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História Brincadeiras do destino - Desentendimentos


Escrita por: itaphoenix

Notas do Autor


OIIIIIIIIII PESSOALLLLLLL!!! Vocês ainda estão aí? Eu realmente espero que sim. Mas eu vou explicar o porquê de tanta demora.

1° Meu notebook caiu leite e queimou. Demorei um mês para conseguir concerta-lo e ele não ficou 100%

2° Comecei a fazer um TCC, só que ele foi desmembrado, quando penso que acabou, sempre tem uma parte para entregar. Mas essa é a última. Desse ano pelo menos :(

3° Eu comecei a fazer o capítulo assim que terminar a pior parte do TCC, tinha umas 1.5k palavras mais ou menos, mas eu queria postar um capítulo grande, afinal, vcs merecem né, mas minha avó ficou muito mal e foi internada e eu passei umas duas noites com ela. Por isso não consegui terminar o capítulo. Agora ela já está em casa :D linda e enrugadinha <3

Massss o capítulo está aqui e espero que tenha valido a pena. Porém digo uma coisa... tudo estava muito lindo né gente, mas agora O BICHO VAI PEGAR!!!!!

Capítulo 19 - Desentendimentos


Catarine e Naoki andavam ao encontro um do outro e se encontraram no meio do quadro.

– Parabéns Naoki, fiquei muito aliviada em saber que mesmo sem dormir bem, você manteve a primeira colocação como sempre. – Disse Catarine sentindo real alivio pela situação.

– Seria estranho se eu não conseguisse, afinal, foi a primeira vez que estudei antes do teste. Mas, parabéns para você também. – Respondeu Naoki tentando esconder seus sentimentos, em sua imaginação era capaz de ser ver carregando Catarine de cavalinho... ah os hormônios da adolescência.

– Parabéns? Para mim? Mas...

– Você não viu sua colocação?

– Não! Mas você viu? Porque foi olha a minha e não...

– Vá depressa, olha a Mayumi filmando a lista. Espere ela no final. – Eles se olharam maliciosamente, iria ser interessante ver a cara de tacho das três Mays.

Catarine chamou seus amigos e os cinco foram em direção ao último colocado. Chegaram exatamente no mesmo instante de Mayumi que fazia sua live.

– E em quinquagésimo lugar, não menos importante... – Falava Mayumi olhando o celular.

– Araia Catarine-Senpai, meu bem. Só olha! – Cantarolava Catarine para o celular de Mayumi. Essa, incrédula do que ouvia, filmou o nome e assim que percebeu que realmente estava correta a afirmação, tratou de desligar seu smartphone.

– Não acredito que você entrou na lista. – Disse gritando, chamando a atenção de todo mundo ao redor.

Buchichos começaram a se fazer.

– Olha, ela entrou mesmo no top 50.

– Como será que ela conseguiu.

– Não é possível que ela tenha passado.

– Com certeza, isso foi produto de cola. Que horror senhorita Araia-chan, não esperava que chegasse a esse ponto. – Dessa vez quem falou e fez todos prestarem atenção, foi Midori-Sensei.

Essa sua fala causou grande constrangimento em Catarine, pois muitos alunos da turma A estavam rindo. Seus olhos estavam começando a lacrimejar, mas ela logo conteve o choro, não queria que ninguém a visse nesse estado. Antes que pudesse se defender, alguém veio em seu favor.

– Acho de baixo tom, uma Sensei ainda, acusar uma aluna sem ter provas. Todos são considerados inocentes até que se prove o contrário. Você está constrangendo a minha aluna, Shindo-Sensei, e eu não permitirei isso, até por que, se alguém tivesse colado, os professores especialistas teriam nos alertado. Aliás, eu mesmo o teria feito. Ou será que duvida da nossa ética profissional?

Nesse momento os alunos estavam em silêncio acompanhando com a discussão com o olhar. Naoki queria defender Catarine, ele mais do que ninguém sabia que ela havia se esforçado e juntando a sua genialidade, é claro, ela obtivera aquele resultado por mérito próprio. Mas o fato de ter que expor que ela morava com ele, não lhe trazia boas sensações, ele odiava boatos, odiava agitações, odiava tudo na verdade, e exposição de mais lhe trazia uma profunda tristeza, por conta do seu passado quando usava roupas de menina.

– Não quis ofender ninguém, mas você deve concordar que uma das PIORES alunas da escola, se tornar a quinquagésima melhor do dia para a noite, é muito estranho.

