Você conseguiu. Você conseguiu. Mas tenha cuidado, o futuro é traiçoeiro.
Abro meus olhos e respiro fundo, esses sonhos de novo.
Levanto-me, ainda é dia, posso sentir o cheiro e o calor do sol. Tenho sonhos regulares de Liliam, às vezes é ela sorrindo para mim, às vezes ela apenas me olha, e às vezes são minhas antepassadas, mas hoje foi apenas sua voz sussurrando, e como é estranho.
Paro em frente à cortina grossa de veludo marrom que substituiu minhas antigas rosas de algodão, essas não deixam o sol passar e me transformar em churrasco.
Posso ouvir a brisa lá fora, o calor que emana na minha pele fria, o cheiro quente de almíscar. Não sinto falta de sair durante o dia, a noite é quando vampiros estão mais fortes, mas eu queria ver algo...
Puxo um pouco a cortina, um filete fino de sol entra. Estico minha palma e deixo o sol tocar minha pele. Achei que iria queimar doer, mas não sinto nada.
Abro um pouco mais e deixo minha palma sobre o sol. Aos poucos vai esquentando e minha palma vai ficando vermelha onde o sol toca minha pele, mas bem lentamente, então eu sinto quente demais, bolhas aparecem e queimam, mordo o lábio para reprimir a dor.
- O que você está fazendo?
Zayn puxa meu braço e me afasta da janela. Onde o sol tocou minha pele está em carne viva.
- Eu só queria ver algo. – Digo. Observo minha pele se curar instantaneamente e onde antes estava em carne viva agora está a pele lisa e perfeita, sem indício algum de que foi machucada. Estou satisfeita comigo mesma por ter conseguido suportar.
- Mais um pouco e teria pegado fogo. – Ele tenta me olhar sério, mas seus olhos sempre o traem demonstrando afeto ao invés de um olhar severo para dar uma bronca. – Mas você é muito jovem ainda, mas se fosse mais velha assim que o sol tocasse sua pele você entraria em combustão.
Ele estremece e afaga minha palma antes machucada.
- É o jeito mas eficaz de matar um vampiro. – Ele sussurra, sua voz tão baixa que se não fosse pela minha audição melhorada eu não ouviria.
- Não vou fazer de novo, só queria testar algo.
- Se você quiser sair ao sol, pode pegar meu anel.
- Não, eu não ligo de não poder sair à luz do sol. – Não ligo mesmo, a noite é quando estamos mais fortes e é incrível à noite.
- Tudo bem, vamos dormir.
Ele pega minha mão e me puxa para a cama, mas ao invés de me deitar ao lado dele eu subo e fico por cima dele na cama.
- Não quero dormir. – Me inclino e o beijo, ele segura minha nuca contra sua boca e em um movimento rápido ele está por cima de mim.
- Você é insaciável.
Ele pega a barra da minha camisola e a puxa, jogando-a do outro lado do quarto e desce beijos pelo meu pescoço.
Eu tento soltar minhas mãos que ele segura ao lado de minha cabeça, mas ele é muito mais forte que eu.
Gemo alto quando ele chupa meu mamilo, aperto minhas coxas ao redor de sua cintura e ele continua descendo os beijos. Eu quero mexer minhas mãos mas ele me prende, me controlando.
Zayn me solta e tira sua cueca, não perco tempo e o viro, ficando por cima dele. Beijo seu queixo e desço para seu pescoço, minha mandíbula dói e eu sinto meus caninos apontarem.
Ele me vira de novo e fica por cima, sua mão segura minha nuca e eu o beijo, saboreando o toque de sua língua. Gemo em seus lábios quando ele penetra sem aviso algum, aperto minhas pernas ao redor de sua cintura e ele começa a se movimentar, muito lentamente.
Ele desce seus beijos para meu pescoço e eu entrelaço meus dedos em seu cabelo. Ele continua lentamente, entrando e saindo, me sentindo, eu o sentindo, e então eu começo a sentir meu orgasmo chegando.
É muito diferente do que era antes, agora é muito mais intenso do que quando eu era humana, e meus caninos sempre se expandem e eu tenho vontade mordê-lo, não por sede, mas por outra coisa que ainda não entendo.
Encosto meus lábios em seu pescoço, passo língua sobre os caninos pontiagudos e me controlo para não fazê-lo.
- Faça. – Zayn diz com a voz rouca. Ele se apoia e me olha nos olhos. – Faça.
Mordo seu pescoço e sinto seu sangue em minha boca. É diferente do humano, é mais... Não sei como dizer, mas posso sentir Zayn como eu nunca o senti antes, posso sentir seus sentimentos, e seus pensamentos.
Corto a ligação quando o tremor do orgasmo atravessa meu corpo, fecho meus olhos sentindo o momento e sinto a picada em meu pescoço.
Sou levada novamente aos seus sentimentos e pensamentos, e nossos sentimentos se misturam, sinto seu corpo tremer e a ligação cessar.
Deitamos na cama e eu me aconchego em seu peito.
- O que foi isso? – Digo, olhando para ele.
- Foi muito intenso não é? – Ele diz e vira de lado, a pontas dos nossos narizes se tocando. – Trocamos sangue, mas é diferente de antes, você me sentiu como ninguém me sentiu antes.
Ele me beija e eu fecho os olhos.
- E não é algo que acontece muito, mesmo com companheiros. – Sua voz é baixa e grossa.
Ele deita sua cabeça sobre meu peito e me envolve, me deixando presa nele. Beijo o topo de sua cabeça e fico mexendo em seu cabelo até ele dormir. Ele parece sempre tão vulnerável enquanto dorme e não consigo imaginar alguém fazendo mal a ele, eu nunca deixaria.
***
Acordo com alguém batendo na porta. Ótimo.
Não é Anne, além dela não bater eu ouço um coração molhado e muito atrativo batendo, e ouço sua mente.
Será que ela está em casa? Ela sumiu do nada!
Segundo Zayn sou uma ótima psíquica, talvez pela minha herança bruxa.
Fico parada a porta, ainda está dia lá fora e o humano ainda está aqui, seu cheiro bom demais e Zayn ainda dorme lá em cima.
Abro a porta e fico surpresa com que está atrás dela.
- Kathy. – Bill diz, seus olhos arregalados e me avaliando de cima abaixo. Bill, meu amigo que sempre me servia no escuridão está na minha porta, seu cheiro batendo contra mim, prendo a respiração.
- Entre. – Digo e dou um sorriso.
Ele me olha desconfiado, é claro que ele notou minha pele perfeita e pálida, meu cabelo dois tons mais claros e meus olhos verdes que brilham de um jeito quase ameaçador. Mas ele entra mesmo assim.
Aperto o roupão de seda mais em minha cintura e o sigo para dentro, e mesmo eu não respirando, o som de seu coração molhado batendo rápido já é tentação demais para mim.
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