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História Bring me to life - Story of my life


Escrita por: crushforstyles

Notas do Autor


**pequeno flash back
** Zayn surtando...
É o que temos nesse capitulo.

Capítulo 17 - Story of my life


Fanfic / Fanfiction Bring me to life - Story of my life

 

Então, olhando para a parede,

Sentindo-me minúsculo

É como se o mundo estivesse sobre seus ombros

Agora, nada faz muito sentido,

Você só quer desistir

Você fugiu, mas simplesmente não sabe,

Como sentir o que é real

Você não está sozinho!

 

 

Emirados Árabes, 2010

Zayn havia sido vendido mais uma vez. Na verdade, havia sido dado como pagamento de uma divida. Ele já tinha 20 anos então. Estava se tornando um homem forte e sua inteligência era surpreendente. Mas ainda era uma espécie de mercadoria descartável.

Mas seu novo dono não era tão cruel e desumano como os anteriores. O rapaz tinha um lugar decente para dormir e nunca mais foi acorrentado. Claro que ele sabia que se tentasse fugir, seria morto no mesmo momento.

Samir era irmão mais novo do mestre da casa e demonstrou interesse em Zayn assim que colocou os olhos nele. E sendo um escravo, foi entregue ao seu dono para diversão do mesmo. Porém, ao invés de ser estuprado como já havia sido tantas vezes antes, Zayn ganhou uma bela refeição e Samir parecia disposto apenas a conversar com ele. Uma conversa meio complicada, já que Zayn falava apenas sua língua natal e depois de tantos anos tendo que sufocar seus gritos, pouco falava na verdade.

Na primeira vez, apenas ficaram no mesmo ambiente. Samir apenas observava Zayn comer as iguarias preparadas a seu pedido. O moreno sentiu-se como um boi sendo engordado para o abate. Não que desejasse ser jogado na cama e possuído contra sua vontade, mas o fato de não ter sido tocado por aquele homem, parecia ainda mais assustador do que toda a violência que havia sofrido até ali.

Antes que ele saísse dos aposentos de Samir, o homem veio até ele, bagunçou seus cabelos, apertou seus lábios com os dedos, até que ficassem inchados e doloridos, abriu e torceu a camisa simples que Zayn usava, até que ficasse muito amassada e a fechou de modo desajeitado.

Zayn ficou parado lá, congelado no lugar, enquanto o homem admirava seu trabalho, parecendo orgulhoso. Não entendeu aquilo, mas não ousou questionar nada. Havia certa bondade naquele olhar e isso apavorava o moreno mais do que tudo. Era um tipo de olhar que nunca havia recebido antes...

Mais alguns desses encontros aconteceram. Em alguns deles, Samir ligava uma fita cassete com sons perturbadores de cama se arrastando e gemidos se misturando. Zayn ficava corado com isso, porque sabia bem o que eram aqueles barulhos. E Samir apenas o olhava e sorria. Zayn estava começando a ter medo daquele sorriso.

Ainda não havia sido tocado. Não de maneira inapropriada, daquela maneira que sempre o deixava com nojo de si mesmo. Samir o tocava apenas para bagunçar suas roupas e cabelos. E era sempre com aquele olhar bondoso e aquele sorriso que parecia nunca sair de seu rosto.

Depois de um tempo quase confiava naquele homem. Os momentos passados naquele quarto, o livrava dos trabalhos pesados a que era obrigado a fazer diariamente. O mantinha longe dos homens nojentos que vivia naquele lugar e que apenas o usavam como passatempo sexual. E Samir estava lhe ensinando falar inglês. Uma língua que Zayn já havia aprendido antes, mas que nunca mais falou depois que foi arrancado dos braços de sua família.

Em algum momento dessa convivência, os dois começaram a se comunicar melhor e Zayn passou a se expressar através de desenhos. Samir incentivava isso, porque reconhecia a inteligência e o talento do menino.

Samir o requisitou como servo exclusivo. Isso significava que moraria naquela casa e trabalharia apenas para Samir. Foram dias de negociações, mas enfim Zayn estava livre do trabalho forçado, livre dos estupros e tinha ganhado um mestre na arte do desenho como “dono”.

O que ele não sabia era que Samir havia se apaixonado por sua beleza única e fingiu que estava dormindo com ele, apenas para protegê-lo.  Também não sabia que Samir pagou seu peso em ouro para tê-lo como servo. E Samir achava que ele não precisava saber disso.

Zayn estava o mais feliz que conseguiu estar depois da morte de seu pai. Não era livre, mas também não se sentia um prisioneiro, um escravo como havia sido até ali.

