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História Bonitinho e ordinário - De tonto, só a cara


Escrita por: RainbowTU

Notas do Autor


Olá! Bom dia! Boa tarde! Boa noite!

Estamos aqui com mais uma fic para a NamJin Week desse ano, e dessa vez é um continho erótico, eu acho haha

A quem for ler, please enjoy the journey!

P.S.: tá nas tags, mas vamos ressaltar: Jin!top, Joon!bottom. Se não curtir, só fechar a aba e ninguém se machuca ;)

Capítulo 1 - De tonto, só a cara


Fanfic / Fanfiction Bonitinho e ordinário - De tonto, só a cara

Assim que saí do carro e fiquei de pé na frente do clube, eu soube que começaram a falar de mim. É sempre assim em todos os lugares que eu vou, não seria diferente no clube de golfe. Pelo menos aqui é só durante um mês, na temporada de golfe dos ricos e famosos da Coreia do Sul. Não tenho que aguentar por muito tempo os falatórios daqui, que eu sei que são muitos. Nenhum na minha frente, claro, mas ainda assim, sei que são constantes. Como não haveriam de ser? 

Por mais que algumas vezes isso me atinja, vá lá... Eu aceito. A verdade é que, no fundo, eu meio que gosto de provocar. Gosto de ser um mauricinho mimado pela mamãe e exibido pelo papai. Gosto de esfregar que sou muito privilegiado na cara de quem se deixa levar, é uma diversão da qual não abro mão. E, de todos os que eu gosto de provocar, o mais divertido, sem dúvida, é o Seokjin. Não que seja mesmo engraçado, ele não é um cara nem um pouco extrovertido. Eu que acho hilariante imaginar o Seokjin no meio dos empregados que fingem me respeitar, mas ficam sempre me malhando pelas costas. Pode chamar de humor mórbido, ou seja lá como se queira definir. Tanto faz. Eu tenho meus motivos.   

Seokjin é um desses tipos que nunca vão sair da pocilga onde nasceram, mas, ainda assim, se veem no direito de serem debochados, de se achar alguma coisa, mesmo sendo um porra nenhuma nessa vida. Tá, tudo bem, eu admito, ele tem algo a se orgulhar, sim. O desgraçado não tem um puto no bolso, mas tem uma cara tão bonita, e um corpo que... Não fosse saber que ele era ralé, ninguém diria só de olhar.  

OK, não vou mentir. Talvez dê para perceber sim a origem pouco abastada dele. É que além de ser classe C, ele é todo desqualificado. Sabe aqueles caras brutos, que cospem no chão, coçam o saco e ficam mascando palito de dente o tempo todo? Esse é Kim Seokjin. E sabe o que é pior? Isso é o charme do filho da puta. Para fechar, ainda por cima o cara é um dos mecânicos que cuidam do funcionamento dos carrinhos do campo de golfe. Clichê do macho alfa sem classe completo, que nem os personagens de filme pornô vintage que de vez em quando eu assisto. Ele parece mesmo ter saído de um daqueles vídeos de péssima qualidade.  

Em outras circunstâncias eu jamais olharia para ele. Mas Seokjin é desses homens altos, fortes e viris que, mesmo sendo um ser desprezível, é impossível, pelo menos uma vez na vida, você não bater uma punheta pensando nele. Se você gosta de homens e um dia dá com os olhos nele, pode ter certeza, na primeira oportunidade vai descabelar o palhaço imaginando todo tipo de putaria com o vagabundo. Eu mesmo vivo fazendo isso, quando não estou na cidade para a temporada, e sigo fazendo tão logo chego por aqui e sei que vou vê-lo. É mais forte que eu. O cara não vale nada, mas é gostoso para um caralho. Vou fazer o quê?  

Saio andando entre os olhares de associados e dos funcionários e chego no estacionamento onde estão os carrinhos de golfe. Antes de competir preciso treinar, e é por isso que estou aqui, dois dias antes. E também para ver Seokjin, não vou negar. Não é nesse demônio que eu fico pensando o tempo todo, afinal? 

Na mesma hora que escolho um dos carrinhos e me sento escuto risadas vindas dos fundos. Não preciso nem me virar para saber que Seokjin é um dos caras que está rindo de mim. A risada dele é um negócio estranho, desarmoniosa, um ruído bem ruim mesmo. Se você não está acostumado, broxa. Sério, é muito bizarra. Mas eu já escutei tantas vezes ele rindo de mim que já até acho normal aquele som irritante de vidro sendo limpado. Talvez até me fizesse falta. Sei lá.  

