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História Born To Die - Traitor Among Us


Escrita por: SkyWithDiamond

Notas do Autor


olá, olá.
boa leitura.

Capítulo 8 - Traitor Among Us


...

A garotinha olhava pela a grande janela da sala principal do orfanato, ela observava uma família ir embora sem nenhuma criança, sem ela, Lexa acabara de voltar novamente para o orfanato, aparentemente ela não era boa o suficiente para a família, Lexa estava crescendo, em seus seis anos e ela ainda não havia sido boa o suficiente para uma família e ela não conseguia entender o porquê daquilo. Lexa parou de olhar pela a janela e sentou-se no chão frio daquele lugar, enquanto as crianças corriam por ali, ela permanecia com seus joelhos dobrados, próximos ao seu peito e abrigando sua cabeça enquanto chorava silenciosamente. Segundos depois Lexa sentiu uma mão em suas costas, tocando seu cabelo de forma confortável, a garotinha levantou os olhos e viu Judy ao seu lado.

- Eu não sei o que fiz de errado, irmã Judy – disse enxugando suas próprias lágrimas, mas sendo em vão, já que elas voltavam a aparecer – Por que eles não me quiseram? –

- Não foi culpa sua, minha querida, eles só perceberam que não era a hora para eles começarem uma família – explicou, ela sabia que como uma devota de sua religião ela não deveria mentir, porém ela estava disposta a passar por cima disso para que Lexa não se magoasse –

- Algum dia alguém vai me querer, irmã Judy? – aquelas palavras partiram o coração da pobre mulher, ela engoliu o próprio choro – Será que eu vou ter uma mãe e um pai que me amem? –

- Um dia você vai encontrar seu lar, querida. Pessoas que vão amar você mais do que você possa imaginar, porque você Lexa é a criança mais adorável que eu já conheci e você merece todo amor do mundo – Judy abraçou a garotinha que parecia mais calma – Todo o amor do mundo... – repetiu, Judy não conseguia aceitar o fato daquela criança já sofrer tanto –

Lexa olhava para o homem a sua frente no sofá, depois dele se acalmar um pouco mais, os dois sentaram um diante do outro, ainda sem falar nada, ela não se deixaria parecer fraca naquela situação, por mais doloroso que aquele momento fosse para ela. Robert se sentiu um pouco intimidado com a presença da sua filha, ele esperou tanto por aquele momento que agora já não sabia como reagir. Lexa então resolveu acabar logo com aquilo, por anos ela guardou aquela pergunta, não sabia se algum dia chegaria a pronunciá-la, mas ali estava sua oportunidade, talvez a única que teria, ela encheu seus pulmões de ar e contou mentalmente até três, logo disparando...

- Por que me abandonou? – Robert não esperava aquela pergunta logo de cara, porém não pareceu temer. Lexa prendia seu maxilar, seu coração estava tão disparado que ela temeu o que pudesse acontecer, poucos momentos a deixaram tão ansiosa assim –

- Eu não abandonei... – explicou e Lexa deu um rápido sorriso sarcástico – Lexa, é sério – a mulher levantou do sofá e Robert fez o mesmo –

- Eu não tenho tempo para mentiras, se quer mostrar seu lado da história então pelo menos tenha a decência de assumir sua parte no erro, eu não sou uma garotinha, não preciso de uma historinha feliz e emocionante para amenizar a dor –

- Eu não estou mentindo – continuou. Lexa analisou o homem, o analisou por um pequeno período de tempo – Você me parece boa em julgamentos, olha para mim e ver se há indícios de mentira – insistiu. –

Robert voltou a sentar no sofá, Lexa permanecia em pé, o homem tirou os óculos do rosto e o limpou em sua camisa social, ele voltou a pôr em seu rosto e Lexa resolveu sentar novamente diante do homem.

