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História Both - Storm and calm


Escrita por: esett

Notas do Autor


HEY HEY HEY
OHOHOHOHOHOH
guess who's back eu mesma, vocês perceberam que eu mudei o user né? Mas nas capas das fanfics eu vou continuar usando o asteroidb612 sim yay

Bom antes de tudo, vocês notaram na fanart da capa? Eu normalmente não credito aqui nas notas iniciais por n motivos como a marca d'água do autor já aparece ou eu acho no google e não sei quem fez, mas desse vez eu sei sim e precisava creditar principalmente porque é a brasileira!! A artista atende pelo nome de nikkiyan aqui no spirit, tumblr e no facebook, as artes dela são simplesmente incriveis e cada uma mais linda que a outra. Por isso, vamos dar suporte aos nossos artistas locais!!!
(uma vez que a capa sofreu uma alteração a arte consequentemente tbm foi mudada, PORÉM, essa da nova também vem de um artista brasileiro chamado gabriel picolo!!!!!)


- 4 aparições em um ano, 3 com uma distância de pouco menos de um mês
Eu não sei vocês, mas estou extremamente orgulhosa de mim mesma.

Eu saio da categoria haikyuu, mas haikyuu não sai de mim e devo dizer que a longfic que eu disse que estava planejando está cada vez mais perto de pisar seus pezinhos por aqui.
Mas, enquanto isso não acontece, alguém anda afundada no universo dos gays com poderes? HMM, talvez
Quem me conhece sabe que boku academia é tipo assim meu segundo anime favorito e que pow bitch não ia demorar muito pra eu aparecer nessa categoria.
E se eu tiver que encher essa categoria de bakutododeku sozinha pois então eu farei porque eu não aguento mais não achar uma fanfic pra ler, se preparem porque tem umas altas fics ai.

Bom essa fanfic, na verdade, ela é especial porque ela é pra uma pessoa especial e está sendo postada em uma data especial. Hoje é o dia de uma das pessoas mais importantes da minha vida, a sunbaemin, aqui no spirit, que tá fazendo aniversário e me arrastou pra esse mundinho de katsutododeku quando na verdade eu só tava de boinhas na lagoa shippando meus tododeku, mas tudo bem, foi uma das melhores coisas que já me aconteceu. Então essa coisinha aqui é um presente de aniversário pra minha neném, eu espero que você goste muito merai.

E de coração eu espero que vocês gostem também, tanto quanto eu gostei de escrever.
- Ela pode parecer meio ooc, principalmente meu lindinho do katsuki, mas é baseada quase que inteiramente em headcanons do inicio ao fim, então não ela não tá ooc não, na verdade é só a minha forma de ver as coisas.

Enfim, agora sim, vamos pra parte boa.
---- o +18 é apenas pelo yaoi ok? desculpe decepcionar vocês aushas mas juro que vem uma pwp por ai -------
---- eu não tive tempo de betar ainda então pode ser que tenha uns errinhos? sorry ----------------

Capítulo 1 - Storm and calm


Fanfic / Fanfiction Both - Storm and calm

Midoriya não esperava que a vida de herói profissional fosse ser fácil. Na verdade, contava e torcia, desde o início, que tivesse dificuldades iguais, por não dizer piores, que All Might tivera anteriormente, visto que, o que mais almejava era ser um herói tão bom quanto ele fora.

E o esverdeado era extremamente bom no que fazia, fosse derrotar vilões ou mesmo ser altruísta o suficiente para ajudar uma velhinha atravessar a rua, exercia muito bem o papel de amigo da vizinhança e de herói a caminho de ser o número um.

Afinal, nada disso era comparado às dificuldades que enfrentava em sua vida pessoal.

O rapaz colocou o molho de chaves em cima da mesa, antes de se jogar no sofá do apartamento pequeno. O celular vibrou no bolso e Izuku não pôde esconder o sorriso que se formou nos lábios finos ao ver o nome "Kacchan" aparecer na tela. Era uma mensagem simples, uma pergunta de como havia sido o dia e de que estava com saudades, que o fizera se aquecer por inteiro.

