1. Spirit Fanfics >
  2. Broken >
  3. Jealous.

História Broken - Jealous.


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hello hello, babes! Que saudades que eu estava de atualizar aqui. Bom, demorei um pouco por causa da Faculdade que está consumindo todo o meu tempo, mas assim que minhas provas acabarem, irei postar como antes. Portanto, para compensar um pouco da minha demora, trouxe um capítulo bem longo para vocês. Espero que gostem, xx

Capítulo 12 - Jealous.


Fanfic / Fanfiction Broken - Jealous.

Eu estava muito encrencada.

O meu coração parecia estar preso em minha garganta, tentando, a todo custo, passar pelo nó que me impedia até mesmo de soltar o ar em meus pulmões. Minhas mãos estavam úmidas, o sangue em minhas veias parecia não estar correndo. Eu me sentia, pela primeira vez, com raiva por ser tão curiosa.

— De que cor deseja que seja o seu caixão? - Jake ralha em meu ouvido, proferindo as palavras um pouco alto devido ao barulho ao nosso redor. — Se não sair daqui agora, tenho certeza de que ele irá preso por assassinato.

— Ele não podia ter me visto. - digo e vejo Luke empurrar os homens que estavam do lado de dentro do ringue. — Ele está vindo para cá!

Nos entre olhamos, completamente alarmados e com expressões de pânico.

— Valentina, eu sou bonito demais para morrer. - meu amigo segura uma de minhas mãos e aperta meus dedos entre a palma macia de sua mão. — Você sabe que eu não aceito morrer enquanto não agarrar o filho do reitor no banheiro. Eu tenho certeza de que ele me deseja e tem sonhos eróticos comigo e...

Ele começa a tagarelar, nervoso, mas para quando vê Luke empurrar todos os corpos em seu caminho. O lutador que esmurrou o homem com tamanha força que o deixou desacordado, passava pelas pessoas como um animal selvagem, pronto para atacar sua presa. O seu olhar nunca abandonava o meu e isso me deixou apavorada.

— Eu juro que irei te perseguir por todo o paraíso. - é a última coisa que ouço Jake dizer quando vemos Luke parando a curtos passos de distância de mim.

— Luke, eu posso explicar... - tento dizer, mas ele arfa e trava o seu maxilar.

— Você me enganou dizendo que dormiria na casa desse... - ele olha para Jake, dos pés a cabeça e meneia a sua cabeça. — Eu juro que minha vontade é de quebrar todos os seus ossos e esmagá-los até que virem poeira.

Ele dá um passo em direção a Jake, mas eu entro no meio e ergo minhas mãos. Ele olha para baixo e seu olhar estava tão escuro que me causou calafrios. Toda a sua figura parecia nebulosa e de puro ódio.

— Meu anjo ruivo! - uma voz masculina ganha nossa atenção.

O garoto moreno que estava no apartamento de Luke a dias atrás esbanjava um sorriso travesso em seu rosto. Ele estava acompanhado pelos outros garotos que também estavam com ele naquele dia constrangedor.

— Uh, parece que atrapalhamos algo. - o de cabelo vermelho diz e fixa o seu olhar no amigo que podia estar soltando fumaça pelos ouvidos.

— Vocês são os meus heróis. - Jake diz e segura meus ombros, parecendo temer sair de trás de mim.

— Luke não nos disse que traria convidados para a luta. - o moreno diz. — Principalmente você... - ele puxa os ombros de Luke para trás, o afastando, e toma o seu lugar. — Futura mulher que irei apresentar para a minha família.

— Controle-se, Hood. - o de cabelo enrolado diz e solta uma risada. — Porque não nos avisou que ela e o amigo viriam, Luke?

— Porque eles não deviam estar aqui. - ele responde entre dentes.

Os garotos se entre olham e o moreno me lança um olhar curioso.

— Não me diga que a boneca...

— Essa... - Luke fecha os olhos e esfrega o seu rosto com agressividade. — Essa garota nunca obedece minhas regras.

— Isso é porque você não tem o direito de mandar tentar mandar em mim. - replico.

Eu sabia que devia ficar em silêncio, pois ele tinha razão por não querer que eu estivesse em um lugar como esse. Mas, eu não abaixaria a minha cabeça diante da arrogância de Luke. Depois de tudo o que eu vi nesse lugar, eu tinha ainda mais certeza de que o meu pai se enganara sobre o seu protegido.

