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História Bringing to Reality - Não haja como se estivesse tudo normal


Escrita por: DennyHope

Notas do Autor


Estou sem paciência, por isso postei logo...

OLÁÁÁÁÁ!
TUDO BEM? TODOS DE BOA?

Vamos com mais um capítulo.
Desculpa se tiver algum erro aí...

Também agradeço por todo o carinho, favoritos e comentários!
Olha só, o negócio está andando e Seungmin voltou para resolvermos de vez essa loucura!

Até lá embaixo.
Boa leitura!

Capítulo 11 - Não haja como se estivesse tudo normal


Fanfic / Fanfiction Bringing to Reality - Não haja como se estivesse tudo normal

O carro do senhor Yang estacionou na calçada ao lado da escola. O mesmo olhou pelo espelho, o filho que continuava de cabeça baixa no banco de trás. Não sabia o que se passava na cabeça de seu filho àqueles dias, mas de fato, Jeongin estava agindo muito estranho.

 

― Não vai descer? ― perguntou chamando a atenção dele.

 

― Hum? ― murmurou levantando a cabeça confuso. ― Ah, sim. ― disse retirando o cinto.

 

― Jeongin. ― chamou quando o mesmo tinha aberto a porta. ― Você está bem? ― perguntou sério.

 

― Fora o meu pé que ainda dói, sim, estou bem. ― disse sorrindo pequeno, mas ainda confuso pela pergunta direcionada a si.

 

― Certo. ― disse suspirando. ― Quando sair, nada de ficar andando por aí sem precisão. Chame um táxi e vá para casa. ― mandou.

 

― Tudo bem. ― disse vencido. Não pretendia ir a lugar nenhum mesmo depois das aulas.

 

― Oh, veja só, Seungmin está ali. ― Jeongin que já estava saindo do carro, voltou rapidamente sentando-se e procurando com os olhos o amigo. ― Talvez ele esteja te esperando. ― continuou senhor Yang.

 

Jeongin engoliu em seco, avistando Seungmin encostado no muro, perto do portão. Não tinha dúvidas, ele com certeza estava o esperando. Droga, já sentia aquele nervosismo chato aparecer para atrapalhá-lo.

 

― Jeongin, eu preciso ir. ― avisou senhor Yang, vendo a demora do filho em sair do carro.

 

― Eu já estou indo. ― disse respirando fundo, antes de tomar coragem para sair do carro e fechar a porta.

 

Seu pai não demorou em dar partida no mesmo, saindo rapidamente. Jeongin ficou ali parado, olhando o automóvel que o serviu como refúgio, já sumindo de sua vista. Deu alguns passos pela calçada e logo parou, vendo Seungmin sorrir para si, enquanto se aproximava.

 

Admitia que, mesmo tendo sido apenas três dias longe dele, ainda sim, estava com saudades de Seungmin. Sentia vontade de contar tudo, apenas falar, como quando descobria alguma outra série que achava legal e imediatamente, lá estava ele no outro dia, falando sem parar sobre a mesma.

 

Infelizmente, o que queria falar não era sobre nenhuma série, e tinha certeza que Seungmin não gostaria nenhum pouco.

 

― Sentiu saudades? ― perguntou ele parando em sua frente e sorrindo.

 

― É claro que senti. ― disse.

 

― Então me abraça que eu também senti! ― pediu abrindo os braços.

 

Jeongin sorriu também e o abraçou. E para não prejudicar ainda mais sua mente que já estava bagunçada o suficiente, livrou-se de qualquer pensamento envolvendo certo alguém e se concentrou em abraçar normalmente seu amigo, sem sentir culpa e apenas matar a saudade.

 

― Você parece menor. ― disse Seungmin se separando do abraço. ― E ainda disse que estava em fase de crescimento. ― implicou fazendo Jeongin revirar os olhos.

 

― Muito engraçado. São apenas seus olhos depois de ter pegado tanto sol naquela fazenda. ― rebateu cruzando os braços.

