de trouxa de vocês... Desde que esse pirralho subiu rapidamente para a elite da Teiko eu sempre soube que você estava envolvido, você colocou seu namoradinho para jogarem junto. Vai negar que antes de aparecer esse anão era insignificante e que agora, como magica ele joga com os melhores...

O garoto foi silenciado com uma bola de basquete que o atingiu com uma potencia devastadora no rosto. Todos olharam para Akashi, a aura que ele emanava e seus olhos demoníacos fizera com que cada jogador presente sentisse medo. O garoto que instantes atrás rira dele agora estacava o sangramento do nariz e tentava não se queixar de dor enquanto via angustiantemente o capitão se aproximar.

- Acabou a graça? Continue rindo um pouco mais, estava adorando sua piada... Infelizmente eu não sou bom nisso como você... – o ruivo reconheceu que era o mesmo garoto que tinha zombado dele quando entrou no time e logo em seguida fora humilhado no mano-a-mano – Quanto tempo eu não tinha o desprazer de encontra-lo, vamos jogar para celebrar esse encontro tão festivo – Akashi sorria docemente, mas seus olhos ainda esboçavam seu lado perigoso.

- Maldito... Você quebrou meu nariz, pagará muito caro pelo que fez...

Assim que ele ergueu o braço para socar o ruivo, fora derrubado com um violento chute no estomago, o menor tinha sido mais rápido no ataque e agora se deliciava em ver seu inimigo deitado aos seus pés. O garoto se abaixou para ficar na altura dos olhos do oponente, sussurrou baixo e mais ameaçador que da última vez que se encontraram.

- Enquanto eu for o capitão, ninguém zomba qualquer companheiro meu, escute e avise seus amigos, se mais alguém fizer alguma piadinha por mais tola que seja, sobre a Teiko e sobre os jogadores, essa pessoa será enviada para o inferno no dia seguinte. Entendeu?

- E você será Caronte nesse passeio? – furioso o maior ainda tentava enfrentar Akashi.

- Quer mesmo descobrir? Sua vida é insignificante e eu teria o maior prazer em livrar o mundo da sua existência.

O garoto tremia e era visível em seu rosto o medo que Akashi lhe causava, o menor continuou olhando fixamente para ele, antes de se levantar e ir até Kuroko. O ginásio estava em um silencio sepulcral, os jogadores ainda temiam outra atitude violenta do capitão. Akashi parecia não ligar em como os deixou impressionados, sem dizer uma palavra ele se abaixou em frente ao azulado, que subiu em suas costas e fora carregado pelo ruivo até a enfermaria.

Depois de examinarem a perna do menor, diagnosticaram uma leve torção, Kuroko tomou analgésico e descansava, ele estava quase cochilando quando Akashi abriu a porta e sentou na borda da cama.

- Como está se sentindo? – a visão do ruivo causara no azulado taquicardia, ele não esperava que o maior aparecesse, já era surpreendente ter sido carregado por ele, gesto que o deixara comovido.

- Estou melhor... Não precisava ter me trazido, eu ainda poderia...

- Não você não poderia andar – a repreensão que sofrera de Akashi fez Kuroko se encolher um pouco, o ruivo continuou a falar com mais amabilidade, tranquilizando o menor – Sou o responsável por você e por todo o time, se você não estivesse em condições para jogar como acha que supriria sua ausência? Tetsu, você é único, uma peça importante na equipe e estava ferido em quadra, eu precisava tomar providencias e garantir que sua lesão na perna não piorasse. Sendo assim cumpri minha função e o trouxe aqui.

- Sim... Você cumpriu seu papel, eu deveria ter esperado algo assim do capitão Akashi Seijuro.

- O quê você tem?

- Nada, eu não deveria ter feito o quê fiz ontem... Não entendo porque tomei aquela atitude, não sou assim, desculpa, nunca mais farei algo semelhante – a face do menor corou, ele abaixou o rosto para esconder um pouco a vergonha que sentia.

- Então é por isso que você se atrasou hoje... – ele colocou a mão no queixo ficando em uma posição reflexiva, Kuroko estava surpreso com tanta indelicadeza, não era comum Akashi não perceber o que acontecia em sua volta e agora ele parecia se dar conta pela primeira vez dos sentimentos do azulado e isso o machucou profundamente, ele tinha esperanças de que era visível para o ruivo.

- Meu beijo foi tão ruim assim?

- Não, honestamente eu gostei bastante.

- Então por que me trata com essa indiferença?

- O quê eu poderia fazer? Quer mesmo que os outros saibam? – os olhos deles se encontraram, Kuroko sentiu frio no estomago.

- Não. Eu sou mesmo um idiota, mas eu queria saber por que me beijou?

Akashi pensou um pouco antes de responder, ele ainda não tinha parado para pensar sobre o assunto. Sentia algo especial por ele, só não tinha distinguido o quê poderia ser, agora que estava sozinho com o menor, poderia olhar dentro dos belos e azulados olhos dele e ler sua alma, sentiu-se feliz, era um momento precioso demais para ser desperdiçado.

- Naquela noite seus olhos pareciam duas estrelas... Você estava radiante, nunca vi alguém tão belo e perfeito então a vontade de me aproximar de você ficou mais forte do meu autocontrole – a voz grave do garoto envolvera o menor, Akashi falava em um tom poético e místico, a maneira como descreveu Kuroko, fez este corar intensamente, seu coração batia em um ritmo alucinante, ver de perto os olhos do ruivo tocados por uma tênue luz, eram tão hipnóticos – Não sei se já olhou como seus olhos ficam quando são iluminados? Eles parecem dois diamantes azuis, são raros e lindíssimos. Mas quando são iluminados pela luz que vem de você mesmo, seus olhos se tornam sublimes.

Kuroko engoliu em seco, sentiu que estava prestes a chorar, mas conteve as lagrimas. Estava surpreso e encantado com as belas palavras do ruivo, nunca alguém tinha dito algo assim sobre ele. Akashi ficou em silêncio esperando alguma reação do outro.

- A-Akashi-kun... O quê você disse foi tão maravilhoso... Mas não entendi sobre essa “luz que vem de mim”? – o maior riu baixo, tirou lentamente a franja que caiu sobre seus olhos e respirou fundo antes de continuar.