— Hemmings. - um homem de aparência intimidadora chama por Luke, que imediatamente vira-se para trás. — Ótima luta, garoto.

— Eu sei. - o lutador arrogante responde. — O que faz aqui?

— Vim ver a sua vitória. Eu sabia que ia vencer. - ele diz e aperta um de seus ombros. — Eu apostei vinte mil em você.

Luke afasta a mão do homem que estava em seu ombro e enrijece a sua postura.

— Bom para você. - ele diz enraivecido e o homem dirige o seu olhar para mim, por mais que Luke parecesse tentar bloquear a sua visão.

O homem me analisa por longos segundos. O seu olhar, além de me avaliar, parecia ser maldoso, assim como o seu sorriso pouco amigável. Eu senti medo de sua presença e me corpo parecia saber que ele não era uma boa pessoa, já que um arrepio se estendeu em minha pele e um frio incomodo se alastrou por minha espinha.

Era como se ele soubesse exatamente quem eu sou.

— Todos estão indo para a festa de comemoração. - o homem volta a olhar para Luke. — Traga seus amigos. As bebidas são por minha conta.

— Irei levar Valentina em casa. - Luke anuncia.

Olho para Jake que mantinha seus olhos atentos em tudo.

— Eu posso levá-la. - o moreno diz sorridente e ergue um de seus braços, fazendo menção de colocá-lo sobre meus ombros, mas Luke bate no mesmo e recebe um resmungo do amigo.

— Eu não a deixaria com você nem se fosse a última pessoa que existisse no mundo. - ele me olha. — Vamos.

Ele agarra um de meus cotovelos e começa a me puxar sem a menor delicadeza.

— Eu não vou com você a lugar algum. - faço força para soltar o meu braço de seu aperto que estava me machucando.

— Não ouse fazer isso, Valentina. - ele respira fundo e reforça o seu aperto. — Não me faça perder a cabeça. Não sabe o quão irritado conseguiu me deixar por ter vindo até aqui.

— Dane-se a sua irritação. - digo determinada. — Eu vim com Jake e só voltarei para casa com ele.

— Podemos ir agora. - Jake diz amedrontado.

— Não irei deixar que saia mais com esse garoto. - Luke lhe lança um olhar mortal.

— Você não tem que deixar nada. - elevo minha voz, ainda mais nervosa. — Você não é o meu pai.

Com um pouco mais de força, volto a puxar o meu braço e Luke o solta.

— Traga ela para a festa, Luke. Deixe a garota se divertir. - o homem diz e passa um de seus polegares com anéis de ouro em seu queixo. Ele parecia admirar a nossa cena.

— Cale a maldita boca, Archie. - um dos garotos interfere.  — Eu posso levá-la, Luke.

— Eu não vou. - deixo claro. — Irei para a festa.

— Não. Você não vai. - Luke diz e dá um passo para frente.

Estávamos, novamente, a pouco de colidirmos um com o outro. Parecíamos dois guerreiros em uma guerra, ambos com os queixos e narizes erguidos, olhares atentos e respirações ofegantes.

— E quem vai me impedir? - o desafio, mesmo sabendo que ele podia fazer qualquer coisa comigo. Afinal, sua força era completamente superior a minha.

Encaramos-nos por algum tempo. Eu podia sentir os olhares sobre nós, não somente dos garotos que deviam estar se divertindo com nossas trocas de farpas, mas também das pessoas que ainda restaram no lugar. A grande maioria eram homens altos, fortes e tatuados.

— Deixe a garota, Luke. - o garoto de cabelo vermelho diz. — No final da noite, vocês dois terminam de resolver isso.

— Isso, cara. Vamos comemorar. - o moreno diz animado.

Luke parece enfrentar uma luta interna antes de dar três passos para trás, ficando em baixo de um refletor que o deixou em uma cena de tirar o fôlego. Quando ele estava no ringue, eu não pude observá-lo bem, devido aos seus movimentos rápidos, mas agora, eu conseguia ver como ele estava. Sua vestimenta era apenas um calção fino e faixas em seus pés e braços, só que não eram nada capazes de cobrirem suas tatuagens que pareciam ser ainda mais do que eu imaginava em minha mente. Os desenhos eram variados e havia escritas também, mas eu não conseguiria identificar cada um deles. Uma em especial chamou a minha atenção, pois estava tatuada sobre o seu peito esquerdo e, mesmo a distância, eu podia deduzir que era um nome.