Me preparo para dar a partida no carrinho e as risadas ficam mais altas, sendo logo em seguida abafadas. Por mais que eu goste que causar, dessa vez, fico um pouco incomodado. Tá que eu estou meio ridículo. Quem com vinte e dois anos sai de casa com uma bermuda que mais parece shorts, uma camiseta maior que o próprio corpo e, pior ainda, com meias até a canela cheias de donuts cor de rosa desenhados?  Geralmente não estaria ligando, mas hoje... Sei lá. Deve ser porque eu sei que ele está ali, entre os demais, rindo de mim. Não sou apaixonado por ele nem nada, mas... Um crush é um crush. No entanto, passa rápido, e minha natureza afrontosa logo toma seu posto e me deixa à vontade com quem eu sou, e com pena de quem eles são. 

O carrinho falha, uma, duas, três vezes. Bufo contrariado. Que porra está acontecendo? Não sou o melhor motorista do mundo, na verdade odeio dirigir, mas essas pequenas porcarias eu sempre consegui manejar. Qual o problema hoje? 

— O patrãozinho tá precisando de ajuda?  

Escuto a voz de Seokjin bem atrás de mim. O tom de voz dele é grosso, baixo, com um gingado, meio malandro. Me arrepio todo. Viro para olhar, e ele vem andando na minha direção, as mãos nos bolsos do macacão marrom, o palito entre os dentes. A epítome da putaria setentista, não tem como duvidar. Ah, filho da puta tesudo de um caralho!... 

— Não quer dar partida — falo meio baixo. 

— O patrãozinho quer que eu tente?  

— Sim, por favor.  

Falo com educação exagerada, sendo sarcástico, e saio do meu lugar, dando espaço para ele. Ele ri, provavelmente zombando internamente de meu jeito falsamente polido. Seokjin cospe o palito fora e se senta onde eu estava. Põe as mãos no volante e mexe na chave presa na ignição. Eu o observo em cada movimento, desde os voluntários, feitos com os braços marcados de veias e as mãos visivelmente calejadas, como os involuntários, tipo quando o macacão meio aberto me deixa ver um pouco de seu peito, ou os fios de cabelo que caem pela testa. 

— Taí.  

Fala ao sair, e só então eu percebo que ele já conseguiu dar partida no carrinho. Eu volto para o volante, o agradecendo. Ele apenas ri e se afasta, voltando para o reduto de onde viera. Ainda dou uma olhada nas suas costas antes de partir. Devia ser proibido contratar proletariado gostoso que nem ele. Parece que fazem de propósito para deixar os associados com tesão. Na boa, mais fetichista que mecânico grosseiro, bonito e tesudo? Só pode ser de propósito.  

Vou para o campo e tenho minhas partidas de golfe. Realmente gosto desse esporte, é elitista e caricato como a sociedade em que me insiro, quase um retrato do que somos nesse mundo. Encontro um amigo perdido no caminho e acabo aceitando seu convite pra jogar um pouco de tênis também. O resultado é um Kim Namjoon exausto no final do dia, mas com um pouquinho de disposição ainda guardada na manga. Para o quê? Bom, para o que sempre acontece quando Seokjin e eu estamos no mesmo ambiente, sem ninguém por perto: uma bela duma foda.  

É pelo o que eu venho esperando esse tempo todo, e ai de Seokjin se não estiver a fim.  

... 

Uma das vantagens de se ir ao clube no dia e horário que escolhi é que tem poucos associados por aí. A maioria, formada por CEOs e o escambau vem nos finais de semana, e são bem poucos os que se dispõem a aparecer num dia como esse que escolhi. Pensei bem nisso também quando escolhi vir para cá hoje, queria tempo e espaço para fazer o que bem entendesse, sem o receio de ser flagrado. Não que eu realmente me importe, não faria diferença para mim. Faria para Seokjin, e bem lá no fundo, eu não quero que o cara se foda. Não por bondade, exatamente, é mais por mim. Se ele se foder por conta do que a gente faz, quem vai me foder? Eu sei que homem é o que não falta nesse mundo, mas porra, ninguém faz como ele. Não quero ter que procurar outro.  

