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História Breathe Again - Wincest - Verdades escondidas em vidas vazias


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Amigos;

Como disse, segue mais um capítulo, esse cheio de clima entre os dois lindos.

Podem conferir, que em breve teremos mais.

Desculpem os erros.

Obrigada pelos comentários fofos e lindos de todos, juro que no final citarei um a um, porque o carinho é recíproco.

Capítulo 4 - Verdades escondidas em vidas vazias


Fanfic / Fanfiction Breathe Again - Wincest - Verdades escondidas em vidas vazias

   

Sam, já em Stanford, ficou uns dias em casa sozinho, somente pensando em tudo, colocando suas idéias em ordem, e Jessie respeitou o seu tempo, em consideração a morte de seu pai, até porque Sam não teve coragem de contar das brigas com Dean. Ela continuava assistindo as aulas da faculdade para passar o conteúdo para Sam, enquanto ele ficava sozinho.

Desde o momento em que estava no avião regressando e todos os dias em que ficou em casa, o seu pensamento era somente um, Dean.

Tudo sempre voltava a ele, absolutamente tudo, lembrava de Dean até na dor de ter perdido o pai, que apesar das brigas, Sam amava muito, e nos últimos tempos estavam se dando muito bem, nos contatos por telefones, principalmente. Pois seu pai sempre ficava feliz com as longas conversas que tinham ao telefone, enquanto Dean o ignorava totalmente. Sam sabia que Dean sofria calado a morte do pai, e que ele devia se sentir muito sozinho com a morte de John, assim Sam pensava, e mais uma vez, tudo acabava em Dean.

Sam fez uma faxina mental, e analisou tudo desde o início, quando começou toda aquela revolta de Dean, e se lembrou de que tudo começou quando ele foi para a faculdade, o que Bobby também confirmou, e porque ele nunca compreendeu o motivo de Dean o ignorar tanto, se ele nunca se abriu, e tudo aquilo havia desencadeado todo aquele ódio nele. John aceitou a partida dele de forma pacífica, apesar de discordar, mas Dean demonstrou uma falsa aceitação e acomodação com a sua escolha, o que se via nos olhos dele, e depois que  partiu, só obteve silêncio de Dean.

Sam percebeu isso, mas preferiu não ver, e nem explicitar, porque não queria brigar com Dean, na época em que partiu. Lembrou-se dos motivos dele ter escolhido partir, e, o principal era realizar seu sonho de se formar em advogado, e o segundo motivo era tentar colocar sua mente em ordem, e se afastar um pouco, pois ele tinha plena consciência de que possuía um sentimento de codependência muito grande para com o Dean, e esse sentimento o levava a uma confusão maior de sentimentos mais profundos, e durante sua adolescência teve plena convicção que estava apaixonado por Dean.

Realmente, agora, se lembrava dessas coisas, que havia escondido tão fundo dentro dele, que nunca mais havia se permitido sentir ou pensar nisso.

Ele tinha muito medo na ocasião em que escolheu ir para a faculdade, que foi a época em que se sentia mais atraído e apaixonado por Dean, e se lembrou de que esse sentimento rendeu o início das brigas com John, com quem se confessou, e seu pai reagiu muito mal a isso, mas sempre o orientava a nunca contar a Dean, e dizia que não precisava ele se afastar para “se curar”, que ele iria superar naturalmente, que era só admiração que ele sentia e que estava confundindo os sentimentos por causa dos hormônios da adolescência. Mas Sam não conseguia superar, e com o passar do tempo esse sentimento foi tomando proporções maiores dentro dele, talvez por isso que John aceitou, de certa forma, a sua ida para a faculdade, até porque a última briga deles teve como motivo esse pensamento de John, que não pode ser gritado durante a briga, devido a mesma ter ocorrido na presença de Dean, mas ambos, Sam e John, sabiam o real motivo do conflito entre eles.

Dean nunca desconfiou de nada, Sam e John tinham certeza de que a omissão seria o melhor para Dean, o que deixava Sam mais aliviado para poder continuar com sua relação puramente fraternal com ele, mesmo que de longe, para não alimentar esses outros sentimentos. Sam não contava com o silêncio de Dean por anos, e a sua recusa de manter qualquer contato, o que o levou a guardar tudo, no mais profundo de sua alma.