Ele era lindo.

Seu cabelo estava molhado pelo suor e alguns fios enrolados estavam colados em sua testa. Seu rosto estava vermelho e havia um fino rastro de sangue em seu supercílio direito, e parecia arder conforme ele piscava.

— Vamos lá, pessoal. - o homem diz e me tira do maldito transe que me permiti ficar enquanto o admirava.

Eu não devia estar o admirando.

— Eu realmente preciso beber. - Jake diz e segura meus ombros.

Os garotos andam em direção a um corredor. Luke se manteve na mesma posição, me encarando com raiva e, possivelmente, planejando a forma mais dolorosa de me punir quando tivéssemos que ir embora.

— Vamos, cara. A noite merece uma boa comemoração. - o garoto de cabelo vermelho diz ao passar por ele e dar um leve soco em um de seus braços.

Luke não diz nada, apenas nos dá as costas e segue na mesma direção que o homem e os outros garotos seguiam. Olho para o garoto que ajeita sua jaqueta e abre um sorriso complacente para mim e Jake, ele acena com a cabeça e nos leva para o mesmo lugar que todos pareciam estar.

Passamos por um corredor estreito antes de abrirmos uma porta e a empurrarmos. Descemos um lance de escadas e chegamos à parte de baixo do lugar que parecia ser um porão ou algo parecido. Jake me olha confuso, mas abre um sorriso malicioso ao avistar vários homens sem camisa sentados em volta de uma mesa com cartas e fichas de jogos.

— Estou começando a me tornar um amante da ilegalidade. - ele diz em meu ouvido, tentando ser compreendido em meio a música e murmúrios altos.

— Nós devíamos ter ido embora. - digo ao ter minha lucidez de volta.

Várias mulheres trajadas em roupas curtas e com decotes chamativos pareciam acompanhar os homens que se pareciam com lutadores, assim como Luke que já estava sentado em um dos bancos de madeira que tinham na parte da frente do balcão cheio de bebidas e rodeado de pessoas.

— Se corremos o risco de morrer quando sairmos daqui, vamos aproveitar nossas horas restantes. - Jake diz e me puxa pela mão, me levando até o lado oposto ao que Luke estava no balcão.

Ele parece se familiarizar em questão de minutos com os homens que o olhavam com curiosidade, talvez não entendendo os seus olhares e sorrisos sugestivos, cheios de segundas intenções. Jake bebe algumas doses de várias bebidas e logo consegue apalpar os braços de um dos lutadores enquanto o elogiava, mentindo tê-lo visto lutar, o que pareceu massagear ainda mais o ego do homem que aparentava já estar alterado pela bebida.

Eu tinha em minha frente o mesmo copo ainda cheio. Meu olhar vagueava pela extensão do local. Os amigos de Luke estavam agitados com tacos nas mãos e sendo cantados pelas mulheres que estavam perto de uma das mesas de sinuca. Luke estava próximo ao balcão, agora vestia uma camisa simples preta, mas ainda tinha o ar de quem acabara de lutar.

Ele não estava sozinho. Ao seu lado, tão colada a ele que eles podiam ser vistos como um só, havia uma loira alta, vestida em uma saia jeans e uma blusa decotada de mesmo tom. Ela parecia ser muito bonita, e sua intimidade com Luke parecia existir de muito tempo, já que ela o tocava sem se preocupar de que ele pudesse afastá-la. No entanto, ele tinha sua atenção voltada para o corpo da mulher por onde ele passava suas mãos e parecia realmente gostar de senti-la.

Isso me incomodou.

Me incomodou muito.

— Qual desses imbecis a enganou e lhe disse que a estava levando para uma noite inesquecível? - uma voz masculina faz com que meus pensamentos confusos me deixem por algum tempo. — Pode dizer, eu irei fazê-lo pagar por enganar uma moça tão bonita.

Olho para o homem que tinha seus braços apoiados sobre o balcão, mantendo um copo entre uma de suas mãos. Seu corpo estava parcialmente virado para mim, assim como o seu rosto, permitindo que houvesse contato visual entre nós. Ele era bonito e não se parecia muito com os outros homens, era como se ele fosse apenas um visitante.

