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História Broken Soldier - HEAVEN


Escrita por: Wild_World

Notas do Autor


VOoltei mais rápido que imaginava. Hoje o capítulo está bem amorzinho... aproveitem enquanto podem! Não sei se o capítulo está bom, então fica difícil de dizer o que penso sobre ele. Agradeço pra caramba pelos favoritos e também pelos comentários. Eles me incentivam bastante a continuar escrevendo.
ESPERO QUE GOSTEM.
PS. Caso encontrem algum erro, ou esqueçam, ou me mandem alguma mensagem para consertar. (Não revisei, maldita preguiça!)
PS2. Se não gostarem de capítulos grandes, me avisem por favor. Esse está bem grandinho. Se quiserem, eu posso dividir em dois ou algo do tipo.
Bom, até a próxima, bbs. <3

Capítulo 10 - HEAVEN


Como são sábios aqueles que se entregam às loucuras do amor”, disse Jo. Cooke

Entre aquelas prateleiras lotadas de madeira, martelos, tintas, pinceis, todos da Iberia Tiles, uma loja de departamento para construção, encontrava-se Lauren Jauregui. Com aquele carrinho de ferro rangente, segurando firmemente no suporte de plástico. Lá existia um padrão de características. A maioria era composta de homens, com poucos fios de cabelo ainda restantes no topo da cabeça, barriga inflada e óculos caindo dos narizes, talvez as mulheres haviam obrigado a ir comprar material para consertar os erros da casa.

Os únicos que fugiam do modelo eram Lauren e um homem, já pelos seus 40 e poucos anos, com a blusa polo azul escura combinando com os jeans e o sapato. Seus cabelos não eram nem tão arrumados, mas também não poderiam ser considerados bagunçados. Seus olhos, em um tom intenso acinzentado, era rodeado por pequenas rugas da idade, porém todas em poucas proporções, quase inexistentes.

No carrinho de Jauregui, empilhados organizadamente estavam as faixas longas de madeira, eucalipto, precisamente, tinta branca, junto a um rolo e pincéis, além de coisas como maçaneta, tubos, kit de ferramentas, etc. Agora, parada atrás de um dos homens padronizados, a fila andava tão devagar quanto a respiração de uma tartaruga morta.

                - Meu Deus, é impressionante como essa fila não anda. – Disse gentilmente aquele homem dos olhos cinzas.

                - Concordo plenamente. – Sorriu para aquele estranho simpático. Ele resolveu sorrir, mostrando aqueles dentes perfeitamente alinhados.

                - Então, seria muito evasivo te perguntar o que estaria fazendo em uma loja de construção? - Comprando material de construção, idiota, pensou em responder.

                - Estou reformando minha casa. – Disse simplesmente.

                - Eu faço reparos nas casas das pessoas daqui. – Falou sem nem mesmo ter sido questionado. – Sabe como é, algumas vezes nós temos que ter nossos bicos para dar uma ajudinha nas contas do final do mês.

Não, Lauren não fazia a mínima ideia. A última coisa com que deveria se preocupar era dinheiro. Porém, balançou a cabeça como se fosse perita no assunto.

A conversa parou ali. Provavelmente, aquele homem percebera que Jauregui não queria o mínimo de contato. A única coisa que ansiava era em chegar em casa e pôr as mãos na massa. Animação era o que lhe traduzia naquele momento.

Com as sacolas nas mãos, deixando as pontas dos dedos das mãos esbranquiçadas, pôs tudo que comprara no porta-malas. Viu de relance novamente aquele sujeito de dentes perfeitos andar até sua caminhonete, preferiu deixar de segui-lo com os olhos a partir daí. Correu até a porta, escancarando-a e finalmente sentando-se naquele banco macio.

Era impressionante como na rádio de Traverse City existiam 3 tipos de rádio: Aquelas que apenas tocam pop, as que tocam country e as que tocam as músicas gospel. Também tinham aqueles programas onde um homem ficava falando com seus ouvintes sobre diversos assuntos insignificantes e fazendo jogos para que estes conseguissem ganhar camisas do nome da estação e ingressos para shows. Era desgastante ouvir aquele rádio.

Optou por iniciar uma conexão rápida telefone-carro. O Bluethooth aparelhou-se rapidamente com o sistema do rádio e, por fim, suas músicas finalmente começaram a tocar pelas caixas de som. Pelo menos tentou, pensou.

Quando chegou naquele meio do nada, cercada pelas árvores, com o cheiro natural, parecendo aqueles aromatizantes em forma de pinheiro que se usam em carros, seus olhos caíram para todos os lados. Uma parte de si ainda não conseguia acreditar na compra daquela pequena casinha. Precisaria decora-la, mas primeiro consertar suas falhas e despistar aquele guaxinim que lhe dava certo medo de transmitir alguma doença.  

Os degraus rangeram abaixo de seus tênis All Star. Levou as sacolas de compras até o quarto, limpou o suor que insistia em escorrer. Por pensar nisso, estava sozinha naquele mato. Nenhuma casa ao redor. Poderia fazer o que bem entendesse. Tirou a blusa, deixando apenas seu top cinza, a plaqueta junto ao anel e as cicatrizes a mostra.