Enfim, Sam calou sua paixão por Dean todos aqueles anos, por medo e por respeito ao próprio Dean, pois quase morria só de pensar em como ele iria reagir se soubesse, provavelmente, lhe daria uma surra daquelas de deixar uma semana no hospital e depois nunca mais olharia na sua cara, sentiria nojo e repulsa, o que ele não suportaria de jeito nenhum, apesar que Dean, mesmo sem saber de nada, o castigou por anos com o mais completo silêncio, o que foi ainda mais doloroso, pois nem sequer sabia o motivo.

Logo quando chegou a faculdade encontrou seu pilar de sustentação em Jessie, que o ajudava a acalmar seu coração, e que o ajudou a afundar mais ainda aquele sentimento errado e absurdo que tinha por Dean, e até aquele dia do ““enterro”” Sam não havia sequer pensado nele.

Sim, no dia do “enterro”, talvez pela enormidade da compaixão que sentiu em ver Dean daquela forma tão revoltado com tudo, tão sofrido e tão sozinho, tinha despertado nele o outro lado do amor, o lado não fraternal, também, além do amor latente de irmão.

Enquanto ele o olhava ali, de frente àquela pira com seu pai, sentiu e pensou, o quanto ele era lindo de corpo e alma, e como aqueles olhos verdes que transmitiam tanta dor, eram perfeitos, e em como ele gostaria de beijá-lo até ele ficar confortado em seus braços, sentir aquele corpo junto ao seu, e levar todo aquele sofrimento embora, gostaria de poder ninar ele como se fosse uma criança, mas teve que se recriminar, afinal que irmão pensa isso do outro.

Mas quando tudo saiu do controle, e na última discussão com Dean, onde Dean encostou a faca em seu pescoço, sentiu, com mais intensidade, que não conseguiria mais trancar esse sentimento dentro de si, pois viu o quanto Dean precisava ser amado e precisava de alguém junto dele, simplesmente, porque enquanto o aço da faca cortada levemente a sua pele, viu dentro dos olhos de Dean, algo que sabia que ele jamais iria admitir, viu amor, amor por ele.

Se Dean tivesse realmente lhe cortado a garganta, seria por influência dessa fúria indomável que havia dentro dele, e não por que não lhe amava mais, e isso Sam viu em seus olhos, mesmo que fosse amor de irmãos, mas era o mais puro e límpido amor.

Naquele exato momento, naqueles poucos segundos, se lembrou de tudo que passou até aquele momento e viu que o mais importante era ele, que Dean era o que havia de mais importante em sua vida, desde sempre, e não conseguiria mais viver sem ele por perto, mesmo que fossem somente como irmãos, não conseguiria mais empurrar tudo no seu esconderijo, e voltou a sentir sua paixão com força. Até naquele momento sozinho em seus pensamentos, bem longe de Dean, não conseguia se conter, e por isso estava se lembrando de tudo. Afinal Dean precisava muito dele, e ele queria ajudar seu irmão de qualquer forma, não podia mais dar as costas para ele, não conseguiria, e não era certo.

Sam se recordava do quanto sofreu com os anos de silêncio de Dean, amargou aquela agonia imensa, em nunca conseguir saber nada dele, quando queria saber tudo sobre ele, os seus planos tinham que ser mantidos, mas também não sabia que o silêncio era um aviso do que Dean iria se transformar, naquela pessoa estranha a ele, um Dean voraz, sem rumo, frio, arrogante, quebrado e depressivo.

Isso tudo lhe doía demais, porque tudo era culpa dele, que o abandonou, sem lhe falar toda a verdade, e sem olhar para trás, agora entendia isso, que ele era para Dean o seu amuleto, que teria que criar e proteger, e que era o único naquela vida absurda que viviam, que conseguia entender Dean, que conseguia ler através de sua alma, que lhe compreendia totalmente, e quando ele partiu, o que sobrou para ele, somente um vazio no lugar de sua presença. Se deu conta das palavras usados pelo próprio Dean, quando lhe afirmou que era sua razão de viver, e as compreendeu, perfeitamente, mas, infelizmente somente agora.