— Acabei me metendo nessa sozinha e com o meu melhor amigo que está... - olho para trás, procurando por Jake, mas tenho apenas a visão do seu antigo lugar vazio, assim como o do homem que ele cantara por toda a noite. — Que me deixou sozinha.

— Bom, então acho que não precisarei socar ninguém, certo? - ele ergue uma sobrancelha e sorri de canto. — Eu sou Kurt Perez.

Ele estende sua mão vazia em minha direção, analiso-a antes de retribuir o cumprimento.

— Valentina Hunter. - digo e seu rosto parece se iluminar.

— Eu sabia que já havia lhe visto em algum lugar. - ele diz e deixo o seu copo sobre o balcão, endireitando o seu corpo. — Você é a filha do governador Hunter, não é?

— Não diga isso alto. - sussurro, tentando não demonstrar nervosismos por ter sido descoberta tão facilmente.

Ele se inclina um pouco para frente e olha ao redor.

— Será o nosso segredo. - sussurra de volta. — Posso te pagar uma bebida?

— Meu copo ainda está cheio. - digo e aponto para o meu copo.

— Apenas uma bebida com alguém que está deslocado no meio de toda essa gente. - suas duas grossas sobrancelhas se erguem e eu pondero a sua oferta.

Eu estava sozinha. Luke estava ocupado demais tendo o seu pescoço beijado pela mulher bonita em sua frente. Os seus amigos, até mesmo o moreno que parecia ser legal estava distraído com a dança erótica das garotas entre eles e Jake... Bom, esse é o tipo de melhor amigo que não anda seguindo muito o seu papel.

— Somente uma bebida. - digo e um sorriso gracioso se estende em seu rosto marcado por traços firmes.

Ele ergue o seu dedo para um dos homens que serviam as bebidas e pede algo que eu desconhecia, mas não o questionei quanto a isso. Ele se senta no banco ao meu lado e começa a me fazer perguntas aleatórias, nada pessoal demais. Em alguns minutos de conversa, ele consegue me arrancar risadas e me faz bebericar mais que três copos de uma bebida doce.

Fizemos uma aposta para um jogo na sinuca, tendo como prêmio o meu número de telefone e o seu flerte com uma garota no bar. Era injusto, pois eu não sabia jogar, mas ele se dispôs a me ensinar o básico antes de jogarmos.

— Você irá roubar. - digo e passo o giz na ponta do meu taco.

— Assim você me ofende, ruiva. - ele se finge de ofendido e eu rolo os olhos, rindo.

— Vamos logo com isso.

Inclino-me sobre a mesa e tento mirar na bola branca e ao mesmo tempo nas diversas organizadas em um triângulo. Sinto o corpo de Kurt se posicionar atrás de mim, ele segura meus braços e pousa uma de suas mãos sobre a que segurava a ponta do taco.

— Não precisa de força, apenas deslize o taco. - ele diz próximo ao meu ouvido, me causando um arrepio.

Faço o que ele disse e deixo o taco deslizar em minhas mãos. A ponta escura acerta a bola branca, fazendo um som ao bater contra as outras. Consigo acertar três bolas coloridas nas redes. Isso me faz ficar em êxtase.

Começo a pular e comemorar, fazendo o involuntário ao me jogar nos braços de Kurt, que não recusa o meu abraço.

— Você é uma adversária e tanto. - ele diz em um de meus ouvidos, sem perder a chance de beijar o meu lóbulo.

Afasto-me um pouco dele, sentindo-me sem graça por deixar minha euforia me fazer ir longe demais. Volto a pegar o taco e ouço suas novas explicações, não tardando a me sentir pronta para o nosso jogo.

Jogamos três partidas e após o empate, eu consigo vencer. Ele tentou roubar de todas as formas possíveis, sempre tentando me distrair com piadas ridículas e flertes falhos, mas eu acabei vencendo no final das contas.

— Isso é tão injusto. - ele resmunga.

— Vá flertar com a garota, Kurt. Aposta é aposta. - anuncio sorridente e ele me olha antes de se aproximar.

