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História Breaking The Rules - Disparo


Escrita por: Taii_Rodrigues

Notas do Autor


Depois de M E S E S empacada nessa giringonça...
F I N A L M E N T E - T E R M I N E I

É pra glorificar de pé, irmãos?!?!? ÉÉÉÉ!!!
Amém?!?! AMÉM!!!!

E olha, acho que como finalmente consegui escrever essa parte mais difiicil, acho que as outras seram mais fáceis. Eu acho...
Bem, a unica coisa que tenho a dizer é por favor, não me matem! kkkkkkkkk (rindo de nervosa)

Boa leitura meus pimpolhos! <3

PS: A capa tá essa bosta por que eu tentei fazer. Descobri que é melhor eu só escrever mesmo.
PPS: E falando em capa, a fanfic tem uma capa nova feita por uma fofa chamada @Winndy <3

Capítulo 26 - Disparo


Fanfic / Fanfiction Breaking The Rules - Disparo

Capítulo 26 – Disparo.

  Gajeel

- Vamos lá! Você está muito mole! – falei me posicionando, esperando mais um golpe de Levy.

Ela veio correndo, fingiu que iria me dar um soco, o que me fez proteger meu rosto, mas ao invés disso ela me deu uma rasteira. Perdi o equilíbrio e acabei caindo na areia da praia. Antes que ela pudesse me dar um soco eu me defendi e a puxei para a areia também. Começamos a rolar em busca de dominância até que ela conseguiu se colocar em cima de mim e agarrar meu braço esquerdo. Na posição em que estávamos não foi difícil rolar e fazê-la perder o controle sobre mim.

Me levantei rapidamente e fiquei em posição de defesa com os braço na altura do rosto. Levy se aproximou de mim tão rapidamente que deixou uma brecha fácil pra segurar ela e dar um mata-leão. Esse era o fim, não dava pra fugir daquilo. Pelo menos, eu não imaginei que ela fosse pensar tão bem a ponto de perceber que deveria se colocar atrás de mim. Ela colocou o corpo dela atrás da minha perna e tentou sair por trás. Não permiti que ela se soltasse e encaixei mais firmemente o golpe.

- Três tapas, Levy! - disse já querendo soltá-la.

Decidi que ia acabar por alí antes que eu a machucasse. Porém, Levy era teimosa demais pra desistir. Tão teimosa que segurou firme meu braço, colocou a perna esquerda atrás das minhas, e se jogou pra trás, quebrando meu equilibrio. Foi tão rápido que quando percebi ela já estava em cima das minhas costas. Rapidamente ela já segurou minhas mãos com toda sua força e colocou o pé no meu rosto.

- Três tapas, Gajeel! Ah é, você não pode – ela disse rindo.

Mas que Pirralha maldita e irritante!

- É... – falei relaxando os músculos - Parece que meu trabalho aqui está feito!

- Eu venci?! – ela disse me soltando.

- Venceu! – falei me sentando na areia.

- Sem você me dar moleza?

- Sem moleza.

- Você não se conteve?! – ela disse com os olhos brilhantes.

- Não me contive! É claro que a forma como lutei com você agora não se compara com como eu lutaria se estivesse com raiva do meu inimigo. Mas é, eu não me contive!

- Aaaah!!!

Levy deu um grito e passou a pular e gritar pela praia.

- Eu venci! Eu venci! Eu venci! – ela dizia toda alegre.

- É, venceu! – falei a abraçando por trás, e a rodopiando – Mas não se acostume! – disse quando a coloquei no chão.

Levy sorria como uma criança que acabava de descobrir que iria para a Disney. Baguncei o topo da cabeça dela e passei os braços pelos seus ombros, a guiando para a entrada da casa.

- Seus reflexos melhoraram bastante! E sua mira é incrível. Parece que nasceu com o dom de atirar.

- Venho de uma família de tiras, acho que é o mínimo. – ela disse rindo.

- É, faz sentido... Ainda mais levando em conta que a minha é metade tira e metade bailarina. E eu acabei tendo um pouquinho dos dois.

- Ainda não acredito que você dança tão bem!

- Um dia eu te ensino.