 

― Mas eu fiz questão de usar óculos escuros toda vez que coloquei o pé do lado de fora. ― disse orgulhoso.

 

― Você fez mesmo isso? ― perguntou incrédulo, mas querendo muito rir.

 

― Tanto que até o vizinho pensou que eu era cego. ― disse caindo na risada, sendo acompanhado por Jeongin.

 

Os dois garotos riam alto, chamando a atenção dos outros estudantes que passavam por eles indo em direção ao portão da escola. Jeongin que estava de frente para Seungmin, sentiu seu sorriso ir morrendo aos poucos, quando viu Hyunjin, ainda distante, chegando acompanhado de um garoto que falava sem parar.

 

Jeongin não sabia o motivo, se era por Seungmin estar bem em sua frente e descobrir tudo telepaticamente, ou Hyunjin ir falar consigo apenas para desmascará-lo bem na frente do amigo, mas sentia que a qualquer momento seu coração iria arrombar seu peito e cair fora.

 

― Jeongin. ― Seungmin o chamou, mas não conseguia reagir ao chamado dele.

 

Tudo que conseguia fazer era manter seus olhos fixos naquele garoto que, caminhava despreocupadamente, ignorando os gritinhos de garotas quando passava ao lado delas, e até mesmo, o garoto ao seu lado que parecia mesmo era estar falando sozinho.

 

Hyunjin, parecendo sentir que estava sendo observado, logo passou a procurar algo entre aquelas pessoas, até seus olhos avistarem Jeongin ali que, assim que percebeu que o mesmo o pegou olhando para si, arregalou os olhos, desviando rapidamente. Mas não aguentando a curiosidade, voltou a olhar para o Hwang que já estava prestes a passar pelo portão. Hyunjin ainda o olhava e assim que viu Jeongin o olhar de novo de forma curiosa, não resistiu em direcioná-lo um sorriu de lado, antes de passar pelo portão.

 

― Jeongin! ― ouviu Seungmin exclamar, balançando um de seus ombros.

 

― O q-quê? O que foi? ― perguntou vendo o garoto bufar irritado.

 

― Eu que pergunto! Faz horas que estou te chamando e você aí, com cara de idiota, como se sua alma tivesse sido abduzida do corpo. ― disse.

 

― Não é nada, só estava lembrando de algo... ― inventou, enquanto coçava a testa.

 

― De quê? ― perguntou desconfiado.

 

― Aish, nada importante Seungmin! Podemos ir? ― perguntou impaciente, começando a caminhar ― ainda mancando.

 

― Pois pra mim você parecia estar era no mundo da lua. ― comentou ainda desconfiado.

 

Jeongin não disse mais nada, e continuaram a caminhar em silêncio. Tinha acabado de instigar o amigo a colocar sua antena capturadora de desconfianças em ação, tudo porque viu Hyunjin e por um instante, realmente parecia estar em outro mundo, mas não da lua e sim, de Hwang Hyunjin.

 

...

 

No intervalo, Jeongin estava sentado sozinho na mesa mais afastada e que ninguém fazia questão nem de passar por perto, afinal, quem iria querer sentar perto de onde ficavam os lixeiros? Infelizmente, era sua única opção, pois o refeitório lotava e apenas aquela mesa ficava vazia. Nunca chegou a brigar por algum lugar em outra mesa que às vezes, sobrava alguma cadeira vazia, como Seungmin já tinha feito. Preferia comer perto dos lixeiros, sentindo aquele odor incômodo, ao invés de dividir uma mesa com outras pessoas, sabendo que não era bem vindo ali.

 

Enquanto estava ali, Seungmin enfrentava a fila para pegar o seu e o lanche dele, pois por causa de seu pé cortado, não podia passar muito tempo em pé, e Jeongin não queria mais que sua situação piorasse para correr o risco de ter que passar ainda mais tempo mancando do pé. Estava odiando o fato de precisar andar devagar, consequentemente, atraindo olhares curiosos sobre si.

