História Break The Rules - (Jeon Jungkook) - 17- I think about you and it drives me crazy.

                     Jeon Jungkook point of view.

Observei a morena sair apressadamente do ginásio, consegui escutar sua fungada de longe, já que ecoou na quadra vazia. Assim como ela, eu estava começando a me arrepender de ter beijado-a. Ela estava claramente incomodada e aflita com isso, ela não conseguia esconder. 

— Merda. – Ditei alto batendo na parede de pedra, enquanto Taehyung me olhava desacreditado. 

— O que foi isso, Jungkook? Eu achei que vocês se odiassem. – Taehyung sorriu apontando para trás, fazendo-me bufar sentando no chão. – Por que está reclamando? Foi você que a beijou, eu vi. 

— Eu não deveria ter feito isso, e nem ela deveria ter retribuído. – Suspirei fundo. – E agora? A gente odeia mais que o normal. 

— E a intenção disso era amenizar a situação? – Neguei. – Por que fez isso então? 

— Foi o meu instinto, eu não tive controle. Eu fiz impulsivamente, nós não nos gostamos e estamos longe de fazer isso acontecer. 

— Instinto? – Taehyung arqueou as sobrancelhas, com um sorriso desafiador nos lábios.  – Você está tentando me enganar? Jungkook, eu te conheço desde nosso nascimento. Você não beijou ela por impulso, você beijou ela por quê você quis. – Taehyung disse firme batendo sua mão na parede. 

— Você está aqui na porta há quanto tempo? – Questionei semi-cerrando o olhar vendo-o desviar o seu para longe. 

— O tempo suficiente para eu saber que você está mentindo. Na verdade, vocês estão mentindo para si próprios. – Taehyung disse cruzando os braços. 

— E? O que você tem a ver com isso? – Questionei olhando-o de cima a baixo enquanto ele sorriu se sentando ao meu lado. 

— Eu? Nada. – Sorriu. – Mas como seu irmão, eu quero te ajudar no que posso. Me conta o que aconteceu? – Taehyung questionou se ajeitando, enquanto suspirei olhando para o alto. 

— Eu não sei o que deu em mim, Taehyung. Mas, eu quis fazer aquilo e eu não consegui evitar. – Bufei. – Ela falava demais e a única opção de parar ela, era assim. E no final, eu gostei. 

— E até quando você vai se enganar assim, irmão? – Taehyung questionou apoiando seus braços em seus joelhos.

— Eu não sei do que você está falando. – Sorri fraco vendo-o negar retribuindo. 

— Você sabe sim. Na verdade, nós dois sabemos que você sabe. – Taehyung disse alisando o chão, enquanto franzi o cenho confuso. 

— Se for dizer que eu gosto dela, você está muito errado. Não tem o porquê eu gostar de uma pessoa tão hipócrita quanto ela. – Juntei minhas pernas ao meu corpo, vendo-o respirar fundo. 

— Você só está se machucando assim, não está fazendo nada mais que isso. – Taehyung elevou seu tom voz, fazendo-me olhá-lo. – Não está fazendo nada além de se ferir. 

— Taehyung, eu nunca gostei de ninguém, você sabe bem disso. E eu jamais gostaria de alguém como a S/n Murder. – Disse no mesmo tom de voz, vendo-o dar de ombros. – Falando em Murder, ainda estamos de olho naqueles cuzões...

— Não mude de assunto, Jungkook. Vai me dizer que o pai dela é o culpado disso tudo? – Taehyung disse sério batendo em meu ombro. 

— Ela tem medo do pai, Taehyung, isso é óbvio. Você consegue ver que a fragilidade dela é a família, e ela tem medo de decepcioná-lo. – Suspirei. – Será que ela sabe o desgraçado que aquele homem é? Ele não merece um pingo de respeito. 

— Você tem que entender que apesar de tudo, ele é pai dela, ela não tem culpa de ser uma Murder. S/n e April me parecem diferentes dos demais. Até mesmo os pais de April disseram isso á respeito da S/n. – Taehyung franziu os lábios, fazendo-me olhar incrédulo para ele. 

— Eu duvido. – Sorri em negação. – April até pode ser, mas a S/n? Eu pagaria para ver isso. Inclusive, amanhã April irá nos ver ganhar mais um troféu de racha? – Questionei sorrindo mexendo nos matinhos no canto da parede. 