Fomos direto para a cozinha beber água. Observei Levy abrir a geladeira e pegar uma garrafa. Depois ela andou pela cozinha e foi até o armário pegar um copo. Ela parou na pia e se serviu, de costas para mim. Seu short legging preto estava todo sujo de areia, e ficava bem justo em suas coxas, seu bumbum empinado parecia maior naquele short. Ela se mexeu e flexionou um dos joelhos. O short acompanhava cada movimento dela. Parecia uma segunda pele de tão justo que ficava. A costura se alinhava perfeitamente ao vão entre os dois glúteos.

Senti minha garganta secar e meu corpo esquentar. Para piorar, ou melhorar, Levy se vira para mim e me oferece um copo d’água. Bebo rapidamente e devolvo o copo pedindo por mais água. Enquanto Levy servia, observei novamente seu short. Na frente ele destacava de modo gritante sua intimidade. As coxas roçavam uma na outra. Coxas essas que com o treinamento estavam mais firmes e definidas.

- Sabe, Pequena... – falei tomando meu terceiro copo d’água – A mudança que eu mais gostei no seu treinamento, é que você está...

- Mais forte? – ela disse animada.

- Muito gostosa. – falei vendo Levy corar.

- Concordo. – disse minha mãe da porta da cozinha, e então foi a minha vez de corar. – Gajeelzila está praticamente te devorando com os olhos! Rawn!

- A quanto tempo está parada ali? – perguntei.

- Tempo o suficiente para te ver morrendo de vontade de encoxar ela nessa pia e apertar a bunda dela até seus dedos ficarem roxos.

Senhoras e Senhores, minha mãe.

- Mas ele está certo, querida. – ela disse se aproximando de Levy e dando um tapa estralado na bunda dela – Você está um pitéu!

Apesar da vergonha, acabamos rindo da situação. Com a minha mãe ou você entrava na brincadeira e ria ou ficava traumatizado pelo resto da vida. A primeira escolha é a menos pior, acreditem.

Fui tomar um banho para tirar a areia. Ultimamente os dias andam sendo tão agradáveis que me faz esquecer dos problemas. Pela primeira vez depois da morte do meu pai, eu sentia que eu tinha um lar. E meu lar era formado pela minha mãe, Levy e Pantherlily, que me adotou como dono e que descobrimos que era de fato macho. Apesar de ter o nome Pantherlily, o chamamos apenas de Lily na maior parte do tempo.

E Mira, que mesmo longe e sem contato ainda fazia parte do meu lar. Em dois anos de convivência diária com ela, eu sabia que tinha ali uma irmã. Apesar de nosso relacionamento na adolescência, eu não via Mira de outra forma que não fosse fraternal. E nesses dias de calmaria, faltava apenas a presença dela para que tudo ficasse perfeito. Para que eu sentisse meu lar completo.

Entrei de baixo do chuveiro e enxaguei meu cabelo. Tinha que dividí-lo em quatro partes para ter certeza de que havia tirado todo o sabão. Após o banho vesti uma calça e uma regata e desci as escadas. Levy estava jogada no chão brincando com Lily. Ela ria quando ele mordia seu dedo e puxava seu cabelo. Uma risada gostosa que eu gostaria de ouvir para sempre.

Lily notou minha presença e veio até meus pés. Eu não precisava pega-lo, ele mesmo escalava minha calça até chegar ao meu peito. Peguei-o no colo e o coloquei no meu ombro.

- Por que ele gosta mais de você do que de mim? – perguntou Levy indignada.

- Por que eu não achei que ele fosse uma menina. Enfim, fez a lista? Estou indo para o mercado agora.

- Fiz sim, está aqui.

Ela me entregou um pedaço de papel. Eu precisei ler e reler ele várias vezes para ter certeza do que estava escrito ali.

- Está falando sério? – perguntei ainda indignado.

- Estou. Qual o problema? – ela disse sem entender o motivo da minha indignação.

- Deixa só eu confirmar então: Você vai querer seis barras de chocolate, setecentos gramas de mortadela, duas latas de pêssego em calda, tomate cereja, iorgute de figo, queijo sem lactose, azeite de abacate, duas melancias inteiras, doce de abobora e uma beterraba?