 

De onde estava, podia ver Seungmin balançar sua perna de forma impaciente, mesmo sendo o quarto na fila. E depois de verificar que ele estava distraído o suficiente, desviou seus olhos para a mesa que ocupava o centro do refeitório, facilitando para qualquer um que quisesse observar algum dos garotos que se encontravam sentados ali.

 

Hyunjin estava sentado lá junto de seus amigos e Jeongin aproveitou para finalmente observar com mais cuidado aqueles garotos. O garoto que tinha chegado junto dele estava lá e continuava a falar sem parar, porém, nenhum dos outros parecia prestar atenção. Havia outro de cabelos escuros, combinando assim com sua aura obscura e mau humor, pois o mesmo sempre estava sério e naquele momento, observava tudo com cara de tédio. E por último, tinha o outro de cabelos em um loiro alaranjado, esse conversava com Hyunjin e de todos, foi o que Jeongin achou mais fácil de se aproximar, caso precisasse saber de algo que não fosse por Hyunjin.

 

― Argh! ― assustou-se quando Seungmin chegou reclamando, enquanto colocava as duas bandejas na mesa. ― Eu já não estava mais aguentando! Alguém, por favor, me dê uma arma pra eu fazer uma besteira, só assim esse povo para de ser lerdo!

 

― Você deveria estar acostumado, sempre é assim dia de segunda-feira. ― comentou Jeongin, tomando um gole de seu suco.

 

― Isso não é motivo para as cozinheiras serem iguais lesmas. ― disse irritado. ― Até minha vó de setenta anos consegue ser mais rápida. ― implicou.

 

― Não exagere. ― pediu Jeongin.

 

― É sério! E eu nem te falei da força! Quando eu cheguei lá, ela me deu um abraço tão forte que juro pra você, senti minhas costelas estralarem. ― contou fazendo Jeongin sorrir. ― Você teria morrido nos braços dela.

 

Seungmin continuou a contar sobre tudo que tinha acontecido em sua viajem até a casa de sua vó, e sua péssima experiência fazendo tarefas na fazenda. Jeongin até tentava, mas não conseguia segurar as risadas que escapavam pelas loucuras que Seungmin contava.

 

Passando os quarenta minutos, o sinal tocou, indicando o fim do intervalo, fazendo o local ficar ainda mais bagunçado do que normalmente ficava. Se apenas com os estudantes sentados parecia uma feira, imagina com todos naquele momento em pé. Eram cadeiras arrastando, gargalhadas altas, empurrões e vários estudantes caminhando para lá e para cá. Visto de cima, poderia ser comparado facilmente com um formigueiro.

 

Jeongin continuou sentado, enquanto esperava Seungmin ir até o balcão devolver as bandejas. E naqueles poucos minutos, viu a cena que tinha se desenrolado naquela mesa do centro, onde os garotos ainda estavam sentados e a presença de Momo se fez presente, chegando por trás de Hyunjin ― esse que se encontrava de cabeça baixa, parecendo escrever algo ― e passando seus braços pelos ombros dele logo dando um beijo em seu rosto.

 

Jeongin quis desviar os olhos naquele momento, mas por força maior, não fez, e continuou olhando, curioso em saber a reação de Hyunjin, após aquele beijo.

 

Quando a garota se afastou, saindo junto de suas amigas, Hyunjin levantou a cabeça, olhando diretamente para si, pegando Jeongin de surpresa que, daquela vez, não hesitou em desviar os olhos para suas mãos em cima da mesa.

 

O estranho de tudo, nem foi seu coração novamente dando ataques dentro de seu peito ― por incrível que pareça, já estava se acostumando àquilo ―, mas sim, porque Hyunjin olhou diretamente para si, como se tivesse pensado igual consigo alguns minutos atrás. O mesmo apenas o encontrou com os olhos ― o dando a impressão de já saber muito antes, exatamente onde estava ― e com aquele olhar em sua direção, de certa forma curioso, parecia querer saber também sua reação, após ter visto aquele beijo.

 

Mas para ambos, as reações que esperavam vindas um do outro apenas ficariam guardadas, ainda seguras dentro deles, e assim, restando somente à curiosidade.