Enquanto os Senseis discutiam de forma, um tanto quanto, pessoal, Catarine orava em seu interior para alguma coisa acontecesse e mostrasse que ela havia estudado, lembrou-se então do tal amuleto e decidiu abri-lo para ver se lhe trazia algum tipo de sorte, mas o que ela viu...

– CATARINE, POR QUE VOCÊ ESTÁ DORMINDO AO LADO DE NAOKI DE FORMA TÃO ÍNTIMA? – Depois que já havia falado alto o suficiente, Jéssica sentiu que chamou atenção demais do que devia.

Catarine olhou para Naoki que estava com o rosto completamente vermelho em um misto de vergonha e raiva.

– Naoki, não acredito que você se rebaixou a esse tipo de nível. – Desdenhou Mayumi.

Wally olhava boquiaberto para Naoki, que não pronunciava uma palavra. Olhou para Samanta, perguntando com sua expressão “O que está acontecendo” e ela respondeu com seu olhar “Espere que já te conto”. Jéssica bateu na testa como se lembra-se de alguma coisa e Carioca a repreendeu com o olhar. Kawã, apesar de chateado, passou o braço pelos ombros de Catarine, dando apoio, o que irritou ainda mais Naoki.

– Se você não puder se aparecer de alguma forma, não está contente, não é Catarine. O tanto que eu pedi segredo a você, mas você tinha que me expor dessa maneira tão ridícula, muito a sua cara esse tipo de situação. Você arma um circo inteiro para me fazer de palhaço.

– Mas... Naoki, não foi... não fui... eu não tenho...

– Você não devia falar assim com a Catarine Naoki, dobre sua língua e largue de ousadia quando se referir a ela. – Defendeu Kawã com ímpeto.

– E quem é você para defendê-la assim? Não estou falando com você.

– Não percebe Naoki? Ele é o namorado dela! - Falou Mayumi obtendo em troca um “óóóóó” dos alunos da escola. Kawã ficou feliz, mas logo se decepcionou com a resposta de Catarine.

– Somos apenas amigos. Vocês são muito antiquados se pensam que não podem existir amizade entre homens e mulheres, por favor!

– Mas é essa foto? O que significa? - Questionou Maitê.

– Significa que ela mora na casa de Naoki. - Respondeu Samanta de forma natural. - E outra coisa, olhem o rosto de Catarine. Estão vendo essas olheras e bolsas d’agua embaixo de seus olhos? Então, sinal que ela não está dormindo bem essa semana. – Após uma pausa para suspirar, Samanta prosseguiu com seu raciocínio. – Observem essa foto! Naoki e Catarine estão de pijama, dormindo sobre livros e apostilas. Aqui podemos ver uma apostila da escola, inclusive. 

– Mas e o que tudo isso tem a ver com a história Samanta? - Perguntou Maitê com desdém.

– Tem a ver que, Catarine não tem um relacionamento amoros com Naoki, mas apenas mora com ele e que estudou com ele essa semana, por isso passou na prova. Então ela não colou.

Muitos estudantes concordaram e ficaram surpresos com a análise de Samanta. Ouviu-se muitos “Nossa, ela parece uma detetive”, “Que análise detalhada”, “Ela parecia um investigadora”, “Ela seria uma ótima advogada”. Em contra partida, falavam de Catarine e Naoki “ Por isso ela passou”, “Naoki é um gênio mesmo”, “Só ele para conseguir fazê-la passar no top 50”.

– Mas por que você ensinou ela Naoki? Mesmo morando em sua casa, você não tinha essa obrigação. - Mayumi perguntou enciumada. Naoki arregalou os olhos, pois não sabia o que responder, não queria contar da chantagem através daquela foto, principalmente por não querer mais uma vez em sua vida ser motivo de chacota. Quando estava prestes a responder, Catarine tomou a frente.

– Por que fizemos uma contra aposta.

– Como assim Catarine? - Perguntou Carioca com real curiosidade, deixando até mesmo Naoki curioso com o que ela falaria.

– Depois daquela aposta sobre eu entrar no top 50, percebi que não conseguiriam estudar sozinha, pois não tenho foco para isso. Precisava de alguém que me ajudasse e Naoki estava no quarto ao lado. Então pedi sua ajuda e ele prontamente negou. Dizendo que era desperdício de tempo.