- Minha mãe costumava dizer que quando estamos felizes, eufóricos ou vemos alguém que gostamos muito nosso coração se ilumina intensamente – Akashi olhou para a janela o tempo todo enquanto dizia aquelas palavras, sua voz era saudosa e Kuroko imaginou que ele sentia muito a falta da mãe, só não conseguia entender o motivo. O garoto olhou para o azulado no momento em que mencionou “alguém que gostamos muito”, fazendo Kuroko abaixar a cabeça timidamente – Então nossos olhos refletem essa luz que vem do coração, nos tornando como as estrelas.

- Nossa! Sua mãe tem uma sensibilidade comovente, nunca tinha pensado dessa forma.

- Sim, ela era uma mulher maravilhosa – o sinal tocou e o ruivo foi se levantando para ir embora, Kuroko não iria para a aula naquele dia e tinha vontade de pedir para Akashi ficar, antes de sair ele se voltou e disse sorrindo – Sabe Tetsu, você me lembra um pouco ela... Podemos conversar amanhã depois da aula?

O azulado assentiu com a cabeça, quando ficou sozinho ele repensou em tudo que tinha acontecido desde que chegara à quadra até a conversa que acabara de ter com Akashi. Era impressionante as múltiplas facetas que o garoto poderia assumir num único dia, ele era enigmático, lindo e muito sedutor. Kuroko poderia passar a vida inteira estudando ele e ainda assim o ruivo teria muitos segredos a serem desvendados, era fascinante essa característica dele e Kuroko estava começando a amar.

Assim que saíram da escola no dia seguinte, o maior chamou um táxi e ambos foram para um haras localizado 15 km de Tokyo, era uma fazenda enorme e o lugar paradisíaco impressionou Kuroko. Akashi estava feliz em ter causado uma boa impressão com a escolha do lugar. O ruivo o conduziu pela propriedade, conversavam sobre os assuntos mais diversos possíveis. O céu limpo e azul, a grama bem cuidada e uma brisa suave tornaram o momento ainda mais delicioso para o menor.

Entraram em um espaçoso estabulo, ali continham as mais variadas raças de garanhões, todos exibiam o tratamento excelente que recebiam, realçando a beleza natural de cada raça. Akashi parou em frente a um lindíssimo árabe branco, a crina longa do garanhão cobria parcialmente um dos olhos, sorrindo o garoto acariciou a testa do animal que cheirou os cabelos avermelhados dele logo após um “abraço”, o cavalo tocou as costas do garoto com o queixo e num movimento sutil com a cabeça pedia para que Akashi se aproximasse, rapidamente o garoto passou pela cerca de madeira e abraçou o pescoço do animal.

- Então sentiu minha falta? Também senti a sua... Trouxe um amigo para ver você Yakuro.

Akashi ainda afagava o dorso do cavalo quando Kuroko passou pela cerca e ficou ao lado do ruivo, o cavalo parecia arisco num primeiro momento, mas a desconfiança sumiu rapidamente quando o menor foi abraçado por Akashi, então Yakuro permitiu receber os carinhos do azulado e cheirou os cabelos dele como fez com Akashi.

- Akashi-kun, ele é lindo! E muito amigável.

- Sim, Yakuro é um grande amigo, sempre venho aqui quando tenho tempo. Ele gostou de você Tetsu, sabia que ia gostar, Yakuro é sensível e sempre se afeiçoa a quem tem um coração bondoso – o menor ficou sem jeito, fazendo o outro rir.

- Eu deveria ter algum animal também, às vezes é chato ficar em casa sozinho.

- Será um animal muito sortudo.

Akashi não olhou para o menor quando disse aquilo, ele estava ocupado escovando a crina do garanhão, mas sorria internamente em ter feito Kuroko enrubescer novamente. Akashi colocou a sela nele e o guiando pela rédea foram para o gramado. Kuroko observava admirado o maior cavalgando, ele e Yakuro pareciam um único ser, era impressionante os saltos e a velocidade que o cavalo alcançava e Akashi em nenhum momento perdeu o equilíbrio e a graciosidade com que cavalgava.

O ruivo parecia um príncipe encantado, em seu cavalo branco, cavalgando para o horizonte disputando corrida com o vento, sendo banhado pela luz solar. Muitas vezes Kuroko perdeu o fôlego com a imagem que o cavaleiro lhe proporcionava, os cabelos rubros desgrenhavam-se contra o vento, Akashi mostrava total domínio sobre Yakuro e fazia aquilo tão gentilmente que o animal não parecia nunca se cansar em obedecer às ordens que ora o levavam a correr ora para uma pista de obstáculos.

Após dez minutos Akashi se aproximou de Kuroko, o rosto do maior estava radiante de felicidade, o menor desejou poder ver cenas assim mais vezes no futuro, pois o sorriso e a felicidade do outro se tornava a dele também.

- Sua vez.

- Quê? Não, definitivamente essa é uma ideia horrível, eu vou cair... Nunca montei em um cavalo e minha perna ainda não esta boa – Kuroko disse em uma só respiração, Akashi gargalhou e depois ajudou o menor a subir em Yakuro.

Como era a primeira vez que o azulado cavalgava, Akashi ficou atrás com os braços ao lado do corpo para ajudar no equilíbrio. Ensinou os comandos básicos, um chute de leve na barriga do cavalo o fazia andar, se desse mais chutes ele trotaria e logo depois correria, a direção em que a rédea fosse puxada faria o animal caminhar naquela direção, Kuroko segurou as rédeas e conduziu o cavalo lentamente pela fazenda.

O Sol começava a se por e os três ainda estavam passeando, Kuroko às vezes tentava ignorar a proximidade de Akashi, mas era difícil com a respiração do maior em sua nuca, suas mãos envolvendo a barriga, o azulado temia que ele subisse um pouco mais com elas e sentisse o pulsar acelerado de seu coração.

- Está gostando daqui Tetsu? – o hálito morno do maior fez os pelos da nuca do azulado ouriçarem.

- Sim, nunca estive em um lugar tão calmo e lindo como este. Por que me trouxe aqui?

- Bom, você parecia chateado em ter se ferido, então pensei que se viesse aqui se sentiria melhor.

- Acertou na escolha, muito obrigado Akashi-kun, nunca vou esquecer o dia de hoje.

- Nem eu esquecerei Tetsu.

 

 

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Conforme os dias foram passando, os garotos conversavam com mais frequência, o laço de amizade entre eles se estreitava. Akashi observava o menor durante todas as partidas, um lado dele ainda se preocupava com o garoto acabar se machucando, o azulado sentia a preocupação dele e para retribuir dava passes para que o ruivo fizesse os pontos.

Nas aulas um escolhia o outro para formarem duplas em qualquer atividade que o professor pedisse, os amigos de Kuroko perceberam que misteriosamente ele e Akashi andavam muito juntos, Midorima que até então era o melhor amigo do ruivo sentiu o afastamento deste.