Quando estava com 22 anos, soube que Samir iria se casar. Uma semana antes do casamento, houve uma extravagante despedida de solteiro e Zayn estava servindo os convidados, juntamente com outros servos da casa. O anfitrião exagerou na bebida e precisou ser arrastado para seu quarto. Quando foi colocado em sua cama de maneira desajeitada, gritou para todos os servos saírem. Todos exceto Zayn!

O moreno tremeu com a energia com que expulsou todos dali. E o homem estava bêbado demais para ser delicado naquele momento. Zayn teve medo quando ele sentou-se na cama e deu palmadinhas ao lado, como se indicasse que devia juntar-se a ele na cama. Seu único pensamento era que seus momentos de paz naquele inferno que era sua vida, haviam acabado. Samir, finalmente iria se apossar daquilo que julgava lhe pertencer.

Seria fácil escapar naquele momento. Seu mestre estava bêbado e não teria condições de persegui-lo ou força-lo a qualquer coisa. Estava vulnerável. Mas Zayn achou que devia isso ao homem, depois de tanto tempo sendo bem tratado por ele. Se Samir queria toma-lo naquela noite, não ofereceria resistência. Aguentaria a dor em silencio.

Sentou-se perto do homem e apenas esperou pelo ataque. Mas o que recebeu foi um suave carinho no rosto. Olhou-o assustado.

__ Não precisa ter medo de mim, Zayn. – disse sem parecer muito bêbado na verdade – alguma vez eu machuquei você?

__ N-Não.

__ Faz alguma ideia de como você é lindo?

__ Não sou bonito, senhor. – disse cabisbaixo. – eu sei que quer me jogar nessa cama e fazer...coisas...com meu corpo. Não posso impedir. Sou sua propriedade.

__ É isso que pensa de mim? – Samir soou magoado – nunca te tratei como propriedade. Nunca te forcei a nada. Sabe bem que eu poderia apenas ter fodido você, naquela primeira vez que veio ao meu quarto. Era o que meu irmão esperava que eu fizesse...

__ E por que não fez? – Zayn não entendia mais nada.

__ Porque nem todos os homens são como ele. – Samir disse exasperado – e eu não quero estar com alguém que não deseja o mesmo que eu. Ninguém deveria ser forçado a esse tipo de violência.

Zayn sentiu-se culpado, mesmo que não tenha feito nada de errado. Era apenas estranho que Samir fosse uma pessoa tão boa, em meio a tantos homens brutos e cruéis.

__ Eu entendo porque espera sempre o pior das pessoas. Eu sei que sofre esse tipo de violência desde muito jovem. – Samir acariciou novamente o rosto do moreno – e eu não vou negar que desejei ter você entre meus lençóis. Não porque me pertence, mas porque deseja isso também. Não por medo de mim, mas merece viver isso por sua própria escolha.

O moreno o olhou, meio constrangido. Samir era um homem jovem e bonito. Mas Zayn tinha dificuldade com esse tipo de intimidade, justamente por sempre ter sido forçado antes.

__ Eu vou me casar em uma semana, Zayn. E pretendo ser um bom marido, do tipo fiel, sabe? – ele riu um pouco – mas eu admito que me frustra um pouco não ter conquistado sua confiança, a ponto de aceitar que eu desejo você. Queria apenas ter uma chance antes de jamais tentar novamente.

Zayn ficou calado, sem saber o que dizer.

__ Apenas me ajude a me livrar dessas roupas e estará livre por essa noite. – Samir disse levantando-se com dificuldade.

O moreno se levantou rapidamente e ajudou o mestre a retirar as camadas coloridas de sua túnica de festa. Ajudou-o a vestir a roupa de dormir.

__ Posso pedir uma coisa?

__ O que quiser, senhor.

__ Posso te beijar?

Zayn suspirou e fechou os olhos. Dando a entender que não fugiria. Samir se aproximou dele com cuidado, segurou seu rosto, fazendo um leve carinho em sua bochecha e então o beijou. Em algum momento, Zayn se viu abrindo os lábios e correspondendo ao beijo, sentindo aos braços de Samir ao redor de seu corpo.

Naquela noite, Zayn se deixou possuir sem ter vontade de gritar ou sair correndo. Não houve dor. Não houve medo. Apenas carinho e um prazer que jamais havia sentido antes. Pela primeira vez na vida, dormiu abraçado a alguém, que passou muito tempo beijando seus cabelos e dizendo o quanto ele era lindo e precioso...

 

 

Londres,2018...

Zayn secou uma lágrima, meio envergonhado.

Dr.Bishop não disse nada, apenas estendeu mais um lenço de papel a seu novo paciente e fez algumas anotações em seu bloco.

Zayn havia chegado a ele por uma indicação de Harry Styles. Era um bom amigo e por essa razão, Joseph Bishop abriu um tempo em sua concorrida agenda.