Sinto meu coração bater um pouco mais depressa conforme a sua proximidade aumentava. Encosto-me na mesa e seguro as laterais, sentindo-me encurralada quando ele faz o mesmo e se inclina para frente.

— O que eu tenho que fazer para conseguir um beijo seu?

Engulo em seco.

— O que? - minha voz sai falha.

— O meu objetivo é flertar com alguma garota que tem aqui, e não acho que exista melhor escolha a não ser a mais bonita. - ele diz sério. — Então, diga-me, o que esse bastardo precisa fazer para ter um beijo seu?

— Eu... - encaro seus olhos escuros e me questiono se eu poderia beijar um completo desconhecido em um lugar também desconhecido.

Por cima de seus ombros, olho na direção do balcão. Não procuro por Jake ou por outra pessoa, mas sim por uma em questão e, eu não sabia o motivo de estar fazendo tal coisa. Mas lá estava eu, procurando por ele. Como se ele também procurasse por mim, nossos olhares se encontram no mesmo instante, me causando um misto de sentimentos entre a curiosidade e o medo quando o vejo se dispersar da mulher que dançava contra seu corpo.

Eu odiava o fato de me sentir incomodada com a posição de suas mãos presas a ela. Eu odiava o fato de ter uma sensação estranha pesando o meu coração. Eu odiava o fato de saber exatamente o que eu podia estar sentindo... Por ele.

— E então? - Kurt chama a minha atenção.

Em um momento de coragem insana, me impulsiono para frente e selo nossos lábios em um beijo. Kurt é pego de surpresa, mas logo toma posse da minha boca e leva suas mãos até a minha cintura, pressionando-se contra mim. O gosto de hortelã e álcool fez com que o beijo tivesse um gosto diferente, mas ele não era faminto como imaginei que poderia ser, era calmo e bom.

Mas, eu não tenho mais o gosto de seu beijo ou seus lábios contra os meus por muito tempo, já que ele é afastado bruscamente de mim. Abro os olhos atordoada e encontro Luke disparando dois socos contra o seu rosto.

As pessoas ao redor deixaram tudo o que faziam antes, apenas para assistir a briga dos homens enfurecidos. Os amigos de Luke logo se aproximaram e foram os únicos que empurraram o amigo, para afasta-lo de Kurt que cuspia no chão.

— Eu disse que te destruiria da próxima vez que o visse, Perez. - Luke avança para cima dele novamente.

— Então venha, Hemmings. Vamos terminar o que começamos no ringue. - Kurt diz entre dentes e estala o seu pescoço de um lado para o outro.

Antes que eu pudesse ver, Luke é atingido com um soco e cambaleia um pouco para trás, mas não parece ser o suficiente para fazê-lo parar. Eles começam a se socar e Kurt é arremessado sobre uma das mesas que parece partir ao meio.

— Para! - grito, mas não ganho a atenção de nenhuma das pessoas. Olho para os amigos de Luke. — Façam alguma coisa! Eles irão se matar.

O de cabelo vermelho olha para os outros amigos e eles correm na direção de Luke que estava em cima de Kurt que se mantinha no chão, tentando proteger o seu rosto e devolver os socos que o lutador lhe acertava ao mesmo tempo.

Luke é puxado para trás, após falhas tentativas dos seus amigos. Ele fica de pé e parecia ter se tornado outra pessoa, completamente fora de si.

— Chega, irmão. Valentina está assustada. - ouço um de seus amigos dizer. — Vamos levá-los para casa.

— Dá próxima vez que pensar em tocá-la, lembre-se que eu terei o seu fígado em uma bandeja. - Luke o ameaça.

Kurt solta uma risada que parece dolorosa e cospe um pouco de sangue no chão.

— Irei pagar para ver. - ele diz desdenhoso e Luke tenta alcançá-lo novamente, mas é impedido.

— Não! - o moreno diz a ele. — Vamos embora.

Eles arrastam Luke que encarou Kurt até ser levado completamente para longe e subiu as escadas. O seu amigo de cabelo enrolado se aproximou e jogou por meus ombros uma jaqueta escura, que se parecia com a que Luke usava sempre. Eu poderia dizer que era apenas uma jaqueta semelhante a dele, mas o cheiro que invadiu minhas narinas entregou que se tratava exatamente de sua jaqueta.