Na época em que partiu para a faculdade, Dean não passava de um adulto, recém saído da adolescência também, não tinha maturidade para entender nada daquilo, e ninguém havia lhe ensinado a lidar com sentimentos, inclusive o de perda, e por isso que aquela revolta sem explicação ficou tão visível nele, quando perdeu Sam, vendo o quanto Dean o culpava por isso, e cabia a ele pedir perdão por tudo que causou, esse seria o primeiro passo.

Sam, depois de tudo que Bobby lhe falou, foi despertado para sua futura realidade, que teria que dar um tempo de tudo, e ficar junto de Dean, e ele não conseguiria ficar perto dele, sem lhe contar a verdade sobre seus reais sentimentos, para poderem prosseguir, mesmo que seguissem separados e mesmo que Dean quebrasse todos os seus dentes, após a revelação.

Sam sempre acreditou que para o amor não existem fronteiras, e ele iria mostrar para Dean, durante esse tempo deles, que conseguiria ser somente seu irmão, acima de tudo, mostraria a Dean esse mesmo amor puro e fraternal, que nunca deixou de sentir por ele, lhe contaria o principal motivo de sua partida também, para que ele pudesse lhe perdoar melhor.

Ao fim do terceiro dia de solidão com seus pensamentos, Sam, chorou e sorriu sozinho muitas vezes, sentiu em seu coração toda gama de sentimentos contraditórios, e tomou todas as decisões do que queria fazer daquele momento em diante.

Sem falar com ninguém, Sam foi à faculdade e trancou sua matrícula, apesar de faltar somente um ano para sua formatura, sabia que seu irmão era muito mais importante naquele momento. Retornou para casa quase de noite e esperou Jessie chegar, já com todas as suas roupas e coisas, separadas, que couberam em somente duas malas, sendo a maior parte de livros mesmo, e estavam repousadas no chão da sala.

Jessie entrou em casa, olhou as malas na sala.

Jessie: Oi amor, tudo bem, como foi o seu dia? Porque essas malas?...(Foi até Sam para beijá-lo, mas esse abaixou sua cabeça, pegando o beijo em seu rosto apenas).

Sam: Jessie, precisamos conversar.

Jessie: O que significa isso?..(Apontando mais uma vez para as malas).

Sam: Calma, Jessie, eu vou explicar tudo. (Jessie se sentou no sofá e Sam estava em uma poltrona a sua frente).

Sam: Quero que saiba Jessie, que eu passei por muita coisa, até o dia de hoje, e você até acompanhou boa parte disso tudo...você viu que sofri muito com o afastamento da minha família, quando eu vim para faculdade, mas pior do que meu sofrimento, foi o que eu fiz o meu irmão sofrer, e foi mil vezes pior para ele, e, agora, ele precisa muito de mim. Nosso pai morreu, e ele está sozinho, ele não está lidando bem com tudo isso, ele está deprimido, está bebendo demais e não se cuida, e eu decidi que é melhor eu ficar ao lado dele...(Sam respirou, buscando forças na imagem de Dean em sua cabeça).

Jessie: Tudo bem, amor, você pode ficar um tempo com ele, sem problema nenhum, pode passar, sei lá, um ou dois meses, sem problemas, eu te espero...(Foi interrompida por Sam).

Sam: Não, Jessie, deixa eu terminar. Eu não vou passar só um tempo programado com ele, eu quero ficar com ele para sempre, eu não conseguirei mais ficar longe dele, entende ? Eu fiz ele sofrer demais todo esse tempo longe, ele ficou meio perdido e é por isso que eu tomei algumas decisões. Eu vou voltar para casa do Bobby, que é como nosso próprio pai, vou ficar morando lá, para poder cuidar do Dean.

Jessie: Sam, você fala como se ele estivesse doente.

Sam: Não Jessie, eu falo assim porque eu o amo demais, eu o amo mais do que tudo nessa vida e eu quero muito vê-lo feliz e fazer ele sorrir novamente, eu preciso dele perto de mim. E eu nunca vou conseguir te explicar a fundo o que eu sinto por ele, mas é mais forte que eu, é mais forte do que tudo. Eu realmente preciso ir para perto dele. Assim, eu quero que saiba, que você é, e sempre foi, uma pessoa muito especial para mim, muito mesmo, e eu quero sempre fazer parte da sua vida...só que não dá mais para ficarmos juntos, Jessie...Infelizmente, eu tenho que terminar nosso relacionamento, para que você possa ser livre e ter sua própria felicidade, você entende ? Eu não quero que você fique magoada comigo, eu quero poder ser sempre seu amigo, mas não tenho mais como ser nada além disso, me perdoa, por favor. (Sam percebendo o espanto seguido de um choro baixinho de Jessie, tentava controlar suas palavras ao máximo, mas não previu as palavras de Jessie).