Se um dia o perguntassem como esperava que sua relação com Bakugou Katsuki fosse estar agora, Midoriya jamais responderia que estariam em um relacionamento amoroso, nem mesmo em um patamar como "amigos próximos", mas lá estava ele, recebendo mensagens carinhosas de um dos quais ele considerava o amor da sua vida. 

Katsuki sequer falara consigo no período escolar e embora tivesse mudado bastante de completamente berrante e explosivo para aceitável e exageradamente temperamental, mal conseguiam manter um diálogo conexo por muito tempo. Além disso, desde que se formaram o loiro não mantivera muito contato de qualquer forma, uma vez que não mais moravam perto um do outro, já não se viam com tamanha frequência que previamente. Mas então, tão de repente quanto ele havia sumido de sua vida, o herói aparecera de volta, decidido a ficar. 

Izuku havia ido visitar sua mãe, além de pegar o resto de suas coisas que houveram de ficar ainda em seu antigo quarto. Foi quando estava saindo que se reencontraram e não pôde evitar de ficar surpreso com o semblante atônito de Bakugou ao lhe ver. O mesmo tinha olheiras fundas e escuras, as mãos afundadas dentro do bolso da calça. Deku esperou que o outro gritasse, rosnasse palavras cheias de uma fúria vinda de motivos até então desconhecidos para si e saísse, como o habitual Kacchan que conhecia. Mas o outro não tinha a intenção de fazer isso, e no primeiro passo de aproximação, o esverdeado pôde ver naqueles olhos esmaecidos, o quanto eles pediam por ajuda. Não recuou, mesmo quando ele continuou a se aproximar, familiarizado com as suas atitudes já desde a escola e então se ajoelhou, tão bruscamente que Midoriya tinha certeza que tinha o ouvido bater a testa no chão ao curvar-se, as mãos ao lado de sua cabeça de modo a apoiar o resto do peso do corpo. 

"De-... Midoriya..." Começou, se cortando abruptamente assim que notou do que estava prestes a chamar o outro. "Me desculpe!" Gritou, a cabeça ainda direcionada para o chão. "Me desculpe!" Repetiu, a voz começava a se tornar enrouquecida, levando Deku a conclusão de que estava começando a chorar. "Eu sinto muito!" Ele abaixou o tom de voz para um murmúrio. "Todos esses anos e eu fui... Esse lixo com você, eu não queria..." Ele fez uma pausa, como se precisasse respirar fundo para conseguir terminar de falar, quase como se fosse doloroso dizer tudo aquilo de uma vez. "Eu tinha medo, eu tenho medo, de ser rejeitado, por você principalmente... Eu não... Eu..." A voz de Katsuki começou a ficar embargada, os soluços tomando conta de sua garganta. "Eu não queria me machucar e no fim, machuquei tanta gente por conta disso... I-Izuku... É tão difícil sem você..." 

Midoriya observou a situação estático; ali, na sua frente, havia um Kacchan que ele duvidava que mais alguém conhecia. Com inseguranças e medos, arrependimentos e o constante sentimento de se sentir inferior, o oposto do que se prostrava na frente dos outros, mas não totalmente o oposto do que Midoriya pensava de si. No fundo, Katsuki era uma pessoa tão vulnerável quanto qualquer outra, isso nunca iria ser novidade para ele. 

"Eu pensei... Eu pensei que se eu conseguisse ser superior, mais forte que qualquer um, à altura de qualquer um, eu jamais seria posto de lado... As pessoas... elas querem ficar do lado de pessoas fortes, não é? Eu precisava ser reconhecido..." Bakugou soluçou, chorava tanto que se engasgava a ponto de perder o ar. "Mas isso nunca importou pra você, não é? Izuku..." O loiro levantou o rosto finalmente, possibilitando-o de ver seus olhos e as lágrimas que desciam incessantes, quentes, por suas bochechas. 