Um passou a conhecer mais sobre a vida do outro, Akashi descobriu que o azulado vivia com os pais e a avó, que seu pai tinha um pequeno escritório de advocacia, apesar das crises financeiras eram felizes, a casa humilde era bonita e parecia um lar harmonioso, em segredo Akashi sentia inveja do azulado, ter uma mãe e um pai que realmente o amasse e estivesse ao seu lado em todos os momentos era algo que a fortuna dele nunca poderia comprar.

No entanto Akashi nunca tinha levado o menor para conhecer sua casa, ele pressentia a reprovação do pai e não desejava que Kuroko se sentisse desprezado.  O azulado se questionava sobre o maior nunca ter lhe apresentado o pai, Kuroko sabia que era um senhor distinto, educado e que fora severo com Akashi enquanto criança, era dono de uma grande empresa, porém o ruivo nunca especificou os negócios que a família Akashi possuía, que a mãe do garoto tinha falecido quando ele ainda era uma criança.

- Akashi-kun, você sempre tira as notas mais altas da sala, seu pai deve estar orgulhoso de você.

Os dois gostavam de ficar a sós na sala, assim que todos os outros alunos iam embora, eles permaneciam ali conversando próximos demais para simples amigos.

- Sim, ele está – Akashi gostava de camuflar as mentiras com um sorriso deslumbrante, ele tinha vontade de dizer que o pai não dava a mínima para a vida dele, mas não queria exibir os problemas no relacionamento com o pai – Tem algum plano para este final-de-semana?

- Não, você tem algo em mente? – Kuroko não estranhava mais a pergunta, ele saia com o ruivo quase todos os dias, essa aproximação que eles acabaram adquirindo fazia o coração do azulado pulsar mais forte cada vez que estavam sozinhos.

- Tenho, mas é uma surpresa, me encontre amanhã no parque às nove.

Akashi se levantou e saiu rapidamente, Kuroko quis perguntar do por que ele não ter mencionado para onde iriam, mas o ruivo já tinha desaparecido. Um doce sorriso se formou nos lábios do azulado, suspirando apaixonadamente ele foi para casa, sempre que pensava no maior Kuroko ficava longe de tudo que acontecia a sua volta.

Kise e Aomine muitas vezes brincavam sobre ele andar tão distraído, Momoi sentia preocupação misturada com ciúmes, ela almejava saber quem estava deixando seu Blue Eyes tão distante do mundo.

Kuroko chegou um pouco cedo, ele estava nervoso, a vontade de rever Akashi aumentava conforme os minutos passavam. A manhã tranquila, o limpo céu azulado, as aves brincando e cantando com faceirice entretinham o menor, ele sentia vontade de deitar no gramado próximo ao rio e escutar o som da agua correndo enquanto a brisa morna acariciava sua pele.

O azulado não percebeu quando Akashi chegara, ele estava distraído olhando para o céu, sorrateiramente o ruivo foi se aproximando do outro garoto e com um sorriso travesso nos lábios ele vedou os olhos do menor com as mãos:

- Adivinha quem é?

- Akashi-kun... – Kuroko se assustou, mas depois sorriu e tocou nas mãos do maior, elas era macias e quentes, o azulado imaginou como deveria ser uma massagem feita por aquelas delicadas mãos e deduziu que deveria ser prazeroso demais para se pensar quando estivesse em um lugar publico.

- Desculpa ter assustado você. Em que tanto pensava?

Os garotos caminhavam lado a lado por um pequeno trecho de pedras, o menor não sabia para onde Akashi iria leva-lo, no entanto a resposta tinha perdido a importância. O ruivo estava ao seu lado, então qualquer coisa que fizessem juntos, qualquer lugar que fossem estaria perfeito para Kuroko.

- Sem problemas... Eu só estava olhando o céu e vendo se algumas nuvens formavam desenhos.

- Então você também olha para o céu? – Akashi parecia surpreso, o azulado corou um pouco antes de responder.

- Olho, eu gosto do céu diurno, mas acho que o noturno é ainda mais belo e enigmático. As estrelas, a lua é fascinante... Eu gosto de olha-las e pensar sobre os mistérios que elas escondem. Se realmente é possível que eles influenciem em nossa vida na Terra.

O maior refletia na resposta do outro, a profundidade das palavras dele tinham pegado Akashi desprevenido. Parecia difícil alguém impressionar o maior e Kuroko estava fazendo isso com maestria, sem perceber ele estava abrindo o lacre do coração do ruivo, Akashi ansiara por alguém que pudesse decifra-lo, adentrar no seu coração e ler sua alma. O azulado tinha sido o único que conseguira isso com êxito.

Até então todas as garotas que ele conhecera eram fúteis demais, o ruivo não as suportava por muito tempo. Kuroko era a primeira pessoa que Akashi encontrou segurança para revelar seus segredos, desabafar e até mesmo conversar assuntos delicados. Ele mostrara para o azulado seu lado sensível, sonhador, romântico e brincalhão, tinha receios como qualquer adolescente, Kuroko amava esse lado mais humano de Akashi, ele revelar as suas imperfeições o tornava ainda mais perfeito para o menor.

- Está dizendo sobre signos, destino, essas coisas?

- Sim, você acredita nisso?

- Em destino sim, mas quando olho para o céu eu vejo apenas corpos luminosos distantes demais de nossa Terra, são gigantescos sóis que juntos podem formaram desenhos, chamados de constelações, os homens criaram histórias ou usaram as que conheciam para nomearem as constelações, as usaram como bussolas durantes suas viagens. Eu prefiro mais essa parte cientifica e mitológica das estrelas.

- Combina com você isso Akashi – Kuroko riu baixo, o ruivo olhou para ele um pouco surpreso – Alguém que busca uma explicação que mescle o lado místico com ciência e possa ser aplicado em algo útil depois. Gosto disso em você, mesmo quando camufla você tem uma intuição poderosa e sabe usar isso ao seu favor, como todos os seus talentos – o maior acabou sorrindo com a observação que o outro fizera.

- Como consegue me surpreender tanto em um único dia Tetsu?

- Isso é um segredo que terá de descobrir sozinho – os olhares dos garotos acabaram se cruzando, Akashi sentiu seu coração bater mais rápido, porém eles nunca mais tornaram a se tocar como quando se beijaram, o ruivo e o azulado sentiam falta dos beijos e dos toques, porém nenhum deles conseguia dar o primeiro passo e quebrar a timidez.