Jessie: Eu entendo tudo que você me disse Sam, e até te agradeço por ser tão honesto comigo, mas porque não me conta que você está apaixonado pelo seu irmão, o Dean, eu vejo isso nas suas palavras e nos seus olhos, está claro para mim, como água, aliás, você sempre foi apaixonado por ele, não é ? Eu sempre notei o jeito que você falava dele e de como seus olhos brilhavam com isso, enfim, eu quero que saiba, Sam, não estou te julgando, eu também quero que seja feliz, eu gosto muito de você, e não quero perder a chance de ter sua amizade.

Sam: É acho que é isso mesmo, eu não compreendo direito tudo que sinto por ele, porque sempre achei muito errado, e ele nem desconfia de nada, mas eu preciso salvá-lo dele mesmo, ele está muito mal, e grande parte disso a culpa é minha, eu tenho que ter o perdão dele e recuperar a pessoa que ele foi um dia.

Jessie: Tudo bem Sam, eu vou tentar esfriar a cabeça um pouco, mas eu te entendo, podemos ser amigos mesmo, com certeza...(disse levantando e indo em direção de Sam, que tinha lágrimas nos olhos)...Hei !!! Não quero ver você chorando mais, você escolheu tentar fazer alguém feliz, e como vai fazer isso com essa cara de choro .Pára com isso !!! Vem cá, me dá um abraço.

Se abraçaram por um longo período, Sam se sentiu realmente feliz, por não ter perdido a ligação principal que tinha com Jessie, que era a de amizade, estava aliviado que tudo ocorreu melhor do que esperava, porque gostava muito dela de verdade.

Jessie: Bom, agora vou deixar você ir e te desejo tudo de melhor, que você consiga também ser muito feliz, Sam, você merece...(Sam deu um beijo na testa dela, se abraçaram novamente, pegou suas malas).

Sam: Vou dizer somente um até logo, ok? Vou te ligar sempre, e se cuida !

Jessie: Tá tá tá, vai embora logo, tem que pegar um avião e me liga quando chegar, tá bom.

Sam saiu, entrou no taxi que o esperava na portaria, e seguiu para o aeroporto, e dentro do carro ligou para Bobby, avisando de sua decisão de ir morar com ele e que estava chegando no outro dia bem cedo, e ainda, pediu para manter segredo para Dean, que ele mesmo falaria de ir morar com eles.

 

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Bobby, após a ligação de Sam, foi até o quarto em que Dean estava, dormindo, após passar o dia todo ajudando Bobby no ferro velho.

Bobby: Dean, acorda, filho, tenho uma notícia para te dar, tá na hora de você se acertar com Sam, ele está vindo pra cá, no próximo voo.

Dean: (Deu um pulo da cama) É mesmo Bobby, ele tá voltando? Putz, tenho que fazer alguma coisa especial para ele, eu tenho que me desculpar todas as burradas.

Bobby: Pensa bem no que vai fazer e dizer para ele, seu Mané...(tapa na cabeça)...e pode começar indo buscá-lo no aeroporto de surpresa com o Impala.

Dean: Boa idéia, assim que ele te ligar, me fala que vou atrás dele com o Impala, mas agora eu vou sair para pensar numa coisa legal para ele.

Bobby saiu do quarto, e, Dean agradeceu por não ter bebido mais desde que Sam foi embora, o que lhe dava uma melhor consciência de seus atos e agilidade, e assim mais do que depressa, se levantou, tomou banho e saiu para preparar sua surpresa, se lembrando principalmente daquela cara de filhotinho abandonado que Sam fazia quando eram crianças e ele queria alguma coisa, sorriu, com o pensamento e encheu seu coração de amor novamente, como há muito tempo não sentia, mas depois da conversa com Bobby, a respeito de suas atitudes erradas, não conseguia mais nutrir aquela raiva desmedida por seu irmão. Entrou no carro e foi correndo ao supermercado que ficava aberto 24 horas.