Por conta de sua peculiaridade, as pessoas costumavam dizer que Katsuki era sempre fogo, mas a verdade é que ele era todo água, suas explosões precisavam do seu suor, da mesma forma que seus olhos precisavam daquelas lágrimas. 

O esverdeado se agachou finalmente, ficando cara a cara com aquele rosto perfeitamente desenhado e ergueu sua mão ronceiramente até a bochecha do outro, temendo que qualquer outro toque mais bruto fosse quebrá-lo em pedaços. Ele fez um leve carinho, secando as lágrimas que ainda caiam com o polegar, para em seguida afastar os fios loiros que caiam-lhe por sob o rosto, somente para ver mais a fundo aqueles orbes carmesim, úmidos pelo choro.

Ao ver aquela cena, Deku não pôde negar o quanto ele ficava belo chorando.

Seus dedos se arrastaram de leve pela testa rúbea confirmando as suas suspeitas, antes de depositar um selinho suave na região.

"Kacchan, está tudo bem. Não é como se eu já não soubesse." Ele sorriu, ainda passando as mãos pelo rosto do outro, somente para garantir de que ele ainda estava inteiro sobre elas. "Somos amigos de infância, caramba. Você acha mesmo que eu nunca senti isso tudo por trás de toda essa sua ignorância idiota?" Izuku já conseguia sentir suas próprias lágrimas se formando nos olhos. "Mas você foi ficando impossível, cada dia que passava parecia mais difícil lidar com você... Eu fiquei assustado no início, quando você começou a me pôr de lado e parecia coisa de outro mundo falar qualquer coisa com você. Que diabos você estava pensando?"

"Eu-" 

"Não, espera." O menor o interrompeu. "Eu estava sempre tentando chamar sua atenção, mostrar o quanto você era importante pra mim, minha inspiração..." Midoriya se obrigou a fechar os olhos ao ver os rubros o encarando. "E você estava sempre tendo a visão distorcida das coisas, preso dentro dessas paredes que você mesmo fez questão de criar." Ele os abriu novamente, sendo sua vez de não conseguir segurar o choro. "Eu já não havia lhe dito que não sairia do seu lado quando éramos menores?" Completou entre soluços.

E então ambos estavam a chorar juntos. Katsuki se aproximou ainda mais de Izuku e o mesmo o confortou em seus braços, o segurando firme, de repente temendo que o mesmo fosse se dissolver como uma miragem de seus desejos mais profundos. E o loiro se agarrou às suas vestes com medo de que fosse afastado dele de novo; Bakugou sentiu como se de repente não fosse mais capaz de respirar oxigênio, todo esse tempo longe, afastando-o com o medo de ser o afastado, toda essa arrogância como um método de defesa, para alguém que nunca havia sequer tentado sair do seu lado. Tudo que Deku sempre quis foi sua atenção, em vez disso, ele o dera totalmente o contrário.

"Eu sou um babaca filho da puta." Disse por fim, puxando o ar que pareceu ser capaz de ser processado novamente. 

Alívio, depois de tudo aquilo, ele só conseguia se sentir aliviado, como se um peso tivesse sido retirado de suas costas. Ele finalmente se encontrava liberto daquele maldito cubículo em que ele mesmo se trancara.

"Sim, você é..." Midoriya concordou, apertando ainda mais o abraço.

Izuku piscou, o celular ainda aberto na mensagem, notando o quão longe viajara em sua mente e quando começara a digitar a resposta ao loiro, seu celular novamente vibrou, dessa vez com Todoroki.

Mesmo que Shouto mal falasse consigo no início das aulas, ambos se aproximaram consideravelmente com o passar do tempo, principalmente depois do festival esportivo e da luta contra o Stain e, em um pisque, de meros conhecidos, passaram para amigos, até que os dois estivessem pegando o caminho mais longo na volta da escola para casa. E Todoroki nem mesmo morava para aquele lado, coisa que o esverdeado só viera descobrir um tempo depois.