— Vamos lá. Vamos embora. - ele diz e, gentilmente, segura meus ombros e me guia até a escada.

Passando por Kurt que tinha a ajuda de alguns homens para se levantar, nossos olhares se encontram, e eu tento lhe mostrar que sinto muito. Ele sorri de canto e logo faz uma careta, parecendo estar com dor. Pelo menos ele não parece me culpar pela estupidez de Luke.

— Porque ele fez isso? - pergunto ao seu amigo.

— Luke e Kurt têm problemas há algum tempo.

— Ele precisava ter o agredido daquela maneira? - questiono.

— Não, mas Luke não tem controle sobre o seu temperamento. - ele suspira. — Luke quebrou as regras do circulo.

Olho-o confusa.

— Regras? Circulo?

— Nenhum lutador pode brigar com outro lutador, a não ser que eles estejam no ringue.

Isso não fazia sentido algum para mim.

— Ele é louco. - digo e umedeço os lábios. — Eu não posso ficar perto de uma pessoa como ele.

Atravessamos todo o lugar do lado de fora e passamos por alguns carros.

— Olha... - ele começa a dizer. Sua calma era tanta que chegava a ser irritante. — Luke pode ser a pessoa mais fora de controle e razão que você já conheceu em sua vida, mas ele também é a pessoa que mais lhe manterá segura. - ele me olha de canto. — Ele faria qualquer coisa para protegê-la.

— Acho que não. Ele me odeia. - pontuo o óbvio.

Ele solta uma risada e meneia a sua cabeça.

— Vocês dois precisam enxergar o que está estampado em vocês. - ele diz e se silencia, voltando a me guiar por entre os carros.

Eu queria dizer que suas palavras fizeram sentindo para mim, mas elas me deixaram apenas com um grande ponto de interrogação no alto da minha cabeça.

Andamos mais um pouco até pararmos em frente a um carro completamente diferente do que Luke sempre andava. Seus amigos já estavam dentro do veiculo, e Luke estava sentado no banco do carona, de braços cruzados e cabeça baixa.

— Eu vou te levar em meu carro. - o garoto diz e aponta para o carro estacionado atrás do que os outros estavam.

Ele abre a porta para eu entrar e me mostra o cinto de segurança. Pelo menos nisso ele se parecia com o amigo.

Ele deu a volta no carro e se sentou no banco, esperando o carro da frente seguir pela estrada para ele fazer o mesmo. Uma música baixa tocava no carro enquanto seguíamos em silêncio. Vez ou outra ele me perguntava se eu estava bem, eu apenas afirmava com a cabeça, preferindo não dizer nada, já que eu não sabia o que lhe dizer, realmente.

Quando o carro parou em frente ao prédio de Luke, eu temi sair do carro e ter que ficar sozinha com ele, mas se eu ousasse fugir novamente, meus minutos de vida seriam reduzidos para segundos.

— Tem certeza que não quer entrar? - pergunto para Ashton, agora eu sabia o seu nome e não me esqueceria de sua sutileza comigo.

— Tenho que voltar para o armazém e concertar o que Luke fez. - ele diz e sorri, permitindo que as suas covinhas aparecessem. — Fique tranquila, ele não irá te machucar.

— Como tem tanta certeza disso?

— Eu conheço o meu amigo. - ele toca o meu rosto rapidamente. — Agora vá, antes que ele te jogue sobre os ombros como um fodido homem das cavernas que ele pode ser.

Solto uma risada nervosa.

— Obrigada, Ashton.

— Não por isso, Valentina.

Com isso, ele me dá as costas e segue até o seu carro. Seus amigos se despedem de mim com um aceno, mas o moreno, Calum, me joga um beijo no ar ao colocar a sua cabeça para fora da janela, Luke acerta a sua cabeça com um tapa e, murmurando, ele volta a se sentar no acento e segue o seu caminho.

Olho de relance para Luke e o vejo esperando que eu suba os degraus e entre no prédio. Com medo de que ele fizesse mesmo o que Ashton disse, eu subo os degraus e entro, andando sempre em sua frente. Subimos todas as escadas até chegarmos em frente ao seu apartamento.

Ele destranca a sua porta e gira a maçaneta, esperando a minha entrada. Passo por ele, tentando não encostar-me em seu corpo. No momento em que ouço a fechadura sendo trancada, o meu coração bate depressa e minha respiração ofega.