— April topou sem pensar duas vezes, ela é muito parceira. – Sorriu encantado. – Agora, ela disse que tentaria convencer a S/n de ir junto com ela, provavelmente irão com o motorista particular. 

— S/n não vai aceitar por nada, ainda mais sabendo que é uma racha. Isso é ilegal, e ela é a menina mais certa que eu já conheci. – Neguei. – E esse motorista particular vai abrir o bico para outras pessoas sobre essa racha. 

— April planejou tudo. Disse que tentará convencer S/n de ir com ela e ainda convocar o motorista da S/n de levá-las até nosso ponto de partida. April disse que o motorista de S/n é a pessoa mais legal do mundo. – Taehyung disse confiante fazendo-me arquear as sobrancelhas. 

— Não sei não, Taehyung... Espero que isso não ferre com nossa corrida. – Disse confuso, vendo-o negar. 

— As chances da polícia saber são altas, você sabe que querendo ou não, eles fazem um ótimo trabalho por aqui. – Taehyung disse desmanchando um mato, enquanto afirmei. 

— Só sei que essa racha será a melhor de todas. Correr na estrada 876 é um sonho. – Levantei-me com cuidado, limpando minha calça social. – Eu amo o perigo. 

— Eu sei bem disso, irmão. Por isso que você está gostando da Murder, por amar imensamente o perigo. – Taehyung sorriu provocativo enquanto se levantava. 

— Não fode, Taehyung. – Resmunguei empurrando-o de lado vendo-o gargalhar. – Vamos encerrar esse assunto por aqui, por favor. 

— Antes de encerrarmos, quero te falar algo... – Taehyung disse amigável encostando em meu peito. – Não pese tanto na da S/n depois disso, continue normal com ela, mesmo que a relação de vocês não seje normal. – Sorrimos. – Você viu o quanto ela saiu desconfortável e com os olhos vermelhos de choro. 

— Mas eu mesmo disse para ela que eu iria agir como se não houvesse ocorrido esse beijo. Para mim, nada aconteceu. – Sorri. – Foi um beijo. 

— Você é tão difícil, Jungkook... Meu Deus. – Taehyung disse em negação, enquanto grudou em meu pescoço. – Quando você irá aprender? 

Retirei seu braço de meu pescoço, colocando minha mochila em um dos meus ombros. O ginásio estava completamente vazio, só havia eu e Taehyung ali, até então. Eu ainda não estava acreditando muito que S/n foi embora, ela não é de deixar a aula assim e para ela, faltar qualquer aula é inadmissível. 

Caminhamos pelo corredor principal do grande prédio, enquanto eu olhava fixamente para a entrada da escola, procurando pela morena. Não obtive nenhum resultado. Se ela realmente partiu, já deve ter ido em poucos minutos atrás. Taehyung me olhava a todo momento, parecia saber que eu estava incomodado com alguma coisa, mas eu tentei esconder isso de todas as formas possíveis. Posso dizer que esse “beijo” não mexeu só com S/n, querendo ou não, trocamos energia... Ou até juntamos as nossas. 

— Onde vocês estavam? – April surgiu em nosso caminho com os braços abertos, enquanto olhamos assustados para a loira. – E cadê a S/n? Não estava com vocês? – Negamos. 

— Na verdade, até estava. Mas deve ter acontecido algo com ela, ela foi embora com uma pressa absurda. – Taehyung disse me olhando, enquanto desviei o olhar. 

— Estranho... Se fosse algo grave ela teria me avisado, ou até mesmo deixado um recado. – April franziu o cenho, retirando seu celular de seu bolso. – Vocês não sumiram juntos, Jungkook? Eu vi você puxando-a para um canto. 

— Sim, mas ela foi embora. – Disse simples vendo-a discar algo em seu celular, colocando-o em sua orelha. 

— Ela não me atende por nada, que merda. – April disse impaciente. – Eu estou ficando preocupada com ela. Ela estava bem hoje de manhã.

— Pois é... Acho que as pessoas mudam da água para o vinho com facilidade. – Disse calmo alisando o corrimão em meu lado, enquanto o casal se entreolharem antes de me encararem. – Disse algo de errado? 

— Eu continuarei tentando algum contato, eu estou realmente preocupada. – April sorriu nervosa retirando seu celular da orelha. – Se vocês souberem de al... Vocês não são próximos dela, eu esqueci. – April disse sorrindo enquanto retribuimos.