Se tornaram melhores amigos, ou mesmo mais que isso. Para Midoriya, o bicolor era alguém o qual ele não conseguia tirar os olhos e ele jamais conseguiria esquecer o sentimento de ódio que o preenchia toda vez que o mesmo corria para si quando algo dava errado em sua casa.

Quando notaram, um já era o refúgio do outro, o lugar para que recorriam quando precisavam da quietude. E Shouto era tudo que ele mais precisava, em especial depois que Bakugou voltara para si, porque, muitas vezes, enquanto o loiro era um mar revolto, com ondas turbulentas que o tragavam pra baixo, o meio-a-meio era o cilindro de oxigênio no meio do nada que precisava para respirar.

Um, era mais intenso e instigante, como um vulcão prestes a entrar em erupção, o outro, era suave e calmo, como uma brisa fresca de verão

Katsuki era sua tempestade e Shouto sua calmaria.

Por esses diferentes motivos, Izuku amava e precisava de ambos.

E era esse o início de todo o conflito. Deku namorava com os dois ao mesmo tempo, mas nenhum deles sabia disso.

Era simplesmente uma das coisas mais difíceis que o esverdeado já tivera a audácia de tentar. Lutar contra o assassino de heróis ou mesmo tentar fazer Bakugou colaborar em um trabalho em grupo não chegava aos pés do que era manter, não um, mas dois relacionamentos às escondidas e cada dia que continuava com isso, parecia cada vez mais impossível dar um ponto final em toda aquela mentira que o cercava. 

Sabia que era errado, óbvio, e aquilo pesava em si mesmo como se estivesse quebrando todas as suas regras e seu código de conduta sobre ser um bom herói, porque além de estar mentindo, estava mentido para as duas pessoas que mais amava na vida e preferia ter seus dois braços quebrados a isso.

Além disso, manter aqueles relacionamentos era particularmente difícil.

Midoriya evitava qualquer tipo de contato mais íntimo se estivesse em público, e se limitava a um simples abraço, quase como cumprimento, afinal as chances de ser visto por um enquanto estivesse com o outro eram relativamente altas; e não permitia nenhum dos dois a aparecer sem avisar antes, usando sempre a desculpa de que não queria que isso afetasse suas vidas profissionais ou ainda, que sua vida de herói era um bocado agitada. Muito embora isso sempre resultasse em um Katsuki aborrecido e um Shouto com sobrancelhas franzidas, somente desse jeito o esverdeado fora capaz de prosseguir com isso por tanto tempo. 

Mas para todas as coisas há um limite e era exatamente o que acontecera com toda aquela bagunça que ele próprio criara.

Midoriya suspirou novamente, tão perdido em pensamentos que nem mesmo notara que não respondeu a nenhuma das mensagens. 

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O esverdeado queixou-se cansado pela noite mal dormida, tomara uma decisão ontem mesmo, antes que fosse se deitar, de que contaria tudo à ambos, se sentindo incapaz de manter aquilo dentro de si e tão subitamente quanto decidira isso, perdera o sono, a mente devaneando nas milhares de possibilidades do que poderia acontecer assim que abrisse a boca. 

Nenhuma delas envolvia os dois aceitando aquilo plenamente e felizes.

Izuku procurou respirar fundo, era seu dia de folga e combinara de almoçar com Katsuki já que o mesmo também estava livre naquele dia. O caminho todo procurando não se perder em seus próprios pensamentos e murmúrios e, principalmente, não aparentar estar abatido.

O loiro já o esperava sentado quando chegou, a perna se agitando impaciente e os dedos brincando inquietos com um palito de dente. Não deveria ter nem mesmo cinco minutos de atraso, mas o namorado odiava esperar afinal.

"Kacchan!" Cumprimentou, o abraço dado sem graça e desconfiado antes que se sentasse à sua frente. Midoriya deixou seus olhos passearem pelo outro, os cabelos loiros espevitados, a blusa azul de gola "V" que trajava e o deixava excessivamente atraente, os olhos escarlates que o encaravam de volta em mesma intensidade; o esverdeado arquejou, desviando o olhar rapidamente para o prato vazio na mesa. "Como está o trabalho?" Perguntou, em uma tentativa de quebrar o silêncio. 