Kuroko também mostrava para o ruivo seu lado descontraído, zoeiro e romântico. Quando estava ao lado do garoto o azulado se sentia livre para dizer tudo que desejasse, ele se esquecia de que Akashi também era o capitão responsável e centrado da Teiko.

Os garotos caminharam por algum tempo até pararem em frente a uma mansão de grades douradas, arvores imponentes estavam enfileiradas nas laterais das grades formando uma densa sombra no lago em que cisnes brancos nadavam graciosamente, uma trilha de pedras brancas se estendia do portão até a frente da casa que parecia pequena vista ao longe. O belo jardim coloria a frente da propriedade, Kuroko se impressionou com as mais variadas flores incluindo alguns tons azuis. Akashi passou o cartão magnético, o portão se abriu automaticamente, enquanto caminhavam pelo trilho de pedras o menor comentou.

- Se eu soubesse que iriamos para sua casa teria me vestido adequadamente... – ele olhou para seu jeans desbotado e sua camiseta branca, sentindo constrangimento de tais roupas. Akashi riu e procurou tranquilizar o amigo.

- Eu gosto das suas roupas casuais, não se preocupe com moda, deixe isso para modelos e estilistas. Somos apenas estudantes, né Tetsu?

Kuroko olhou a calça jeans e camisa de marca que Akashi usava se contrastando com uma pulseira simples de metal envelhecido que dera ao maior como presente, ele o usava por ter recebido do azulado, mesmo que não combinasse com as roupas elegantes que normalmente vestia. Sorrindo o menor imaginou que Akashi seria um bom pai, ele certamente adoraria qualquer presente que ganhasse dos filhos e deixaria de lado a seriedade para se tornar o jovem divertido e atencioso que poucos tiveram o privilégio de conhecer.

O interior da mansão deixou Kuroko boquiaberto, tudo ali exalava glamour e preços exorbitantes, ao mesmo tempo em que nada ficava sobrando na decoração, as paredes brancas fazia o ambiente parecer uma imensidão sem fim, o piso todo feito de mármore parecia espelho, duas escadas em meia-lua conduziam para o segundo andar , o tapete branco de urso polar ficava ao centro da sala em que três sofás brancos formavam semi-circulo para a TV de plasma quase do tamanho de uma tela de cinema. Uma estante exibia pequenos objetos feitos de vidro e cravejado com pedras preciosas, o azulado se aproximou um pouco, evitando exalar a respiração no vidro que protegia o interior da estande da poeira.

- Gostou? – Akashi se aproximou em silêncio, assustando o menor, depois de rirem um pouco o ruivo continuou – São lembranças que meu pai sempre compra em suas viagens, aquele gatinho é feito de diamante, o casal de cervos são de rubi, o elefante ele comprou na Índia ele é de porcelana branca com esmeraldas e safiras encrustadas no seu dorso.

- Comprou ou mandou fazer? – o azulado fez uma piadinha para descontrair um pouco a tensão, estar em um lugar como aquele era estranho, Kuroko não pertencia ao mesmo mundo que Akashi, era um fato triste, mas a realidade quase sempre é cruel.

- Os dois – Akashi rira e parecia genuinamente feliz com a presença do outro em sua casa, isso lhe serviu de consolo.

- Akashi-sama vejo que está de volta... – uma voz feminina ecoou pela sala antes de uma bela mulher aparecer. Ela ficou surpresa ao encontrar Kuroko, parecia indecisa em como se comportar, após Akashi assentir disfarçadamente ela se encaminhou até os garotos e com um belo sorriso cumprimentou o menor – Estou muito feliz por finalmente conhece-lo Kuroko-kun, meu nome é Gina, eu tomo conta de toda a propriedade e nas horas vagas sou a mãe do Sei-chan.

Ela piscou divertidamente para o ruivo, que parecendo um pouco envergonhado desviou o rosto e murmurou baixo algum protesto, o azulado sorriu e parecia encantado com Gina, ela tinha um sorriso doce e uma voz calma, deveria mesmo ter uma relação materna com o maior para agir com tanta informalidade.

- Eu também fico feliz por vir aqui Gina-san, só nunca tinha imaginado que a casa do Sei-chan era tão linda – o menor deu uma cotovelada discreta em Akashi e conteve a vontade de rir da situação.

- Sim, me orgulho em dizer que graças a mim esta casa melhorou bastante – Gina ficou ao lado do menor e apontando para os quadros e as esculturas de leão e tigre que ficavam ao lado das escadas e continuou – Quando cheguei aqui, não existia nada nas paredes, o Sr. Akashi nunca tinha ouvido falar em pintura a óleo e obras de arte. Comprava qualquer objeto que fosse dourado e não se importava onde o colocaria, homens de negócios são péssimos decoradores é por isso que suas esposas devem ter excelente bom gosto, caso contrario quanto maior for a mansão maior será o suicídio da moda – depois ela apontou para o tapete de pele e para a mobília elegante – Os sofás eram horríveis além de desconfortáveis tinham uma capa verde com estampas amarelas, eu odiava aquelas capas, acredite nada pode ser pior que uma capa final-de-festa em um ambiente todo branco. Parece que estamos em um hospital, fora o quarto do Sei-chan...

Kuroko rira durante todo o discurso dela, mas quando Gina mencionou o quarto do ruivo as faces de ambos os garotos coraram, por motivos diferentes, para o azulado imaginar o lugar onde o maior dormia e passava seu tempo-livre causava uma grande excitação e curiosidade, para o ruivo já sabia o que viria a seguir.

- Como era o quarto dele Gina-san? – esperando por essa pergunta ela sorriu com malicia.

- Imagine um quarto de princesa, com tudo que se tem direito, berço branco com lençóis florais, paredes em um tom rosa bem claro, era assim o antigo quarto dele. A mãe de Akashi imaginou que teria uma menina, mas veio um garoto e como o pai dele sempre foi muito avarento proibiu que redecorassem o quarto – o azulado tremia segurando a risada, o maior revirou os olhos praguejando pelo constrangimento que passara – Ele ficou naquele quarto até ter idade para reclamar, então deixaram ele dormir em outro. Não faça essa cara Sei-chan, uma de minhas funções maternas é envergonha-lo na frente dos amigos e de um possível namorado.

Gina estava se divertindo em deixar ambos os garotos corados, eles ficavam sem-jeito facilmente e isso para ela era um prato cheio, ao mesmo tempo em que ver o garoto que Akashi não parava de falar a deixara muito curiosa, o ruivo estava certo sobre tudo que mencionara do azulado, ele era um garoto tímido, bonito e muito educado.