Isso se ele aparecer. Já faz mais ou menos dez minutos que passei por ele e aquele bando de amiguinhos que ele tem, deixando bem claro que ele podia vir me encontrar nessa porcaria de vestiário a qualquer momento. Fiz todos os meus movimentos bem devagar, tirei a roupa e entrei no chuveiro com uma lentidão digna de uma lesma, e nada de o homem aparecer. Em outras vezes bastou eu tirar a camisa e ele já estava ali, pronto para me agarrar, e agora, isso. Será que tinha acontecido alguma coisa? Ou ele tinha se dado o direito de começar a brincar com a minha cara? Pior ainda, será que não queria mais ficar comigo?  

O gelo que sobe pelas minhas costas ao pensar na possibilidade de Seokjin não querer mais brincar de me odiar e em seguida me comer me deixou ofegante. Felizmente, para minha tranquilidade, a voz dele soa atrás de mim, de algum lugar próximo à entrada dos chuveiros.  

— Tava pensando se o patrãozinho não tá precisando de mais uma ajuda minha.  

Fecho meus olhos ao escutar a cadência safada daquela voz. Ainda bem que estou de costas para ele. Não acho que seria bom ele saber o quanto me atinge.  

— Para quê? — Devolvo com certa arrogância. — Eu sei tomar banho sozinho   

— Tô vendo.  

Ainda de olhos fechados viro de frente para ele, ou para onde acho que ele está, e continuo tomando meu banho como se não tivesse mais ninguém ali. Limpo eu já estou, só estou aproveitando que estava enrolando aqui para fazer charme para Seokjin. Sem me dignar a olhar para ele ajo como se ainda não tivesse feito nada naquele banho, deslizando as mãos devagar pelo corpo enquanto a água morna vai caindo sobre mim. A curiosidade de como devo estar sendo olhado é grande, mas o joguinho de bancar o indiferente é mais interessante, por isso sigo daquela forma, até o momento de me abaixar para pegar o vidro de sabonete líquido. É só aí que olho para ele, completamente vestido me olhando de cima abaixo, escorado pelo ombro no umbral da entrada dos chuveiros, com os braços cruzados. 

Tenho que me segurar para não cair de joelhos e implorar para que ele me deixe dar uma lambidinha que fosse nele. 

— Ainda aqui? — Questiono como se não esperasse por isso, pondo um pouco da pasta perolada na palma da mão e fechando o registro do chuveiro para me ensaboar. — Achei que já tivesse ido embora. 

— O piso desse banheiro é liso, o patrãozinho pode escorregar e cair. É melhor ficar de olho.  

— Hum. — Resmungo. — Que sensível da sua parte.  

Me mantenho sério, mas só eu sei a que custo. Diante do olhar atento dele começo a me ensaboar, tomando cuidado para fazer isso bem devagar, de forma insinuante, à espera de que ele comece a tirar a roupa e venha logo me pegar. Mas isso não acontece. Em vez disso, ele fica me observando enquanto passo sabonete pelo pescoço, pelos ombros, no peito, na barriga e na minha cintura, de um jeito bem afetado, para fazer com que ele não consiga olhar para nenhum outro lugar. Contenho meu sorriso quando, olhando para ele, começo a ensaboar meu pau, a fim de ver como ele reage.  

Fico feliz de perceber que não é só com os olhos que ele demonstra interesse no que está vendo.  

Viro outra vez de costas para ele, me inclino, pego mais sabonete, volto a ficar reto e continuo me ensaboando, pelas costas e pela bunda. Seokjin continua parado ali, e a quem pudesse ver de longe pareceria que ele tem um autocontrole fodido do caralho, mas a verdade é que não tem nem um pouco. Quem tem todo o controle dessa merda sou eu. Ele só está esperando meu sinal.  

Amo o fato de que sou eu que mando nessa porra.  

— Não consigo abrir o chuveiro, minha mão está lisa — digo depois de fingir a tal da incapacidade alegada. — Já que está aí, pode abrir para mim? — Novamente uso daquela polidez forçada que sempre acaba fazendo ele rir.  

— O que o patrãozinho quiser.  