— Luke, eu...

— Porque, Valentina? - ele rosna. — Porque você insiste em me enlouquecer?

— Eu te enlouqueço? - forço uma risada e viro-me para ele, fitando-o, completamente incrédula. — Você luta ilegalmente e eu sou a responsável por algo ruim em sua vida?

— Minha vida pessoal não respeito a você ou a sua família. - ele dita. — Eu nunca te envolvi em meus assuntos.

— Exatamente. - aponto um de meus indicadores para ele. — Você prefere me deixar trancada enquanto vai lutar ou fazer sabe-se lá o que!

Ele estreita os olhos. Seus punhos estavam fechados, sua respiração acelerando e suas pupilas pareciam dilatadas ao máximo, tornando o seu olhar sombrio.

— E você nunca ouve o que eu lhe digo. - ele grita. — Aquele lugar é perigoso, Valentina. Minha responsabilidade é mantê-la segura, mas você não segue o que eu lhe digo para que isso aconteça. E por quê? - ele dá um passo para frente. — Sabe o que podia ter lhe acontecido se tivesse presenciado uma briga muito pior que a minha? Sabe o que podia ter lhe acontecido se o fodido Kurt tivesse te tirado da minha vista? Sabe o que podia ter lhe acontecido se eu não tivesse socado aquele maldito rosto?

— Você diz como se isso lhe importasse. - digo em mesmo tom. — Você ficou toda a noite ocupado com aquela garota, quase a despindo em público!

Levo minhas mãos até a minha boca após perceber as palavras que permiti que escapassem. Luke ergue as sobrancelhas, parecendo confuso ou tentando fazer que as minhas palavras ganhem algum sentido em sua mente.

— Você sentiu ciúmes. - ele diz sério. — Porque você sentiu ciúmes de mim, Valentina?

Era estranho não ouvi-lo me chamar de Ariel. Confesso que o apelido era ridículo, mas eu começava a gostar quando era ele quem me chamava de tal forma.

Droga!

— O que? - forço uma risada e desvio o olhar. — Está louco em pensar que eu senti... Que eu senti ciúmes de você.

Fecho os meus olhos, os apertando com toda a minha força. Desejei me estapear por ter falado demais.

De repente, sinto sua presença tão próxima a mim que me impediu de respirar devidamente. Tenho tempo apenas para abrir os olhos e estar com o corpo próximo ao dele, não como no lugar de sua luta, mas de maneira... Intima. Onde invadimos o espaço pessoal um do outro.

— Porque bateu em Kurt? - merda! Eu devia parar de falar.

Luke aperta o seu maxilar.

— Porque ele se atreveu a te tocar. - ele ergue uma de suas mãos e com receio, toca meus lábios. — Ele te beijou...

Mas o que estava acontecendo aqui?

— Eu...

— Você tem um imã para problemas. - ele retira a sua mão dos meus lábios e olha-me de maneira que nunca me olhou antes.

Eu não consigo lhe responder devidamente, e nem conseguiria. Seus lábios tocam os meus, e o pouco de ar que eu consegui soltar, foi levado no instante em que nossos lábios se moveram, juntos, em mesma sintonia, como se ambos ansiassem por aquele ato.

Era loucura estarmos fazendo isso, sendo que horas atrás queríamos nos matar.

Porque isso estava acontecendo? Porque eu gostava tanto do seu beijo? Porque eu me senti vazia ao vê-lo tocar outra mulher? Porque eu não senti nem mesmo um pouco da confusão que sinto quando o beijo com Kurt? Porque razão eu não conseguia odiá-lo?

Tudo estava girando rápido demais em minha cabeça.

Luke não se afasta como pensei que fosse se afastar como em todas as outras vezes que cometemos o erro de nos beijarmos. Eu o faço. Empurro o seu peito e corro por seu apartamento, até entrar em seu quarto, fechar a porta e encostar meu corpo contra a madeira, permitindo que eu escorregue até encontrar o assoalho. Encolho-me, abraçando meus próprios joelhos e ainda, sentindo o seu gosto único em minha boca e o seu cheiro na jaqueta que aquecia o meu corpo.

Eu não me precipitei ao pensar que estava mesmo encrencada. Só não contava que fosse dessa forma. 


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...