- Você tem lindos olhos cor-de-chuva, sabia? – Kuroko abaixara a cabeça, ele não sabia ao certo o quê responder além de um simples “obrigado” – Falo sério, seus olhos são como os que minha mãe tinha, eu amava aquele olhar gentil e luminoso.

- Muito obrigado Gina-san... Você é tão bondosa como Akashi tinha me dito.

- E você é perfeito como ele já comentara aqui centenas de vezes... – o azulado parecia estar no paraíso, descobrir que o ruivo falava dele em sua casa parecia um sonho que se tornara realidade – Bem o quê gosta de comer?

- Milk-shake de baunilha.

- Isso é fácil, estará pronto em um instante – Gina ia se retirar, mas acabou se voltando para os garotos – Vão querer mais alguma coisa?

- Faça aquele bolo especial Gina, tenho certeza de que ele irá adorar – Ela concordou, parecia radiar felicidade, Akashi também estava se sentindo ótimo, a presença do azulado naquele lar trouxe uma serenidade agradável.

Akashi conduziu o menor por toda a mansão, mostrando os quartos, áreas de lazer, bibliotecas, quadras e pararam o tour na piscina. Kuroko ficava o mais longe possível da agua, parecendo incomodado com ela, o ruivo deduziu que ele tinha hidrofobia e respeitou isso.

No gramado próximo à piscina tinha uma pequena mesa com duas cadeiras, os garotos se sentaram lá e conversavam animadamente, Akashi parecia louco para jogar basquete com o azulado, ele só tornara a pisar novamente na quadra da mansão depois que entrou para a Teiko, Gina trouxe os lanches para os garotos, trocou mais algumas palavras antes de se retirar. Kuroko parecia não ter apetite, então o ruivo acabou forçando-o a comer de uma maneira gentil.

- Tetsu, você parece criança, precisa comer mais – Akashi fingia estar dando bronca no azulado, depois ele pegava um pouco do bolo com a colher e aproximava da boca dele – Agora abre a boquinha, eu sei que você adorou esse bolo.

Kuroko obedeceu ao ruivo para agrada-lo e era verdade, até o milk-shake da Gina era um manjar dos deuses, receber comida do maior na boca era um ato fofo demais para o azulado desperdiçar tão facilmente.

- E você parece minha mãe. Akashi-kun você teve muita sorte de poder crescer em um lugar assim com a Gina por perto, ela o adora... – Kuroko mordeu a língua para não dizer “e eu também”, o ruivo ponderava as palavras que ouvira, ele sabia que o menor estava certo, mesmo que a infância tivesse sido ruim em muitos aspectos nem todo mundo poderia se orgulhar de ter tido alguém como a Gina, o amor materno dela era a base para que as lembranças do carinho que recebeu de sua mãe se mantivessem acesas.

- Eu sei... Gina não veio aqui para ser minha mãe, no entanto ela cuidou de mim com tanto zelo, na verdade eu já não me lembro muito de como era minha vida antes dela – Akashi se lembrava dos momentos ruins em que esteve sozinho na mansão, a mãe tinha acabado de falecer e ele ainda era muito pequeno para lidar com a complexidade da morte, Mizuki havia deixado o emprego, sua patroa também era uma amiga preciosa e sua morte repentina a deixara impossibilitada de permanecer no emprego, as lembranças mais amargas eram as que mais o atormentavam enquanto dormia, isso diminuiu bastante quando Gina foi contratada.

Kuroko observava a face do ruivo, a maneira como ele sorria, como seus olhos brilhavam quando estava feliz, sua voz grave e tão macia que parecia ser feita de nuvens, ele se mostrara um verdadeiro príncipe, tendo inclusive seu cavalo branco. O menor sentia seu coração pulsar rápido a cada momento que estivera sozinho com ele, mas agora existia algo a mais que o dominava, não era paixão avassaladora do começo.

Ele ainda se sentia apaixonado pelo ruivo, porém era pouca essa definição, um sentimento calmo, doce, sutil e que duraria por muitos anos começara a nascer dentro dele. Kuroko sentiu que era amor, ele realmente amava Seijuro Akashi, com essa certeza o menor sorriu distraidamente até uma nova colherada de bolo ser enfiada em sua boca, seguida por uma gargalhada adorável do maior.

 

 

                                                  ♔♚♔♚♔♚♔♚♔♚♔♚

 

Kuroko ainda fitava os olhos de Akashi, o maior tinha impressão de que ele não se afastaria nunca, uma parte do garoto bem que gostaria de pedir para o azulado ficar, no entanto a parte racional sabia que isso nunca poderia acontecer.

- Obrigado Akashi-kun... O dia foi maravilhoso, o tempo passa muito rápido quando estou com você... Manda um beijo para a Gina, ela cozinha muito bem, espero poder experimentar essa comida de novo.

- Mando sim, ela irá adorar cozinhar para você – Kuroko estava do lado de fora da grade, o ruivo praguejava por não ter aproveitado mais quando ambos estavam do mesmo lado e agora tinha um espaço muito reduzido entre as grades, ele se arrependia de não ter tocado no menor e agora era tarde para isso.

- Sabe tem algo que eu não tive mais coragem para fazer...

- Sério? Diz o quê é? – o ruivo ficou intrigado, ele buscava nas expressões quase sempre neutras do menor algum vestígio para adivinhar o quê ele estava querendo dizer.

- B-bem, isso é um pouco difícil, pode chegar mais perto, tenho medo de que alguém ouça – Kuroko praticamente estava com o rosto colado entre as barras de metal, alguns seguranças estavam não muito longe e nenhum deles observava os garotos, Akashi tinha sido claro de que queria privacidade, mesmo quando os homens de terno não pudessem se afastar dos postos de observação.

O ruivo se aproximou, ele viu que Kuroko transpirava, sua respiração era lenta e entrecortada, suas pupilas estavam dilatadas, mas o garoto julgou ser por causa da falta de iluminação. Quando a distância se tornara poucos centímetros, Kuroko passou rapidamente os braços pelas barras, por serem magros ele pode ser mais ágil do que a esquiva do ruivo, as pequenas mãos do azulado agarraram a camisa do ruivo e usando toda sua força ele colou o corpo de Akashi na grade fazendo com que as bocas fossem novamente unidas.