- Quando conheci sua mãe, eu era casado com outra mulher, já tinha uma filha, Rebecca – Lexa ainda não conseguia acreditar que aquela mulher, a mulher que quase ajudou a lhe matar, a mulher que teve Clarke em seus braços, aquela mulher era sua meia irmã – Eu a traí com Lucy, sua mãe, o que tivemos foi algo intenso no qual eu não consegui me conter mesmo tendo uma família –

- Se você não tivesse traído sua mulher teria me poupado de muitas coisas –

- Você não teria nascido –

- Não me parece tão ruim assim – retrucou. Robert negou imediatamente –

- Minha esposa descobriu da traição e me intimou, escolher entre minha família ou o que seja lá o que eu tinha com Lucy, então por minha filha eu resolvi ficar com a família – Lexa permanecia calada, apenas observando cada palavra e expressão do homem – Eu cheguei a procurá-la, voltei para onde nos conhecemos, a procurei para lhe dar uma explicação, porém uma de suas amigas disse que ela havia ido embora e que estava grávida, e eu soube que aquele filho ou filha que ela estava carregando só poderia ser meu –

- Então você voltou para sua vida com a família perfeita –

- Sim, mas eu não parei de procurar por você, mas vocês duas pareciam não existirem, eu costumo fazer trabalhos sociais, e a cada vez que eu chegava a um orfanato eu me perguntava se Lucy havia ficado com você ou deixando em algum orfanato. Eu lembrava da situação financeira dela e isso era o que mais me assustava em relação a você, o que aconteceria com você... –

Lexa não esperava por essa história, ela imaginava uma versão no qual ela sempre acreditou, uma em que o homem simplesmente não se importava e havia largado sua mãe pelo o mesmo motivo que Lucy largou Lexa, a falta de amor. A mulher virou seu rosto, e tentou se recompor, respirou fundo e engoliu a força o nó em sua garganta, voltou para Robert e continuou  a encarar o homem.

- Eu não espero que você me abrace, me chame de pai ou algo assim. Eu não consigo imaginar o quão difícil foi sua vida, e entendo completamente se nutrir mágoa de mim – Robert se atreveu a segurar a mão de sua filha, e fazer aquele simples ato causou uma alegria inimaginável em Robert e uma calmaria em Lexa – Eu só peço que me dê à chance que eu nunca tive, me deixe fazer parte de sua vida, eu sei que é tarde, mas não me diga que é tarde de mais... –

- Por quê? Por que tentar com uma filha bastarda? Apenas para curar a dor da perda de outra? – Lexa sempre desconfiava daqueles que lhe ofereciam amor sem nada em troca, suas inseguranças às vezes falavam mais alto –

- Porque duramente muito tempo eu amei a imagem do que fiz de você, agora que eu a encontrei quero mostrar que os meus sentimentos são reais, Lexa... Por que é tão difícil acreditar que eu a amo? – Robert apertou a mão de sua filha ainda sob a dele – Eu quero saber sua cor favorita, o que gosta de fazer, os lugares no qual deseja visitar, que time você torce e qual sua comida favorita, quero que sejamos uma família, mas se não me quiser por perto eu vou entender, só quero que saiba que você tem a mim e que eu estarei aqui –

Lexa recolheu sua mão e olhou mais uma vez para o homem, Robert entendeu o que aquilo queria dizer, ele levantou do sofá e plantou um beijo nos cabelos recém-lavados de Lexa, ele fechou os olhos e guardou aquele momento para si.

- Eu amo você, filha – Robert começou a andar, ele esperava por uma reação assim, mas não sabia que seria tão doloroso -

- Azul – respondeu Lexa e o homem parou seus passos, Clarke então apareceu na sala, porém deu meia volta, não queria atrapalhar – Minha cor favorita é azul, me faz lembrar Clarke – explicou e o homem sorriu, se Lexa havia respondido uma de suas perguntas deveria ser um bom sinal. Lexa levantou do sofá e foi até o homem – Eu não vou chamar você de pai, eu não vou ligar para você para contar como foi meu dia – Robert sorriu feito um bobo – Eu vou dar uma chance a você, mas vai ser do meu jeito –

- Claro, claro, da forma como você achar melhor – replicou animado. Lexa estendeu sua mão e Robert a apertou, como um cumprimento formal –

- Obrigada por salvar minha vida, Robert – agradeceu e o homem apenas concordou e tentou se aproximar – Sem abraços – ele parou seus passos, mas não se chateou –

- Obrigado –

- Agradeça a Clarke, se não fosse por ela você não pisaria aqui novamente – parte de Lexa sentia um contentamento enorme com a presença do homem e a nova situação na qual os dois tinham estabelecido –

- Clarke é uma mulher e tanto, fico feliz por ela está com você quando eu não pude –