- E uma torta de pitaya com cupuaçu

- E uma torta de pitaya com cupuaçu... Certo... Agora a pergunta que não quer calar. Para que você quer tudo isso? As coisas nem fazem sentido umas com as outras!

- Não é por nada não, só estou com vontade de comer essas coisas. Principalmente a torta de pitaya com cupuaçu! Sério, acordei salivando comer uma torta de pitaya com cupuaçu!

- Nunca ouvi falar de uma torta assim mas posso pesquisar... Mas e as outras coisas? Não entendo o sentido de você querer tudo isso. Você detesta doce de abobora.

- E se o meu paladar mudou? Quero comer ele agora, ué!

- Quer saber, depois de ver você misturar jiló no chocolate para ele ficar meio amargo, eu não duvido de mais nada que venha do seu paladar.

- Você não esquece isso nunca?

- Impossível! Você quase botou fogo na cozinha!

- Chato! – ela disse mostrando a língua.

Revirei os olhos e peguei minhas coisas para ir ao mercado.

- Olhe, eu estou com uma. – falei mostrando minha pistola na cintura – Você sabe onde está a outra.

- Você só vai ao mercado, Gajeel.

- Não estamos de férias, Levy. Comporte-se.

- Tá, tá! Quero minha torta de pitaya com cupuaçu! – ela gritou enquanto eu fechava a porta.

Assim que sai com o carro olhei novamente a lista de pedidos da Pirralha e cheguei a conclusão de que estou namorando uma esfomeada. Seguia pela estrada que em poucos minutos me levaria para o centro comercial de Hargeon e pensava na minha namorada esfomeada. Ainda era engraçado pensar na frase ‘minha namorada’. Era engraçado dizer porque ninguém sabia. Estávamos a aproximadamente quatro meses e meio “namorando”. E a cinco meses e meio atrás mal nos conhecíamos. Foi tudo tão rápido...

Mesmo assim, eu tinha certeza de que o que eu sentia pela Levy não precisava ser justificado pelo tempo. Desde o momento em que percebi o que sentia por ela sabia que estaria lascado. O que sinto por aquela baixinha encrenqueira e teimosa não dá para explicar. Mas é forte o suficiente para que, assim que toda a confusão termine, eu assuma nosso relacionamento e enfrente a fúria de uma mãe policial. Era certo, não iria mais fugir e esconder de ninguém. Eu iria chegar na Sarah e dizer.

“- Sarah, eu e Levy estamos namoran—“

Tive meus devaneios interrompidos por um carro que estava vindo na outra direção e se jogou para cima de mim. Desviei o carro para o lado direito evitando a batida frontal, mas não evitando que eu fosse em direção as árvores e colidisse.

Minha cabeça girava com o impacto, porém a adrenalina do momento evitava que eu pensasse em qualquer coisa que não fosse sair do meio daquelas árvores e voltar o mais rápido possível para casa.

- Gajeel, ou você bateu a cabeça com muita força, ou era o Racer dirigindo aquele carro!

Eu tinha certeza. Fiquei tantas horas olhando para a foto daquele homem, que poderia reconhecer ele em qualquer lugar. Ele jogou o carro para cima de mim propositalmente. E o pior, ele estava indo em direção a casa de praia.

Girei a ignição do carro, que roncou mas morreu. Girei novamente e tive o mesmo resultado. Estava disposto a ir correndo para casa, porém na terceira vez ele funcionou. Com certeza foi sorte a batida não ter sido tão severa a ponto de dar perda total.

Dei ré e assim que voltei à estrada, afundei o pé no acelerador. Racer estava indo atrás de Levy. E ele não estava sozinho.

 

Levy

Assim que Gajeel saiu, peguei Lily no colo e subi com ele para o quarto. Kim se encontrava no quarto dela pintando, como sempre.

- Você gosta de mim, não é? – perguntei ao Lily me jogando na cama.

Como resposta ele esfregou sua cabeça no meu queixo ronronando.

- Gajeel é um idiota. Ele não é um idiota?

Lily miou e tenho certeza de que ele estava confirmando. Fazia carinho em sua cabeça quando ele se afastou e foi até a minha barriga e começou a afofá-la. Ficou um bom tempo fazendo isso até que se deitou. Suspirei. Lily era o único que sabia do meu segredo.