"Às vezes eu acho que eles não cansam de ter a bunda chutada por mim." Disse entre um risinho e o herói não pôde deixar de rir consigo. "Seria ainda melhor se você estivesse comigo e chutaríamos a bunda deles juntos..." O loiro arrastou a mão até a sua em um toque discreto, que logo fora quebrado quando Deku a puxou repousando-a no colo.

Katsuki estalou a língua e grunhiu irritado, também tirando sua mão de cima da mesa e olhando para o lado, enfezado.

Foi ali que notou que não podia, sequer queria, continuar com as coisas daquele jeito.

"Kacchan..." O menor brincou com os dedos ainda repousados no colo, nervoso. "Precisamos conversar..."

"Sou todo ouvidos." Falou simplista, o aborrecimento presente em sua voz.

"Não aqui... Podemos ir até sua casa?" De todos os lugares, um restaurante seria o pior para se ter aquele tipo de conversa. Conhecendo o temperamento do loiro, se começasse a gritar e a discutir, poderia acabar sendo mal interpretado e envolver gente de fora era o que menos queria no momento.

Bakugou se levantou da cadeira de súpeto, o som da madeira sendo arrastada incomodando os seus ouvidos. Não é como se o esverdeado não estivesse acostumado com aquelas atitudes, mas elas pareciam mil vezes pior agora que iria contar a verdade.

Pela milionésima vez naquele dia, o rapaz suspirou.

"Então? O que quer conversar, Deku?" Midoriya, como sempre, não pôde evitar de erguer as sobrancelhas em uma leve surpresa, já era de praxe que o loiro o chamasse pelo apelido antigo quando estava chateado, mas ainda assim, não conseguia se acostumar com ele o chamando assim de novo.

"Não quer sentar?" Mas tudo que recebeu como resposta fora o outro se recostando na parede da casa. "Certo..." Procurou respirar fundo, o coração batendo tão rápido nas costelas que parecia a ponto de quebrá-las. "Eu sei que isso vai parecer um pouco mal da minha parte e... Olha... Eu, er..."

"Desembucha." A voz soou grave, os braços sendo cruzados na frente do peito. Ele engoliu em seco.

"Eu tenho estado com o Shouto enquanto estou com você!" A fala saiu rápida e arrastada, mais alta do que ele realmente gostaria. Izuku ergueu o olhar para encarar o outro herói se arrependendo em seguida e abaixando a cabeça, os seus tênis vermelhos de repente parecendo mais interessantes. 

"Isso são só palavras enroladas pra dizer que você está me traindo?" O arrepio percorreu pela espinha, ele se sentia incapaz de responder, como se de repente sua língua fosse arrancada. Bakugou finalmente se afastou da parede e caminhou até a porta. "Você tem que sair."

"Kacchan, não, espera, não é assim-" As mãos se sacudiam agitadas na frente do corpo, a visão novamente levantada, o olhar rubro pesando sobre si. 

"Então como é?!" O loiro o interrompeu, o tom de voz aumentando. "Porque pra mim isso não é muito diferente do que trair!" Ele passou as mãos no cabelo nervoso.

"Kacchan, eu-"

"Pare de me chamar desse apelido idiota! Kacchan isso, Kacchan aquilo! Você é um estúpido, Deku. Qual era o seu objetivo com isso? Vingança ou algo do tipo? Porque eu praticamente me abri pra você! Eu deveria saber que tinha algo errado, como pude ser tão burro!"

"Será que dá pra você me escutar?!" Gritou de volta, as mãos fechadas em punhos, os olhos cerrados para evitar as lágrimas que insistiam em querer cair dos orbes marejados. "Eu sei que eu fui um idiota, ‘tá bom?! É só que... Eu só não consigo viver sem vocês dois! Eu não consigo me imaginar sem vocês dois! Eu sabia que eu tinha que escolher, eu sabia, ‘tá bem?! Eu só não queria ou conseguia fazer isso! E se eu tiver que escolher entre um de vocês, então que seja! Eu prefiro ficar só! Não é como se eu não esperasse um resultado desse tipo..."