- Clarke é a única família no qual eu precisei –

- Agora você tem alguém além dela – Lexa não respondeu aquele comentário – Enfim, é melhor eu ir – o homem então percebeu que sua mão ainda segurava a de Lexa, e com um sorriso ele a soltou – Até mais, Lexa –

- Até mais, Robert – retrucou observando o homem ir embora, ela fechou a porta e soltou um longo suspiro, finalmente sentindo seu coração desacelerar um pouco –

Lexa não poderia negar que foi um pequeno alivio ao saber que teoricamente Robert não a abandonou como sua mãe, ele simplesmente não sabia como encontrá-la, porém isso não tirou a culpa do homem, ela não o deixaria simplesmente entrar em sua vida e resgatar os anos que perdera, ela ainda nutria uma mágoa por toda sua infância e essa dor não era fácil de ir embora. Lexa sentiu mãos encontrarem seus quadris e uma cabeça descansar em suas costas, Clarke beijou a nuca da namorada.

- Eu estou orgulhosa de você – admitiu, Lexa sentia sua pele arrepiar com a voz rouca próxima ao seu ouvido –

- Está feliz agora? – perguntou virando-se, agora as mãos de Clarke haviam enlaçado o pescoço de Lexa enquanto a mulher tinha suas mãos na cintura da loira –

- Me diz você, está feliz? – ela sabia da resposta, e sabia também que Lexa não iria admitir, mas não custava nada tentar –

- Eu só fiz isso por você – replicou dando de ombros. Clarke deu uma gargalhada curta e rouca, a favorita de Lexa –

- Então, sua cor favorita é azul? – perguntou arqueando uma sobrancelha, o que fez Lexa corar, ela não sabia que a loira tinha escutado – Acho que estamos em sintonia, a minha favorita é verde – a loira piscou e Lexa girou os olhos – Eu estou feliz, apesar de tudo o que está acontecendo, eu estou feliz por Robert ter encontrado você –

- Você sabe que não preciso deles, certo? Aden ou Robert –

- Sei, mas eu sempre quis uma família grande, e gosto da ideia de ter um sogro e cunhado – Lexa voltou a girar os olhos e Clarke a beijou, a pegando desprevenida. Uma das mãos de Lexa subiu para o rosto da loira e o beijo foi aprofundado, as mãos de Clarke correram por dentro da blusa de Lexa e a mulher gemeu de dor, fazendo Clarke quebrar o beijo – Desculpa –

- Dá próxima vez me lembre de usar um colete à prova de balas – Clarke gargalhou e deu um rápido selinho na mulher –

- Vem, eu preparei algo para você comer – a loira pegou a mão de Lexa e a levou até a cozinha –

- Ei, onde está o garoto? – perguntou estranhando não ser interrompida pelo o moleque –

- Ele foi dar uma volta, ele vai acabar enlouquecendo preso aqui o tempo todo – disse e Lexa pareceu não se interessar pelo o resto da explicação que Clarke seguia dando –

...

Raven estava em pé no canto da sala, diante de seus olhos estavam Echo e a testemunha, morador próximo ao apartamento de Roan, o homem estava nervoso, seus pés não paravam um minuto de quicar o chão, Echo tinha um gravador sobre a mesinha da sala fria, apenas para recordar o depoimento do homem.

- Sr. Haynes – chamou Echo, o homem estava por volta dos seus trinta anos, aparência lamentável, magro demais, e com a barba rala, o homem parecia não dormir a dias, com suas olheiras roxeadas – Eu vou lembrá-lo que qualquer falso testemunho pode prejudicar unicamente ao senhor – explicou e ele concordou – Ótimo, agora me conte o que ouviu ontem à noite –

- Eu, eu vou contar apenas o que o que eu vi e ouvi – a voz do homem estava trêmula, era como se ele estivesse traumatizado – Era, era por volta de quatro da tarde, eu estava levando o lixo para fora – Raven se aproximou achando interessante aquele depoimento –

- Respira, Sr. Haynes, respira... – pediu Echo. O homem concordou mais uma vez e obedeceu a detetive –

- Eu passei ao lado do apartamento dele, e ouvi discussões, o que era estranho porque apesar de todo mundo conhecer Roan e saber do que ele era capaz, ninguém se atrevia a confrontá-lo em seu próprio lar – Raven puxou uma cadeira e sentou ao lado de Echo, sem tirar seus olhos do homem – Era uma voz de mulher, ela... Ela repetia para ele ter cuidado, pedia para ele não falar nada sobre ela, senão ele iria se arrepender – o homem parou de falar, e seu olhar ficou vago, ele olhava para a mesa como se algo interessante estivesse puxando sua atenção para ela –