 

― Finalmente! ― e novamente Seungmin chegava assustando Jeongin. ― Credo, eu não sou tão assustador assim pra você ficar com essa cara de quem viu um fantasma.

 

― Eu estava distraído. ― disse Jeongin, enquanto se levantava.

 

― Percebi. ― disse Seungmin, semicerrando os olhos para o amigo que começou a mancar, andando em direção à saída do refeitório.

 

Seungmin ajudava Jeongin, enquanto o segurava por um dos braços, dando um pouco de equilíbrio a ele que, quase caia, quando certo garoto passou por eles rapidamente e os empurrou para poder acompanhar um grupo de garotas que estavam mais a frente. Seungmin o xingou, e passou a ajudar Jeongin, devido o corredor se encontrar cheio naquele momento por todos estarem voltando para suas salas, ou simplesmente, pegando algo dentro de seus armários.

 

― Ah, droga! ― reclamou Seungmin, parando no meio do corredor junto de Jeongin que, o olhou estranho.

 

― O que foi? ― perguntou.

 

― Vou ter que voltar ao refeitório, esqueci de pegar aquelas barrinhas de amendoim com chocolate. ― disse quase desesperado. Jeongin sorriu, Seungmin amava aquele doce.

 

― Tudo bem, eu volto sozinho. ― disse.

 

― Tem certeza? Você não vai cair pelas escadas, não é? ― perguntou cauteloso.

 

― Felizmente, minhas mãos se encontram em ótimo estado. ― disse meio irritado.

 

Seungmin não esperou nem mais um segundo e saiu em disparada de volta ao refeitório. Jeongin balançou a cabeça negativamente, voltando a caminhar pelo corredor. Seungmin, às vezes, parecia um completo sem noção, dizia o que vinha na cabeça a maior parte do tempo e agia por impulso. No começo, foi um pouco difícil conseguir lidar com as atitudes e tiros de palavras dele, mas com o tempo, graças aos céus, conseguiu se acostumar.

 

Jeongin sorriu, enquanto divaga em pensamentos sobre o amigo. Chegava até estranhar e sabia que tinha algo de errado quando ele ficava quieto. E de acordo com as atitudes dele àquele dia, sabia que estava tudo bem. Podia relaxar por enquanto, bom, pensou isso apenas por um segundo, antes de ter o pulso agarrado e ser puxado com tudo para dentro de uma sala vazia, o fazendo cambalear e sentir o corte no pé dar uma fisgada de dor.

 

Jeongin que tinha sua respiração acelerada pelo susto encarou de olhos arregalados Hyunjin que terminava de fechar a porta, mas não trancando, apenas mantendo uma mão contra a mesma.

 

― Ficou maluco? ― perguntou.

 

― Achei que já soubesse. ― respondeu ele sarcástico, enquanto espiava pela janelinha de vidro da porta.

 

Jeongin fechou os olhos e respirou fundo, buscando autocontrole naquele momento. Seungmin ou qualquer outra pessoa poderia aparecer ali e os pegar dentro da sala, e para piorar, estava com Hyunjin, uma das pessoas mais difíceis que já teve que lidar.

 

― O que você quer? Eu não posso falar com você agora. ― disse colocando uma mão sobre o trinco da porta, tentando abrir, mas é claro que Hyunjin não facilitaria para si.

 

― Seungmin pensa que você já está na sala. ― disse ele o olhando.

 

― Você estava nos espionando? ― perguntou arqueando uma sobrancelha. Será se ele tinha ouvido sua conversa com ele?

 

― Não perderia meu tempo com isso, mas já tinha planos de falar com você. ― explicou.

 

― Hyunjin, é sério, aqui não, eu preciso ir pra sala. ― avisou mais uma vez.

 

― Me encontre neste endereço. ― disse ele pegando sua mão e deixando um pedaço de papel.

 

― O que é isso? ― perguntou desconfiado, enquanto ainda olhava para o pedaço de papel dobrado em sua mão.