April parecia bem preocupada com sua amiga. Não sei como ela reagirá ao saber que a causa dessa saída da morena estava em seu lado. Taehyung disse direto demais, mas a mesma estava ocupada enchendo S/n de ligações. Parecia até que S/n havia morrido, pelo tremendo nervosismo que April estava sentindo. Confesso que com a energia da loira, fez-me preocupar com S/n. Coisas raras que eu faço questão de estranhar. 

Caminhamos até o quadro de recados da escola, nossos tempos ficam grudados na parede e lá decide que aula nós temos ou se vamos embora. Matemática era o último tempo, e como os professores estavam organizando a festa de homecoming, nós não teremos aula. 

— O que acha de irmos embora? – Questionei colocando as mãos no bolso, vendo Taehyung afirmar olhando o quadro. 

— Vou avisar April que estamos indo, acho que ela tem história agora. Me espera lá embaixo? – Taehyung questionou parando seu andar, enquanto eu afirmei descendo as escadas. 

Os professores não sabem o quanto agradeço por esse homecoming estar cortando nossas aulas. Não são todos que estão tendo esse privilégio de sair mais cedo, como por exemplo, a April. E pelo jeito, Liv também teve esse mesmo privilégio que eu. Sorri fraco retirando o capacete do guidão da moto, enquanto a morena vinha animada em minha direção. 

— Também está indo embora, Jungkook? Nós não nos falamos hoje... – Liv sorriu esticando seus braços, enquanto sorri envolvendo-a em um abraço. 

— Pois é. – Sorri. – Eu estava contando as horas para esse momento chegar...

— De nós nos vermos? – Liv sorriu maliciosa enquanto mexia em seus cachos. 

— De eu pegar meu capacete em minhas mãos, colocar em minha cabeça e eu ir embora. – Sorri me sentando em minha moto, vendo-a assentir sorrindo fraco. – Mas é bom te ver também.

— Falar em bom te ver... Quando vamos sair novamente? Eu gostei da nossa última saída, foi muito legal te conhecer melhor. – Liv sorriu apoiando em minha moto, enquanto me olhava de cima a baixo. 

— Acho que dessa vez pode ser um encontro, o que você acha? – Sorri ladino arqueando as sobrancelhas, vendo-a assentir maliciosa. 

— E a S/n não vai ligar para essa nossa aproximidade, não é? É que ela parece ser bem próxima de você, se é que me entende. – Liv sorriu mexendo em seus dedos, arregalando os olhos. 

— Ela ligando ou não, não vai mudar em nada. Não tenho nada com ela e nem ela comigo – Sorri. 

— Que bom saber disso, Jeon. Assim ela nao fica muito no meu caminho. – Sorriu provocativa. – E também é bom que ela não está aqui hoje... Ela estaria andando com você nessas horas e nós não estaríamos conversando. 

— Na verdade, Liv... – Franzi os lábios vendo-a me olhar curiosa. – Eu que fico atrás dela. Não nos gostamos mas ela anda com Taehyung e April, e claramente, eu sempre estou perto dela. 

— Mas que azar, hein. – Sorriu cruzando os braços. – Bom, não quero te atrapalhar á ir embora, daqui a pouco meu pai está chegando para me buscar. Temos que marcar nossa saída para o mais rápido possível... – Liv sorriu se aproximando de mim, enquanto assenti observando seus movimentos. 

A morena deixou um selar provocativo em meus lábios, enquanto separou-se batendo em meu ombro. Apenas sorri confuso para ela vendo-a seguir um caminho diferente do meu. Taehyung estava tão confuso quanto eu, ela me surpreendeu com esse beijo. 

— Jungkook, você está beijoqueiro hoje. – Taehyung sorriu assustado, enquanto eu sorri negando. – Acho que você está tentando roubar o lugar do Ian no West Riverhounds. 

— Dessa vez foi ela quem me beijou, não eu. – Sorri colocando o capacete em minha cabeça. – Ela disse que quer sair comigo, e eu aceitei. 

— Para você ver quem está com preferência nessa brincadeira, S/n sempre. – Taehyung disse satisfeito se ajeitando na moto. – Você vai mesmo sair com a Liv? Achei que era só um lance pequeno. 

— Todos meus lances são pequenos, irmão. Você sabe que eu não levo para frente essas menininhas. – Disse me ajeitando na moto, retirando a chave de meu bolso.  