 

XXXXXXXXXXXXXXX

 

Sam desceu no aeroporto ansioso com todo seu plano de reconquistar Dean como seu irmão e como seu melhor amigo, lhe contar toda a verdade e fazê-lo voltar a ser a pessoa que era antes dele partir.

Logo, sentou-se em uma cadeira de espera para poder ligar para o Bobby ir buscá-lo, estava discando o número de Bobby, quando ouviu.

Dean: Acho que não vai precisar fazer essa ligação...(Disse no pé do ouvido de Sam por trás dele, ele o tinha visto de longe e deu a volta nas cadeiras de espera para poder fazer uma surpresa).

Sam: Nossa Dean, que susto...(Disse com um sorriso de orelha a orelha, cheio de covinhas).

E sem falar que quando se virou para olhar Dean, ele não conseguiu disfarçar o seu jeito meio sem graça, como se fosse o primeiro encontro, pois desconfiava que seu olhar para ele havia mudado, de irmão e amigo, para irmão, amigo e apaixonado, diante de ter assumido para si mesmo esse sentimento. Ficou até com receio de Dean perceber isso logo ali, no aeroporto mesmo.

Sam olhou Dean da cabeça aos pés, e ele estava lindo, como sempre, seu semblante estava menos tenso, quase com um sorriso tímido, deixando Sam meio atordoado, não conseguiu parar de olhar o rosto dele, admirando e guardando mentalmente os olhos e lábios perfeitos, vendo uma mudança para um ar mais leve.

Dean: E aí, Sammy, vai ficar aí parado, me olhando, ou podemos ir embora?

Os pensamentos foram cortados pela pergunta, mas a resposta morreu em sua garganta por reparar que Dean o chamou de Sammy, o apelido que ele havia colocado quando eram crianças, e só ele podia lhe chamar  assim, e havia tanto tempo que não ouvia aquele apelido, reparou a imensa saudade que sentia de ouvir aquela voz dizer, demonstrando carinho, o que já era um bom começo, pensou Sam.

Sam: Podemos ir sim, desculpa eu não queria te dar esse trabalho, eu pensei que o Bobby viria. Eu sei que você deve estar com raiva de mim ainda....e....(Dean cortou Sam, porque era muito cedo para essa conversa).

Dean: Eu pedi pro Bobby me deixar vir em seu lugar, eu precisava conversar a sós com você, mas antes de irmos para casa, eu tenho uma surpresa. (Dean disse essa última parte quase tão baixo, meio envergonhado, que Sam achou que tinha entendido errado).

Sam: Porque você quis vir no lugar de Bobby? Não ouvi direito ....e que ....(foi interrompido).

Dean: Você é sempre assim, pergunta tudo ? Fica calmo Sammy , só deixa rolar, ok ? Tudo ao seu tempo. (Dean falou sorrindo encabulado, e até um tanto tímido, o que tranquilizou o coração de Sam, pois não estava entendendo nada, mas já estava gostando daquele jeito dele).

Sam: Tá bom, não vou mais perguntar...(Cruzou os dedos nos lábios em forma de juramento).

Dean: Melhor assim. (Riu e tentou evitar os olhos de Sam, para não perder a coragem de concretizar seus planos).

Dean e Sam entraram no Impala e seguiram viagem até próximo à casa de Bobby, mais em outra direção, estavam seguindo para dentro da cidade, até chegarem a um velho estádio de futebol, pequeno da cidade, que estava abandonado já há algum tempo, estacionaram em frente ao portão principal que estava mal fechado por uma larga corrente, tanto que se os lados do portão fossem afastados, passava qualquer pessoa entre eles.

Saíram do carro, sem dizerem uma palavra, e Sam olhava para Dean com olhar inquisidor, e Dean nem olhava para ele, mas sentia os olhos dele acompanhando seus movimentos. Era fim de madrugada, bem cedo, e os primeiros raios de sol começavam a surgir no horizonte. Dean deu a volta no carro, foi até o porta malas e pegou uma cesta de piquenique grande e foi em direção ao portão, sendo seguindo por um Sam completamente abobalhado e sem reação.

