História Borbulhas de Amor - Capítulo Único

Era uma noite fria e chuvosa em Jump City, cheia de raios e trovões. Ravena desfrutava da água quente que caía sob seu corpo, tomando um demorado banho. Recordava-se de seus amigos da época dos Jovens Titãs. Sim, porque haviam se passado cinco anos desde a grande luta com Trigon, e todos agora haviam seguido com sua vida.

Robin tornou-se o Asa Noturna, juntando-se à Liga da Justiça. Ciborgue também se juntou a eles, com a diferença de que havia se casado com a Abelha. Eles viviam felizes em Gotham, de vez em quando fazendo visitas à garota. Robin estava solteiro desde que Estelar havia voltado para seu planeta natal. No final das contas, ela teve de decidir: casar com Robin e virar parte da Liga ou voltar para seu planeta e ajuda-los perante a crise que passavam. Por mais que amasse o garoto, ela ainda era uma princesa, e devia arcar com seu posto. Robin havia chorado por dias, mas nada poderia ser feito. Já Mutano...

Enquanto refletia sobre o destino de cada um, não percebeu quem alguém havia adentrado no banheiro, apenas saindo de seu transe ao sentir braços fortes enlaçando os seus por trás. Com um de seus raros sorrisos, Ravena recostou seu corpo sobre o do acompanhante, escutando um suspiro baixo vindo do homem. Com a água quente ainda caindo sobre eles, a garota virou-se, acabando de vez com a distância daqueles lábios verdes.

Mutano e Ravena encontravam-se em uma espécie de relacionamento. Estavam juntos a cerca de quatro anos e meio. Não eram casados, mas também ninguém do grupo sabia de seu namoro. Eles sabiam disfarçar muito bem. Não que não assumissem por vergonha, muito pelo contrário: achavam que o escondido tinha mais emoção. Era incrível saber que os dois poderiam estar no maior amasso quando de repente Ciborgue ou Robin chegassem para uma visita surpresa. Era excitante.

Se beijavam apaixonadamente, colando-se ao corpo um do outro cada vez mais. Mãos bobas passeavam entre eles, apertões, chupões e mordidas eram distribuídos abertamente. Por mais que estivessem tomando banho juntos, tinham mantido o respeito até então. O clima começava a esquentar de verdade, com beijos mais calorosos, gemidos ao pé do ouvidos, apertões na bunda. Tudo ia bem, Ravena beijava o pescoço do namorado, quando Mutano resolve abrir a boca:

-Rae... Eu posso até ser verde, mas garanto que estou bem maDURO pra você.

- MUTANO! Incrível como você consegue acabar com o clima com suas piadinhas sem graça.

O homem apenas riu. Era o que ele mais gostava de fazer: irritar sua namorada com piadinhas. O banho terminou rápido, já que ele não havia conseguido o que queria. A garota estava um pouco irritada pelo idiota do seu namorado ter arruinado tudo. Apenas se vestiu rápido e foi para a sala na intenção de ficar sozinha, ler alguma coisa. Sua paz não demorou muito já que um gatinho verde pula em seu colo rapidamente. Mutano sabia que a namorada não resistia quando se transformava nesse animal, então o utilizava como uma forma de apaziguar as brigas.

Ravena bem que tentou ignorar aquela bola de pelos fofinha e até conseguiu por um tempo. Tempo suficiente para Garfield sentir que ela estava levando a melhor. Sem pensar duas vezes, começou a se esfregar nela, ronronando com leves miadinhos. A garota não se aguentou e deitou-se no sofá, segurando o gato no ar, fazendo leves carinhos. Foi o tempo dela o colocar novamente deitado em seu corpo que Mutano voltou ao normal, falando um leve:

-Oi.

Não conseguiam ficar irritados por muito tempo, eles se amavam. E para comprovar isso pouco tempo depois já estavam se beijando no sofá, numa tentativa de retomar o que fora interrompido no chuveiro. O homem já estava sem camisa, com as mãos dentro da camisa larga que a namorada vestia. Num pisar de olhos e Ravena estava sentada em seu colo. Atacando seu pescoço.

-Rae, eu...

Não conseguiu terminar de falar. Um estalo foi ouvido e sua namorada voou longe. Rapidamente, transformou-se em um periquito, ficando em um cantinho. Tentando se arrumar o máximo que podia, a garota esperou pelo holograma que se formava no meio de sua sala. Já era costume isso: se Ciborgue não conseguisse estar lá pessoalmente, a visitava como um holograma.

-Não posso ficar muito tempo, Ravena. Liguei só para ver se estava tudo bem. Deu no jornal que aí em Jump City está um caos com a chuva.

-Nem tanto, daqui do alto quase nem dá pra perceber. – dito isso um alto trovão se fez presente, contradizendo o que a garota havia acabado de falar.

Mutano não tinha medo da chuva, mas como pássaro, sua audição ficava mais sensível, fazendo-o levar um susto e sair voando pela sala.

-Arrumou um bichinho, que fofinho. Por falar nisso, você tem visto o Mutano de uns tempos pra cá?

-A ultima vez que o vi devem ter umas duas semanas, no mercado. Ele parecia estar ótimo Disse que até estava noivo.

-Noivo? Ah, Ravena. Eu sinto muito que não seja com você.

-Como?

-Você não sabia? Mutano era doido por você desde a primeira vez que te viu.

A garota não conseguiu ter expressão nenhuma, apenas ficou chocada.

-A chuva está piorando o sinal Rae, é melhor eu ir. Até qualquer dia.

-Até.

Quando Mutano voltou ao normal, pronto para terminar o que havia começado, sua namorada estava ocupada demais meditando. Após esse banho de água fria, resolveu ir deitar. Algumas horas se passaram até a garota aparecer no quarto, trocando-se em sua frente até ir se aninhar com ele.

-Ravena, por acaso você disse ao Ciborgue que eu vou me casar?

-Disse.

-Como você sabia? Até onde eu sei, seus poderes não são de ler mentes.

-Realmente não, mas semana passada quando dormi na sua casa, eu literalmente tropecei nas alianças. Eu só acelerei a resposta do pedido, Gar.

-Ainda bem. Estava tão nervoso que provavelmente falaria alguma besteira e você iria me expulsar da sua vida.

-Só se você não calar a boca e me beijar.

-Com todo prazer, Raveninha.

E com isso, estavam oficialmente noivos. Mutano finalmente teve o que tanto queria desde a tarde, indo dormir completamente feliz. Só restava agora como iria contar para seus amigos de seu casamento.