— Esqueci que você não passa do 2° encontro. – Taehyung negou ligando a moto, vendo-me sorrir fazendo o mesmo. 

E ele estava certo, é mais fácil eu fazer qualquer outra coisa do que eu passar do 2° encontro com alguma mulher. Principalmente com a Liv, já que a menina é totalmente vangloriosa. Eu realmente me surpreendi com seu beijo repentino. Minha cabeça estava longe daqui quando essa aproximidade ocorreu, e ela continua longe do meu corpo real. 

— Ué, vocês chegaram cedo hoje... O que aconteceu? – Hoseok questionou-nos com a mão na cintura enquanto observava-nos retirar nossos capacetes. 

— Alguns professores estão na organização do homecoming, e estão deixando a maioria dos alunos irem embora. – Taehyung disse retirando seu capacete, colocando-o em cima do banco da moto. 

— E é claro que nós escolhemos vir embora, né? – Disse óbvio colocando o capacete no guidão da minha moto. – Não tinha nada para nós fazermos por lá. 

— Falar em não fazer nada... Estamos combinando de ir na estrada 876 com os meninos para organizarmos o restante das coisas para a racha de amanhã. Alguém quer ir? – Jimin disse apontando para nós, vendo Taehyung levantar sua mão animado. 

— E você Jungkook, não vai querer ir não? – Hoseok questionou batendo em meu braço enquanto neguei franzindo os lábios. – Tá desanimado hoje. 

— Estou meio cansado, só isso. – Sorri fraco. – Vão todos para a estrada? – Questionei afrouxando minha gravata enquanto andava pela sala de estar. 

— Sim senhor, pelo jeito ficará apenas você e o vô em casa. – Jimin disse se jogando no sofá ao lado de Namjoon. 

— Então vamos? Chanyeol disse que já estão indo para lá. – Yoongi disse ajeitando sua jaqueta em seu corpo, enquanto os demais meninos se movimentavam pela casa. 

— Qualquer coisa mande mensagem, meninos. Vou ficar com o vô um pouco. – Disse retirando o blazer de uniforme, caminhando pelo corredor. 

O cheiro de café exalava forte pelo corredor da sala para a cozinha, a voz cantada do avô Dong-hae estava audível, indicando que ele era o autor da bebida forte. Me encostei no batente da porta observando-o coar o café com muito cuidado. Sorri vendo o mais velho dançar lentamente uma melodia de jazz que tocava baixinho na caixinha de som. 

— Está dançando jazz sozinho, vô? – Questionei sorrindo adentrando na cozinha, vendo-o me olhar assustado. 

— Eu gostava de dançar jazz com uma moça muito bonita da cidade, aquela que eu sempre falo sobre... – Vovô sorriu abrindo o armário, mexendo nas xícaras. – Café? – Afirmei. 

— O senhor sempre fala dela, mas nunca contou direito essa história de amor de vocês. Eu achei que era a vovó o amor de sua vida. – Questionei colocando o blazer em meu colo, vendo-o colocar as xícaras no balcão. 

— Na vida temos dois amores, Jungkook. O amor da sua vida e o amor para a sua vida... Sua vó foi o amor para a minha vida, mas eu nunca esqueci o amor da minha vida, aquela bela moça.  – Vovó disse encantado enquanto colocava café nas duas xícaras. – Mas, está gostando da West River High School? 

— Ah, não é nada demais... – Suspirei fundo. – É bem centrada e com muitas regras, mas não é nada demais. 

— E as meninas, Jungkook? – vovô disse entrgando uma xícara para mim.  – Taehyung está namorando a filha do Ballard, ainda não tive o prazer de conhecê-la, mas pelo o que ele diz, ela parece ser uma boa menina. – Vovô sorriu e eu assenti. 

— Ela é legal, bem diferente do que imaginávamos. E Taehyung diz que os Ballard's têm as mentes bem abertas. – Disse soprando o café, que por si só estava bem quente. 

Vovô me encarou por alguns minutos, parecia me analisar e ler todas as minhas expressões faciais. Ele era um ótimo pioneiro no estudo das emoções e expressões faciais.

— Aconteceu ou têm acontecido alguma coisa com você, Jungkook? – vovô questionou-me desconfiado, enquanto franzi o cenho bebericando o café. – Estudei linguagem corporal e você também, Jeon. 

— O senhor é foda, vô, eu sei. – Sorrimos. – Mas só estou cansado mesmo, não lembrava que estudar era tão cansativo assim. 