Katsuki pousou a mão na maçaneta abrindo a porta. "Saia."

"Kacc-"

"Saia. Agora!"

Sem falar mais nada, Midoriya passou para fora, dando uma última olhadela no loiro antes de ele fechar a porta com força atrás de si e sem conseguir segurar mais o choro deixou que as lágrimas rolassem por suas bochechas enquanto se engasgava em soluços todo o caminho de volta.

"Izuku?" O esverdeado se obrigou a parar, a voz familiar de repente travando todos os seus sentidos. Em frente à porta do prédio estava quem ele menos queria ver no momento. "Izuku, o que houve? Está machucado?" Seu rosto fora erguido pela mão quente e os olhos esmeralda encontraram os heterocromáticos que esbanjavam preocupação. Ambas as suas mãos começaram a tatear seu rosto e corpo a procura de ferimentos.

A sorte realmente não está a meu favor hoje não é...

"Shoucchan!" O menor afastou as mãos do outro que tinha agora as sobrancelhas franzidas e erguidas em uma mistura de confusão e surpresa. "Está tudo bem, não estou machucado!" Ele respirou fundo. "Por que está aqui?"

"Nós-"

"Na verdade, esqueça, é uma pergunta pra outra hora." Novamente, seus tênis pareceram bem mais interessantes que qualquer outra coisa. "Eu queria mesmo conversar com você..."

"Está tudo bem?" Suas mãos fizeram menção de tocar seu rosto outra vez e outra vez ele as afastou. 

"Hm, Shoucchan, eu sei que... E..." Ele fez uma pausa, puxando o ar devagar. "A verdade é que eu também tenho estado com o Kacchan enquanto estou com você..." Falar aquilo duas vezes soava ainda pior do que imaginava em sua mente.

"Oh..." Havia uma perfeita vogal em sua boca e uma perfeita exclamação em sua face. O cheiro de fumaça atingindo suas narinas.

"Eu posso explicar-" Começou, ao perceber que o outro perdia o controle da individualidade como sempre que ficava nervoso, sendo logo interrompido.

"Não! Tudo bem!" Seu tom de voz era mais alto que o habitual, Todoroki levou as palmas ao ombro de Midoriya, nervoso, mas logo as afastou quando percebeu como estavam quente e fria demais. "Eu sei que você deve ter os seus motivos, eu só... Preciso de um tempo pra pensar. Está tudo bem!" Abanando-as na frente do rosto, ele se virou e caminhou na direção contrária.

Sem aguentar mais o próprio peso, Izuku sentou-se no fio da calçada, trêmulo, de repente torcendo para que aquilo fosse apenas um pesadelo.

Não era.

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Passou-se uma semana até que o esverdeado voltasse a ouvir sobre os outros dois heróis novamente, a pior semana da sua vida se é que poderia dizer, já que não tinha ânimo sequer para comer e dormir não era mais uma opção.

Mesmo que soubesse que no final essa seriam umas das possibilidades, bem no seu âmago, torcia para que por algum motivo, os dois aceitassem, afinal, Todoroki e Katsuki  não eram no todo, estranhos, a ideia não poderia ser tão mal, poderia?

Deku rolou na cama, estendendo os braços e suspirando, enjoado do teto que vinha encarando a tanto tempo, esperando que isso fizesse com que as horas passassem mais rápido; até que se assustasse de ímpeto com o som da campainha pelo apartamento. Sem fazer menção de se levantar, virou-se de lado, enrolando-se nos lençóis em outra tentativa falha de dormir.

A campainha tornou a tocar.

"Deku, seu desgraçado! Eu sei que você está ai! Abre essa porra agora!" Os olhos verdes se abriram alarmados e sem que sequer pensasse no que estava fazendo, seus pés o levaram até porta, abrindo-a em um pisque.