 

― O lugar onde podemos conversar sem você dar chiliques como nesse momento. ― disse e Jeongin já começava a sentir uma pequena euforia misturada a nervosismo, só em imaginar ficar a sós com ele de novo.

 

― M-minha mãe não quer que eu saia... ― começou, mas foi interrompido por ele.

 

― Olha Jeongin, eu estou sendo bonzinho em responder suas perguntas, mas o problema é que minha paciência já está acabando. ― começou ele o olhando sério, deixando Jeongin um pouco apreensivo. ― Ou você me encontra neste endereço e acabamos de vez com tudo, ou diga adeus as suas preciosas respostas. Você que sabe.

 

Sem o dar chances de responder, Hyunjin abriu a porta e saiu o deixando sozinho com aquele pequeno pedaço de papel na mão. Sem outra opção, guardou o mesmo no bolço da calça e saiu de forma cautelosa da sala, observando se não tinha alguém conhecido por ali.

 

Tentou ir o mais rápido para sua sala, mesmo com o corte o atrapalhando. Estava frustrado, e não sabia o motivo. Algo simplesmente estava o incomodando e Jeongin repensava em tudo, buscando o motivo de estar querendo chutar um daqueles armários e gritar de raiva.

 

Qual o problema dele? Se perguntou mentalmente. Hyunjin em um dia agia de certa forma até gentil consigo, mesmo não deixando aquelas provocações de lado e agora, vinha todo mandão com um pouco de grosseria.

 

Estava até mesmo sentindo raiva de si por ter tentado o entender e ser paciente, mas agora, definitivamente, queria socar o rosto dele.

 

Queria cuspir no rosto dele a palavra idiota.

 

...

 

 

Jeongin não conseguiu prestar atenção no resto das aulas, após o intervalo. Sua mente estava ocupada demais com outros pensamentos que não deixavam nem um mínimo espaço para tentar entender o que foi explicado pelos professores.

 

A volta de Seungmin não estava sendo um problema, como tinha pensado, pelo menos por enquanto. E pensar que a presença dele poderia ser um pouco incômoda o deixava mal. Não queria pensar mal de Seungmin, ele era seu amigo. Se fosse por si, faria de tudo para que as coisas continuassem tranquilas como estavam, sem ele saber o que tinha acontecido naquele final de semana, enquanto estava fora. Mas por outro lado, tinha Hyunjin, esse que antes, parecia o menor de seus problemas, isso mesmo, parecia, pois depois da conversam que tiveram a desconfiança que tinha dele ― essa que tinha jogado lá para o final da lista ― tinha voltado com força, o fazendo pensar que Hyunjin poderia ser o maior de seus problemas.

 

Não sabia por que ainda continuava a pensar naquilo, mas simplesmente não conseguia entender a atitude egoísta dele. E não tinha planejado nada para aquele dia, apenas dar atenção a Seungmin sem deixar que as coisas pudessem ficar estranhas entre eles. Contudo, Hyunjin o ameaça daquela forma, sem o dar escolhas.

 

Nem queria ter saído de casa, mas por conta da escola, foi obrigado. Queria seguir os conselhos de sua mãe e repousar para não voltar a machucar seu pé, mas pelo visto, não poderia, pois tinha um pequeno pedaço de papel dentro do bolso, com um endereço, onde tinha sido intimado pelo Hwang a comparecer no mesmo, caso quisesse ter sua última resposta.

 

Só de raiva, pensou em não ir, para deixar bem claro que nunca acataria nenhuma ordem vinda daquele garoto, mas no fundo, sentia que precisava deixar seu orgulho de lado e ouvir o que ele tinha a lhe dizer quando o perguntasse.

 

Sua atenção foi tirada de seus pensamentos, quando a porta da sala abriu-se com certa urgência. Jeongin encarou Seungmin ― esse que tinha o cenho franzido e olhar desconfiado.

 

― O que diabos você ainda está fazendo aqui? ― perguntou, enquanto se aproximava.

