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História Broken Hearts - A morte está à espreita


Escrita por: Miss_Amelie

Notas do Autor


Amores,

Fiquem atentos.
Teremos mais uma morte no cardápio.

>> Disclaimer: Os personagens pertencem à DC Comics.

A imagem é uma Fanart incrível do Batfleck (autoria desconhecida);

Inspirada pela série magistral de Stieg Larsson: Millenium
'Os homens que não amavam as mulheres', 'A rainha do castelo de ar' e 'A menina que brincava com fogo'.

Boa leitura, mes amis!

Capítulo 9 - A morte está à espreita


Fanfic / Fanfiction Broken Hearts - A morte está à espreita

 “Na minha memória – tão congestionada –

e no meu coração – tão cheio de marcas e poços –

você ocupa um dos lugares mais bonitos”.

(Caio Fernando Abreu)

 • • •

 

• Delegacia de Polícia de Gotham •

 

O Departamento de Polícia de Gotham City, pode-se dizer, tinha muitas semelhanças com a cidade: o prédio era antigo, a arquitetura antiquada, na fachada, uma mistura de sujeira e pintura descascada indicava a falta de manutenção regular. O interior parecia bem cuidado, mas também não era agradável.

Um homem alto, corpulento e fora de forma, completava sua aparência desleixada com os cabelos despenteados e a barba por fazer. Ele fumava um charuto, encostado em uma das mesas dos detetives. O salão era imenso, sem divisórias, apenas placas indicando a Divisão de investigação de cada um – Homicídios, Narcóticos, Unidade de Vítimas Especiais, etc. A poucos metros, um cartaz indicava: PROIBIDO FUMAR! Mas o homem não parecia se importar. Era como se quisesse zombar da Lei.

Ele parecia desinteressado de tudo, até por os olhos na morena curvilínea, incrivelmente alta, usando um sobretudo marrom – que tinha um corte levemente curto e terminava bem no meio das coxas – fazendo seu caminho para o interior do recinto.

O olhar dela percorria toda sala, como se estivesse procurando alguém. Adiantando-se a quem quer que fosse, Harvey Bullock correu até a moça, para ‘generosamente’, oferecer seus préstimos.

Ironicamente, o que ‘grande detetive Bullock’ não esperava que a mulher à sua frente fosse tão intimidante de perto. Ela era cerca de dez centímetros mais alta e ele se sentiu ridículo quando precisou olhar para cima, para falar com ela. Além disso, o corpo perfeitamente esculpido, as longas pernas à vista, a cascata de cabelos escuros que se derramavam sobre os ombros e as costas, o delicado queixo erguido, a postura régia e o brilho intenso dos olhos azuis, fizeram-no estupidamente hipnotizado por alguns segundos e ele não conseguiu emitir qualquer som, arrancando risadas dos colegas.

Ele queria falar, mas não conseguia, como se tivesse esquecido o que fazer. A moça sorriu graciosamente e resolveu tomar a iniciativa:

– Senhor, por favor. Eu estou procurando o comissário Gordon. – Ela manteve o sorriso gentil e ele pensou ‘quem diabos poderia negar qualquer coisa a esta mulher’?

– A sala do comissário fica bem ali, boneca – Ele colocou a uma mão em seu ombro e a outra, apontou na direção de Gordon – Bem... Talvez você não saiba, querida, mas os casos devem passar primeiro pelos detetives antes de chegar ao comissário. Por que você não vem até minha mesa, me conta o seu problema e eu mesmo resolvo pra você? – Ele a olhava como um predador avaliando sua presa.

– Obrigada, senhor... – Ela estava descontente com a ‘impertinência’ do homem, mas permaneceu com um tom de voz gentil.

– Bullock, tenente Harvey Bullock – ele enfatizou a patente para impressioná-la.

– Não será necessário, detetive Bullock. Meu assunto com o comissário é particular. Então, eu ficaria imensamente grata se o senhor me levasse até ele – A resposta não foi rude, mas a determinação na voz dela deixou claro que ela não pretendia estender a conversa.

– Tudo bem, Querida! – Ele respondeu – O que e digo quando ele perguntar quem quer falar com ele?

– Diga-lhe que é Diana. Ou como as pessoas me chamam aqui, Mulher Maravilha. – após o anúncio, podia-se ouvir quando dois copos de café caíram da mão de uma policial; haviam queixos caídos, olhos arregalados e muita gente parou de se mover por alguns segundos.

 

(...)

 

– Obrigada por me receber, comissário. Eu estou familiarizada de que, no Mundo do Homem, é conveniente ‘agendar’ uma visita. Por isso, me desculpe se o momento não for oportuno. Mas de onde eu venho, amigos não precisam de formalidades. – Ela pareceu um pouco envergonhada ao perceber que Gordon assumiu uma expressão divertida no rosto quando ela sugeriu que fossem amigos.