Tanto Katsuki quanto Shouto estavam ali, um com as mãos no bolso entrando sem esperar ser convidado, o outro com as mesmas soltas ao lado do corpo, mexendo os dedos, inquieto.

Midoriya piscou várias vezes antes de se tocar de que era realmente seus ex-namorados que estavam ali, no seu apartamento.

"Ka-"

"Você está um lixo, huh?" O loiro o interrompeu, sentando-se no sofá, seguido pelo bicolor.

"Porque vocês estão aqui?" Ignorou o comentário, ainda que soubesse que era verdade. Os outros dois se encararam em um consenso mental antes de voltarem para o menor que ainda estava de pé.

"Nós conversarmos..." Começou Shouto.

"E decidimos que a decisão mais lógica era concordarmos em te dividir." Continuou Bakugou.

"Me dividir?" Izuku não pôde deixar de soltar um riso nervoso. "Eu não sou metade de um e metade de outro, sabe? Sempre fui inteiro pra cada um de vocês dois."

"O que ele quis dizer é que, nós dois não conseguimos continuar sem você e que se essa é a única opção, então, estamos dispostos a continuar com isso também." O esverdeado lançou uma olhadela para Katsuki que assentiu. "No início, eu fiquei bem surpreso, não porque você tinha acabado de me dizer que estava me traindo." O meio-a-meio deu uma risota. "Mas porque eu não estava irritado... E fiquei ainda mais confuso quando percebi que isso não me incomodava no todo. Então, eu não ligo, eu preciso de você, da mesma forma que você precisa de nós."

"Shoucchan..." 

"Você já vai começar a chorar?" O outro herói se levantou e Midoriya sentiu as pernas tremerem só de ter aqueles olhos carmesim sobre si novamente. Ele se aproximou o suficiente até que suas testas de tocassem e então quebrou o resto da distância juntando seus lábios, desesperado. Katsuki pôs umas de suas mãos em sua cintura e Deku agradeceu mentalmente, se sentido incapaz de se sustentar; a outra, indo em direção a sua bochecha com sardas, acariciando-a com o polegar. Só se afastaram quando um certo meio-a-meio limpou a garganta, trazendo-os de volta à realidade. "Se você ousar sair de perto de mim de novo, eu mato você." 

"Eu não vou. Não vou sair do lado de nenhum dos dois." Sorriu, se aproximando de Shouto e o beijando também.

"Mas não acabamos ainda..." A expressão de Bakugou voltara a ficar séria.  “Como pode amar nós dois ao mesmo tempo?"

Midoriya ficou em silêncio por um tempo, pensando em como colocaria tudo aquilo em palavras. "Eu acho que eu só sei... Só me parece certo ter vocês dois ao meu lado. Toda vez que eu me pego pensando nisso, eu vejo o quanto eu sou sortudo por poder ter ambos comigo. Toda vez que eu acordo, vocês são meu primeiro pensamento e antes de dormir é em vocês que eu penso. É só... Como se meu coração fosse feito desde o princípio pra amar duas pessoas e não apenas uma. Eu não sei se eu conseguiria viver sem um de vocês dois." Ele fez uma pausa, brincando com os dedos. "Isso é suficiente?"

"Sim." Ambos responderam em uníssono.

E Izuku não pôde esconder o sorriso enorme que brotou nos lábios. 


Notas Finais


Yay! E chegamos ao final de uma de muitas bakutododekus que eu pretendo postar por aqui.
Se você leu até o final eu espero que tenha gostado da mesma forma que eu gostei auhsuhas

Sobre a reação do nosso Todo, eu achei que seria bom ressaltar, eu tenho esse headcanon onde o Todoroki simplesmente precisa meio que jogar tudo pro ar se tiver muito nervoso, principalmente pra controlar a individualidade dele e pensar então é isso aahshus
Sobre o Kacchan nem preciso falar nada né.

Eu sei que tem muita coisa que pode não bater com a história atual, mas me baseei no anime mesmo, então vamos nos limitar a isso ok?

