Sexta-feira 20:34 PM/ Sítio dos Harvey
P.O.V S/N
Tudo já estava pronto pra festa, inclusive eu. Passamos o dia cozinhando, mais uma pequena parte ficamos na piscina, passei o dia inteiro evitando meu “primo” Léo, não estava nem um pouco afim de falar com ele, principalmente porque ele já teve um crush em mim e nunca aceitou que eu não quis ficar com ele, mesmo não sendo primos de verdade.
— Perla! — rodo toda a casa atrás da minha cachorra — Per... O que tá fazendo com a minha cachorra? — finalmente a encontro com a pessoa que eu estava tentando evitar.
— Relaxa, eu não vou sequestrar ela! — ele se afasta dela com as mãos levantadas em forma de rendição, me aproximo dela e a prendo com a guia — Você tá muito bonita S/n!
— Obrigada! Vem Perla! — a puxo para voltarmos pra dentro da casa.
— S/n espera! A gente pode conversar? Eu quero me desculpar, por aquele dia. — respiro fundo antes de me virar pra ele.
— Eu aceito suas desculpas, afinal já fazem quatro anos e eu não quero ficar relembrando o passado. Então... Estamos de boa agora. — me viro para entrar em casa, mais antes de eu por os pés na varanda ele diz:
— Sério mesmo? Porque parece que você passou o dia me evitando! — ele se aproxima de mim, ficando a poucos centímetros do meu rosto.
— Quer saber, eu passei mesmo o dia te evitando. — ele apenas balança a cabeça positivamente com um sorriso malicioso — nem pense em fazer isso. — encosto meu dedo em seu peito para que ele mantenha distância.
— Qual é S/n, sei muito bem que você quer. Então deixa eu descobrir o sabor desse seu brilho labial! — ele se aproxima ainda mais, agora nossas bocas estão a milímetros de distância, quase se tocando.
— Tem razão, eu quero mesmo. — digo manhosa — Eu quero que você vá tomar no cu! — me afasto dele, o deixando sozinha junto com os grilos e entro em casa junto com Perla — E é por essas atitudes suas que eu nunca fiquei com você, e além do mais eu tenho namorado! — grito pra ele.
— O que aconteceu? Pra quem você tá gritando?
— Como eu disse um idioto.
— Tá, de quem cê tá falando? — eu a puxo para a um canto.
— Do Léo.
— Seu primo gato? O que ele fez?
— Ele tentou me beijar! — ela puxa o ar surpresa — É eu sei! Ele faz isso desde que entrou pra essa família, ele acha que só porque não é nosso primo de sangue pode pegar qualquer uma, a hora que quer. Isso já aconteceu várias vezes que eu vim pro Brasil, por isso eu tava evitando ele.
— Agora tá explicado! Até pode ser bonito, mais já provou que não vale a pena.
— Sobre o que estão conversando? — Dylan se aproxima de nós duas e abaixa para fazer carinho na Somoieda.
— Assunto de menina, não vai querer saber!
— Têm razão! Vamos pra área da piscina, tá todo mundo lá! — Dylan pega a guia da minha mão e leva Perla com ele até a área da piscina.
— Já estamos indo! Você nunca falou pra ninguém sobre isso? — Any me questiona sobre o assunto que estávamos conversando.
— Todo mundo aqui sabe como ele é, tanto que nenhuma das nossas primas gosta muito dele, principalmente eu e a Mel. Mais vamos parar de falar desse coisa ruim e bora ir lá pra fora! — puxo ela pra fora.
— Faz um daqueles drinks doídos, que você sabe fazer? Só que sem álcool. — Any pede assim que me vê ir para trás do bar.
— Tá! Mais você vai ter que me ajudar a cortar as frutas pro bar. — ela assente com a cabeça.
Vamos pra cozinha pegar algumas caixas de fruta da geladeira, levamos tudo pro bar. Any se senta em uma das banquetas enquanto eu preparo os drinks, todos eles são coloridos e tem muitas frutas, gelo é o que não falta.
— O que vocês duas estão fazendo aqui? — meu avô aparece, andando torto com sua bengala.
— Relaxa vô, eles não tem álcool. É só... sprite, gelo e frutas. Menos o Pink Señorita, esse sim tem álcool. — o explico mostrando os drinks.
— E são muito gostoso! — Any bebe seu drink.
Meu avô olha para os lados, vendo se o território está limpo.
— Então me vê um desses drinks, só que com bastante álcool! E não conta pra sua vó. — ele me entrega uma nota de 20.
— Pode deixar. — puxo um zíper em minha boca e no final faço um “ok” com os dedos — Saindo um mojito de morando “sem” álcool. — rimos com meu avô.