- Sr. Haynes? – chamou Echo –

- Você a viu? – perguntou Raven –

- Sim – ele olhou para Raven e a capitã percebeu o medo nos olhos do outro – Ela... Ela saiu do apartamento tão rápido que acabou me pegando no flagra - o homem olhou para Echo – Ela me apagou, ela apertou meu pescoço então eu apaguei, quando acordei estava no meu apartamento –

Echo olhou para Raven e as duas pareceram compartilhar o mesmo pensamento.

- Sr. Haynes, eu vou pedir para que você passe no nosso laboratório para alguns exa –

- EU NÃO ESTAVA DROGADO! – gritou frustrado – Aquela vadia me apagou e... E se ela souber que eu vim parar aqui ela vai voltar, eu... Eu não deveria está aqui, eu não – o homem levantou e Raven fez o mesmo –

- Hay

- Você pode ir agora, não levaremos em conta o seu depoimento se é isso que quer – informou Echo e o homem pareceu convencido, havia se arrependido totalmente de entrar ali – Pode ir agora – insistiu Echo e o homem saiu quase que correndo daquela sala fria –

- Você enlouqueceu Detetive Smith?! Dá próxima vez que você me cortar ou fazer algo sem minha ordem terá grandes problemas! – disse Raven frustrada, Echo diferente de sua superior, estava calma –

- Desculpe capitã – disse sincera e Raven suspirou, ela estava enlouquecendo com medo de não conseguir cobrir para Clarke e Lexa – Eu o mandei ir porque já temos o necessário vindo dele, se o deixássemos aqui sobre nossas incisivas perguntas ele iria começar a se apavorar e contar mentiras para que não chegássemos aonde queríamos, ele estava com muito medo –

- Acha que podemos confiar na palavra dele? No que ele nos deu? Porque para mim ele parece está sob efeito de drogas, estava inquieto, aparência suspeita, e ele falou que depois que apagou acordou em seu apartamento, que tipo de pessoa apaga você e gentilmente o leva para casa? –

- Do tipo que sabe cobrir seus rastros – explicou a mulher. Ela se aproximou de Raven e puxou uma cadeira para que a capitã senta-se novamente –

- Como pode está tão calma? – indagou olhando para a detetive que apenas sorriu –

- Uma vez uma grande detetive me deu um conselho, ela disse que não importa quão complexo seja o caso nunca perca a calma, ou então vai apenas confundir suas ideias – Raven sorriu lembrando exatamente que esse foi seu primeiro conselho para Echo – Se o que Haynes disse é verdade, então podemos presumir que foram pessoas diferentes? De acordo com os moradores eles ouviram tiros e barulho no apartamento de Roan pela a madrugada –

- Já Haynes disse que a discussão havia sido por volta das quatro da tarde – Raven tinha certeza que havia sido duas pessoas diferentes, já que Lexa e Clarke não sabiam de Roan até a noite. Raven levantou e olhou para Echo – Eu quero um dos oficiais de vigia no antigo prédio de Roan, mas eu quero descrição, sem viatura, sem nada – Echo continuou a olhar para Raven –

- Por quê? –

- Acredite, seja lá quem for que apagou Haynes, se for verdade o que ele disse, essa mulher vai voltar, ou ela vai oferecer algo para ele ficar calado ou ela vai matá-lo – a capitã estava certa de suas palavras –

- Acredita realmente nisso? –

- Eu tenho uma certa experiência em casos como esse, e de uma coisa eu sei, as testemunhas sempre são valiosas, não pelo o que elas dizem, mas pelo o que elas escondem – Raven tirou o celular do bolso pronta para fazer uma ligação – O que está esperando, Smith? Faça o que ordenei – a capitã observou Echo ir embora e enviou uma mensagem, guardou o celular e foi resolver o restante daquela confusão -

...