Akashi estava surpreso pela força com se corpo fora prensado na grade e pelo maravilhoso beijo, a pele dele ouriçou pelo misto de calor vindo do toque dos lábios com as barras de metal frio que as bochechas dele estava encostando. O ruivo deslizou as mãos pelos braços do menor, fazendo um carinho suave, o beijo se tornava mais frenético e por um instante Akashi pensou que poderia atravessar o ferro e poder agarrar o azulado.

Na mesma velocidade em que Kuroko trouxera o ruivo para si, ele o soltou e se desvencilhou das mãos que agora estavam agarrando as mangas da camiseta, sorrindo ele se afastou correndo sem dizer uma só palavra. Akashi ficou parado por vários minutos, se sentia atordoado, o menor quis dizer algo com aquele gesto, mas o ruivo não estava certo sobre o real significado.

Já passara da meia-noite e aquela cena tinha acontecido há quatro horas, Akashi não parava de relembrar o que tinha acontecido involuntariamente os dedos pousavam em sua boca quando pensava que tinha beijado Kuroko novamente, na verdade ele fora agarrado pelo menor.

Akashi odiava ser forçado à algo, mas era diferente agora, sem que tivesse percebido acabou deixando Kuroko envolve-lo e agora já não tinha mais como fugir, o menor estava em tudo, nos sonhos, pensamentos, na aula e agora o tinha trazido para sua mansão. Ele sorria e suspirava, feliz pelo dia que tivera com o garoto, no entanto uma ansiedade poderosa crescia rapidamente, Akashi não conseguia dormir e sabia que não dormiria enquanto não falasse com o azulado.

Pegando o celular ele pensou em fazer isso por uma ligação ou mensagem, porém ele escolheu fazer pessoalmente, num instante saltara da cama e já trocara de roupa. Abriu a porta da sacada e se aproximou da grade, já havia pulado dali varias vezes, só que agora estava apreensivo, não de errar o salto e acabar com um leve machucado e sim da reação do menor quando o encontrasse.

Ele saltou da grade, pousando agilmente no solo, correndo em direção à saída da propriedade fora surpreendido por uma silhueta que surgira do nada e parara na sua frente.

- Então costuma fugir à essa hora do seu quarto? – a voz inconfundível de Gina tranquilizara o garoto, a lua cheia iluminou a jovem mulher que mesmo usando uma camisola de seda conseguira apanhar o ruivo, ele se perguntava como ela fizera isso.

- Eu realmente preciso ir, Gina, por favor, não diga nada...

- Por acaso irá ver um belo garoto de olhos azuis? – ela não conseguia conter o sorriso, sempre soubera dos sentimentos de seu “filho” pelo azulado e lamentava que Akashi nunca tinha se dado conta de que não era um misero gostar.

- Sim... Eu preciso falar com ele.

- Espere até amanhã na aula, volte para a cama mocinho – Akashi ficara perplexo, estava tão ansioso que não percebera que Gina se controlava para não rir.

- Não... Eu não vou aguentar até de manhã, Gina eu tenho que falar com ele agora. Tem que ser agora.

- Esta tarde, ele deve estar dormindo, Akashi-sama, volte para o quarto.

- Gina, por favor, eu preciso que me deixe sair, só esta noite eu prometo – Akashi nunca implorara por nada na vida e agora estava pedindo para que sua governanta o deixasse ir na casa do menor.

- Por que tanta urgência? Aconteceu algo entre vocês? – o sorriso malicioso de Gina indicava que ela tinha visto o beijo deles, Akashi corou e pensou um pouco antes de responder.

- Sim... Eu tenho que falar com ele agora, era isso que ele queria que eu fizesse. Gina eu tenho que dar o próximo passo, certo?

- Você tem que fazer isso, mas você não gosta daquele garoto então volte para a cama e tenha bons sonhos.

- Gosto dele, me deixe sair...

- Gostar é pouco, se apenas gosta dele você não tem que ir atrás de madrugada...

- Ok, sou louco por ele Gina, não paro de pensar nele, eu sei que nunca senti isso na vida e nunca sentirei novamente, Kuroko despertou algo intenso no meu coração e sinto que se eu não o tiver por perto, minha vida será vazia e lamentável. Tenho que ver Kuroko agora, tenho que falar tudo isso para ele, se eu não me confessar eu acho que vou enlouquecer de vez... – Akashi disse aquelas palavras tão rapidamente que precisou recuperar um pouco o folego, observando o rosto neutro de Gina ele não tinha certeza de que a tinha convencido – Nunca se apaixonou?

- Não, mas meu caso é diferente do seu... Sabe o quanto foi difícil fazer você confessar que estava apaixonado por aquele garoto? – o doce sorriso da mulher acalmou o garoto – Sempre soube que você sentia algo muito forte por ele, ninguém fala tanto de uma pessoa se não passa a maior parte do tempo pensando nela. Se pensa tanto nela, é porque ela já está em seu coração, vive em sua alma, está em tudo que você faz, pensa e para onde você vai, ela te acompanha. Você a vê em seus sonhos e quando acorda poderia jurar que realmente aconteceu, pois ela o tornou mais vivido. Sentimentos bons tornam real o que muitos dizem ser sonhos tolos, sentimentos ruins fazem pesadelos o atormentarem por anos. Enquanto isso for bom para você, será bom para mim também Akashi-sama, fazia anos que eu não o via sorrindo desse jeito.

O ruivo refletia sobre aquelas palavras, seria inútil continuar negando seus sentimentos, o azulado era especial e importante, se o perdesse então não sobraria mais nada de bom e viver se tornaria um fardo ainda mais difícil do que fora antes dele aparecer.

- Você está certa, ele está em tudo que penso e faço, está na escola, mas também eu o vejo em meus sonhos, tenho impressão de que ele fica me esperando no jardim...

- Nesse caso, se é para encontrar um certo garoto azulado que você gosta muito, pode ir, seu pai não ficará sabendo.

Akashi a abraçou e correu o mais rápido que conseguia, ele correu por longos minutos, estava exausto, mas a ansiedade de rever o garoto lhe deu mais energia. Quando avistou a casa dele, o ruivo parou, cogitou as varias formas de como o acordaria e escolheu subir até a sacada que dava pro quarto do menor. Por uma pequena fresta ele viu o garoto dormindo tranquilamente, a imagem era adorável e ele ficou contemplando o sono dele enquanto descansava um pouco.

O coração do garoto pulsava intensamente, estava muito nervoso, o azulado poderia não gostar dessa visita inesperada. Depois de bater no vidro da janela, Kuroko acordou ainda confuso se estava dormindo ou acordado, a segunda batida na janela o trouxe para realidade. Saindo rapidamente da cama ele foi até a janela e quase gritou de susto ao abrir a cortina branca e encontrar Akashi.