Passaram pelo portão sem dificuldade, e seguiram para o meio do campo, após cruzarem os blocos de concreto das arquibancadas da entrada. Dean abriu a cesta, retirou uma manta enorme, e forrou na grama para que se sentassem, tirou algumas coisas de dentro da cesta, pão, frutas, queijo, cereal, sanduíches, mel, sucos, duas garrafas pequenas, uma com leite e outra com café, além de copos e talheres, arrumou tudo encima da manta. Sam somente o olhava meio assustado.

Dean: Sammy eu fiz isso tudo para você, é uma surpresa...é seu café da manhã, eu sei que você gosta dessas coisas naturais e estranhas, então eu trouxe um pouco de cada, afinal você deve estar com fome, e escolhi esse lugar, para podermos ver o nascer do sol daqui, onde costumávamos vir aos jogos quando ficávamos com o Bobby, lembra?

Sam estava tão espantado que somente balançou a cabeça, e quando viu o olhar de Dean, como se fosse uma criança olhando tudo em volta, aquele lugar mágico e aquele momento tão lindo, ficou com os olhos marejados, e com voz embargada disse:

Sam: Você fez isso para mim ?...(E apontou para a cesta, sem acreditar).

Dean percebeu uma lágrima cair no rosto de Sam, sabia que era de emoção, mas fingiu não entender.

Dean: Não é para chorar, é para você ficar feliz, ou você não gostou da surpresa?

Sam: Se “eu não gostei”, é claro que gostei, gostei demais, eu adorei, ninguém nunca fez nada assim para mim. Obrigado !!! Eu nem sei o que dizer, obrigado de coração...(Levantou e abraçou Dean com força, sentindo o seu cheiro e o seu calor).

Dean: Hei, hei, que isso, não precisa agradecer nada. Senta aí !!! Eu preciso conversar contigo, enquanto comemos, eu preciso dizer umas coisas.

Sam obedeceu e se sentou novamente bem próximo de Dean, que abaixou a cabeça, tentando coordenar tudo que tinha para dizer.

Dean: Sammy, eu fiz isso para você, para te pedir perdão, eu fui um completo idiota, um imbecil mesmo, com você. Eu fiz tudo errado, entendi tudo errado e tomei atitudes mais erradas ainda. Eu só te machuquei e te maltratei sem você ter me feito nada. Me perdoa, viu...(Levantou a cabeça para olhar para Sam, que estava também de cabeça baixa, e pode perceber que haviam lágrimas rolando em seu rosto).

Dean: Olha só, eu fiz você chorar e sofrer, quando eu deveria estar te protegendo e feliz por você, eu fui muito idiota mesmo.

Sam: Pára Dean, eu também errei...eu...(Dean o cortou na hora).

Dean: Errou ? Em quê, me diz ? Em querer ser alguém na vida, em  realizar o seu maior sonho, em tentar ter uma vida digna e normal, sem correr perigo de vida até quando dorme...(Deu uma pausa, e viu que Sam levantou o rosto tentando dizer alguma coisa).

Dean: (Levantou a mão, para Sam não falar)...Deixa ....Deixa eu falar tudo Sam, tudo que está aqui..(Apontou para seu coração, esboçou um sorrisinho de lado, acanhado)...Eu vou te contar tudo que você queria que eu falasse todo esse tempo...vou começar pelo início mesmo, quando você foi embora, eu me senti tão sozinho, porque eu tinha você como se fosse o único motivo para eu viver, porque o pai tinha me dado uma missão, que era estar com você sempre e te proteger de tudo e eu assumi essa missão, que passou a ser o meu único objetivo, e como você sempre soube disso, eu não entendia direito como você podia partir sem mim, entende ? Eu me peguei com milhares de dúvidas e traduzi tudo como se você quisesse se ver livre de mim também, ficar longe de mim, sei lá, achei que você teria vergonha de mim, um irmão sem estudo, grosso e sem educação, e que você iria se tornar um advogado figurão onde nunca mais teria espaço para mim na sua vida, e que eu iria te envergonhar se eu me aproximasse, assim achei melhor também ficar longe de você, me afastar o máximo que podia o quanto antes, e por isso não fiz nenhum contato nos anos em que esteve na faculdade. Eu achei melhor assim, você não precisava mais de mim para nada, e eu não queria forçar minha presença, para você passar vergonha depois...(ficou calado um tempo)...eu sempre achei que era isso que você queria também, achei que tinha vergonha de nós.