– Ele estava certo. - Retrucou Mayumi tentando se aproximar de Naoki, que se afastou um pouco da menina.

– Então usei a psicologia reversa e lhe disse que ele não era bom o suficiente para me ensinar. No fundo era apenas mais uma pessoa que se mata de estudar para tirar boas notas, nada de genialidade. Foi com essa provocação que consegui meu professor particular e entrei com honras ao mérito para o Top 50. Não é Naoki?

Muito a contragosto Naoki concordou com um balançar de cabeça. Jamais cairia num jogo daquele, mas era melhor fingir que sim, do que ser ridicularizado por seu passado.

– Viram, até mesmo a “burra” da escola conseguem dobrar o “gênio”. Vamos embora pessoal, esse circo aqui já deu.

Assim Catarine saiu abraçada com Kawã, que lhe consolava, seguidos por Carioca, Jessica e Samanta.

Naoki ficou para trás com um misto amargo de sentimentos que não sabia explicar, mas era basicamente: vergonha, raiva, tristeza e compaixão por Catarine, mas o maior era o ciúmes que ele não percebeu que tinha por ela quando estava junto à Kawã. 

Wally estava ao seu lado e percebeu tudo isso, mas sabia que o amigo era turrão o suficiente para não aceitar esses fatos. Por isso apenas o chamou para irem até a sala. E assim que saíram os alunos trataram de seguir o exemplo e dirigirem-se até suas salas.

Após a multidão se debandar, restou apenas Thiago e Midori, se olhando de uma forma muito esquisita. Nessa hora, Midori se arrependeu de suas palavras, mas já era tarde demais. Thiago sempre suportava muitas situações ruins em seus relacionamentos, talvez se Midori houvesse falado algo sobre ele, seria facilmente perdoada, mas falar de um aluno de Thiago, ainda mais Catarine por quem tinha tanta estima, foi demais para o Sensei.

– Thiago, eu...

– Você não precisa se explicar, tudo ficou muito claro aqui e foi o suficiente para que eu pudesse entender muitas coisas. 

– Isso não tem nada a ver conosco Thiago...

– Tem a ver com seu jeito arrogante e superior e a forma com que sempre tentou me rebaixar. Mas essa foi a última vez que fez isso, pois eu não tolerarei mais esse tipo de atitude da sua parte. Você humilhou minha aluna na frente de todos, você a constrangeu em um nível que eu jamais imaginaria. Eu estou realmente decepcionado com você, mas a verdade é que isso não deveria me surpreender, afinal, o que eu deveria esperar de você, não é mesmo? 

De arrependida, Midori passou para irritada. As palavras de Thiago trouxeram à tona todo o rancor que ela já sentiu algum dia por ele, afundando o novo sentimento de paixão no fundo do seu coração. Agora a coisa ia feder. 

– Você pensa que está falando com quem Lima-Sensei? Apenas expus fatos que eram por si só muito estranhos. Você deve concordar que Catarine subir em uma semana para a quinquagésima melhor aluda da escola inteira, é demais não é mesmo? Jamais um aluno da turma F teria a capacidade de ficar entre os primeiros colocados.

– Está insinuando que não tenho capacidade para ensinar meus alunos Shindo-Sensei? Está insinuado que o trabalho que venho desenvolvendo nesses três anos não significam absolutamente nada? Está insinuando que as medalhas e troféus que meus alunos ganharam para a escola valem menos que os da sua turma? Gostaria de entender que tipo de professora é você, por que de admiração, passei a ter aversão a sua pessoa.

– Meça suas palavras Sensei...

– Meça VOCÊ suas palavras, pois se ofender novamente algum aluno meu, esse problema será resolvido de forma mais severa. Passar bem.

Thiago virou as costa deixando uma Midori confusa para trás. Ela sabia que estava errada, mas não conseguiu controlar seus pensamentos ao saber que Catarine passou no top 50, afinal era realmente estranho, assim, tão de repente ela se tornar uma das melhores alunas. Mas sabendo que Naoki a ajudou em seus estudos, não era tão difícil assim acreditar nisso. Entretanto agora a “cáca” já estava feita. Midori era capaz de imaginar o sermão que suas amigas dariam nela.