— Jungkook, Jungkook... – Vovô riu alto. – Você não engana esse velhote muito bem vívido. Qual é o nome desse seu cansaço? 

— Não é alg... – Disse certo vendo-o semi-cerrar os olhos. – O nome dela é S/n. S/n Murder. – Sorri fraco para vovô que arregalou os olhos. 

— M-Murder? – Vovô engasgou com o café, limpando seus lábios com o guardanapo. 

— Eu não gosto dela, antes que o senhor pergunte. Mas ela tem me causado algo muito forte, deve ser a raiva. – Beberiquei o café vendo-o colocar a mão no peito. – Algum problema, vovô? 

— Você realmente disse Murder? Filha de Frederic Murder? – Vovô questionou tossindo, enquanto eu afirmei rapidamente. – Você está sentindo algo pela neta da Murder-Winfield... – Vovô disse baixo enquanto sorria mexendo seu café. 

— O senhor disse algo, vovô? – Questionei confuso vendo-o negar rapidamente. 

— E então, me conte mais sobre essa menina. S/n, né? – Vovô disse limpando o balcão, enquanto respirei fundo bebericando o cafe. 

— Ela é insuportável, certinha demais, chata, impertinente, ríspida... Porém, de algum jeito ela conseguiu mexer comigo. – Disse em negação enquanto vovô sorriu soprado. – Hoje nós nos beijamos, na verdade, eu beijei ela. 

— Mas a filha do Murder não namora o filho do Monroe? Eu ouvi alguém dizer isso pela cidade... – Vovô questionou-me confuso, vendo-me negar sorrindo. Isso nunca acontecerá, avô. 

— O Ian apenas tenta ter algo com a S/n, mas ele nunca consegue. Ele é um pé no saco, como o seu pai e o pai da S/n é. Ela não gosta nem um pouco dele, vô. – Sorri rodando a xícara vazia, vendo-o sorrir sem mostrar o dentes. 

— Você dizendo isso está parecido comigo há anos atrás... Eu dizia o mesmo sobre o avô dessa S/n. Ele era o governante da cidade na época, eu tinha uns 19 anos. – Vovô disse lavando as xícaras, enquanto sorri me debruçando no balcão. 

— O senhor já comandava a máfia nessa época? – Afirmou. – E eles sabiam? Digo, alguém sabia? 

— Sabiam sim, não era oculto. Agora todos pensam que isso já acabou, por isso não ligam tanto. E esse foi um dos motivos da divisão da cidade, os sulistas odiavam nossa comunidade. – Vovô sorriu. – Até hoje... 

— Então foi por isso que ocorreu a divisão entre nós? – Questionei observando-o, enquanto ele negou rapidamente. – Tem mais cosias? 

— Muito mais coisa, Jungkook. Algum dia eu te conto melhor sobre isso, tudo bem? – Vovô disse sacudindo as mãos, procurando pelo pano de prato, enquanto afirmei. – Mas, escute uma coisa, irei te dizer pois sei pelo o que está passando e é algo que não pude fazer. E eu sei que você pode fazer isso, e não irá se arrepender. – Assenti atento vendo-o debruçar em minha frente. – Nunca deixe ninguém impedir você de experimentar o amor, lute por isso até o fim. Eu estou sendo muito direto nessa conversa, você sabe do que eu estou falando. – Afirmei meio-a-meio. – Você sabe do nosso poder, ninguém é capaz de ameaçar você ou mandar você fazer algo. Você é um Jeon, e os Jeon's não desistem tão fácil. – vovô disse batendo em minha bochecha, deixando um selar em minha testa. – Estarei em minha sala, se quiser, pode ir até lá. 

— Está bom, vô. – Disse sério vendo-o sair da cozinha em silêncio. 

Virei-me para a janela da cozinha, encarando o céu em minha frente. Fechei os olhos com força enquanto passava minhas mãos em meu rosto, essa conversa foi realmente bem direta. Vovô é muito sábio, e já passou por coisas bizarras na vida. Ele tem um lado extremo que sempre muda de assunto quando nós trocamos nele. Ele sempre diz a mesma frase: “Algum dia te conto melhor sobre...”. Ele pareceu conhecer bem o sobrenome Murder, e não apenas por ser o sobrenome da família principal da cidade. 

“Nunca deixe ninguém impedir você de experimentar o amor”.