Seokjin fala de lá, e eu nem sei por que me arrepio inteiro com a forma com que ele me chama de patrãozinho. Quando penso no que temos, de como tudo se iniciou e na forma como mantemos as coisas, fico procurando em que momento esse lance do patrãozinho surgiu, e não consigo encontrar. Única coisa que sei é que não fui eu que pedi, mas incorporei ao nosso “negócio”, e ao que consta ele também. No fim, quem liga? É legal que ele me chame assim.  

Sinto ele chegar bem perto de mim, e não consigo conter um leve tremor quando o corpo dele se encosta no meu. Seokjin parece ainda estar completamente vestido, e isso faz a base do meu estômago latejar. Tem algo de muito sexual em estar totalmente nu perto de um homem que não tirou suas roupas.  

— Pronto. — Ele fala no pé do meu ouvido ao girar, sem esforço nenhum, o registro, fazendo um filete de água jogar sobre mim. — Pode continuar o banho.  

— Obrigado.  

Respondo baixo ao notar que o calor do corpo dele já não está tão próximo ao meu. Uso o filete de água para tirar o sabonete do corpo, com medo de ele estar perto demais e acabar se molhando mais do que o necessário. Não é bem consideração, repito, mas não sei se ele tem outro macacão para trocar depois. Termino um pouco mais rápido essa parte do banho, e então me viro para ele.  

— Pode fechar o chuveiro para mim? 

Dessa vez uso meu tom de voz gentil, e é ótimo ver que ele não estava tão distante de mim, e que o olhar dele acabou descendo para ver a que ponto meu corpo estava em relação a ele. Seokjin parece que esperava tanto por isso quanto eu. Para ele deve estar sendo um martírio esperar pelo meu comando. Em outro dia, talvez, eu brincasse com isso mais um pouco, mas hoje... Que sorte a dele que desde a última vez que transamos eu não peguei mais ninguém.  

Seokjin não responde ao meu pedido, nem me chama de patrãozinho, não diz nada. Ele só vem até mim, encosta o corpo no meu peito e, mantendo o olhar bem fixado no meu, me empurra “sem querer” até a parede, me fazendo grudar ao lado do registro, e então o fecha.  

— Mais alguma coisa, patrãozinho? 

Patrãozinho. Ali está a alcunha, finalmente. O hálito ruim de café e cigarro que vem de sua boca não é capaz de desmanchar o prazer que é ser chamado assim por ele, bem na minha cara. De repente eu acho que vou morrer se não sentir os calos das mãos dele na minha pele macia e bem hidratada, se não puxar meus cabelos com força enquanto eu chupo ele, se não me encher de lubrificante com os dedos dele antes de me enfiar a rola. Adoro prolongar a diversão, mas vai ficar para a próxima.  

Eu também não respondo a indagação, e parto diretamente para a ação. Desabotoo os botões que mantém o seu macacão no lugar, e em questão de segundos consigo fazer com que ele caia até parar na metade das coxas de Seokjin. Me ajoelho diante dele, como o bom cachorro que sou, desço sua cueca e olho para seu pau. Não está tão duro quanto eu imaginei, mas já tem algum ponto de animação, e meu ego agradece. Passo a língua por ele, e escuto Seokjin suspirar. Volto a lamber, e então fico admirando aquele pedaço de perfeição que ele chama de pinto.  

Seokjin tem um dos paus mais bonitos que eu já vi. É meio viradinho para a direita, tem só um pouquinho de pele cobrindo a cabeça. Não é enorme, mas também não é pequeno, tem o tamanho ideal para entrar inteiro na minha boca ou na minha bunda e me fazer ver estrelas. Quando fica cem por cento duro é firme como pedra, e fica grosso ao ponto de eu ter dificuldade de respirar se estiver com ele na boca. É como se tivesse sido feito sob encomenda para mim. Talvez esse seja um dos motivos pelos quais eu também não gosto de pensar em ter que procurar outro. Não deve existir outro pau todo feitinho sob medida para mim, pelo menos, não tão fácil de achar. Ainda mais que venha junto com um homem tão bonito e gostoso quanto Seokjin.  

Levanto o rosto para ele, e vejo que Seokjin está com os braços apoiados na parede, a cabeça virada para baixo, para mim. Consigo capturar sua expectativa, o seu desejo, e eles me atravessam com violência, se misturando aos meus. Sorrio, daquele jeito que só faço nessas horas, e volto a dar atenção para o pau tão bonito quanto o dono bem na minha frente. Aquela cabecinha pede pela minha boca, aquelas veias ficando aparentes suplicam pela minha língua. Minha garganta também precisa com urgência sentir o pau batendo bem em seu fundo. Quem sou eu para negar os apelos de dois homens necessitados?  