- A-Akashi-kun... O quê faz tão tarde aqui? – Kuroko ainda estava sonolento e demorou alguns segundos para elaborar uma frase tão curta como essa, o ruivo sentia vontade de rir, mas se controlou e apenas sorriu.

- Desculpa ter te acordado, mas tenho algo importante para dizer, tudo bem irmos caminhar um pouco? Está um pouco fresco lá fora, talvez fosse melhor usar alguma roupa mais quente.

Kuroko olhou para a única peça de roupa que estava usando, uma cueca box preta, quase morreu de vergonha, rapidamente fechou a janela e vestiu a primeira camiseta e calça que encontrou, depois de calçar seu tênis ele foi para a sacada. Mentalmente desejou que Akashi não tivesse reparado em seu corpo, porém o ruivo observou cada detalhe que a pele alva do menor poderia ter.

O azulado foi até a sacada e encontrou o ruivo observando o céu, ele parecia imerso em seus pensamentos, estava lindo em como observava as estrelas, o menor poderia ficar horas o observando e mesmo assim nunca cansaria dessa imagem.

- Estou pronto, para onde vamos?

- Nenhum lugar especifico, quero apenas caminha com você enquanto conversamos – o ruivo saltou para o jardim e foi caminhando até o portão, Kuroko o seguiu em silêncio.

Nenhum carro ou pedestre transitava por ali, os garotos caminhavam lentamente, Kuroko estava quase surtando de curiosidade, porém ele aprendera como esconder até os sentimentos mais intensos. Akashi observava as estrelas, ele não sabia como começar a falar, até que um conjunto de estrelas lhe chamou a atenção.

- Tetsu, veja aquela constelação ali – o menor olhou para onde o outro estava apontando, Kuroko via apenas algumas estrelas espalhadas.

- Só vejo um grupo de estrelas, qual constelação é?

- Cassiopeia, ela forma um “W”, siga o contorno que meu dedo faz – o ruivo desenhava no ar a constelação e o menor pode enfim ver o desenho que ela formava.

- Que interessante. Como você consegue identificar as constelações tão facilmente?

- Passo algum tempo observando o céu, é fácil quando você decora as que ficam mais perto, ali está à ursa maior – o garoto apontou para outro lado do céu – E também cada constelação tem sua lenda, é bem mais interessante estuda-las através da mitologia.

- Qual a história da Ursa Maior?

- Zeus se apaixonou por Calisto, uma das ninfas de Ártemis, para se aproximar dela ele assumiu a forma da deusa. Calisto só percebeu o engano quando já era tarde, ela teve um filho dele e o chamou de Arcas. A esposa de Zeus, Hera, ficou com raiva pela traição e transformou Calisto em uma ursa, um dia ela reencontrou seu filho e foi abraça-lo, mas ele não a reconheceu e tentou mata-la. Para evitar essa tragédia, Zeus transformou Arcas em um urso pequeno e levou mãe e filho para o céu. Hera os enviou para o norte, eles ficaram guardados pela estrela do Boieiro e assim nunca sairiam do polo norte. Polaris é uma das estrelas mais brilhantes e pertence à constelação da Ursa Maior.

- Gostei dessa lenda. Tem outras constelações?

- Sim, não muito longe da Cassiopeia está à constelação de Andrômeda e ali a de Perseu. Essas três tem uma ligação na mitologia.

- Que tipo de ligação?

- Andrômeda era filha de Cassiopeia e Cefeu, um dia sua mãe se gabava de ser mais linda que as Nereidas, filhas do deus Poseidon, o deus ficou irado e enviou Cetus uma gigantesca baleia, para salvarem o povo daquele monstro o oraculo recomendou que sacrificassem Andrômeda à baleia. Seus pais a amarraram em uma rocha perto do mar, Perseu gostava da moça e a salvou, montado em Pégaso o cavalo alado, ele mostrou a baleia a cabeça de Medusa, a baleia foi transformada em pedra. Da união de Perseu e Andrômeda surgiu o povo da Pérsia.

- Muito romântico! Perseu salvando sua donzela, fofo demais – Akashi ria do menor, que estava encantado observando Andrômeda e Perseu.

- Ali esta a de Aquário, seu signo.

- Sério? Onde? – o azulado olhava para todos os lados, até encontrar as estrelas, Akashi desenhou a constelação no ar para que o outro pudesse vê-la – Qual a lenda desta?

- Genimedes era um jovem muito belo, os deuses se apaixonaram por ele e lhe entregaram a ambrósia, o néctar dos deuses para torna-lo imortal. Um dia enquanto brincava com seu cão, ele foi sequestrado por uma águia gigante, enviada por Zeus, a ave o levou para o céu. Genimedes se tornou o aguadeiro favorito de todos os deuses, ele era tão estimado que Zeus atendeu seu pedido de ajudar os mortais enviando agua para a Terra enquanto voasse na águia. Como uma quantia muito grande seria perigoso, ele a enviou por chuva, ficando conhecido como o deus da chuva.

- Um deus que se apaixona por um mortal... Isso me é bastante familiar – a escuridão noturna escondeu a vermelhidão do rosto do menor, Akashi fitou Kuroko e parecia ter ficado constrangido também.

- Não acredito que a vejo hoje! Minha constelação favorita, Lira, ela é a mais brilhante do céu – o ruivo estava realmente feliz em ter encontrado as estrelas que mais adorava.

- Sim, ela é a mais bela, me conte a história de Lira.

- Orfeu recebeu de Apolo, seu pai, uma lira, ele a tocava uma melodia tão bela que os animais selvagens ficavam encantados. Orfeu era casado com Eunice e quando ela morreu ele foi até o inferno para resgata-la, pediu para que os deuses o ajudassem e eles concederam o pedido com a condição dele só poder olhar para ela depois que saíssem do inferno. No entanto ele estava muito ansioso e acabou vendo Eunice antes da hora, como consequência ela foi levada para sempre. Orfeu ficou desconsolado e nada mais no mundo o alegrava, ele rejeitou um grupo de mulheres e foi morto por elas.  Zeus ordenou que um abutre levasse a lira para o céu e a deixou guardada para homenagear a arte de Orfeu.

- Essa foi a história mais triste que já ouvi – a voz do azulado estava embargada de emoção, ele visualizou uma ultima vez Lira até abaixar a cabeça e ficar olhando para o asfalto.