Sam: Porque não tentou falar comigo a respeito dessas coisas que você sentia? Porque, Dean? Eu fiquei quatro anos sem saber nada de você, sem te ver, por causa dessa sua mania de guardar tudo para si mesmo, sem falar com ninguém e achar que está sozinho no mundo e que ninguém pode te ouvir ou te ajudar. Você tem noção que poderia ter sido tudo tão diferente entre nós, que poderíamos ter continuado amigos e irmãos como sempre, que eu poderia vir ficar com vocês nos fins de semanas, feriados e férias, o que eu nunca pude fazer, com medo de você, da sua reação, até o pai tinha medo de você, porque as poucas vezes que eu estive aqui, você sempre arrumava caçadas por dias com outros caçadores, e eu ficava sempre sozinho com o pai e ele também não entedia porque você ficava daquele jeito, até que tanto ele, como eu, achamos melhor eu não vir mais, para não te incomodar, e para você não precisar sair de casa quando eu estivesse. Eu achei que você me odiava, achei mesmo.

Dean: Me perdoa, me perdoa Sammy, por favor, eu já disse que eu sou um idiota, eu nunca poderia te odiar, eu nunca te odiei, nunca.

Sam: Continua...eu quero saber tudo agora, tudo que me disse antes, durante e depois do “enterro” do pai, tudo que aconteceu foi por causa disso que tá me dizendo agora?

Dean: Em parte foi. Eu te disse no “enterro” dele, essas coisas que estou te falando agora, mas eu também estava me sentindo sozinho, porque não tinha mais com quem conversar, tudo que eu tinha era um bom mestre, um comandante, o nosso pai, que somente me ensinava tudo que sabia para eu poder caçar, e saía para os bares à noite, ao invés de tentar manter uma conversa comigo, e eu acabei aprendendo a caçar, a beber e a jogar para poder estar mais perto dele. Imagina só...(Sam balançou a cabeça em reprovação ao que seu pai fazia com Dean).

Dean: E por outro lado eu ficava pensando que você estava pouco se importando comigo, já que optou por me dar as costas, era nisso que eu pensava e quando o pai me deu a notícia de que você estava noivo, aí que eu pensei que tudo estava perdido mesmo, que você acabaria a faculdade praticamente casado e seria feliz, e eu estava aqui sozinho. Ah, Sammy.... eu sentia tanta sua falta, sentia tanta saudade, que nessa época, eu sumi durante um tempo, me afoguei em todas as garrafas de todos os bares da cidade, eu ficava mais tempo bêbado do que sóbrio, confesso, eu que estava num ciclo. E acabava sempre colocando a culpa de tudo em você, além de achar que você tinha me abandonado. Eu tinha todos esses sentimentos dentro de mim, tudo de ruim e errado tinha sido causado por você, como se tivesse feito de propósito, somente para me ferir.

Dean: E quando o pai morreu, eu realmente cheguei no meu limite, nessa época, eu já sabia da história que Bobby te contou do sangue do demônio Azazel em você, e mais uma vez eu coloquei a culpa da morte do pai em você também, e toda a dor que eu sentia pela única pessoa que me restou na vida ter morrido, eu só te culpava. E quando eu fui buscar o corpo dele abandonado num galpão, eu só pensava que deveria ter sido eu, realmente queria estar no lugar dele, só assim tudo estaria acabado. Eu não precisaria mais impor minha presença para ninguém, sentia tanta raiva dentro de mim, de tudo, de você, dessa vida que levamos, desse maldito demônio, da nossa família ter morrido na mão dele.....e....eu estava mais perdido que nunca, por isso eu continuava descontando tudo em você, até que o Bobby me abriu os olhos, do quão descontrolado eu estava, eu podia ter te matado com aquela faca, eu estava fora de mim...eu....eu te bati, Sam, e se o Bobby não tivesse me parado, eu nem sei o que eu poderia ter feito com você.

Sam: Chega Dean, não precisa falar mais nada, eu te compreendo, eu não tenho que te perdoar de nada, se você agiu assim, desse jeito, a culpa também foi minha, tudo começou porque eu fui embora, eu fui egoísta e só pensei em mim mesmo. Você que tem que me perdoar primeiro de tudo. E agora, peço que me perdoe por tudo isso, por ter te deixado sozinho por tanto tempo, pelo meu egoísmo e por tudo que isso causou em você e na sua vida ? Me perdoa, Dean, eu não sabia disso tudo.

