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História Brawley School - Só estou esperando você perceber isso.


Escrita por: brawleyschool

Capítulo 20 - Só estou esperando você perceber isso.


                  --------------------------------Vic------------------------------------

Peguei o Cameron pelo braço e dirigi até a casa dele, no caminho ele dormiu no carro e quando cheguei lá eu fiz de tudo pra acorda-lo, mas ele continuava sentado, igual a uma pedra (eu chequei se ele estava respirando porque naquele estado ele parecia morto). Não conseguia tirar ele dali sozinha e nem ia chamar a mãe dele tipo ‘’Olha, me ajuda a carregar o teu filho que se drogou até cair no sono’’ Por isso liguei para o Nash, a única pessoa que o Cameron deixaria ver ele naquela situação.

                      - Nash, eu preciso de ti aqui na casa do Cameron agora, ele tava bêbado e se drogou muito e agora apagou aqui no banco do carro e eu não consigo tirar ele daqui.

                   - Puta merda... De novo? ­– Aquela pausa que ele deu só mostrou o quão decepcionado ele tava com o Cameron – Espera ai, já to indo.

    Fiquei esperando lá por uns 15 minutos, como estava muito frio, peguei meu casaco e coloquei sobre o Cameron, não muito tempo depois o Nash chegou a uns 100 km por hora e deu uma freada brusca encima do gramado da casa do Cameron, tanto que ficou a marca do pneu lá, ele saiu correndo em nossa direção e parecia muito preocupado, ele saiu de casa com a roupa do corpo mesmo, cabelo todo bagunçado e uma calça de pijama.

                     - Cadê ele? – ele perguntou pra mim ofegante.

                   - Dormindo ali no banco da frente, ele precisa de um banho Nash, ele tá com muito cheiro de maconha e bebida, não pode ficar em casa assim.

               - Calma, eu dou um jeito nisso – ele pegou o braço do Cameron e colocou encima do ombro dele e eu peguei o outro e fiz o mesmo e a gente foi levando ele assim pra dentro de casa até o quarto dele – Pega umas roupas pra ele – Nash falou enquanto jogava uma agua no Cameron pra tirar aquele cheiro dele.

       Peguei uma toalha e as primeiras roupas que achei no armário dele e a gente o vestiu, colocou na cama e pôs um cobertor encima dele.

               - Tu acha que a mãe dele escutou? – perguntei sentada na beirada da cama ao lado do Nash.

             - Esse é o problema, ela escuta, mas prefere fingir que nada aconteceu e tem sido assim por muito tempo, eu já perdi as contas de quantas vezes eu tive que fazer sozinho isso que a gente ta fazendo agora – ele me respondeu, cabisbaixo.

              - Desde quando ele ficou assim?

             - A mãe dele ficou depressiva depois que perdeu o irmão que o Cameron poderia ter tido, e nessa época ele ficou assim, a mãe dele melhorou, mas ele continua fazendo merda, e eu não sei mais o que fazer.

     Nós dois ficamos ali ao lado do Cameron, encarando ele dormir e imaginando o que que tava passando na cabeça dele, ficamos ali pra garantir que ele estava bem, que estava respirando e que ele não ia levantar e fazer mais merda nenhuma, e ficamos assim por um bom tempo, até o sono bater e eu precisar ir pra casa, me despedi do Nash e fui embora, cheguei na casa da mãe da Gi no maior silencio possível, porque eu tinha pegado o carro dela e não queria que ela notasse, subi as escadas na ponta do pé e fui dormir,  a Gi ja tava lá dormindo com o celular jogado no chão do lado da cama dela, deitei e peguei no sono na hora.

----------------------------------------------------------Gi----------------------------------------------------

                Acordei e pra variar a Vic tinha sumido e ainda pego o carro da minha mãe, minha vontade era de dedurar ela, de tão puta que eu tava, puta com todo mundo mesmo, era de madrugada e eu não conseguia dormir e não tinha nada que tirasse o Cameron da minha cabeça, eu ficava pensando naquilo toda hora e era um saco, eu o amava tanto, mas ao mesmo tempo eu queria dar um soco na cara dele. Pensei em ligar pro Shawn por que falar com ele era a única coisa que conseguia me acalmar, digitava o numero dele varias vezes, mas hesitava em ligar, não queria incomodar ele naquela hora da madrugada, por isso entrei no twiter pra tentar me distrair e vi um tweet dele recente.

