História Breakdown - You know who i am?

   5 de Abril de 2014 – 3h.43m PM – Los Anjeles

                                           Justin Bieber  P.O.V 

 "Justin, nós iremos te internar em uma reabilitação”

          "Iremos te internar em uma reabilitação"

           "Reabilitação"


          As palavras de Scooter repetiam na minha mente, mas eu não conseguia acreditar no que elas queriam me dizer, não queria acreditar no que elas significavam. Eu poderia lidar com qualquer coisa, menos com a realidade.

           Não.

           Não.

           Não. 

         - Justin, espera. Aonde você vai?- disse minha mãe me segurando com força. Seu face se encontrava pálida e molhada. 

      - Me solta - grunhi soltando meu braço e saindo dali, correndo para bem longe, um lugar aonde poderia estar à salvo. 

        No caminho, me surpreendo com uma grande pancada me fazendo ficar imóvel deitado no chão. Encaro de relance os dois grandalhões vestidos de branco. Se me conheço bem, agora estaria fazendo piada sobre como eles ficam uns completos viados usando essas roupas de enfermeira. Mas aquele momento, certamente, era inútil.


      - Não é tão ruim o quanto parece - disse Claire, minha enfermeira particular, enquanto me mostrava cada canto da reabilitação - Temos bingo todos os sábados, atividades durante toda a semana e pessoas de bom coração que te ajudaram a lidar com todas as suas dificuldades- coloquei meu fone no ouvido, me despertando completamente do que ela dizia. Na verdade, se eu pelo menos tivesse acesso ao meu IPhone talvez, somente talvez, poderia não ser "tão ruim", mas eu não tinha. Coloquei os dedos no ouvido, cantarolando em minha mente uma de minhas músicas. Bingo todos os sábados? Ela ta gozando com a minha cara? Se pelo menos fosse bonita, até que eu poderia me aliviar com ela. Ó céus, eu vou morrer aqui.

 - O lado ruim é que tem que cumprir com todos os horários, sem reclamar. É, bom, a não ser que você queira ser como ela - apontou para uma garota sentada em uma cadeira, de cabeça abaixada - Nossos funcionários da limpeza sempre encontram debaixo de sua cama os remédios que, a propósito , ela deveria estar tomando. Essa não tem jeito - segurei o riso. Segurei mesmo. Aquela garota era definitivamente louca. E muito parecida comigo, aliás. - Bom, é isso. Preparemos seu quarto e te chamaremos depois, tudo bem? - dei de ombros, e ela se retirou. 

           Por um instante, me flagrei olhando para a tatuagem de homenagem ao olho de minha mãe localizado no meu braço esquerdo, puta que pariu, eu estava com uma puta vontade de chorar. E ela não estava aqui, ninguém, eu estava sozinho. A verdade é que eu achava um inferno quando a mídia passava o ferro quente em cima de mim, quer dizer, me atacava de todas as maneiras. Mas isso, a tal reabilitação que resisti por todo esse tempo, conseguia ser pior. Um pesadelo. Um pesadelo que não iria acabar assim que acordasse, essa era minha realidade pela qual não queria lidar. 

      Meus olhos seguiam o chão, dando passos pequenos e se encontrando com um pé de tamanho 34. Logo subiram até sua perna, suas mãos e, por fim, no seu rosto coberto por cabelos castanhos claros. E agora, eram meus próprios pés que andavam em direção a garota louca que esconde seus remédios debaixo da cama. 

      - Oi - disse. Ela me encarou sem expressão alguma. E voltou seu olhar para suas unhas ruídas, ficando daquele mesmo jeito, com a cabeça abaixada. Espera. Ela havia mesmo me ignorado, achando que eu sou qualquer um? - Hey -cocei a garganta - Você, por acaso, sabe quem sou eu? 

     - Sim, eu sei. Você é o cara pelo o qual todas as garotas do mundo se derretem. Pela que é... Justin Biba - riu debochada.

     - Eu sou homem e se quiser posso - ela me cortou.

    - Nem precisa - fez sinal de stop com as mãos - Só uma pergunta, mas que porra você ta fazendo aqui? Que caralho! - revirei os olhos. 

      - Prazer te conhecer também. 

         6 de Abril de 2014 - 9h23m AM - Clinica Medical General, Los Anjeles

Acordei no outro dia, me iludindo com poucos maravilhosos segundos, de modo que estava em casa, acordando na minha confortável cama. Eu levanto, pego um cigarro na gaveta da cabeceira ao lado, abro a cortina e dou minha primeira tragada do dia, observando da sacada a grande piscina de minha mansão. Puta que pariu, eu estou com uma puta vontade de dar uma tragada. Mas eu ia conseguir esperar, Twist e Za me prometeram que iriam me trazer um pouco de cocaína e maconha para me aliviar. Levo um pequeno susto quando Claire entra no meu quarto- prisão, com os remédios e um copo de água em uma bandeja. 

 - Isso mesmo, está sendo um bom menino - disse ela enquanto eu engolia o último comprido. Sorri demonstrando total ironia.

 - Posso sair daqui já? - perguntei e a mesma me encarou com indignação - Calma, só quero dar um rolé por aqui, na reabilitação.

 - Pode sim. 

        A cada passo que dava por aqui, mais eu tinha vontade de vomitar. Principalmente, na cara dessas pessoas estranhas, que surpreendentemente, ainda agem como crianças comendo meleca e babando igual a um buldogue. De longe, avisto a garota louca que esconde seus remédios debaixo da cama, sentada no banco do "pequeno quintal", presa totalmente a um livro segurado por suas mãos e com os lábios pintados de vermelho.

Caminho em sua direção e logo estou sentado ao seu lado, tentando milagrosamente descobrir o quanto interessante tinha escrito nessas inúmeras páginas.

- Qual o nome? O nome do livro? - perguntei. 

- Falsa submissão, é um livro erótico - disse ela, fechando sem dó o seu livro contendo cenas inadequadas para menores de dezoito anos. Ri dos meus pensamentos irônicos.

 - Te deixam ler isso? - questionei, ainda achando aquilo muito esquisito. 

 - Roubei da faxineira mal comida que trabalha aqui - suspirou - Provavelmente deve estar na seca, que nem eu - Escutei sua última frase dita em um sussurro.

- Você já fudeu com quantos? - a minha pergunta podia ter sido um tanto grosseira. Mas, qual é, ela estava lendo um livro erótico!

- Com o segundo grau inteiro, incluindo as garotas - arregalei os olhos, mas inconvenientemente, não foi uma surpresa para mim.

- Você é bissexual?

- Digamos que eu goste de novas experiências – seu tom foi um tanto provocante.

- Está flertando comigo?

 - Você pode achar o que quiser, Bieber. - Em um ato rápido, já se encontrava de pé se retirando.

  - Espera - agarrei seu braço magro- Como se chama?

  - Jude. Jude Wondenkolk.