Já Thiago, estava extremamente triste. Falar mal de seus alunos era algo inadmissível. Ele estava quebrado por dentro. Não admitia ouvir que sua turma não prestava ou que era a pior da escola. Eles eram seus tesouros e ele os defenderia de quem quer que fosse, isso o arrasava por dentro. Foi ao banheiro lavar seu rosto para impedir que as lágrimas descessem. Odiava bullying, odiava humilhações e odiava saber que alguém como Catarine estava sofrendo isso. Apesar de sua aluna sempre levar as situações parecidas na brincadeira, ele não admitia tal situação, ainda mais vinda de um professor. E pior, vindo de Midori.

Quando os alunos da turma F chegaram na sala, começaram a comemorar a vitória de Catarine. Foi como se a sala toda tivesse derrotado a turma A. Ouvia-se muitos elogios direcionados a autora da situação, mas infelizmente nenhum deles conseguiam a deixar animada. Percebendo isso, um colega de sua classe,  chamado Yuri disse:

– Catarine, eu sei que toda a situação que aconteceu lá fora foi difícil, ainda mais porque você gosta do Naoki...

– Eu não gosto do Naoki. – Disse corada pela raiva e vergonha.

– ‘Tá... enfim, eu sei que isso é difícil, mas saiba que toda a sala está ao seu lado e nós vamos defende-la. – Completou com toda a sala confirmando sua fala.

Isso foi o suficiente para Catarine estufar o peito e se encher de coragem para enfrentar a todos novamente. Recebeu um abraço coletivo de todos da sala.

Enquanto isso, Naoki seguia o que seus pés faziam instintivamente: ir a sala de Catarine. Não sabia bem o que deveria falar, afinal, também achava que ela estava errada de certa forma, pois desfizera o combinado de não contar que moravam juntos. Na cabeça dele, fazia total sentindo, mas ainda assim achara que se exaltou demais, por isso continuou seu caminho até se deparar com uma cena que lhe tirou do eixo.

Quando a turma saiu do abraço coletivo, Kawã continuou a abraçar a amiga e começou a cantar uma canção para ela. A sala vibrava com a cena e algumas pessoas diziam “Perdeu Naoki”, exatamente no momento que ele estava na porta da turma F.

– Parabéns Catarine, parece que achou um consolo. De qualquer forma, vim me desculpar por ter exagerado ao falar com você na frente de todos, deveria ter conversado em casa sobre você ter me apunhalado na frente da escola inteira. Mas isso não importa mais. Até.

Catarine nem conseguiu responder e Naoki já havia ido embora. Ela continuava abraça a Kawã, que estava muito irritado com a cena que acabara de acontecer. Demorou alguns segundos para que finalmente a garota entendesse o que ele quis dizer com o tal “consolo”.

– Ai meu Deus. – Disse empurrando Kawã. Ao olhar para Samanta e Jéssica, percebeu que elas riam e diziam “Ela só entendeu agora”. Juntou-se a suas amigas e falou. – Eu não gosto mais dele. – Elas apenas balançaram a cabeça em sinal negativo como se dissessem “Ah ‘tá”.

Nesse momento, Thiago-Sensei entrou na sala como nunca a turma havia visto antes. Ele estava muito BRAVO.

– O que eu tenho para falar é o seguinte: Vocês sabem que as competições físicas e artísticas do Colégio Nipo-Brasileiro estão chegando, certo? – Recebeu em troca uma enorme comoção de felicidade da turma, pois era a época do ano que eles mais gostavam. – Pois bem, eu sempre falei que o importante é se divertir, mas esse ano é diferente...

 

*

– Vamos esfregar na cara daquela turma que nós somos os melhores! – Disse Midori-Sensei para a classe A. Agora começaria a guerra entre as turmas e principalmente entre seus professores.

 

Durante o intervalo, o Diretor Akuharu-Sensei adentrou a sala dos professores.

– Ohayo, Sensei’s. O primeiro assunto que gostaria de tratar aqui foi sobre a situação de Catarine. Apesar de espantosa, não achei que você Shindo-Sensei (Midori), devesse falar algo daquela magnitude na frente de todos os alunos. Foi uma situação vexatória para a aluna e isso poderá acarretar consequências graves à você. Inicialmente, também pensei que fosse cola, mas não havia de quem ela colasse na turma F e também a nossa equipe de professores é altamente meticulosa nessas situações. Então acredito que todos concordam que Catarine passou por mérito, ainda mais depois de descobrir que ela estudou com Naoki...