                  ‘’@shawnnmendes: não consigo parar de pensar em você, droga’’

   Ta tudo bem, ele tava acordado, isso significava que eu podia ligar pra ele mas aquele tweet ficou na minha cabeça, quem era essa guria que ele ficava pensando? Querendo ou não eu fiquei com um pouco de ciúmes, não sei explicar, devia ser um ciúmes de amigo, coisa que era normal pra mim. Digitei o numero dele e liguei.

                   - Fala Giovanna – ele ainda permanecia com uma voz triste, alias, todos ainda estavam por causa da Sofia.

                - Eu não quero que você pense que você é só um meio de me acalmar quando o Cameron me deixa puta mas eu preciso muito só ouvir a tua voz.

           - Eu não vejo problema em ser isso – ouvi um leve sorriso do outro lado da ligação.

          - Shawn, quem é aquela garota que você tanto pensa ein? – falei brincando, tentando entrar no assunto.

         - Ah.....você, você....não conhece...ela é do, do....meu antigo colégio – ele gaguejou enquanto falava

                  - NOSSA – comecei a rir – só de pensar nela você já fica todo bobo

               - Você não tem a menor ideia..... – ele deu uma pausa – mas porque você tava me stalkeando ein?

            - Eu não tava, apareceu na timeline, idiota – comecei a rir e fui acompanhada por ele.

            Ficamos conversando e rindo juntos no telefone até o sono bater, e falar com ele foi tão bom, não só pra me fazer parar de pensar tanto no Cameron mas também pra levantar um pouco meu humor, que ainda tava muito abalado depois do que aconteceu com a Sofia. Fui deitar e a Vic ainda  não tinha chego, onde será que ela tava? Nem pensei em ligar porque ela nunca atendia, por isso só deitei e fui dormir mesmo.

--------------------------------------------------------Vic-----------------------------------------------------

                Não dormi nem cinco horas e já tinha que levantar e ir pra escola, acordei a Gi e a mãe dela chegou no nosso quarto dizendo que a gente não precisava ir naquela semana, que o clima ia ta muito triste e tudo mais, só que eu e a Gi resolvemos ir, evitar a dor não ia fazer ela desaparecer, por isso fomos do mesmo jeito. Tomamos café e a Keffy nos levou pra escola aquele dia.

                     - Se quiserem ir embora, me liguem – ela falou antes de dar a partida pra ir embora.

           Mal entramos e já vimos uma homenagem para a Sofia bem no hall de entrada da escola, ‘’Perdemos uma das almas mais puras que esse colégio já conheceu, descanse em paz Sofia’’ dizia o cartaz ao lado da foto dela, que ela tirou um tempo antes de a doença atacar totalmente, e se podia ver claramente a diferença, ela tava sorridente naquela foto, tinha brilho nos olhos dela e a expressão no rosto era nada além de felicidade, tinha flores também e todos os troféus que ela tinha ganho naquele colégio, cada vez chegava mais pessoas chorando e colocando uma nova flor lá, era devastador ver aquela cena, eu tinha vontade de sair correndo dali e passar o dia todo chorando, ver todas aqueles troféus ao lado da foto dela que ela conquistou quando ainda tinha o mínimo de saúde possível e a foto dela, com aqueles cabelos loiros e ondulados de dar inveja, aquele sorrindo enorme e lindo, que a gente nunca mais ia ver na vida, era a pior sensação do mundo, doía tanto, tanto que não tinha nada que se comparasse. Eu só direcionei meu olhar para baixo e enxuguei as lagrimas que começaram a surgir no meu rosto e a Gi foi me acompanhando até a sala, passando as mãos nas minhas costas tentando me acalmar.

                  No momento que entrei na sala ouvi a Gi bufar de raiva, ela apertou meu braço com tanta força que chegou a doer.

                    - O que foi isso? – virei pra ela na hora tirando as mãos dela do meu braço.