 

― Eu perdi algo e estava procurando. ― inventou, começando a guardar seus cadernos e livros.

 

― Perdeu o quê? ― perguntou cruzando os braços.

 

― Uma borracha. ― disse.

 

― Essa dentro de seu estojo? ― apontou com o queixo a borracha branca. Jeongin sorriu sem jeito.

 

― Ah, eu nem tinha percebido. ― disfarçou guardando suas coisas com pressa.

 

― Deixa ver se eu entendi. Você passou mais quinze minutos aqui, após a ultima aula ter terminado, procurando uma borracha que estava o tempo todo dentro de seu estojo? ― perguntou semicerrando os olhos. Jeongin engoliu em seco.

 

― Vai me dizer que nunca aconteceu de você procurar algo compulsivamente, sem nem perceber que esse algo estava o tempo todo em sua mão? ― o respondeu com outra pergunta.

 

― Tudo bem, você venceu! ― bufou revirando os olhos. ― Agora vamos, não tem mais ninguém aqui, apenas os funcionários.

 

Jeongin acompanhou Seungmin, enquanto passavam pelos corredores, até descerem as escadas, com a ajuda do mesmo. Na saída, receberam um alerta do porteiro, dizendo que eles não deveriam mais estar ali. Jeongin ainda recebeu uns socos fracos da parte de Seungmin, pois teria que ir pra casa de táxi, fazendo o mesmo voltar sozinho e a pé. Não tinha culpa, sua mãe o deu dinheiro apenas para sua corrida de volta.

 

Quando tinha conseguido um táxi, ainda passou por Seungmin e lhe deu um thawzinho, na maior inocência, mas o amigo pensando que estava debochando dele, o mostrou o dedo do meio.

 

Jeongin não se importou, era típico de Seungmin.

 

...

 

A casa estava vazia, isso era sem dúvidas, mas só por garantia, Jeongin saiu de forma cautelosa de seu quarto, fechando a porta com cuidado. Seu pai estava trabalhando e já fazia duas horas, desde que sua mãe tinha voltado para a clínica.

 

Caminhou a passos de gato ― o mais silencioso que podia ― em direção à cozinha e colou seu post-it na porta da geladeira.

 

Fui à casa de Seungmin.

Volto logo! ^_^

 

Essa era a frase que tinha escrito no mesmo, apenas no caso de sua mãe voltar mais cedo para casa e não o encontrar, mas se conseguisse voltar antes dela ― que era o que pretendia ― jogaria aquilo fora e fingiria que nada tinha acontecido.

 

Terminando, ajeitou a mochila nas costas e seguiu até a porta da frente, logo saindo e trancando a mesma. Respirou fundo, enquanto caminhava até a parada para pegar um táxi, e novamente, pegando o pequeno papel no bolso de sua calça, verificando pela quinta vez o endereço escrito nele, junto ao horário.

 

Hyunjin, aquele... Pensou em um xingamento a altura dele, mas esqueceu-se de todos que conhecia, quando se pegou de novo observando aquela letra.

 

Jeongin suspirou não acreditando no que estava fazendo. Antes, pensava que estava apenas tentando decorar o endereço, mas na verdade, percebeu naquele momento que, estava era admirando a letra dele.

 

― Ai meu Deus, o que eu estou fazendo...? ― murmurou continuando a analisar aquela letra. ― É horrível... É a letra mais horrível que já vi. ― dizia, querendo amassar o papel e jogar fora, mas não conseguia e continuava a observar tudo; as curvas em cada letra, os tons mais escuros que ele deixava sempre quando terminava... ― E eu estou ficando louco. ― concluiu fazendo sinal para um táxi que se aproximava.

 

Jeongin abriu a porta do mesmo entrando e fechando a mesma. Passou o endereço para o taxista e rapidamente seguiram em direção ao local. Seu coração parecia inquieto dentro do peito e Jeongin não sabia por que estava tão nervoso. Aquilo era incômodo demais e não sabia o que fazer para parar de sentir aquela sensação agoniante.