O rapaz tinha sérios problemas e isso tornou-se um desafio. Coletou informações junto à Harry e seu marido, que haviam se tornado a família do rapaz. Mesmo assim eram apenas fragmentos. O próprio Zayn lembrava-se apenas de pedaços de seu passado e precisavam trabalhar isso.

As primeiras consultas foram preenchidas apenas pelo silencio. O Psiquiatra respeitou isso. Harry havia contado sobre os surtos de ansiedade, os pesadelos e a dificuldade em ser tocado. Ambos chegaram à conclusão de que o moreno sofria de Síndrome do Pânico. Agora precisavam descobrir o que causou esse distúrbio em um homem tão saudável e inteligente.

Bishop explicou a Zayn sobre os sintomas e confirmou que o moreno tinha algum deles. Mas ainda seria feitos alguns testes físicos e exames de sangue para um diagnóstico mais preciso. Também avisou que o tratamento poderia ser mais eficaz se ele viesse acompanhado de alguém em quem confia. Sendo assim, Louis foi escalado como acompanhante oficial.

Era difícil para ele observar o sofrimento de Zayn, cada vez que desenterrava alguma lembrança dolorosa.

A lembrança de hoje, no entanto, não pareceu algo ruim. Havia carinho e respeito na maneira como Zayn se referiu a Samir. Louis desejou conhecer esse homem que tratou seu amigo tão bem e o protegeu da melhor maneira que pode, em meio àquele mundo podre em que viviam. Mas a maneira como Zayn chorou depois, fazia Louis pensar que essa história pode não ter acabado tão bem também.

Bishop encerrou a consulta por aquele dia, não querendo forçar seu paciente demais.

 

****

 

Louis estava sentado em um banco da praça, observando Zayn e Maxine se lambuzando com sorvete. Sorriu com a cena. Duas crianças se divertindo. Era fim de tarde e havia um solzinho gostoso. Coisa rara em Londres.

Sorriu novamente ao sentir mãos grandes cobrindo seus olhos. Nem precisava ver para saber que era seu marido.

__ Divertindo-se sem mim? – Harry beijou-o de leve.

__ Apenas cuidando das crianças. – riu, se encolhendo no braço do marido.

__ Como foi a consulta hoje? – Harry olhava Zayn com alguma apreensão.

__ Zayn falou sobre um homem que cuidou dele, alguns anos atrás. – Louis contou – acho que estávamos enganados por achar que ele nunca foi tocado com carinho e respeito.

__ Como assim? Ele teve um namorado?

__ Eu  não classificaria dessa forma, mas acho que foi o mais próximo disso que chegou...

__ Não entendi. – Harry admitiu.

__ Samir o comprou, mas nunca abusou dele ou o forçou de nenhuma forma. – Louis contou – na verdade, ele fingia que dormia com Zayn, para que seu irmão, que era o verdadeiro “dono” do Zee, não o punisse de nenhuma forma. Até que conseguiu que ele se tornasse seu servo particular e o colocou sob sua proteção. Isso significava que ninguém mais podia tocá-lo.

__ Esse tal Samir, comprou Zayn para evitar que fosse estuprado pelo irmão e os outros?

__ Pelo que entendi, sim.

__ E Zayn dormiu com ele?

__ Sim. Não foi forçado. Acho que foi por gratidão.

__ E onde foi parar esse homem tão bom?

__ Eu não sei...Zayn não chegou a mencionar isso. Talvez em uma nova sessão.

__ Talvez não seja bom contar isso ao Liam... – Harry disse de maneira divertida. – eu soube que deu permissão para o namoro.

__ Falando assim, faz com que eu pareça uma daquelas mães possessivas, que não deixam os filhos namorar. – Louis fez bico de manha.

__ Amor, você é muito pior! – Harry acusou e apanhou por isso.

__ Só quero proteger meu garoto!

__ Liam vai cuidar dele direitinho.

__ Ou ele cuida ou morre! – Louis ameaçou e Harry riu alto.

Zayn e Maxine foram atraídos pela risada alta de Harry e vieram correndo até os dois. Foram para casa e Louis botou tanto Zayn quanto Max para tomar banho, porque estavam tudo lambuzados pelo sorvete.

Harry decidiu cozinhar  e estava rindo na cozinha, enquanto ouvia Louis dar bronca nas “crianças”. Gostava daquele som.

 

****

Todo mundo cai, todo mundo chora,

Todo mundo se sente como um ninguém, às vezes,

Você se levanta de novo, arrisca mais uma vez,

Todo mundo tem o que é preciso por dentro

História de sua história de vida,

É a história da minha vida

 

 

Zayn estava sentado no chão, com a cabeça entre as pernas, balançado o corpo para frente e para trás. Ninguém ousava se aproximar, porque todas as tentativas acabaram em socos e pontapés.