                    - Ta vendo aquela menina no canto da sala? – Ela apontou descaradamente pra garota – se chama Marina, e é por causa dela que eu e o Cameron brigamos.

                    - E aquela ali do lado dela conversando com a Rafaela?

                   - Essa também é nova, mas eu não sei quem é.

               - Só por ta conversando com a Rafaela deve ser puta – falei indo para meu lugar e eu sentei bem na frente dela, pra tentar tirar minhas próprias conclusões e também porque era a única cadeira vaga dali, todo mundo tinha ido pra escola hoje, acho que todos resolveram encarar a dor.

                      - Qual teu nome? – virei sorrindo pra menina de trás.

                   -Alice..... –  ela deu uma pausa antes de continuar–  vem cá,  tu que  é a melhor amiguinha do Nash né? – ela fez uma cara de nojo.

                      - É, eu acho que eu sou....

                      - Nossa, coitada de ti – ela falou em tom de deboche e começou a rir.

                 - Olha aqui, sua filha da.... – fui interrompida pelo o sinal da primeira aula antes que eu pudesse terminar de falar a frase que aquela Alice merecia ouvir, mal chega na sala e já fica de abuso pra cima de mim? Já vi que eu não ia gostar NADA daquele grupinho Rafaela, Marina e Alice, deus me poupe, já não bastava uma, agora tinha três.

                       As aulas passavam devagar e todos estavam com o pensamento distante, podia se concluir isso uma vez que o professor perguntava uma coisa e ninguém da sala respondia.

                    -Olha, eu sei que tá difícil sem a Sofia aqui, vocês não acham que não doi na gente também não ver mais o rosto dela aqui na nossa frente? –  a voz do professor começou a ficar tremula – mas a gente tem que seguir nossas vidas, como sempre.

                  Eu não acho que ele tinha percebido que não importava o que eles falassem, a dor ia continuar ali, presente no nosso dia-a-dia,  em tudo que fizéssemos ia ter um pouco de Sofia, todos os dias, centenas de pessoas tinham que conviver com a dor, e aquele momento, aquela situação, era uma delas, tudo que fazíamos era pra tentar esquecer um pouco daquela dor que moía nosso coração e quando conseguíamos, era um momento raro, eu sei de como a Sofia pediu pra não ficarmos tristes mas é que a Sofia não sabe como era viver sem a Sofia.

                Bateu o sinal para ir embora e todos arrumaram suas coisas e saíram sem falar uma palavra um com o outro e sem nem sequer se cumprimentar, comecei a arrumar as minhas também e observei o Nash se aproximando.

                   - Como você tá? – ele me abraçou e deu um beijo no meu rosto.

                 - Eu estaria mentindo se dissesse que eu to bem – tentei forçar um sorriso pra ele.

                   - Eu não aguento te ver assim – ele começou a acariciar meu cabelo e com a outra mão levantou meu olhar para ele, ele ficou me olhando nos olhos, foi se aproximando e eu fiquei apreensiva no começo porque toda vez que ele chegava perto meu coração queria pular de meu peito, senti as mãos dele suarem frio quando elas encostaram na minha, os lábios dele foram se aproximando de mim , seu corpo se colou ao meu como nunca antes, e eu já conseguia sentir a respiração dele ofegante perto de mim, nossos rostos estavam colados e ele me segurava pela cintura, nossas bocas estavam a poucos centímetros de distancia e nossos olhares ficavam fixados um nos outros, era só nós dois ali e mais ninguém, não tinha nada e ninguém que distraísse nossa atenção um do outro naquele momento –  Eu te amo, e eu só estou esperando você perceber isso – ele me deu um abraço apertado que durou uns dois minutos, depois voltou o olhar em minha direção e me deu um beijo na testa e foi embora.

           Fui para casa ainda pensando que no que tinha acontecido, eu tava com a mente tão distante que saia tropeçando em tudo que via, era surreal aquele sentimento, logo quando cheguei em casa abri o instagram para dar um olhada e o Nash tinha acabado de postar uma foto nossa, meio antiguinha, com a legenda.

                    ‘’Não existe melhor amiga que você, eu te amo @villegasvictoria’



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