– Mesmo assim, Akiharu-Sensei, eu gostaria de fazer um pedido, para que ficasse mais que comprovado a inteligência de Catarine. – Falou Midori, mas com certa maldade direcionada a Thiago. O intuito era afetar o professor. – Pensei em fazermos uma apresentação de alguma personalidade brasileira. Essa apresentação seria para a escola toda e deverá ser criativa. Apenas os terceiros anos participariam e seria um mês depois ou mais das olimpíadas do colégio. Para não atrapalhar os estudos para o Enem, poderíamos utilizar a nota para o bimestre, sem dar mais trabalhos dessa matéria a eles. O que acham?

Todos os professores gostaram da ideia, até mesmo Thiago. Ele sabia que Midori queria mostrar que a turma A era a melhor, pois Catarine entrara no Top 50 e as olímpiadas era certeza do sucesso da turma F, mas Thiago estava com os instintos competitivos muito afiados, e ele não deixaria barato. Virou-se para Midori que estava perto dele e falou para que só ela escutasse.

– Se a minha turma ficar com a nota maior que a sua na classificação geral, você deverá me chamar de Senpai por um mês. Caso contrário eu a chamarei assim. Você aceita?

– Claro que aceito. Só observe a sua “Senpai” ganhar.

Então o diretor prosseguiu.

– Já que todos concordam, depois pensaremos direito como faremos isso. Poderá até mesmo servir como uma mostra cultural. Será ótimo para a escola. Mas enfim. Também estou aqui para informar-lhes que o professor Yamato, de educação física, retornará a unidade do Japão. Por isso teremos uma vaga para professor de Educação Física, para todas as classe da escola e também para técnico de futebol masculino do Fundamental I. Como o profissional dará aulas para todas as turmas, é necessário que tenha disponibilidade do período integral para ficar na escola. Se alguém tiver alguma indicação, nem abrirei o processo seletivo, contanto que seja uma pessoa com uma boa formação e tudo o que vocês já sabem. Alguém tem uma indicação? Eu precisava para HOJE dessa pessoa. Yamato foi convocado de última hora, não houve outra maneira, por isso a indicação. Preciso de alguém competente, não tenho tempo para entrevistas e longos processos seletivos.

– Eu tenho uma ótima indicação! – Disse Thiago-Sensei. – Tenho um grande amigo que tem artigos publicados em revistas de esporte, trabalha como professor de futebol desde os seus quinze anos de idade e ganha medalha de ouro em todos os campeonatos que participa. Já foi indicado como professor do ano, fez faculdade de Educação Física na USP, pós-graduação de psicomotricidade pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e agora está cursando Mestrado em Educação Física na Pontifícia Universidade Católica. Ele se chama Pedro Farias, tem 26 anos e está de licença prêmio do Estado de São Paulo. Caso vocês entrem em acordo, ele pode pedir até dois anos de licença não remunerada para decidirem se ele fica ou não na escola. Quer que eu telefone para ele?

– Excelente Lima-Sensei, excelente. Ele me parece uma ótima opção. Eu diria que tive muita sorte. Mas, ele conhece os costumes japoneses?

– Pouco, mas eu posso ensiná-lo. Ele é bem regrado. – “Pelo menos no trabalho” pensou.

– Então ligue para ele e pergunte se ele pode vir agora para cá. Daqui duas horas se iniciam as atividades físicas das primeiras turmas.

Assim, o diretor retirou-se mais feliz do que quando entrou e Thiago telefonou para seu amigo.

 

Num bairro não muito distante dali, um ruivo, deitado em sua cama sem camiseta, ao lado de uma mulher que ele não lembrava o nome ouvia seu celular tocar.

– Cala boca, cala boca celular... maldição! Só pode ser o Thiago...

Alô, ‘que ‘cê ‘quer?

– Vai me tratar mal assim mesmo? Não vou te falar que abriu a vaga que você tanto queria aqui no Colégio.

– Você está brincando? – Disse sentando e endireitando o corpo imediatamente.

– Claro que não. Mas você precisa vir imediatamente para cá. É para início imediato. Tipo já. Daqui a duas horas começam as primeiras aulas. Corre. Ah, vou te mandar um arquivo em áudio para vir escutando a respeito das regras e demais “coisinhas” daqui da escola. Sabia que um dia te enviaria esse arquivo.

– Obrigada meu lindo, eu vou escutando sim, mas já te adianto que estou ciente das regras japonesas, Lima-Sensei. Arigatou e Gambatte para mim.