Lexa estava sozinha no apartamento, Clarke saiu com uma desculpa de que precisava resolver algo, Aden ainda não havia retornado, a mulher olhava para a televisão, porém nem ao menos sabia o que estava passando ali. A campainha tocou e Lexa ignorou, ela sabia que não era Clarke porque ela tinha uma cópia da chave, e sabia que não era Aden porque ela e Clarke combinaram que quando fosse um deles, apenas batesse na porta ao invés de tocar a campainha, então naquele momento Lexa ignorou. Segundos depois a campainha voltou a tocar e a mulher levantou já irritada, ela sem temer algum ataque surpresa, abriu a porta e viu que se tratava de Octavia.

- Como está? – perguntou a advogada –

- Mais uma cicatriz para a coleção – respondeu fechando a porta, Octavia olhou para a garota sem entender – Roan acabou conseguindo atirar em mim antes que eu o matasse – os olhos de Octavia se arregalaram e dessa fez foi Lexa quem pareceu não entender –

- Roan? –

- Raven não falou para você? Encontramos a localização de quem matou Judy e sim, era o mesmo cara da explosão no bar. Eu fui até o apartamento dele, tivemos uma conversinha, trocamos alguns socos e tiros, e eu o matei – Lexa voltou a sentar no sofá enquanto a advogada tentava digerir o que acabara de ouvir –

- Okay... – foi tudo o que disse antes de sentar ao lado de Lexa – E quando pretendia me contar o que está acontecendo? – disse parecendo zangada. Lexa pegou o maço de cigarro da mesa central e ofereceu a Octavia, porém a mulher negou –

- Não é culpa minha se Raven não quis compartilhar com você – Octavia percebeu que Lexa estava mais agressiva do que o normal, mas não a confrontou por isso – O que veio fazer aqui? – Lexa colocou o cigarro na boca e procurou por seu isqueiro, foi então que lembrou que jogou em Roan – Droga – disse ainda com o cigarro entre os lábios –

- Quis saber como estava tudo – explicou. A advogada abriu sua bolsa e tirou o isqueiro, logo aproximando a pequena chama de Lexa, a loira percebeu algo em Octavia, porém guardou para si – Como está indo com Aden? –

- Clarke o trata como um filho –

- Você? – perguntou, Lexa tragou o cigarro e observou Octavia por alguns momentos –

- Eu o trato como um estranho, é isso que ele é –

- Ele é seu irmão –

- Engraçado, vocês falam isso como se eu devesse me importar – Lexa tinha o cigarro entre os dedos, a fumaça que acabara de soltar ficou entre ela e a amiga, quando sua visão ficou limpa e clara novamente para Octavia, ela sorriu – O que realmente veio fazer aqui, Octavia? –

...

- Como Lexa está? – perguntou Murphy –

O rapaz havia ligado para Clarke para que a loira o encontrasse em uma cafeteria em um bairro diferente, ele não quis que Lexa a acompanhasse porque ao saber como a amiga estava não queria que ela fizesse esforço algum, então preferiu que a loira o encontrasse sozinha. Clarke tomou um gole de seu café expresso e tocou nos óculos escuros, sem o tirar do rosto.

- Ela levou um tiro no abdômen, como acha que ela está? –

- Viva – retrucou de imediato –

Murphy mexeu no seu cappuccino, mas não o degustou. Ele continuou a olhar para Clarke sem dizer nenhuma palavra, e a loira estava começando a se irritar com aquele gasto de tempo.

- Você sabe por que eu não chamei Lexa até aqui? – o rapaz cruzou seus braços sobre a mesa e olhou fixamente para Clarke –

- Porque você queria que ela descansasse – replicou, a loira procurou pela a barista do local e com um gesto de mão pediu mais um do que ela estava bebendo – Você pode ir direto ao assunto? –

- Eu não chamei Lexa aqui porque eu descobri algo, e não quero que ela descubra, pelo menos não agora – Clarke engoliu a seco – Bom, é apenas uma teoria, mas como você sabe eu sou muito bom nisso – a barista se aproximou para entregar o pedido de Clarke e o jornalista se manteve calado por aquele momento –

- Desembucha Murphy! –

- Eu estudei toda a situação, desde o momento da explosão até o que houve ontem com Roan, juntei algumas peças, substitui outras, achei que estava louco, então lembrei o quão cruéis nós humanos podemos ser. Até que cheguei a uma conclusão – Murphy se inclinou um pouco mais, buscando mais aproximação até Clarke – Temos um traidor entre nós – Clarke não respondeu, por alguns momentos ela apenas olhou para Murphy –

...