 

Fechou os olhos, enquanto apoiava o cotovelo na janela e encostava a cabeça ali. Tentava formular uma pergunta de alto nível para fazer, já que era sua ultima, mas nem aquilo estava funcionando. Mas que droga! Pensou irritado. Só poderia estar mesmo com algum problema mental.

 

Ainda de olhos fechados, sentiu quando o táxi parou, o fazendo abrir os mesmos e olhar ao redor. Estavam em uma rua calma, onde havia muitas casas bonitas com gramados impecáveis.

 

― Chegamos. ― avisou o taxista.

 

― Obrigado. ― disse entregando o dinheiro da corrida e logo saindo do carro ― esse que não demorou em se afastar.

 

Jeongin sentiu-se perdido, olhando ao redor em busca de Hyunjin. Avistou uma parada mais a frente e pernas de alguém que estava sentado no banco, mas que não podia ver muito por estar inclinado, apoiando os braços nas pernas, enquanto mexia no celular.

 

A rua estava deserta, a não ser por algumas crianças que andavam de bicicleta sendo observadas por dois adultos que deveriam ser seus pais. Não tendo outra opção, passou a caminhar até a parada, e esperar ali até que Hyunjin ― o irresponsável ― finalmente resolvesse aparecer.

 

Caminhava ― mancava, na verdade ― devagar, fazendo de tudo para não forçar onde estava o corte em seu pé. Mas parou quando, por já estar próximo, poder ver melhor a pessoa ali sentada e entreabriu os lábios, quando reconheceu se tratar do próprio Hwang.

 

Jeongin sendo impulsionado por uma raiva ignorou seu pé cortado e marchou com tudo até ele. Estava com tanta raiva! Queria gritar com ele, queria o encher de socos e o derrubar naquele asfalto quente, enquanto encostava um lado do rosto dele para queimar ali.

 

Só queria fazer algo para descontar sua raiva!

 

Parou em frente a ele com a respiração desregulada, fazendo Hyunjin desviar sua atenção do celular para o encarar surpreso, enquanto arqueava uma sobrancelha.

 

― Veio correndo da sua casa até aqui? ― começou ele sarcástico e logo aquele sorrisinho estava ali no canto dos lábios dele.

 

― Você é tão idiota! ― exclamou irritado, o fazendo franzir o cenho e se levantar sério.

 

Por um instante, apenas um instantezinho, Jeongin sentiu-se intimidado pela altura dele, mas voltou a si, empinando o nariz e o encarando sério.

 

― Eu nunca neguei isso. ― respondeu ele fazendo sua raiva aumentar. Nem suas ofensas a ele parecia surtir efeito, e só deixava Jeongin ainda mais frustrado.

 

― Então está afirmando que é um idiota? ― arqueou uma sobrancelha.

 

― E o que me faz ser um idiota pra você? ― rebateu ele com outra pergunta, enquanto dava um passo em sua direção, ficando mais próximo.

 

― Alguém egoísta, que não se importa em ouvir os outros, e se aproveita de que tem algo a seu favor, usando isso para conseguir o que quer e na hora que quiser. ― foi indireto, e nem sabia por que ainda tentava ser legal com ele.

 

― Fiz isso por mim e por você. ― disse ele fazendo Jeongin semicerrar os olhos.

 

― Por você? E o que você ganha me intimando até aqui? ― quis saber.

 

― O alívio de saber que isso já está acabando, e que não preciso ser mais torturado. ― disse desviando os olhos para as crianças que pareciam agitadas.

 

Jeongin abaixou a cabeça mordendo o lábio inferior. Não havia outra explicação para aquelas palavras, Hyunjin não estava mais suportando a sua presença, tanto que era como se fosse uma tortura para ele. Não fazia ideia de que estava sendo incômodo para ele, e certamente foi por isso que ele foi grosso consigo o mandando ir até ali para terminar logo com aquelas sessões de entrevistas. Saber que era aquilo fez com que seu coração se apertasse dentro do peito.

