História Bring Me To Life - Fifty Shades of WHERE YOU HERE?

Entro no elevador e quase afundo os botões do painel com a força que os pressiono, e passa uma eternidade até as portas se abrirem no térreo.

- Susanah? – Grito e olho ao redor.

- Sim! – Susanah aparece atrás da bancada. Vou até ela e dou uma olhadinha no cara que estava me encarando, ele vira a cara na hora.

- Susanah, Zayn disse aonde iria?

Susanah trabalha aqui no Escala como recepcionista e Estou morrendo de vergonha de perguntar isso a ela, porque tipo, eu não sei onde o meu namorado esta! Mas felizmente ela está mais interessada no cara que ainda está me encarando do que o fato de eu não ter ideia de onde Zayn esteja.

- Não, ele saiu há uma hora e não disse nada.

- Ok.

Saio do Escala e vou andando, sem ter a mínima ideia para onde ir.

- Inferno, onde ele está? – Me encosto-me a uma parede de tijolos vermelhos. – Será que...? Não, não, não pense nisso Katherine! Pare de ficar inventando coisas, ele deve ter isso ao banco e... Mas porque ele iria ao banco sem me avisar? Ah inferno!

Dou um soco na parede e então percebo que estava falando sozinha e que acabei de socar uma parede, isso tudo bem no meio de uma calçada movimentada.

Volto a andar. Andar é bom, isso mesmo, vou andar.

Minha cabeça parece uma colmeia, cheia de abelhas de conclusões sobre o que ele pode estar fazendo, todas batendo contra a parede da colmeia.

Será que ele foi embora? Cansou de mim? Precisava ficar sozinho? Não me aguenta mais? Não me ama mais? Ou nunca me amou? E a abelhinha que mais insiste: Será que ele encontrou Poppy? Eles estão juntos agora? Ele passa o dia com ela e a noite comigo? Enquanto uma dorme ele vai para a outra?

Não me permito pensar isso, não posso. Sinto uma dor no meu peito só de pensar nessa possibilidade.

Continuo a andar sem ter rumo, minha cabeça quicando de tantas suposições do que ele deve estar fazendo.

Estou sendo possessiva demais. É isso. Sou uma louca perseguidora que agora vai controlar cada passo dele! Ótimo, olha para mim. Olá Zayn, sou sua psicopata perseguidora, não dê um passo sem me avisar ok?

Ah Kathy, pare com isso agora!

Céus, eu estou ficando louca. Estou exagerando, sei que estou, mas aquele sexto sentido grita muito alto agora e digamos que é o combustível para esse exagero meu sobre ele sair sem me falar nada no meio do dia!

- Desculpe. – Alguém segura meu braço e eu me viro. – Você parece meio perdida.

Olho ao redor e não tenho a mínima ideia de onde estou.

Puxo meu braço e encaro o homem há minha frente.

- Estou bem, obrigada.

Dou um sorrisinho e me viro, mas o homem segura meu braço novamente me parando. Se eu fosse ele não faria isso, porque estou cogitando jogá-lo do outro lado da rua.

- Só queria ajudar senhorita.

Viro-me para ele o olho, realmente o olho e uau! Ele é alto e magro, parece um modelo, tem um queixo quadrado e bem definido, nariz reto, lábios finos e rosados, cabelo castanho e curto, e olhos negros.

Tenho que admitir, ele é lindo, lindo demais.

Puxo meu braço e os cruzo sobre o peito. Ele sorri, revelando uma covinha em cada bochecha.

- Você parecia refletir sobre algo muito difícil. – Ele diz. – E não parecia olhar para onde ia, então quis ajudá-la. Não me leve a mal.

- Tudo bem, obrigada.

Olho para a rua, que horas devem ser?

- Conhece algum bar? – As palavras saem de minha boca eu mal acredito que as deixei sair. – Sou nova aqui, não conheço nada.

Ele sorri, mostrando as covinhas novamente.

- Sim, posso te acompanhar, se você quiser é claro!

Olho para ele. Do nada me deu vontade de beber algo com álcool e forte, e tem alguém se oferecendo para me acompanhar. Uma companhia não seria má ideia.

- Eu adoraria.

Ele me conduz e rapidamente chegamos a um bar. De cara já peço uma vodca e entorno tudo, misturo as bebidas e mando minha vozinha interior que diz para eu não fazer isso se fuder.

- Uhulll! – Grito quando venço pela terceira vez Jack na disputa de quem bebe 10 copos de vodca mais rápido. – Vai chorar?

Faço bico e começo a rir.

- Eu desisto você é a melhor. – Ele diz e eu não paro de rir, em um ataque total de histeria.

Eu devia beber assim mais vezes, estou tão relaxada, tão feliz, nada me atormenta, Zayn e seu sumiço estão tão longe...

Começo a soluçar e Jack me abraça. Droga estou chorando.

- Eu to bem! Sériuxx! – Digo enrolando a língua no meu inglês, que não foram dinheiro desperdiçados como eu achei que seria.

Ele me coloca sentada na banqueta do balcão e fica com uma mão em meu ombro. Jack é uma ótima companhia, não me pressionou a contar nada, apenas aceitou e bebeu comigo.

A porta se abre e eu inclino meu queixo ao cheiro e nossa, que delícia.

Olho para a porta e uma mulher de cabelos curtos castanhos está parada lá, segurando a porta. Passo a língua pelos meus dentes, esse cheiro é delicioso.