- Do que está falando, Lexa? – retrucou a advogada, em nenhum momento Octavia elevava seu tom de voz – Afinal, o que realmente houve com você? Está diferente – Octavia pegou o maço de cigarros e tirou um –

Lexa não era de confiar nas palavras das pessoas, ao invés disso, ela as observava, sabia exatamente como cada pessoa reagia diante de certas situações, era nisso que ela confiava, em seu olhar sobre elas, e se tinha uma coisa que ela sabia bem sobre Octavia era que a advogada evitava fumar, ela só abria exceções para ocasiões de extremo nervosismo, Lexa se perguntou se Octavia imaginava que ela sabia tantas coisas assim sobre a advogada.

- Está nervosa – afirmou e Octavia girou os olhos, qualquer estranho que visse a cena não imaginaria que a advogada estava nervosa –

- Por que eu estaria? Tenho motivos para está? – Lexa não respondeu – Por que estão escondendo as coisas de mim? Achei que fossemos um time, Lexa – então a irritação de Octavia começou a aparecer, ela não aceitava ter Lexa como uma traidora –

- Sua namorada nos pediu para não envolver você, ou pelo menos deixar você o mais fora possível da situação, em troca ela nos ajudaria com qualquer coisa relacionado à polícia, não foi uma escolha difícil para se fazer. Eu teria ajuda da polícia e ainda manteria você salva, de certa forma – Octavia permaneceu calada, por mais que não gostasse de saber que estavam agindo por suas costas, ela entendia por que o fizeram –

- Não acredito que Raven fez isso –

- Quando amamos alguém ficamos cegas, Octavia. Qualquer indicio de menor perigo que seja contra quem amamos já nos causa medo, para protegê-las fazemos o que for preciso, mesmo se isso causar consequências em outras pessoas – Lexa apagou seu cigarro no cinzeiro, naquele momento o que ela mais queria era seu whisky favorito para acompanhar o sabor ainda impregnado na boca – Não estou certa? –

- Sempre está – afirmou causando um sorriso em Lexa –

- Então, por que está aqui? – Octavia apagou seu cigarro e voltou para a amiga –

- Por que continua perguntando isso? –

- Porque você continua mentindo – retrucou mantendo sua calma. Octavia girou os olhos –

- Aden me contou que você está desconfiando de todo mundo mesmo, só não achei que desconfiaria logo de mim – Octavia levantou do sofá e pegou sua bolsa – Eu vim aqui porque estou preocupada com você, porque por mais que tenha psicopatas por aí tentando acabar com você, ainda há pessoas que se importam em como você está, seu pior inimigo vai acabar sendo você mesma Lexa. Como podem te ajudar se você não confia em ninguém? –

Lexa segurou a mão de Octavia e a impediu que ela saísse, ela apertou a mão da advogada e olhou para a amiga, soltou a mulher e olhou para o corte na mão de Octavia, ela segurou seu olhar naquele corte, aquele simples corte que poderia ser mais profundo para outras pessoas, Lexa levantou seu olhar para a advogada, os olhos verdes cravados nos da amiga, naquele momento parecia que algo estava prestes a explodir.

- O que veio fazer aqui, traidora? – Lexa poderia está errada sobre aquilo, mas não custava nada jogar a isca para ver se Octavia era fisgada –

...

- Do que está falando, Murphy? – disse quando finalmente algo conseguiu ser pronunciado –

- Tudo o que aconteceu com Lexa, é muito íntimo. A morte de Judy, a localização de vocês, a morte da mãe dela, o aparecimento de Aden, quem diabos poderia saber tanto de Lexa assim a não ser quem está próximo a ela? É óbvio quem está fazendo isso, o que me intriga é o porquê –

Clarke continuou calada, Murphy conduzia toda a conversa, o sorriso convencido mostrava o quão arrogante ele era por está feliz com a situação.

- O que pretende fazer? –

- Primeiro vou dar a chance de se explicar antes de eu contar para Lexa – respondeu dando de ombros, ele tomou um gole de seu cappuccino já frio e voltou para Clarke – Então, Clarke... Por que está fazendo isso com, Lexa? –

 


Notas Finais


WITS atualizo ainda essa semana, ah e quem não sabe eu fiz uma one shot clexa bem levezinha e divertida, se chama A Dork Commander se alguém quiser dar uma olhada...
Bjors.


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