História Breathin - Yoonmin - Pracinha.

Acontecimentos nunca farão grandes descobertas. Pequenos momentos mudam grandes rotas.

Era novembro quando os pais de Jimin se conheceram e ele sabia muito bem disso, pois seu pai vivia lhe contando essa história.

O senhor Park saiu do trabalho que durou mais que o normal e foi até um bar com alguns amigos, aquela altura já tinha arrumado um cargo melhor dentro do banco e estava terminando a faculdade de economia, tinha ido ao bar só beber e depois iria direto para casa, tinha prova no dia seguinte — era uma péssima ideia beber antes de uma prova importante, mas ele nem se importava com isso.

Nesse dia o lugar estava parcialmente lotado e a musica animada que saia do sistema de som foi trocada por uma ao vivo, a mulher que subiu ao palco improvisado era bonita, muito bonita, talvez esse fato acobertasse outro fato — ela estava bêbada e cantava mal, então Park concluiu que ninguém se importaria com a mulher bonita cantando mal para eles.

Ele virou a cadeira para assisti-la melhor e foi nesse momento que seus olhos nunca mais desgrudaram dela, ele a olhava admirado, ela cantava e dançava de forma desastrosa e isso o fez rir, uma mesa próxima aplaudia e a incentivava a continuar, algum tempo depois ela foi tirada do palco por um rapaz, sentou em uma cadeira com algumas mulheres que lhe cochicharam algo e seus olhos se encontraram pela primeira vez.

— Você é bonito — ela disse ao se aproximar de onde ele estava.

O sorriso em seu rosto transformou os pequenos olhos redondos em duas meias-luas, ela não esperou que Park lhe convidasse para sentar, apenas puxou a cadeira vazia e questionou se ele tinha aproveitado bem o show dela.

Passaram a noite conversando, Park ficou responsável de leva-la para casa, o que aconteceu só quando já estava amanhecendo, cansado e com sono, ele dormiu no sofá dos pais dela e assim perdeu a prova importante que tinha pela manhã.

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Jimin sorriu ao lembrar de como seus pais se conheceram, um sorriso largo emotivo, gostaria que eles estivessem ali vendo-o fazer a mesma coisa que a mãe fez há anos com a diferença de que ele estava sóbrio e sabia cantar — por algum milagre — como sua mãe dizia, ele havia herdado o talento da avo e cantava muito bem.

Park Jimin sempre gostou de cantar desde pequeno no aparelho de Karaokê que um senhor vizinho de Hoseok tinha, os três se juntavam e passavam horas cantando, ele nunca se imaginou em cima de um palco cantando para pessoas desconhecidas, mas era o que ele estava fazendo naquele momento.

Quando Hanna — a vocalista da banda — perguntou que música Jimin cantaria se um dia ela lhe convidasse ao palco, ele respondeu Pillowtalk sem ao menos pensar direito, pois a musica combinava perfeitamente com o estado em que seu relacionamento estava.

E enquanto cantava ali naquele palco com varias pessoas vidradas em si, apenas uma importava — Yoongi retribuiu seu sorriso e Jimin lembrou de todas as vezes que eles conversaram.

Antes de Yoongi começar a questiona-lo sobre sua alimentação, ele apreciava os momentos que se encontravam pela casa e passavam um bom tempo conversando ou apenas sentados lado a lado assistindo um drama qualquer na sala de estar.

— Não disse que a voz dele é de anjo? — Hanna falou assim que Park lhe devolveu o microfone.

Ele voltou ao trabalho e a banda continuou seu show, Jimin queria ir falar com o namorado, mas viu como ele parecia ocupado conversando com o homem de terno enquanto o outro, que usava óculos caminhava em sua direção.

— Park Jimin, certo? — ele perguntou.

— Sim, no que posso ajudar?

— Eu gostaria de saber se você canta profissionalmente, sua voz é linda e tenho certeza que você faria muito sucesso.

Os olhos do menino se arregalaram, algumas poucas pessoas já tinham lhe feito aquela pergunta e só de pensar em cantar para mais gente dava vontade de sair correndo, aquela noite tinha sido única, a coragem que teve para subir naquele palco não existia mais dentro de si.

— Desculpe-me senhor, mas eu não quero fazer sucesso nenhum.

Respondeu com um sorriso educado e tentou se afastar, o homem insistiu lhe puxando pelo braço, dizendo que faria dele famoso e o faria ganhar muito dinheiro, explicou como havia tempo que procurava alguém com o talento igual ao dele, mas Park respondeu mais uma vez educado que não estava interessado na proposta do homem.

— Você pode por favor soltar ele.