Com isso a ligação foi finalizada. Pedro avisou a sua convidada que ele sairia e que infelizmente ela deveria partir também, afinal não poderia deixar a casa aberta, já que passaria do dia fora. Pedro correu tanto para chegar no horário, que nem atualizou o “grupo dos brows” sobre sua conquista. Fazia muito tempo que ele queria entrar naquela escola, pois era a que melhor pagava os professores, fora que admirava toda a história e conquista do colégio. Já recebera muitas propostas boas, mas a única pela qual trocaria a escola estadual era a do Colégio Nipo-Brasileiro. E agora seria sua hora.

Quando estava próximo a escola, um homem branco de roupa social passava ao seu lado. Pedro pegou o celular para enviar uma mensagem a Santiago, quando esse moço pegou seu celular e correu. Pedro correu atrás dele, mas tropeçou em uma saliência da calçada. Ele praguejou por ter se machucado. Agora estava sem o celular e com uma péssima aparência para uma primeira impressão.

Mas quando o ladrão estava prestes a virar a esquina, uma Policial Militar da força Tática que já tinha avistado de longe o rapaz e o observava, pois suas características batiam com algumas descrições feitas por outras vítimas. Ela pediu para que o motorista da viatura desse a volta no quarteirão e prendeu o ladrão no flagrante.

Por coincidência o terceiro homem da viatura era Adom, amigo de Pedro, que estava estagiando para conquistar um braçal.

– Olha só, o príncipe foi salvo pela princesa na viatura branca. – Ironizou Adom ao amigo, que sorria sem graça. – Veja só, ia manda mensagem para o Santiago primeiro. Que palhaçada, porque não manda no grupo, só gosta dele é?

– Adom, mais respeito com a vítima. – Disse a Tenente que comandava o pelotão daquele dia.

– Não se preocupe tenente, ele é meu grande amigo. – Disse sorrindo a sua parceira.

– Então tudo bem. Prazer, sou tenente Cristiane. Esse aqui é seu celular? Você o reconhece?

– Prazer sou Pedro. Esse é meu celular sim, tem até fotos minhas. – Disse mostrando uma foto sem camiseta, deixando Cristiane um pouco sem graça.

– É, parece que é você mesmo. O senhor poderia nos acompanhar até a delegacia para prestar depoimento? Precisamos coletá-lo para que seja feito o flagrante e o meliante possa ser preso.

– Olha, desculpe, mas eu estou atrasado e preciso ir para a minha entrevista agora. Sinto muito, depois eu vou ao D.P.

– Senhor, eu entendo, mas se não for agora, ele poderá ser solto e assaltar novamente por aí, precisamos que vá conosco até a delegacia.

– Olha, lá demora um bocado, então assim que eu terminar irei. Eu sei qual é o D.P dessa área, eu garanto que estarei lá.

– Tudo bem. Entre em contato com Adom para avisar. Só deixarei ir, porque conhece o soldado, se não, teria de nos acompanhar. Porém sei que no D.P vai demorar muito também. Mas vá! – Então Cristiane virou-se em direção a viatura. – Despeça-se de seu amigo e venha.- Falou a Adom.

– Sim, tenente. – Após observar a cara de Pedro, Adom começou a rir, antes de partir para a viatura. – Fecha essa boca que vocês está babando. Cristiane não é para teu bico não, além de ser casada com um policial muito bravo da 1º cia. Fica esperto ou o tiro come.

Pedro fez o sinal da cruz e disse:

– Deus me dibre, mulher casada me dá urticárias. Sai fora – Mas seus olhos não desgrudavam da silhueta da tenente.

Após cair em si partir a escola para a entrevista. Ao chegar, contou a história e foi bem recepcionado, ganhou um uniforme e se tornou o novo professor de educação física do Colégio Nipo-Brasileiro.

Na viatura da Força Tática, a tenente se pegava pensando no rapaz que encontrara, mas esqueceu-se rapidamente ao se deparar com um policial trocando telefone com uma paisana: Era seu esposo Walmir.


Notas Finais


E aí, o que acharam? Gostaram dos novos personagens participarem da história? E Naoki/Catarine e Thiago/Midori? O que acharam?
Beijos e me perdoem, vou tentar atualizar uma vez na semana pelo menos, já que está difícil.
Beijos e obrigada pela paciência, não desistam de mim, pq eu não vou desistir da fic!


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