Sem mais cerimônias, ponho o pau na boca, devagar, o colocando até que não consiga mais aguentar, e então solto. O gemido que Seokjin solta é música para meus ouvidos. É mais um murmúrio que um gemido, na verdade, mas é bom mesmo assim. Nada é pior que chupar um cara que não faz barulho nenhum, experiência própria. Um suspiro que seja já é muito bem-vindo.   

Novamente enfio o pau na minha boca, não até o fim, mas numa altura suficiente para poder chupar de forma contínua. Preciso dessa rola bem dura para atender minhas expectativas, e com esse fim em mente faço o melhor trabalho que posso oferecer. Por sorte Seokjin não tem problemas de ereção, de maneira que não demora muito para que eu sinta seu pau na grossura e na rigidez certas para me fazer feliz. Penso que é hora de parar e mudar as atividades, mas Seokjin enfia os dedos entre meus cabelos e começa a tentar definir a intensidade dos meus movimentos, e bem... O controle é meu e eu dou a quem eu quiser. Deixo que ele mova minha cabeça ao seu bel prazer, porque a sensação dos meus fios sendo puxados por ele enquanto minha garganta vai sendo cutucada por seu pau é sensacional demais para que eu fique bancando o dominador o tempo todo. Por alguns minutos eu posso permitir que Seokjin comande, se for pelo meu próprio bem.  

Quando a brincadeira cansa eu faço força para sair do poder da sua mão e isso dói um bocado. Alguns fios dos meus cabelos devem ter ficado presos nos dedos dele quando eu tirei a boca dali e me afastei.  

— Só mais um pouco...  

Seokjin sussurra e é com esse sussurro que eu percebo que não é só ele que está duro. Olho para ele, e seu olhar já está sobre mim. Meu pau dá uma balançada, ficando ainda mais para cima.  

— Se continuar assim você goza na minha boca — argumento, cheio de razão. 

— O patrãozinho não gosta? 

— O patrãozinho adora, mas tem planos diferentes para hoje. — É com custo que me levanto, mas faço isso bem rápido, até, considerando meu estado e o mísero espaço entre a parede e Seokjin. — Vai pegar minha bolsa ali no banco.  

Seokjin parece um pouco decepcionado, a princípio, mas logo eu vejo aquele fogo nos seus olhos que é capaz de incendiar a Coreia do Sul inteira. Ele sabe o que vem quando eu peço minha bolsa, e por mais que ele estivesse a fim de gozar na minha boca, tem coisas que esse safado gosta muito mais.  

Não vou julgar. Eu também.  

Fico espiando, recostado na parede, Seokjin ir até o tal banco e regressar com minha bolsa. Ele anda de forma engraçada com o macacão e a cueca pela metade das coxas, o pau duro viradinho para o lado mexendo conforme ele se movimenta. Se olhar bem ainda dá para ver o revestimento de saliva que eu deixei ali antes de me levantar. Me sinto como um artista admirando sua obra de arte em andamento. Não sei quantas pessoas são capazes de deixar Seokjin desse jeito, mas, agora, sou eu e apenas eu que estou fazendo isso. É, às vezes eu me contento com pouco, mas, sério... Só quem já “converteu” um suposto hétero é capaz de entender do que eu estou falando.  

— Aqui.  

A bolsa é jogada aos meus pés, e mais que depressa eu tiro de lá o que nos interessa: lubrificante e camisinhas. Obviamente eu já vim meio preparado de casa; quando dei meu primeiro passo para a rua a fim de entrar no carro eu já sabia muito bem que meu treino hoje não se resumiria a golfe. Dou tudo nas mãos dele, e me viro de costas. Ele já sabe o que fazer, de acordo com minhas ações.  

Os dedos de Seokjin são sempre curiosos e selvagens. É como se ele fizesse questão de garantir que lubrificaria cada preguinha, cada cantinho escondido do meu cu, sem deixar nada faltando. Ele sempre se certificava de que tinha entrado ao máximo, girado e remexido os dedos ao máximo, até que o lubrificante que ele ficava colocando incessantemente começasse a escorrer pela minha bunda. Por minha vez, tem dias que tenho que me controlar muito para não deixar que apenas aquilo me deixe prestes a esporrar. Hoje é quase um desses dias, e eu fico revezando minha mente entre me deixar levar pelo prazer sem igual que é ser penetrado por aqueles três dedos tortos e imagens diversificadas de sorvetes derretendo. Odeio sorvetes derretidos; pensar neles é minha técnica para retardar o orgasmo.  