Eu não queria acreditar, mas após os enjôos, a menstruação atrasada a um mês e agora a vontade de comer coisas aleatórias, não havia como fugir. Seria ingenuidade minha ignorar tudo isso. Ou eu estava muito doente, ou eu estava...

Pousei minha mão em minha barriga. De uns tempos para cá, conforme a ficha ia caindo, eu estava fazendo isso com mais frequência. E aparentemente Lily é o único que suspeita. Já que estava com a mania de cheirar e de se deitar em cima dela. 

- Ah, Lily... O que eu faço?! – o gato me olhou e voltou a se deitar, ignorando meu desespero – Não dá para simplesmente chegar no Gajeel e dizer: Hey! Eu estou—

Ouvi um barulho vindo da porta de entrada. Ela rangia quando era aberta. Só poderia ser Gajeel. Mas estava muito cedo para ele já ter voltado do mercado. Saí do quarto pronta para perguntar o que havia acontecido. Até que ouvi alguém falar baixo. Gajeel não falaria baixo se estivesse em casa.

Me aproximei devagar das escadas e do alto pude ver uma cabeleira cinza, e mais vozes. Com certeza Gajeel não havia voltado para casa, e algo me dizia que quem quer que seja que estivesse lá em baixo, não eram amigos. Me afastei devagar até o quarto, eles ainda procuravam alguma coisa lá em baixo.

Me abaixei e puxei de debaixo da cama uma caixa de sapato. Peguei a Taurus 380 que fazia par com a que estava com Gajeel, o cartucho de munição e o celular. Escondi a caixa novamente e peguei Lily, indo até o quarto de Kim. Eu não os ouvia, mas sabia que ainda não haviam subido as escadas.

- Kim... – sussurrei ao entrar e conseguir fechar a porta sem fazer barulho.

- O q—

Fiz sinal de silencio e ela ficou quieta. Entreguei-lhe Lily e afastei seu cavalete. Posicionamos-nos na parede oposta à porta, e apontei a arma.

- Não estamos sozinhas, Kim. – falei e fiquei a espera.

Escutei passos subindo as escadas, e vozes vindas junto. Eles pararam. Depois mais alguns passos. Alguém se aproximava vagarosamente da porta do quarto onde estávamos. A porta se abre e eu miro a arma na cabeça da pessoa que aparece.

 Era um homem alto e magro. Seu cabelo era um moicano loiro, usava óculos escuros e tinha um nariz bem comprido. Ele sorriu assim que nos viu, mas não se moveu.

- Rustyrose, estão aqui. – ele disse abrindo a porta e dando um passo para trás.

Ouço mais passos e outro homem aparece. Um pouco mais baixo que o primeiro, esse tinha os cabelos cinza arrumados em um topete. Usava óculos de grau e um sobretudo azul marinho.

Ambos estavam armados. O de cabelo loiro deu um passo. Ele erguia as mãos em sinal de rendição, mas não largava a arma. Atrás dele, o tal Rustyrose apontava sua arma para mim. O loiro deu mais um passo e eu foquei meus olhos nele. Pronta para atirar se ele se aproximasse mais.

- É muito perigoso você estar com essa arma, por que não larga ela e a gente conversa? – disse o loiro.

- Acha que sou idiota? O que você quer aqui?!

- Você, logicamente. Sua mamãe pegou nossas armas. Armas essas muito importantes e que não são fácies de fabricar. Tentamos negociar por bem mas ela não quis. Então vai ter que ser por mal.

- Mais um passo e eu atiro! – falei após ele tentar se aproximar mais.

- Se eu fosse você tomava cuidado com isso, não é um brinquedo...

Ele deu mais um passo e eu atirei. Só notei que havia prendido a respiração após o disparo. O tiro atingiu seu braço direito. Ele tentou desviar, mas o tiro ainda o acertou, mesmo que de raspão. A munição ainda tirou uma lasca da porta, quase acertando o outro cara. Sangue começou a escorrer pelo braço do loiro.

- Eu sei muito bem brincar com isso! – falei apontando a arma novamente.

- Sua putinha! – ele disse enfurecido.