— Hmmm, coquetéis da S/n, quero um. — Melissaa, Dylan e Linsey sentam nas banquetas do bar.
— E essa é minha deixa! — vovô pega o mojito e sai.
— O que deu nele? — Dylan observa nosso avô sair “correndo” com sua bengala em uma mão e o mojito en outra.
S/n,Any — Nada! — falamos ao mesmo tempo segurando o riso.
P.O.V NOAH
É quase meia noite, já estão todos reunidos na sala de jantar para a contagem regressiva, só falta Dylan, S/n, Mel, Linsey e Any, que estão no bar. Vou até eles pra avisar que está quase na hora.
— Noah, você precisa provar esses coquetéis sem álcool, são uma delícia. A S/n que fez! — minha irmã me oferece um pouco da bebida dela. Acontecimento raro eu diria.
— Vou querer um. Mais eu vim avisar que tá quase na hora da contagem regressiva.
— Já estamos indo! — Any e os outros três descem das banquetas e entram na casa.
— Você prefere kiwi com blueberry, ou, abacaxi com hortelã igual o meu? — S/n pergunta balançado a coqueteleira.
— Prefiro que me fale a verdade, sobre o que você e meu pai vem conversando desde o dia de ação de graças. — ela engole a seco antes de mudar de assunto.
— Acho que vou fazer de kiwi e blueberry mesmo. — ela não olha nos meus olhos e começa a preparar o drink.
— Me conta, por favor! Ele tá te subornando pra ficar comigo, ou pra terminar, sei lá.
— Não é nada disso, Noah!
— Então me diz! O que vocês estão escondendo?
— Eu não posso, já falei que você precisa ouvir do seu pai! É melhor nós entramos! — ela me entrega o drink e entra na minha frente.
Somos os últimos a entrar na sala de jantar, ela vai pra perto da mãe dela e eu fico perto da minha irmã e do meu pai, acendemos algumas daquelas velas que soltam faíscas e nós preparamos para a contagem regressiva.
— 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1! Feliz Natal — todos gritam ao mesmo tempo.
Abraçamos uns aos outros e desejamos feliz natal e coisas boas pro próximo ano. Começamos a nos servir da grande ceia, que está posta a mesa.
— Queria desejar um feliz natal! — um dos primos de S/n vem falar comigo.
— Obrigado! O mesmo pra você!
— Valeu! Mais o que eu quero dizer mesmo, é que a língua da sua namorada na minha boca foi o melhor presente de todos. — levanto meu punho e dou um soco no meio da cara dele, ele logo se levanta e revida o soco.
— Parem os dois com isso! — Ruan levanta o garoto e meu pai me ajuda — O que deu em vocês?
— Pergunta pra ela, além de ficar de segredinhos com o meu pai, enfiou a língua na garganta do próprio primo! — digo irritado.
Todos dali presentes olham chocados para nós dois e principalmente para S/n, que é a mais expantada. Ela vai até o primo e dá outro soco nele.
— Você merece muito mais que um simples soco na cara. Eu nunca beijei ele! — seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela estava bastante exaltada — Ele tento várias vezes, mais eu sempre disse não, e como vingança pelo “não”, ele decide espalhar mentiras.
— Não beijou mais bem que queria, né sua... — antes dele continuar é calado com um tapa.
— Você lava sua boca pra falar da minha sobrinha, todo mundo aqui te conhece muito bem Leonardo! Sabemos muito bem o tipo de pessoa que você é, foi um completo erro ter te chamado aqui. — umas das tias a defende.
— Já chega disso! Vamos resolver isso amanhã, quando todo mundo estiver mais calmo, agora vamos comer pelo amor de Deus!
— Desculpa vó, mais eu não tô mais com fome! — ela sai da sala.
— S/N! — Linsey tenta ir atrás dela.
— Deixa, ela precisa ficar um pouco sozinha. Vem senta aqui. — Dylan a guia até a mesa.
Nos sentamos pra comer, durante todo o jantar foi o maior silêncio. O clima tava tão pesado, que dava até pra cortar com uma tesoura.
🦋Q.D.T🦋
Depois do jantar mais desconfortável da minha vida, meu pai organizou uma reunião de família no quarto deles, acho que finalmente ele resolveu contar o que ele e a S/n estavam escondendo.
— Já tá mais do que na hora de vocês saberem a verdade. S/n tinha razão, eu só estava adiantando o inevitável, mas essa é hora de contar! — quando ele diz isso, sinto uma sensação de medo percorrer o meu corpo.
Continua.........
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