— Eu posso?...  

Ele inicia depois de tirar os dedos de mim e colocar a camisinha. Eu, que estava olhando para ele por cima do ombro solto um arfado de cansaço e me inclino um pouco mais, encostando nele. É claro que ele pode, está esperando o quê? Ah, claro, o meu aval. O controle é todo meu, e agora eu não vou dar a ninguém. Seokjin sabe disso como ninguém.  

Bom garoto. 

Uma das minhas coisas preferidas sobre Seokjin é que ele enfia logo tudo de uma vez. Típico de quem nunca deu o cu, e muitos não gostam quando o ativo faz isso, mas eu, particularmente, acho ótimo. Não sou mais virgem já faz muito tempo, e essa coisa de delicadeza eu prefiro guardar para quando um dia eu estiver apaixonado, sei lá. Se eu já estou bem lubrificado e preparado, ir aos poucos por quê? Tudo bem, dói um pouquinho, mas é tão de repente e é tão gostoso sentir tudo entrando numa tacada só que compensa o desconforto.  

E é isso o que ele faz agora, segurando meus quadris para se localizar melhor e separando minha bunda para visualizar o caminho. Meu corpo vai um pouco para a frente, num reflexo, mas logo eu já estou de volta para a posição inicial. E é assim que tudo começa.  

Enquanto ele me fode com a precisão de quem sabe muito bem o que faz, fico pensando, entre um espasmo e outro, um gemido e outro, uma mordida no meu ombro e outra, quantas pessoas Seokjin já deve ter comido na vida, e quantas somente nesse clube de golfe. Ele diz que eu sou o primeiro e único cara, mas ele já sabia muito bem me comer antes de entender como eu gostava. Será que ele já transou com a mãe de algum amigo meu? Será que já transou com algum amigo meu? Por mais que diga que era hétero antes de mim, pode estar mentindo. Não é o que homens fazem de melhor, mentir? Eu, como homem, digo que sim. Acabo me pegando a pensar se, por acaso, Seokjin já não falou sobre nós com os amigos que sempre ficam rindo de mim quando eu passo. Teria tido a coragem? 

A mera ideia de ter meus pequenos pecados descobertos faz com que o tesão aumente de maneira vertiginosa. Que belo safado que eu sou. 

Meus pensamentos são interrompidos quando ele sai de dentro de mim e não volta mais. Com que direito? Minhas pernas nem começaram a ficar bambas ainda! Ele não pode ter gozado, eu sempre sei quando ele vai gozar. O que terá acontecido? Me viro para ele, pronto para argumentar, e não consigo abrir a boca porque ele me segura pelas coxas e me levanta, pondo minhas pernas ao redor de sua cintura. Essa é nova. A gente já fez de muitos jeitos, mas dessa forma... Não devia ter curtido a iniciativa, mas acabo gostando.  

Procuro com as mãos algum lugar em que eu possa me segurar para não ficar deslizando tanto. Tenho perfeita noção do meu tamanho e peso, ou grande e malhado, seria de muito bom gosto poder ajudar Seokjin na tarefa de me manter suspenso enquanto mete gostoso. Acontece que ali só tem parede e registro de chuveiro, então eu só aceito e ponho meus braços nos ombros dele, circundando o pescoço, para não ficar com as mãos ao léu. Ele que inventou de fazer assim, certo? Ele que aguente. Especialmente porque eu estou adorando a forma como o pau dele entra fácil nessa posição.  

— Vi isso num filme... — Ele diz baixinho, a boca contra a pele do meu ombro, os dentes me arranhando.  

—  Por favor, cala a boca.  