E já que chegaram até aqui, a sunbaemin também tem uma fic incrivel de boa de bnha!! Não esqueçam de dar uma olhada!
https://spiritfanfics.com/historia/maus-habitos-10059811

e se quiserem checar outra todobakudeku minha - https://spiritfanfics.com/historia/visitor-10635814

Então cá estamos aqui de volta!
O que vocês acharam? Pegaram todos os headcanons?
Não? Pois tudo bem, eu vou listar aqui pra vocês.

1: Bom, na verdade eu acho que isso ficou bem óbvio. O Kacchan não consegue viver sem o Deku. Vejam bem, eles são amigos de infância, eles estão sempre, sempre, perto um do outro, mesmo quando o Kacchan fala pro Deku sair de perto dele ou quando ele pretende sair, ele não sai de verdade e isso ficou bem claro, como por exemplo no ínicio de bnha onde, na arquibancada, antes dos teste da U.A, ambos sentam um do lado do outro e mesmo na classe, um senta atrás do outro. O Kacchan tá sempre de olho nele, zelando por ele, o que também é muito visível no episódio da [isso pode ser um leve spoiler pra quem não leu o mangá ou assistiu o anime até agora] luta do Todoroki contra o Mido, onde ele ganhou um close especial só pra ser mostrado aquele rostinho lindo observando os namoradinhos, ou mesmo quando ele estava escutando a conversa dos dois antes.
2: O Kacchan sofre de uma sindrome de inferioridade tão grande que afoga isso em camadas e mais camadas e arrogância e grosseria, não só isso como sofre pelo medo de ser rejeitado. Vamos lá, isso tá claro, não sou nem eu que tô dizendo, na luta contra o Todoroki, o que ele mais queria era que ele usasse suas chamas, porque isso significaria ser reconhecido, e sendo reconhecido ele teria um mínimo de respeito, além de o colocar no mesmo patamar que o Midoriya que conseguiu tal feito. O Katsuki quer ser reconhecido não só pelo prazer de ser falado, mas porque sendo superior e considerado forte, as chances de ser rejeitado, posto de lado, são quase mínimas. Ele rejeita as pessoas mesmo antes de saber o que elas vão pensar de si, porque com isso ele se evita de ser rejeitado, de ser machucado. No fundo o Bakugou é um fraco que quer pagar de forte, porque acha que isso vai manter as pessoas ao seu redor e nem to falando de elos de amizade. Isso ficou claro no flashback da infância onde ele cai e continua tentando pagar de fortão pros outros, que sequer ligaram pra ele falando que ele era forte e estava bem. O Deku sempre foi o único que sabia e ainda sabe, lidar com isso, eu tenho certeza que ele sentiu sempre o medo de Katsuki de se machucar.
4: O Katsuki é um chorão. Isso aqui nem headcanon é direito, é canon mesmo. Quando o Katsuki perdeu, naquele teste lá dos vilões x heróis, ele chorou que nem um nenemzinho e detalhe, foi embora sem olhar pra ninguém pra poder chorar sozinho, mas se permitiu chorar na frente do Deku, quando ele o chamou. Acho que sobre isso eu não preciso nem falar nada, não é?
5: Visto que o Deku é um dos únicos que sabe sobre esse seu lado, ele certamente não precisa ficar nesse fingimento quando está com ele. Bom, baseado no que a gente já tem até agora, dos headcanons, por dizer, não tem motivo algum do Kacchan ser esse brutamontes explosivo que ele é na frente dos outros, e futuramente ele vai vir a ser também com o Todoroki. Então pra mim, e da minha forma de ver o Kacchan, ele seria com certeza um namorado tão soft quanto o Shouto, a diferença é que o Katsuki sabe ser ousado quando ele quer e não que o Shouto não seja, mas não vamos comparar quem já está acostumado, com quem está começando não é mesmo.

E pra você meraizinha, eu espero realmente que tenha gostado e principalmente que tenha atendido as expectativas porque eu tô muito nervosa com isso socorro a aaa a a
E saiba que eu te amo muito, muito, muito e que você é uma das coisas mais preciosas da minha vida.


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