– Não se preocupe, Mulher Maravilha – Ele respondeu honestamente, desligando o telefone e dando-lhe total atenção. – é o mínimo que eu posso fazer por quem salvou a vida de alguns dos meus policiais.

– Obrigada de qualquer forma, comissário. Mas, por favor, me chame de Diana.

– Está bem, Diana e você pode me chamar de Jim. – ele frisou – Eu estou curioso, o que a trouxe aqui?

Ela não estava surpresa por ele ser tão direto. Era de se esperar de alguém que lidava diretamente com o Batman.

– Bem, Jim, você e o Batman trabalham juntos a um bom tempo, então eu pensei que talvez você pudesse me falar sobre ele. – Ela percebeu o olhar analítico do comissário sobre si, como se estivesse avaliando suas intenções.

– O próprio Batman não seria a pessoa mais indicada para isso, Diana?

– Além do fato dele ser cheio de segredos, Jim, eu nunca o vi realmente envolvido em uma conversa. – Ela soltou uma doce risada espontânea

– De fato... Mas, sendo muito honesto, Diana. Eu não acho que possa realmente ajudar. Tudo que eu sei sobre ele é como Batman.

– Eu entendo. Isso é suficiente! – Os olhos dela assumiram um brilho mais intenso – Eu só quero aprender mais sobre ele, sobre Gotham. Queria entender por que ele se recusa a aceitar ajuda.

Gordon encostou-se confortavelmente na poltrona: – Quando se ouviu falar dele pela primeira vez, todo mundo achava que era só mais uma lenda urbana inventada pelos garotos, nas Docas, onde o viram. No começo, ele impediu alguns assaltos, tentativas de estupro, e furtos. Ele lidava com, digamos, a ralé do mundo do crime.

– Por um tempo, a polícia resolveu ignorá-lo. Até cerca de um ano e meio depois, quando ele era o Inimigo Público número um da Polícia de Gotham.

– Por quê? Como puderam tratar como criminoso um homem que deveria ser honrado como herói? – Diana sentiu um gosto amargo na boca.

– Na época, eu era ainda era detetive. O Batman começou a interferir nos negócios da máfia. Havia políticos, gente da polícia, juízes, promotores, todo tipo de gente envolvida com negócios escusos. Então, quando a ‘lenda urbana’ explodiu contêiners carregados de drogas, prendeu chefes da máfia, e entregou provas que incriminavam a eles e os envolvidos, políticos e policiais corruptos começaram a caçá-lo.

– Mas você estava do lado dele, não é?

– Sim... Finalmente, eu não era a única pessoa lutando por justiça nessa cidade – Gordon suspirou – Mas foi difícil. Ainda é!

– As coisas melhoraram um pouco depois disso. Os novos policiais do Departamento eram jovens inspirados por ele e eu me tornei comissário uns anos depois. Mas isso não durou muito... Eu não sei dizer de onde saíram esses loucos, mas o pior da humanidade veio parar nessa cidade... E o Batman sempre lidou com eles, porque a polícia não está preparada. 

– Por que ele é tão reticente em aceitar ajuda? Eu me recuso a acreditar que um homem que dedica sua vida em prol de uma cidade que sequer reconhece o valor de seu sacrifício, se recuse a aceitar ou pedir ajuda por orgulho ou vaidade.

– Não sempre, mas por um tempo, havia um garoto ajudando. Ele o chamava de Robin. Mas depois que o Joker matou um dos garotos, ele voltou às origens e patrulha sozinho.

– Eu consigo entender por que ele faz o que faz. Mas tudo isso, me faz querer ajudá-lo ainda mais, Jim. Ele carrega um peso incalculável sobre si e se recusa a dividi-lo (...) De qualquer forma, obrigada por me receber.

– Ah, Diana, antes que eu esqueça: O prefeito e o Chefe de Polícia pretendem organizar um evento em sua homenagem.

– Pra mim? Por quê?  – Ela ficou um tanto sem jeito.

– Pelo que eu ouvi, os policiais que você salvou sugeriram que o Departamento de Polícia deveria agradecê-la publicamente. E o prefeito achou conveniente oferecer um baile beneficente, onde você será a convidada de honra e será homenageada. No fundo ele só quer aproveitar a sua imagem para se promover, já que as eleições são no fim do ano.

– Bom, acho que eu posso lidar com isso – Ela sorriu gentilmente – De qualquer forma, estou lisonjeada com a iniciativa dos policiais. Mas... Eu não posso aceitar até falar com o Batman.

– Não se preocupe. Eu aposto que ele não deverá se opor! – Jim notara como mesmo o Batman parecia mais suave em torno dela.