A voz rouca e autoritária de Yoongi se fez presente, os dois se separaram e Jimin massageou o braço dolorido.

— Pense na minha proposta — disse o homem — Eu vou indo, lhe envio as papeladas na segunda-feira, senhor Min.

Yoongi o ignorou e virou para Jimin, tocou seu rosto e ombros, perguntando se ele estava bem, se havia se machucado, Jimin o abraçou sentindo o amaciante de sua camisa misturado perfume suave que usava, sorriu com jeito preocupado que o mais velho lhe interrogava.

— Estou bem amor, mas preciso voltar ao trabalho.

Jimin respondeu, mas não soltou Yoongi como deveria fazer, afundou o rosto na curvatura do pescoço dele e resmungou.

— Provavelmente eu não saia as três, você ainda vai ficar?

— Vou, Jin tá bem animado hoje — Yoongi sorriu — Você foi ótimo lá em cima, me sinto mais apaixonado.

O coração do menor errou umas batidas e ele sentiu o rosto esquentar, Yoongi se afastou e lhe deu um beijo rápido fazendo com que seu coração falhasse mais uma vez.

Min Yoongi voltou para mesa respirando aliviado por encontrar só seus amigos ali, sem ter esquecido o ocorrido com Jimin minutos antes, ele enviou uma mensagem a sua secretaria não se importando com o horário.

De fato, o melhor amigo mais velho estava animado, Jin dançava mesmo sentado ao som da última música que a banda apresentava naquela noite, seu rosto vermelho e agitação fora do normal eram provas de que ele já estava bêbado, cantava o refrão da música a todo pulmões atraindo olhares de pessoas próximas, mas ninguém ali se importava.

Quando a banda se despediu e uma musica no estilo balada começou a tocar, Namjoon convidou os melhores amigos do Park para se juntarem a eles, o lugar estava menos cheio aquela hora, porem o movimento continuava intenso para os funcionários, já que estavam com menos gente na equipe.

— Ela tá de plantão. — Hoseok respondeu à pergunta sobre a ausência de Taliw.

— Jin, não faz isso!

O Kim mais novo tentou afastar o namorado de perto dele que tentava insistente lamber seu rosto.

— Hyung, para — pediu mais uma vez.

— Nunca vi ele assim — Jungkook riu — Ele ficou bêbado muito rápido.

— Na verdade não, ele tá bebendo desde que chegamos — respondeu Yoongi — Cadê o Taehyung?

Perguntou virando-se para o menino sentado ao seu lado.

— Está em casa com a mãe e os irmãos, ele tá triste por causa da prova, estou me sentindo mal por tá aqui e não com ele.

— Mas foi ele que insistiu pra você me fazer companhia — Hoseok comentou.

Enquanto os cinco conversavam, Jimin andava de uma mesa para outra, sentindo seus pés doerem e seu corpo suar por conta da camisa que usava para esconder as marcas que o namorado havia deixado em seu corpo.

— Park, pode ficar no caixa enquanto vou ao banheiro? — a moça perguntou.

Mãos juntos em frente ao rosto com um biquinho nos lábios pintados de vermelho, o menino riu largando a bandeja que usava para carregar as bebidas e foi até ela.

— Sim, vá lá se aliviar — respondeu.

Ela suspirou, saindo em disparada para onde ficava o banheiro dos funcionários e Jimin sentou no banco alto do caixa.

— Oi.

Uma mulher magra e super loira sorriu para ele, os dentes dela estavam sujos de batom e Jimin ficou na duvida se avisava ou não.

— Mesa três — ela lhe deu o cartão de credito — Adorei você cantando.

— Obrigado.

Park agradeceu enquanto registrava o pagamento dela, ainda na duvida se avisava sobre o batom.

— Posso perguntar uma coisa? — ela falou de repente.

— Sim.

— Aquele rapaz gatinho, de camisa azul é seu namorado? Eu e minhas amigas vimos vocês se beijarem.

— Sim, ele é sim — Jimin respondeu ruborizando.

— Ah, poxa — lamentou — Que desperdício de homens gatos.

— Seu cartão e o comprovante, obrigado — o Park falou — Volte pra casa em segurança.

Era a primeira vez que alguém lhe perguntava sobre Yoongi desde que os dois começaram a namorar há menos de uma semana, Park ainda não sabia como responder a tal pergunta, deveria dizer sim? Sim, eles estavam namorando ou deveria responder não? Afinal, Min Yoongi era um produtor e artista famoso, por mais que fosse reservado quanto a sua vida pessoal, vivia saindo em revistas e jornais por causa dos seus grandes feitos no meio artístico e social. E se o relacionamento deles viesse a público? Isso prejudicaria o namorado?