Dean: Sammy, por muito tempo isso era tudo que eu queria ouvir de você, mas agora não faz mais tanto sentido, porque eu superei, e só por isso que eu estou aqui com você agora, e para não ficar mais nada entre nós, SIM, eu te perdoo...se você me perdoar de todo o sofrimento que fiz você passar ?

Sam: Ah, Dean, vamos seguir adiante, e SIM eu te perdoo também. Eu amo você seu cabeça dura.

Dean: Também te amo, irmãozinho.

Se abraçaram apertados, novamente, sentados um ao lado do outro, e naquele momento todo o clima pesado, toda a raiva e todo o ressentimento se dissolveram, voltavam a ser aqueles mesmos garotos, de antes, irmãos e amigos como sempre.

Sam: (Cortou o abraço, meio sem jeito e disse)...Então vamos comer isso tudo, ver o sol nascer e enquanto isso colocamos o assunto em dia...(Deu um sorriso e ficou aliviado de ver que Dean também sorria, não era o seu melhor sorriso, aquele de felicidade, mas sorria, meio sem jeito, como se estivesse fazendo algo errado, mas pelo menos já era uma grande vitória para Sam, pois aquele sorriso tímido e carregado de sofrimento era para ele, e como ele sentiu falta dele, como ele rezou para ver Dean sorrir novamente).

Dean:  De acordo. (Falou, cortando os pensamentos de Sam).

Começaram a se servir do café reforçado que Dean preparou, Sam era só alegria, ficava admirado cada vez que percebia que Dean havia lembrado das coisas que ele gostava, o que o deixava muito feliz, em saber que ele se importava tanto. Dean acompanhava o olhar de Sam para todo o lado, todo bobo por ter conseguido fazer uma surpresa tão bem recebida, e estava ansioso para poderem conversar mais, estava com vontade de matar toda aquela saudade acumulada de anos, sem se abrir com ninguém, queria muito poder falar sobre tudo com Sam, ainda estava meio travado, e não conseguia expor seus sentimentos direito, nem os do passado e nem os atuais, mas sabia que com a amizade entre eles voltando, que conseguiria falar sobre tudo.

Após terminarem de comer e assistirem em silêncio aquele nascer do sol no meio do gramado do estádio abandonado, ficaram um bom tempo ainda admirando o lugar com ar de melancolia.

Dean: E aí, Sammy, nem perguntei como você está ? Como conseguiu mais dias na faculdade para viajar ?

Sam: Bom Dean, eu tenho umas novidades para te contar, temos muito o que falar, né mesmo, que tal irmos para a casa agora...(Fez um certo mistério, com medo da reação de Dean ao saber que ele havia largado a faculdade e que iria ficar com ele, e, morarem juntos).

Dean: Ok, então vamos, mas terá que me falar assim que chegarmos, antes de cairmos no sono...(bocejou).

Arrumaram as coisas dentro da cesta novamente e voltaram para a casa do Bobby, com Sam cochilando no carona do Impala, e Dean que era só alegria no volante, olhando o jeito de menino que seu irmão dormia. Chegaram em casa, e se depararam, já na porta, com um bilhete de Bobby dizendo que passaria uns dez dias fora de casa, caçando em outro Estado junto com seu fiel amigo Rufus Turner, um sujeito meio louco e bem humorado, e, no bilhete ainda estava “mandando” os dois, o esperarem em casa. Dean logo percebeu que era uma armadilha do Bobby, querendo deixá-los sozinhos para se acertarem das brigas, deu o seu sorriso de lado, sacana, o que Sam percebeu e também sorriu.

 

CONTINUA...


Notas Finais


Vou postar os próximos rapidinho, e se preparem que serão com lemon.

A música desse capítulo, é o toque do meu celular, simplesmente porque eu amo
essa banda, apesar do estilo meio diferente, as letras de todas as músicas são lindas e cheias
de sentimentos, que sempre me inspiraram demais, então essa será a primeira de algumas que vou indicar deles.

Tudo haver com o momento do capítulo, aí vai, Never too late - Three Days Grace

BJSSSS !!!


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