Diana estava prestes a despedir-se, quando a detetive Montoya entrou na sala e comunicou ao comissário sobre um homicídio em curso. À pedido do prefeito, a polícia deveria concentrar todos os esforços neste caso. No topo do prédio do DP de Gotham, o canhão de luz com um símbolo de um morcego ao centro foi ligado e toda cidade podia ver, no céu cinzento, que Gotham precisava mais uma vez do Batman.

 

(...)

 

Embora a expressão no rosto do Batman fosse inescrutável – melhor dizendo, a expressão na no único pedaço de pele que seu traje deixava à mostra – Diana, inexplicavelmente, mesmo que não pudesse ver seu rosto por inteiro, poderia dizer que ele já não estava tão zangado por ela vir à Gotham sem sua expressa permissão. Ela ainda pensou em dar-lhe uma resposta mal criada, para deixar claro que ela não precisa de permissão para ir onde quiser – muito menos da autorização de um homem. Mas depois de tudo que o comissário lhe dissera, tomou por bem não retrucar.

Assim que ele a viu, no telhado, ao lado de Jim Gordon e Renee Montoya, a mandíbula contraiu-se e ele rangeu os dentes. O efeito do modulador de voz embutido no capuz ecoou mais grave que o normal, parecendo um rugido rouco e Renee involuntariamente encolheu os ombros. Enquanto Gordon tinha a mesma expressão de passiva de sempre, fumando um charuto barato.

 

– O que você está fazendo na minha cidade, princesa? – Embora o efeito aterrador sobre a detetive permanecesse, seu alvo não parecia nenhum pouco constrangida. Pelo contrário, ela estava sorrindo.

– Eu pedi que ela viesse. Me desculpe, Batman – Gordon se adiantou antes que ela respondesse com a verdade inevitável – O Departamento queria fazer uma homenagem em agradecimento pelas vidas que ela ajudou a salvar em Arkham. Eu a convidei para discutirmos o assunto.

 

Ela fez uma oração silenciosa a Hera e deu a Jim um sorriso, em agradecimento.

Assim que Montoya o informou sobre o homicídio, em Belle Ville, Jim pediu ao Batman que fizesse as investigações, como um favor pessoal. Ele planou em direção ao beco adjacente ao prédio, e alcançou o Batmóvel.

Diana o alcançou no momento em que ele fazia seu caminho para entrar no carro. Ele já tinha advertido que ela devia voltar à Torre, mas impulsivamente, com um tom de voz suplicante, ela se arriscou a pedir-lhe para ir com ele, jurando que não iria atrapalhar.

Era praticamente certo ele responder “saia da minha cidade”. Por isso, ela já foi tomando o caminho de volta à saída do beco, com a cabeça baixa, se maldizendo por se importar tanto com um homem insuportável, antes de ouvir a resposta. Diana estava bem no meio do caminho, quando o cérebro estalou, levando um tempo maior que o habitual, para processar que ele havia dito “SIM” – não diretamente, claro, porque afinal, era o Batman.

 

• Belle Ville || Gotham City •

 

 

O corpo de um homem de meia-idade fora achado sem vida, no quarto principal da suntuosa mansão, localizada na área com o metro quadrado mais caro de Gotham, o condomínio residencial de luxo, Belle Ville. A majestosa residência, tinha cerca de dez suítes em cada um dos dois andares. Era absurdamente grande e desproporcional à necessidade de seu único residente: Bob Forbes. Que, se não fosse pela presença dos seguranças e duas empregadas, estaria condenado à desfrutar de sua detestável companhia.

Segundo o depoimento da empregada, que encontrou o corpo por volta das 21h, quando entrou na suíte para guardar as roupas recém-passadas, achando que seu patrão ainda não havia chegado do trabalho. Diana pediu a Bruce para falar com ela, tendo em vista o pânico que a pobre mulher ostentava, diante da figura dele.

Mariza não sabia muito. Ela disse a Diana que não tinha visto nada diferente quando chegou para trabalhar, às 7h da manhã. Nem sinal de arrombamento, nem objetos roubados, ou nada que justificasse a presença de um estranho.

O perito indicou a hora da morte entre 3h e 4h da madrugada, o que combina com o fato de que Mariza não estava lá quando o crime aconteceu.

Eles entraram no quarto depois de falar com todos os empregados. Ele pediu pra ela observar o quarto em busca de evidências, flutuando, para não contaminar possíveis evidências. Enquanto ele iria examinar o corpo.

Ainda era cedo para dizer, mas a posição de bruços do corpo era semelhante a posição da vítima encontrada na joalheria. Quando ele virou o corpo, o rosto da vítima indicava mais duas coincidências com o crime anterior:

- Bruce Wayne o conhecia!

- Bruce Wayne namorou sua filha!

 

• • •

 

Eu estou caindo aos pedaços, quero ser o que o mundo esqueceu

E eu sei, parece que o céu quando você está perdido

(Death Of a Dream - The Eden Project)


Notas Finais




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