Ele engatilhou sua arma e a passou para a mão esquerda, apontando-a diretamente para mim. Rustyrose entrou no quarto e apontou sua arma para Kim. Eu estava em desvantagem, e torcia para que Gajeel tivesse desistido das compras.

- Vamos, sua putinha, passa para cá ou eu mato você! – gritou o de cabelos loiros.

- Mas Racer, o chefe disse para não atirar nela!

- Cale a boca, Rustyrose!

Ele se aproximou de mim novamente. Desta vez sem cautela, veio para cima com tudo. Eu atirei novamente mas ele conseguiu desviar minha mão para o teto. Ele tenta tirar minha arma mas eu rodo e troco a posição torcendo seu braço. Ele pisa no meu pé com força, me fazendo desequilibrar. Aproveitando isso, Racer joga meu corpo no chão, me imobilizando. Quando caio deixo a arma voar da minha mão.

Enquanto ele tentava me imobilizar, eu dou uma joelhada no meio de suas pernas, mas ele não se afasta. Em vez disso, me dá um tapa na cara.

- Cansei de ser bonzinho com você, sua vadiazinha! – ele grita.

Estava pronto para dar outro tapa quando vejo Kim voando para cima dele e me libertando. Corro até onde a arma havia caído e a pego. Ao olhar para Kim, vejo que ela estava lutando contra Racer. Ela segurava um dos braços dele, impedindo-o de usar a arma, enquanto tentava distribuir chutes. E ele se defendia com a mão ainda livre.

Claro que Kim também teria alguma noção básica de luta. Então me foquei no outro homem, Rustyrose. Ele desviou o olhar da outra luta quando notou que eu o encarava. Mas não dei tempo dele reagir e corri, jogando todo o meu corpo para cima dele o fazendo cair no chão. Também comecei uma batalha tentando desarmá-lo. Rolávamos no chão saindo do quarto e indo de encontro para a escada.

Até que ouvi um tiro.

E então, um grito feminino.

Com toda a minha força, chutei Rustyrose para longe e me levantei pronta para ir de encontro a Kim. Mas Racer aparece primeiro. Saindo do quarto e arrastando-a pelos cabelos.

- Kim?!? – falei exaltada apontando minha arma para Racer de novo.

Rustyrose apontou a dele em minha direção.

- Levy! – disse Kim e eu a olhei - Fuja daqui! – ela gritou com lagrimas nos olhos enquanto tentava se soltar das mãos de Racer. 

Mas Racer a puxou pelos cabelos e a ergueu do chão.

- Cale a sua boca! – ele berrou e a jogou novamente no chão, mas sem soltar seus cabelos.

- Aah! – ela gritou de dor e então notei sua perna sangrando, provavelmente onde havia levado um tiro.

Sentia meu coração prestes a sair pela boca e lagrimas queriam dominar meus olhos. Minhas mãos tremiam. Aquilo era muito mais do que eu esperava. Gajeel havia me preparado bem, mas não o suficiente para aquilo. Respirei fundo sem desviar os olhos de Racer. Eu precisava manter a calma. Quanto mais nervosa eu ficasse, mais chances de erro eu teria.

Respirei fundo novamente. Seria uma boa hora se Gajeel aparecesse agora, mas ele estava no mercado. Então, o que eu deveria fazer? O que fazer, Levy?!

Racer levantou o braço e apontou sua arma. Mas ela não estava diretamente em mim, mas sim em algo atrás. Na direção das escadas.

- Solte. Ela. Agora.  – disse uma voz rouca, potente e ameaçadora atrás de mim.

Não precisava olhar para trás para saber quem era. Gajeel havia voltado, nos dando alguma chance de vitória.

- Soltar ela? – disse Racer com um sorriso sádico - Você acha que está em condição de mandar alguma coisa?

- O que vocês querem?! – vociferou Gajeel ao meu lado.

Seu rosto normalmente rabugento de um jeito amável agora se encontrava com puro ódio. Seus olhos castanhos pareciam vermelhos. E pela primeira vez, tive medo da expressão de Gajeel. Apesar de ele calmamente puxar e soltar o ar, era nítida sua euforia. Ele tentava manter a calma para não atirar naqueles homens a cada segundo que passava. Pois sabia que assim que o primeiro apertasse o gatilho, todos os outros atirariam, e não era possível prever todas as consequências.