Seus olhos encontram os meus e ela me encara. Seguro seus olhar e entreabro meus lábios e me inclino na direção dela quando uma brisa vem de fora e carrega seu cheiro até mim. Sinto o gosto do seu cheiro em minha língua e sinto meus caninos se expandirem.

Mas ela arregala os olhos e sai para a noite. Levanto-me e penso em ir atrás dela e sentir seu sangue na minha língua, mas paro.

- Já anoiteceu! – Digo e coloco meu casaco.

- Idai? – Jack diz, ele está com os cotovelos apoiados no balcão e me olha com seus olhos meio caídos, está bêbado.

- Acho melhor eu ir. Garçom! – Grito e um aparece na mesma hora. Olho em seus olhos e toco sua mente, e digo: - Tudo o que nos bebemos foi por conta da casa.

- Sim. – Ele diz sua voz calma e seu olhar perdido. – Foi por conta da casa.

Apoio Jack em mim e saio para a noite.

Vamos tropeçando e rindo até eu colocá-lo e na porta de seu prédio.

- Você sabe mesmo hipnotizar um homem. – Ele diz sobre o ombro.

- Vou bom beber com você. – Digo antes de voltar para a calçada.

Ando meio apoiada nas paredes, e não sei como, mas consigo chegar ao Escala.

Fico cinco minutos até eu conseguir digitar o código da suíte de Zayn, e quando finalmente chego, estou tão feliz que entro cantando.

- Onde você estava? – Paro de cantar e me jogo no sofá cinza da sala de estar.

- Onde você estava? – Imito a voz dele e começo a rir.

Quando controlo meu ataque olho para ele, que está deliciosamente sexy em apenas uma calça de pijamas.

- Humm. – Digo, comendo ele com os olhos. – Adorei seu estilo, você deveria se vestir mais assim!

Na verdade eu misturei russo com inglês e algumas palavras saíram chiadas por causa de meus caninos que estão expandidos.

Ele suspira, e eu começo a rir novamente.

- Pare com isso Kathy! – Ele chega até mim com sua velocidade vampira e sacode meus ombros.

- Para! Para! Para! – Começo a gritar e a bater nele.

Ele se levanta e anda em torno da mesa de centro, seus dedos segurando seus cabelos, sinal claro de que está com raiva.

- Você que se danex. – Digo enrolando a língua novamente, já nem me importo mais.

Tiro minhas botas e o casaco. Como isso é bom!

- Você bebeu?

Olho para ele e faço bico.

- Só um pouquinhooo – Faço sinal com os dedos, mas ele não ri.

Fica me olhando sério, me olha com desapontamento estampado na sua cara.

- Estou decepcionado com você.

- VOCÊ ESTÁ DECEPCIONADO? – Grito para ele e me levanto. – VOCÊ ESTÁ DECEPCIONADO?

É a gota d’água. Vou até ele e subo na mesinha para nossos olhos ficarem na mesma altura.

- Você sai durante o dia. – Digo baixinho. – Não deixa nenhum recado, e não é a primeira vez que você faz isso e lembrando que da última vez você não disse onde foi. E VOCÊ DECEPCIONADO? – Começo a gritar novamente. – ENTÃO EU SÓ LHE DIGO UMA COISA: VAI SE FUDER!

Viro-me e saio andando. Ele que se foda pra lá.

- Kathy pare ai. – Ele diz as minhas costas e eu lhe mostro o dedo do meio por cima do ombro sem me virar. – Kathy!

Ele grita, mas eu não paro. Estou subindo as escadas quando ouço correr em velocidade vampira na minha direção. Começo a correr, mas ele me alcança no meio da escada.

- Me largaaaa!! Empurro seu peito e tento me soltar dele.

- Kathy me escuta!

- Não eu não quero! – Começo a chorar e a socar ele. – Você foi encontrar ela! Eu sei que você foi!

Ele me pega nos braços, me apertando contra seu peito, eu tento lutar, mas ele é mais forte.

- Não Kathy, por favor! – Ele diz baixo, sua voz treme.

- Você foi vê-la? – Pergunto, meu rosto contra seu peito. Ele não diz nada. – Responda!

- Kathy... – Ele diz. Eu o empurro e dessa vez ele me larga.

- DIGA! – Grito com ele. – OLHE EM EMUS OLHOS E DIGA!

Ele continua olhando para seus pés e não diz nada. Mas ele não precisa dizer nada.

O empurro e ele quase cai da escada, mas eu preciso sair daqui.

Não vou até a sala para pegar minha bota e meu casaco, saio do jeito que eu estou.

- Kathy! – Ele grita as minhas costas. Aperto com força o botão do elevador, mas desisto dele.

Vou correndo até a janela da sala de TV e abro. Inclino-me e olho lá embaixo, muito alto.

- Kathy, não me deixe! – É a última coisa que escuto antes de pular.

Foi uma descida rápida, o vento jogando meu cabelo acima de mim e eu aterriso no meio da rua, não me importando nem um pouco se me viram ou não, e sumo do meio da rua.

Um humano que me viu deve ter achado que foi imaginação. Uma garota caindo no meio da rua, não caindo do tipo de abrir um buraco no chão, caindo agachada como um felino, seus cabelos caindo ao redor de seu rosto selvagem. Os olhos da mulher brilham quando ela olha para o humano, e antes mesmo dele piscar, ela desaparece.