Aquela quarta era um dia normal para o povo de Traverse City. Ou seja, extremamente ensolarado. Os raios de sol pareciam fritar a pele, principalmente para alguém tão branco quanto Lauren.

Arrumou o boné vinho de camurça no topo da cabeça e os óculos escuros. O problema de ter olhos claros era que eles ficavam muito sensíveis a luminosidade.

Retirou cautelosamente a madeira podre da varanda, desparafusando e retirando os pregos. O trabalho foi árduo o suficiente para ter de parar diversas vezes para a hidratação. Seus músculos do braço estavam rígidos, tão rígidos quanto quando passava dias e mais dias segurando aquela arma pesada durante sua estadia no exército.

A música tocava alta pela caixinha de som JBL. Era rock pesado. O mesmo que os soldados americanos cantavam enquanto marchavam pelas estradas de terra do Oriente Médio. A preferida deles, pelo que se lembrava, era Thunderstruck, do ACDC. Luke adorava cantar com todos aqueles homens.

O telefone apitou. Uma mensagem.

Onde você está? Quero te ver. – Camila Cabello

Na minha nova casa. – Lauren Jauregui

Estou indo. – Camila Cabello

Com certeza aquela garota era definitivamente abusada. Todavia, Lauren adorava isso. Jauregui havia lhe contado sobre a compra do lugar e também algumas histórias de sua família e do exército naquela noite em que escalara a árvore. Nada acontecera entre as duas a partir daquele dia. Talvez fosse porque Camila estava tão ocupada durante aquela semana e por Lauren também ter seus afazeres. Por isso, sentiu aquela sensação inabalável de ansiedade e nervosismo pela garota estar vindo vê-la.

Não se preocupou com horário. Continuou a pregar, aparafusar, martelar, posicionar, as madeiras da varanda.

Havia aprendido como construir e consertar há muitos anos, quando ajudara o pai a reformar a garagem da casa. Foi uma ótima experiência, já que era completamente leiga no assunto restaurar coisas. Agora, sentia-se como expert. Agora poderia se gabar.

Camila chegou sem nem que percebesse. Sorrateiramente e faceiramente, a garota a havia visto em uma situação não muito favorável. Xingava tudo graças a sua própria estupidez em martelar o próprio dedo. Com o dedão na boca, resmungava palavrões, parecendo exatamente uma criança que não ganhara o brinquedo que queria no natal.

Tocou a mulher no ombro rapidamente, quase como um tapa, só que sem a parte da dor. Lauren virou-se como se fosse realmente atacar Camila, e esta até recuou pelo receio.

                - Ca-Ca.... – Gaguejou. – Camz!

A latina não entendera direito se aquilo era um apelido ou apenas um erro na pronúncia devido ao susto.

                - Camz? Gostei! – Exclamou, sorrindo altamente.

Quando finalmente observou Lauren, percebeu que estava sem blusa, assim podendo ver a pele lisa de sua barriga. Tinham pequenas faixas irregulares, como traços. E Cabello notou que eram cicatrizes. Em especial, uma enorme que vinha do fundo das costelas até o vale abaixo dos seios. Era longa e mais escura que a pele.

                - Você pode começar a me chamar assim agora. Então, casa uma terá um apelido único! – Lauren levantou-se. – Você será Lolo e eu Camz.

                - Então, não querendo parecer mal-educada, mas a senhorita poderia me dizer o motivo de ter invadido minha propriedade? - Perguntou em tom cômico.

                - Eu queria poder ter um motivo concreto, talvez você pudesse ter esquecido um casaco lá em casa ou coisa do tipo para me dar uma ajudinha. Mas, como você não o fez, vim aqui lhe entregar outra coisa que não é material.

                - Mostre-me então esta coisa não material. – Sussurrou Lauren.

                - Não se mexa. – Cochichou.

Pôs as mãos na nuca de Lauren Jauregui. Inclinou o rosto, ficando um pouquinho na ponta dos pés, pois a outra era mais alta. Os olhos verdes firam ficando cada vez mais próximos, aqueles lindos mares onde Camila passaria horas e horas perdida. Até que eles se fecharam. As mãos ágeis correram até a cintura de Cabello, exatamente como ela queria.

Beijaram-se debaixo daquele telhado caindo aos pedaços e acima das madeiras recentemente posicionadas. Lauren nem ao menos se importou com o barulho das patinhas do guaxinim, que acabou por ser nomeado de Giuseppe. Talvez ela não quisesse tanto mais Giuseppe fora de sua propriedade. Começara a se acostumar com a presença do animal lá.

Os dentes se encontraram com os lábios vermelhos. As línguas movimentavam-se levemente após Lauren pedir acesso total a boca de Camila, recebendo um passe VIP.