- Você sabe o que queremos. – disse Rustyrose.

E então notei que ninguém estava com ele na mira. Vendo que Gajeel e Racer estavam focados, virei a minha arma para Rustyrose.

- Abaixe a arma, nos entregue sua namoradinha. – ele disse – E então, devolvemos a mamãe querida.

- Nem fodendo! – disse Gajeel trincando os dentes.

- Então atiramos! – disse Racer tirando sua mira de Gajeel e puxando Kim pelos cabelos, a levantando e apontando a arma em sua cabeça.

- Não! – falei tomando a frente de Gajeel, que apertaria aquele gatilho se eu não fizesse algo - Ela não tem nada a ver com isso! Deixem-na em paz!

- Ela é a nossa garantia. – falou Racer - A não ser que você venha conosco, ela não será solta!

- Fujam daqui! – gritou Kim em lágrimas.

- Cale a boca, velha! – esbravejou Racer, tirando a arma da cabeça dela e colocando dentro de sua boca - Quer perder a língua também?!

Senti Gajeel tenso ao meu lado. Suas mãos tremiam, mas não eram de nervosismo como eu, mas sim de ódio. Ele se controlava para não dar um tiro na cabeça daquele homem.

- Por que não fazemos assim – ele disse calmo, porém sua voz soou rouca, como um rugido - Eu deixo vocês fugirem, vocês nos dão a localização de Midnight e lhe garantimos sua segurança. Ele é preso e vocês ficam livres.

- Acha que a gente é otário? Você pode até ter pego o idiota do Zancrow, mas não vamos sair daqui sem a garota. – falou Rustyrose, mas Gajeel não desviou o olhar do outro, que o encarava com a mesma intensidade.

- Minha paciência está acabando. Entrega a garota ou matamos a velha! – disse Racer.

O silêncio prevaleceu. Gajeel claramente apertaria aquele gatilho a qualquer momento. Porém ele corria o risco de acertar Kim. Mesmo que aparentemente ele estivesse tão concentrado na cabeça de Racer a ponto de acertar aquele tiro de olhos fechados, ainda assim corria um risco. Fora que, se Gajeel atirasse, Rustyrose atiraria nele. E este estava perto o suficiente para não errar. Minha pontaria era ótima para alvos parados. Porém, além de minhas mãos estarem tremendo, se Rustyrose e Gajeel se enfrentassem, eu provavelmente não conseguiria atirar em um sem correr o risco de acertar o outro.

Estávamos em uma situação difícil. E estávamos em desvantagem. Claramente perderíamos ao menos alguém se nos enfrentássemos.

- Entregue a...

- Tudo bem! – falei cortando a fala de Racer e erguendo as mãos em rendição - Eu vou! Soltem ela, eu vou com vocês.

- Não! – gritou Gajeel - Levy, fique aqui! – ele disse sem desviar o olhar.

Afinal, se ele se distraísse comigo, os outros poderiam atirar.

- Estamos em desvantagem Gajeel, se reagirmos podemos perder alguém. Não quero que ninguém morra por minha causa. – falei colocando a arma no chão e a chutando para longe de mim e fora do alcance dos outros.

- Boa garota. – disse Racer - É uma menina inteligente.

- Só me prometam que não vão machucar ninguém, e eu vou sem causar problemas. – falei.

- Nós prometemos. – respondeu Racer.

Fui me aproximar dele, mas antes que pudesse dar meu primeiro passo, senti Gajeel segurar meu pulso.

- Não...

Senti sua mão trêmula em meu pulso. A outra continuava apontada para Racer e ele intercalava os olhares. E quando os nossos se cruzaram, pela primeira vez vi um Gajeel em desespero. Parecia em pânico. E então notei que eu também me sentia em pânico. Mas eu precisava fazer isso.

- Eu não vou deixar você ir. – ele disse e sua voz estava tão falha que pareceu um sussurro.

Segurei em seu rosto e dei um leve sorriso. Tentei suavizar meu desespero, mas sentia meus olhos já embaçados.