- Sim, mas veja a beleza oculta nela Tetsu. Orfeu amava tanto sua esposa que tentou salva-la do submundo. Alguém que arrisque tudo para salvar a pessoa amada merece ser lembrado, não acha?

- Eu sei, mas eu queria que eles tivessem ficado juntos...

- Eu também, mas talvez tenham se reencontrado depois que ele morreu – Akashi ficara surpreso com o menor levar a sério um mito, porém ele não quis brincar com as emoções do garoto e preferiu consola-lo.

- Duas pessoas que se amam não podem ser separadas – Kuroko olhou para a constelação e disfarçadamente secou uma lagrima que escorria, Akashi parou ao lado do garoto e também observou o céu.

- Os gregos contam sobre o amor de Eros e Psiquê, que simbolizam o corpo e a alma. Segundo a lenda, Psiquê era uma humana muito linda, tanto que os homens deixaram de cultuar Afrodite, para adorar Psiquê. Com inveja a deusa ordenou que seu filho Eros, o cupido, fizesse a humana se apaixonar pelo pior homem do mundo. Ele foi encontrar Psiquê que dormia na relva, Eros ficou impressionado com a beleza da mulher e ficou admirando-a. Ela acordou repentinamente assustando Eros que se feriu com a flecha que a acertaria, ele se apaixonou perdidamente pela mortal e fez com que a entregassem no alto de uma montanha. Então ele a levou para seu castelo, casou-se com ela e mesmo Afrodite tendo os separado depois, ambos conseguiram se reencontrar e tiveram uma filha que chamaram de Volúpia.

- Que bela história de amor, obrigado por me contar tantas lendas e me falar das estrelas. Essa noite foi maravilhosa, mas você me trouxe até aqui apenas para me falar disso?

- Não... – os garotos pararam e ficaram de frente um para o outro, Akashi estava muito nervoso, ele tentava camuflar, porém Kuroko percebera que ele estava com dificuldade para falar e por isso aguardou pacientemente que o ruivo encontrasse as palavras adequadas – Na verdade, eu não tinha planejado contar sobre mitologias para você, acho que o acaso me deu essa ideia.

- Entendo... Bom você deve ter algo muito importante para dizer, sair da sua casa durante a madrugada e me trazer até aqui... Tudo bem Akashi-kun, temos todo o tempo do mundo – Kuroko disse suavemente cada palavra, elas soaram mais como uma canção de ninar do que uma simples frase encorajadora.

- Realmente é importante... Sabe, nos conhecemos já faz algum tempo e você me agradeceu por ajuda-lo a entrar no time. Você não precisava me agradecer por isso, tem um talento raro e seria um crime desperdiçarem isso. Mas eu tenho que lhe agradecer por ter tornado minha vida mais agradável.

O belo sorriso do maior deixou Kuroko enrubescido, seu coração batia tão rápido que Akashi poderia ouvi-lo se chegasse mais perto, fitando o olhar avermelhado do garoto, o menor sentiu que nada mais no mundo era importante, viver aquele momento era tudo que precisava.

- Tetsu, eu demorei um pouco para entender o quê eu estava sentindo, porém hoje eu entendo. Nem sempre percebemos de cara quando nos envolvemos com alguém, só que sabemos quando essa pessoa se torna essencial em nossas vidas. Hoje eu sei o quanto você é precioso para mim, se eu me afastar de você sinto que minha alma seria arrancada.

- A lenda de Eros e Psiquê se aplica em nós? – o azulado tentava não chorar quando Akashi assentiu, sorrindo como um anjo, o menor se calou para que o outro pudesse continuar sua confissão.

- Você se tornou minha alma, faz parte de mim agora – delicadamente Akashi acariciava o rosto e os cabelos do garoto.

- Quando eu disse que um deus apaixonado por um mortal era familiar, é porque eu sabia que se você se apaixonasse por mim seria exatamente como um deus e um mortal juntos...

- Nesse caso, eu lhe tornarei imortal também e viveremos no templo dos deuses, seremos eternamente felizes juntos. Tetsu, aceita namorar comigo?

Kuroko confirmou com a cabeça e os garotos se abraçaram intensamente, um novo beijo aconteceu sob o céu estrelado e a constelação de Lira, recebendo as bênçãos celestes. Akashi entendeu que fora buscado do inferno pelo menor, agora eles não deveriam olhar para trás e nem se perderem nessa jornada que ambos aceitaram trilhar juntos.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, parabéns aos que chegaram vivos até aqui, vocês são guerreiros, tem o meu respeito e o meu eterno amor ♥ pq precisa de mta determinação para aguentar tudo isso>.< Perdão pelo texto ter ficado enormeeee e.e', eu realmente me empolgo com esse couple, é muito amor para meus dedos se controlarem e.e minha imaginação também, é cada coisa que me vem em pensamentos que eu nem conto pra vocês *aquela carinha* SHAUSHAUSHAUSHAUSHAUSHAUSHUASHUSHAU Gina a mamis substituta divosa do nosso ruivinho dando aquela forcinha pro couple ♥ Espero também que não tenha nada para vocês odiarem nesse capítulo, afinal nosso azuladinho merece todo mundo feliz para comemorar seu niver :3 Também fiz esse capitulo para nosso ruivinho perfect. Uma curiosidade que todo mundo que já foi viciada em capricho, atrevida, toda teen e essas coisas que adolescente deve saber é que nosso azuladinho é aquariano (que nem euzinha aqui, quero presentes no meu niver u.u agora vocês sabem de onde vem todo meu glamour =p SHAUSHAUSHA) e nosso ruivinho é sagitariano, ambos os signos super combinam o/ QUERO VER QUEM SHIPPA AKAKURO SURTANDO AQUI, PQ SE ATÉ O DESTINO E O AUTOR FIZERAM ELES COMBINAREM, NGM MAIS SEPARA U.U Momoi nossa linda rosadinha é taurina, não combinando nem com aquário e nem com sagitário, ou seja >.< VAZA BITCH NEM SE ATREVA A INTERFERIR NESSE COUPLE Ò.Ó Se alguém tiver o email do autor divo do anime, manda esse recadinho pra ele, please, que se o horoscopo disse que combinam ELES TEM QUE FICAR JUNTOS, QUERO VER AKAKURO NO PRÓXIMO OVA :3 Não vou demorar para postar o próximo, muitos kissus até breve ♥ Parabéns Kuroko e Akashi, amo vocês, todo mundo aqui ama, então façam só uma coisinha por mim... CASEM-SE Ò.Ó nunca pedi nada pra vocês *---*


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