Aquele não foi o primeiro beijo que Jauregui e Cabello se encontraram. Muito menos o primeiro beijo de Lauren. Porém, aquele beijo, naquele momento, foi diferente de tudo que já havia sentido em toda a sua vida. Parecia flutuar entre as nuvens, voar pelo céu junto aos pássaros, tomar um banho gelado no calor extremo. Naquele exato segundo, teve a certeza de que Camila era única. Unicamente única. Poderia apalpar o sentimento que insistia em transbordar seu corpo, correr pelas veias, invadir o coração, cérebro e todos os órgãos.

                - Vamos ver o que a senhorita está fazendo aqui. – Disse Camila com aqueles olhos castanhos, avaliando o local. – Está fazendo um ótimo trabalho, Jauregui.

                - Obrigada, Cabello. – Respondeu, risonha. - Quer ver a casa? - Questionou Lauren, alcançando um olhar animado da outra. – Quer dizer, eu direi como eu quero que ela fique. No momento, não terá muito o que você ver.

                - Pare de falar e me mostre logo a casa. – Bateu levemente no ombro de Jauregui.

Entraram. Tinham 3 quartos, um banheiro, a cozinha e a sala de estar estavam juntas, sem nenhuma parede entre elas. Não era pequeno, mas também não era uma grande casa. Perfeita.

                - Aqui. – Apontou para a sala de estar. – Vou comprar uma televisão enorme para ver meus filmes e séries. E trarei meu Xbox da casa dos meus pais e o instalarei aqui. – Apontou para outro lugar. – Farei uma grande estante para botar meus livros. – Direcionou outra parte. – Uma enorme mesa para jantares em família. Imagino como seria passar um natal aqui. A árvore ficaria ao lado da TV. – Mostrou as paredes. – Botarei alguns quadros que tenho, além de uns pôsteres. O de “De Volta Para o Futuro” ficaria ótimo ali. – Suspirou. – Sofá! Ele será enorme e bem acolchoado. Dependendo do estilo, será melhor que a minha cama. – Sorriu.

                - Você poderia fazer uma área de trabalho em algum dos quartos. – Falou Camila. – Tem 3 quartos. Um seria para você.... - E para mim, quis falar. - Outro para alguma visita, ou uma criança. E, este último, faria uma área de trabalho para você. Com computador, lápis, folhas de papel e qualquer coisa que você use.

                - Boa ideia! – Exclamou. Lauren parecia animada com a ideia de uma nova casa.

Seguiram um corredor, até encontrar um enorme quarto, o futuro quarto de Lauren.

                - Este será meu quarto. – Confirmou. – Eu o escolhi por causa da vista. Se olharmos pela janela, poderemos ver uma parte das montanhas e, de manhã, o sol se encaixa perfeitamente no meio delas. – Disse. – Botarei uma cama enorme aí no meio. Bem grande mesmo. Vai caber quem quiser se deitar. – Sonhou. – Terá dois criados-mudos com luminárias, um para cada lado. O guarda-roupa ficaria ali. – Apontou para o canto. – Não precisa ser grande, não tenho muita roupa. Porém, caso alguém venha morar comigo, terei de comprar um maior. – Disse, pensativa. – Vou comprar um guarda-roupa mediano para não perder dinheiro. – Continuou. – Eu farei...

                - Uma parede será vermelha. – Murmurou Camila.

                - Camila?

                - Uma parede será vermelha. E eu a pintarei com você. – Afirmou.

                - Por que eu pintaria uma parede de vermelho?

                - Vermelho é a cor do amor, paixão e energia. A casa não pode se branca, seria muito normal para você. Uma parede será vermelha. – Falou. – Aquela dali. – Apontou.

                - Vou pensar no seu caso. – Camila agarrou seus ombros e roubou um beijo singelo da outra. – Talvez com mais alguns desses você me deixe mais maleável.

Cabello pulou em cima de Lauren, lotando-a de diversos beijos, como costumava fazer com sua irmã, Sofia. Porém, quando a animação acabou, e restou-se apenas aquela conexão verde-castanho, Lauren pegou seu rosto, acariciando-o levemente.

                - Você está linda hoje. – Era impressionante como Lauren sempre dizia que Camila estava linda, mesmo se esta não se achasse linda. E, com as mesmas palavras, a reação era sempre a de Cabello com as faces rubras.

Voltaram a fazer aquilo que fizeram durante a noite da árvore, aquilo que fizeram há alguns minutos atrás. Desta vez, a paixão emanava do beijo. Era ardente. Camila envolveu o pescoço de Lauren com os braços. Esta agarrou-a firmemente, para ter certeza que esta não fugiria de maneira alguma. Rodeou as pernas por entre o corpo da soldada. Ali estava quente ou era impressão delas?

Acabou que as duas encontraram-se no chão, sem fôlego. As roupas ainda no corpo, caso pensem obscenidades. Nada aconteceu além do ardente sentimento compartilhado.

Sorrindo uma para a outra, Lauren, sentindo a fome de mil ursos, indagou:

 – A senhorita gostaria de me acompanhar, após eu tomar um banho, obviamente, para um jantar extremamente gorduroso e industrializado de uma lanchonete não aprovada pela vigilância sanitária?

                - É o sonho de qualquer mulher. 


Notas Finais


BUENAS NOCHES, MUCHACHOS.


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