- Você me salva. – falei e lágrimas grossas começaram a escorrer em meu rosto. – Eu sei que salva... – falei e por fim lhe dei um selinho.

Aproveitei o momento em que sua mão falhou e me soltei. Me aproximei de Racer e assim que fiquei perto o suficiente, ele empurrou Kim para cima de Gajeel e me puxou com brutalidade.

- Viu só, se tivesse feito isso antes não teríamos tido problemas. – falou Racer sorrindo sadicamente.

Ele apontava a arma na minha cabeça enquanto me segurava em frente ao seu corpo. Kim estava agachada perto de Gajeel, segurando o ferimento que tinha na perna.

- Agora você fique quieto ai junto com a velha e nós vamos embora!

Ele agarrou no meu braço e começamos a ir em direção as escadas.

- Não vou deixar irem tão facilmente! – gritou Gajeel dando um passo a frente.

- Tem razão. – disse Racer serenamente - Rustyrose, garanta que ele não vai nos seguir. – e voltou a ir em direção as escadas.

- Não! – gritei me remexendo - Vocês prometeram que...!

- Cale a boca!

Senti meu rosto arder, minha cabeça girar e meu corpo cair no chão. Levar um soco na cara era doloroso. E era mais doloroso ainda levar um soco com um revolver. Minha cabeça ainda rodava quando meu corpo foi tirado do chão e jogado nas costas de alguém.

- Não toquem nela!- gritou Gajeel

Minha mente voltava ao normal e Racer começou a descer as escadas comigo em suas costas quando vi Gajeel vindo em minha direção, mas Rustyrose parou em minha frente.

Houve um tiro. E uma lasca de madeira da escada se estraçalhou.

- Não! – esbravejou uma voz feminina.

Houve outro tiro. E então o baque de um corpo no chão.

Rustyrose veio descendo de costas para mim. Me remexi nas costas de Racer e por breves segundos eu consegui ver.

Um vestido branco com uma grande mancha vermelha na região do peito. E um corpo feminino e magro sendo amparado pelos braços de Gajeel, que ajoelhado no chão tentava desesperadamente afastar os longos cabelos negros do rosto da mulher que sangrava.

Eles sumiram de vista conforme Racer desceu as escadas.

O choque que me invadiu foi tão grande que apesar de sentir um enorme pânico eu não conseguia me mexer.

Apesar de sentir vontade de espernear e clamar por socorro, eu não conseguia dizer uma única palavra.

Eu não falava.

Eu não piscava.

E então senti que também não respirava.

Alguém apertava com força um pano úmido no meu nariz.

E então, eu não senti mais nada.


Notas Finais


*Põe a cabeça para fora de um escudo devagar* - Oi?
*Se esconde rapidamente se protegendo de pedras e ovo podre*
- Só digo uma coisa! - grito por de trás do escudo - Se me matarem não tem final de BTR!
*O ataque para e saio devagar de trás do escudo*

Eu sei, eu sei. Acho que dei um tiro no coração de vocês, mas não me odeiem AUSHAUSAUSHAUS
Eu amo muito vocês, de verdade! <33
Eu não tenho muito que dizer... Apesar do capitulo não ter saído tão grande o quanto eu queria, eu ouso dizer que gostei do resultado. Acho que consegui transmitir a intensidade e os sentimentos da situação. Sei lá, posso está errada...
Me digam vocês! Ficaram tão tensos quanto eles??
Vou confessar que eu realmente chorei na hora de escrever a cena da Kim levando o tiro. Por que eu estava escrevendo, dai parei para imaginar a cena né. Sempre faço isso.
Olhei para o nada e comecei a imaginar a cena, sendo eu a Levy, por que estava no ponto de vista dela. E então tava lá eu no quarto, olhando estática para o nada e chorando. Mas chorando de verdade! Com lagrimas grossas escorrendo! Que situação, né? kkkkk É para vocês verem como me entreguei kkkk
Enfim, sem mais enrolações, espero que tenham gostado tanto quanto eu! Vejo vocês no próximo capitulo.
Beijão no coração :***

PS: Não esqueçam, se me matarem, quem vai escrever o final? Fica ai o questionamento!


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