As inúmeras perguntas lhe invadiram a mente e só percebeu que já poderia voltar ao seu trabalho nas mesas quando a moça do caixa deu um peteleco no meio da sua testa, o assustando e a fazendo rir.

[...]

Jimin foi liberado as três da manhã, uma hora depois do seu horário normal de trabalho, sentou na cadeira que o namorado puxou para ele e relaxou seu corpo nos braços do mais velho, adorava seu emprego, apesar de as vezes ser puxado como naquele dia, recebeu beijos na bochecha que o fizeram sorrir.

As cinco da manhã eles saíram do DNA, o ar fresco e frio da madrugada fez Jin rir por algum motivo que somente ele sabia, talvez nem soubesse, estava bêbado demais para isso, por insistência do Kim mais velho e os dois meninos mais novos, eles voltaram para casa andando.

Yoongi entrelaçou seus dedos aos de Jimin, colocando as mãos dentro do casaco que usava, a mão pequena aquecendo a dele enquanto caminhavam mais afastados dos quatro amigos.

— VAMOS PARAR AQUI! — Namjoon gritou para eles.

A pracinha na qual pararam tinha vários balanços, escorregadores, bancos, as plantas e arvores que davam vida ao lugar eram bem cuidadas e como estava amanhecendo podiam escutar alguns passarinhos cantando.

Jin gritou fazendo todos olharem para ele.

— Meus pés estão doendo, mas vamos brincar! — exclamou num resmungo.

— Mas seus pés estão doendo — Namjoon olhou confuso para o namorado.

— Idaí, eu quero brincar.

Jimin riu se aproximando do hyung sentado em um dos bancos.

— De que? — perguntou.

— Esconde-esconde.

Ninguém sentia vontade de voltar para casa, mesmo estando cansados, eles discutiram quem seria o primeiro a contar e Hoseok se ofereceu.

— Vamoooos, eu começo a contar — sentou no banco — Um... Dois, Sete, Quatro... —

Os outros não entenderam que diabos de contagem era aquela, mas correram para se esconderem.

— Dez, vinte e oito — continuou.

— CONTA DIREITO — Jungkook gritou perto de Yoongi.

Eles estavam atrás de duas grandes arvores.

— Hobi tá tão bêbado que não vai achar ninguém — Jimin riu abraçando o namorado.

— Lá vou eu — anunciou.

Hoseok levantou cambaleando, tinha acompanhado Jin em algumas doses de bebida e mesmo afirmando que não estava bêbado, tropeçava vez ou outra, andou por aí sem realmente procurar algo.

— CADÊ VOCÊS? — Gritou sem animo de continuar a busca pelos amigos.

— AQUI — Jin gritou de um canto, Hoseok mudou sua direção, mas mesmo estando bem perto do mais velho ele não o achou.

— Não falei — Jimin riu.

— Silencio — Yoongi murmurou — Vou ter mesmo que te calar?

Min colocou o namorado contra a arvore e tomou os lábios carnudos dele para si, num beijo demorado.

— Eca! — Jungkook faz cara de nojo.

Mas no fundo ele gostaria de estar assim com Taehyung. Hoseok andou, andou, passou por todos mais de três vezes e não achou ninguém, eles trocaram de pessoa e brincaram mais algumas vezes, riram de Namjoon entalado no escorregador, tentaram brincar de amarelinha, mas não deu muito certo.

Os raios de sol invadiam a sala quando chegaram na casa de Yoongi, Jungkook se jogou no sofá, Jimin ajudou o namorado e Namjoon a levarem Jin e Hoseok para o quarto, os dois insistiam em querer tirar a roupa ali mesmo na sala.

— Ei — Park cutucou o amigo — Deita na minha cama.

— Vai dormir comigo? — Kook perguntou ainda de olhos fechado.

Ele riu do mais novo lhe dando um tapa no ombro.

— O Hope vai, vou ficar com o Suga — puxou Jeon o ajudando a levantar.

Yoongi colocou ração para Holly enquanto Jimin bebia água olhando a vista que a parede de vidro lhe proporcionava, juntos foram para o quarto, trocaram de roupa e escovaram os dentes, antes de sair do banheiro Min puxou o menor para um beijo, suas línguas compartilhavam o mesmo sabor de menta e se encontravam com delicadeza, quando se separaram minutos depois o despertador tocou. Era sete da manha quando enfim deitaram, as cortinas fechadas impedindo a passagem do sol deixou o quarto em completa escuridão, Jimin recebeu Yoongi em seus braços e sentindo a respiração dele contra sua pele, adormeceu.