 

― E tomei coragem por você de marcar outro encontro, já que agora com a volta de Seungmin, você deve estar tremendo de medo de que ele descubra sobre nossas saídas e não queira mais ser seu amigo. ― continuou ele.

 

Pelo menos naquilo ele tinha razão, tinha que admitir. Estava pensando em evitar Hyunjin por uns dias, até que a desconfiança de Seungmin, de que tinha algo errado sumisse, para então, encontrar um lugar mais reservado para conversar com ele.

 

― É verdade, eu estou com medo de que ele saiba sem me dar chances de explicar. Você o conheceu, sabe como é explosivo e quando coloca algo na cabeça, é difícil de tirar. ― confessou, suspirando cansado. ― E sobre você estar sendo torturado, me desculpe, não sabia que minha presença podia ser tão repugnante assim. ― disse sarcástico, sorrindo falso e virando-se para observar a rua que começava a ganhar um pouco mais de movimento.

 

― Não foi isso que quis dizer. ― disse ele atrás de si e Jeongin podia sentir o quanto ele estava próximo. ― Jeongin... ― começou segurando em seu braço, mas Jeongin lutou contra a sensação estranha de como gostou daquele simples toque em seu braço, e o puxou.

 

― Hyunjin, chega tudo bem? ― disse virando-se novamente para ele. ― Eu estou cansado, meu pé está doendo e eu nem deveria estar aqui. Só vamos logo pra onde você pretende ir.

 

Hyunjin concordou sem dizer nada. Ele parecia também de certa forma cansado e Jeongin só desejou que tudo terminasse logo, para o bem dele e para o seu psicológico.

 

Repetindo como antes, o garoto segurou em seu braço o guiando para atravessar a rua. Jeongin não reclamou daquela vez, no fundo, ainda queria sentir o toque dele em si ― mesmo que fosse por cima da manga da camisa ― e também, não queria pensar muito sobre aquela necessidade, afinal, a saúde de seu psicológico estava em jogo.

 

― Espera, para onde vamos? ― perguntou estranhando. Hyunjin estava o guiando para a casa de fachada branca com cinza bem à frente.

 

― Para onde podemos conversar em paz. ― disse ele.

 

― Então, cadê a sorveteria, praça, park, shopping...? ― perguntou. Geralmente era para aquele tipo de lugar que ele lhe levava.

 

― Pode ir descartando eles. ― disse, enquanto parava para o olhar. ― Hoje vamos para minha casa.

 

Sem o dar chances de falar algo, Hyunjin continuou a lhe puxar ― agora um Jeongin com passos hesitantes ― indo pelo caminho bonito e estreito de pedras que ficava bem no centro do gramado e dava até a porta da frente.

 

Jeongin olhou para Hyunjin, sentindo-se nervoso, muito nervoso. Não contava que ainda podia ser surpreendido por ele de novo, mas a burrice foi de sua parte, por pensar que ele o levaria para um daqueles lugares públicos que já estava acostumado. Mas novamente seguindo com seus instintos imprevisíveis, Hyunjin o leva para sua casa, lugar esse que nunca imaginou que colocaria seus pés.

 

Não se tratava de um lugar qualquer, mas sim, um onde se encontrava toda a intimidade e vida pessoal dele. E em meio a tudo isso, Jeongin estava mais preocupado com a privacidade que poderiam ter.

 

Apenas se concentre no que é importante, e deixe o resto para lá. Pensou.

 


Notas Finais


No próximo vai ter muita coisa importante ― acho que vai ― então tive que parar por aqui, porque não quero ter que interromper bem no meio de algo importante ― como iria acontecer aqui, por isso decidi parar.

Hummmmmm... Estou prestes a soltar a pedra que estive tanto puxando nesse estilingue.

Alguém, por favor, escreva em um cartaz bem grande o que o Jeongin tem, porque até agora ele não percebeu... ASHUASHUASHUASHUA ele só precisa de um empurrãozinho.

Seungmin voltou e suas antenas já estão captando algo hehehe

Espero que tenham gostado.
Até o próximo!
XOXO


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