Digo sem dó nenhuma. Que me importa de onde ele tirou a ideia? Última coisa que eu quero é ficar conversando durante a foda. Ele me atende e volta a se concentrar em me segurar, me foder e me beijar, lamber, morder e arranhar. E está tudo perfeito como está. O jeito com que Seokjin mete em mim é bem como eu sempre sonhei. Ele tem uma técnica perfeita de enfiar, voltar e enfiar de novo praticamente sem tirar que eu ainda sigo em busca por aí, mas tenho certeza de que não vou encontrar. Seokjin realmente faz gostoso, e a cada enfiada eu penso na sorte que tenho de ter conquistado esse desqualificado. Então, sem que eu me dê conta minhas costas são tiradas da parede e eu sou carregado até ser deitado no chão. Ele faz isso rápido e sem sair de dentro de mim, e eu mal tenho tempo de criar consciência para arquear as pernas e abrir mais para facilitar os trabalhos, porque ele mesmo já toma conta disso e continua me fodendo.  

É sobre isso. É exatamente sobre isso que eu estou falando. 

Seokjin começa a se enfiar cada vez mais forte, e eu sei que isso significa que ele está chegando perto do orgasmo. Como não quero ficar para trás, passo a tocar uma na medida que posso, enquanto agarro seus cabelos e os puxo com a mão ociosa. Faço isso como se estivesse numa disputa para ver quem goza primeiro, e minha intenção é ganhar dele, porque nada é mais delicioso do que gozar com um pau entrando e saindo com força de dentro do seu cu. Dito e feito; em minutos, ou talvez segundos, não sei ao certo, eu me derramo inteiro, e isso me faz puxar os cabelos de Seokjin com ainda mais vontade. Ele geme, talvez de prazer ou de dor, vai saber, e meu corpo vai relaxando conforme o ápice vai passando, ficando todo mole.  

Não demora muito mais e é a vez dele. Quando ele termina de gozar sai de dentro de mim, respirando pesado. Espera eu apoiar os pés no chão e me solta. Se levanta, devagar, e eu também quero me levantar, mas não tenho a menor condição. Acabo sentando no chão do banheiro, pensando no tanto de micose que posso pegar por tudo o que aconteceu, mas nem isso me faz ter forças para me erguer. Em vez de tentar, eu me aconchego melhor no piso molhado, tentando recuperar minha respiração, e fico olhando para Seokjin, para ver seus movimentos.  

Ele faz tudo igual, o velho ritual de sempre: tira a camisinha, dá um nozinho e puxa as roupas um pouco mais para cima, para facilitar a caminhada até a parte do vestiário onde tem papel higiênico e latas de lixo. Não consigo ver realmente, mas posso visualizar, escutando o som do rolo de papel sendo puxado, ele passando a folha macia e branquinha na rola, tirando dela os vestígios do que a gente acabou de fazer, logo após se livrar da camisinha jogando no lixo. Já vi ele fazendo isso quando transamos dentro do banheiro do restaurante do clube.  

Antes que eu tenha de fato me recuperado ele volta, já vestido, e lamento ver que seu macacão acabou molhando um pouco. Agora ele vai precisar trabalhar assim. 

— Tem mais alguma coisa que eu possa fazer pelo patrãozinho? — Pergunta com a voz grossa de quem acabou de gozar dez litros de porra dentro da minha bunda.  

— Tem. Vai embora daqui e finge que eu não existo. Anda, rápido. 

— Tão bonitinho, mas tão ordinário... — Sorri, cínico. — Como o patrãozinho desejar.  

Seokjin segue sorrindo, safado e satisfeito, e eu tento pensar em como seria se minha mãe me flagrasse trepando com ele para evitar de ao menos cogitar o chamar de volta para mais uma trepada. A vontade é grande e eu me esforço pesado. Ele então me dá as costas e vai embora, levando consigo meu fôlego e um pouco da minha sanidade, que já é mínima. Escuto seus passos se afastando, e então a porta principal sendo aberta e fechada.  

Uma risada escapa de meus lábios, e eu me permito dar um suspiro bem alto de total prazer e satisfação. Quase me arrependo da decisão de ter deixado ele ir, mas volto a mim e me contenho, sentindo que volto a respirar com normalidade. Eu acabei de chegar, vou passar uns bons dias por aqui. Tempo é o que não vai faltar.  

E quanto a Seokjin... Acho bom ele estar pronto para me aguentar. Hoje foi só o primeiro round.


Notas Finais


Eu amo um power bottom bem safado.

A quem chegou aqui, muito obrigada, espero que tenha funcionado, e até a próxima fic! <3
@ParkRaid, valeu pela capa! =D


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