__ Ei amigão...

Louis veio o mais rápido que conseguiu. Estava em uma reunião, porque estavam preparando mais um evento beneficiente para arrecadar fundos e conscientizar as pessoas sobre a violência e abusos.

Foi chamado às pressas porque Zayn surtou de repente. Parecia estar tendo um ataque de pânico e só chamava por Louis, sem parar. Maxine também estava lá, mas, mantiveram-na afastada, por mais que a menina tenha tentado alcançar seu amigo. Era perigoso demais, porque ele parecia fora de controle.

__ O que houve? Está seguro aqui amigão...eu estou aqui...vai ficar tudo bem...

__ Tio Loueh!

 Maxine escapou da mulher que a segurava e correu para perto de Zayn. O moreno se agitou mais uma vez e Louis esqueceu toda a calma e correu para pegar a menina, antes que ela pulasse em Zayn. No estado de descontrole que ele estava, certamente a machucaria.

__ Me solta. – ela esperneava nos braços de Louis.

__ Fica quietinha, Max. – Louis pediu baixinho.

__ Tio Zee tá triste? – perguntou ainda se debatendo no colo de Louis – parecia bravo e agora está chorando...talvez ele precise de um abraço, tio Loueh. Posso abraçar ele?

__ Não é um bom momento, princesa.

__ Papai diz que sempre é um bom momento para um abraço. – disse fazendo bico – se ele está triste, um abraço pode melhorar tudo.

Louis não tinha argumento contra isso. Pelo menos não um que fizesse Maxine entender a delicadeza daquela situação. Olhou Zayn, se encolhendo ainda mais, como se tentasse se fechar em seu próprio corpo. Agora ele mesmo desejava poder abraça-lo e fazê-lo melhorar de alguma forma.

Agachou-se e colocou Maxine de pé no chão. Aquilo podia ser sua pior ideia de todos os tempos. E Niall o mataria se soubesse que estava colocando a filha em perigo. Mas tinha que tentar alguma coisa.

__ Eu vou deixar que abrace o Zayn, ok? – disse e a menina se empolgou, querendo escapar dos braços dele – ei, espera. Não pode simplesmente correr e se jogar em cima dele.

__ E por que não? – virou o rostinho, confusa com isso – tio Zee gosta quando faço isso e sempre me faz voar.

Louis riu da inocência dela. Era verdade que Zayn adorava quando a pequena se jogava em seus braços e pedia para ele fazer aviãozinho. E ele sempre fazia com os dois dando altas risadas.

Mas talvez esse não fosse o melhor momento...

__ Tio Zee está triste agora, princesa e precisa ser cuidadosa com ele, ok? – Louis explicou pacientemente – vai se aproximar bem devagar e não fazer movimentos bruscos. Você entendeu?

__ O que é movimentos bruscos? – olhou-o curiosa.

__ É...ahn...quando fazemos movimentos rápidos demais e assustamos outras pessoas.

__ Não me mexer rápido? Andar devagar?

__ Isso princesa.

Os profissionais que ainda estavam na sala, ficaram mudos e na expectativa. Louis caminhou junto com Max, muito devagar, para não deixar Zayn agitado. A mãozinha pequena da menina se enroscou no cabelo negro e o moreno levantou os olhos. Havia lágrimas correndo em seu rosto. O corpo estava tremulo e ele parecia meio atordoado, como se estivesse perdido de alguma forma.

__ Abraço? – Max abriu os bracinhos.

__ E-Eu quero um. – disse recebendo a menina em seus braços.

__ Vai ficar tudo bem, tio Zee. Não fica triste.

Zayn beijou os cabelos macios da menina e então olhou Louis, que estava parado muito perto, apenas por precaução.

__ Não vou machucá-la, Lou. – disse envergonhado.

__ Eu sei que não. – Louis sorriu mais aliviado – vai ficar tudo bem, amigão.

 


Então, às vezes você tem que rastejar,

Antes de começar a andar

Eu estarei lá

É difícil ser forte

Nenhum direito parece errado

E ninguém ouve o que você diz

Portanto, não tenha medo,

Mantenha a sua fé

Juro-lhe que haverá dias melhores


Notas Finais


Musica do capítulo: Story of my life by Backstreet Boys
https://www.youtube.com/watch?v=d2djRVRvb9I

Capitulo meio tenso e não corrigi. Na verdade, estou sem Wi-fi porque algum desocupado roubou os fios da rede telefonica no meu bairro. Então está sendo att no celular ( e precisam saber que odeio escrever no celular e odeio touch e o maldito corretor!)
Apenas por isso acho que mereço muitos comentários kkkkkkkkkk


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