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História Brotheragem (Romance gay, Yaoi) - A Nossa Dor...


Escrita por: Equipe_Nerds

Notas do Autor


⚠PERDÃO NOVAMENTE⚠

Capítulo 49 - A Nossa Dor...


Fernanda pega o objeto no bolso de sua calça e o revela para os dois jovens que ficam mudos ao ver a aliança sumida de Olliver na mão dela.


— O que significa isso?! – ela os questiona com a voz firme esperando algo ser dito por eles.


Fernanda tenciona todo o seu corpo, com sua postura reta passa autoridade para os meninos á sua frente. Apesar de seu coração estar acelerado por causa dessa situação, vai tentar agir friamente.


Thalles abaixa a cabeça e cera seus lábios, fica paralisado pelo susto de ouvir essa frase. Não quer olhar para nenhuma das mulheres á sua frente, não se acha capaz de encarar as pessoas que o condenam. Após ouvir a pergunta da mais velha ele sente seu medo voltar, com seus olhos fixados no chão sente como se realmente estivesse errado, acuado e prestes a receber um castigo por ser pego no flagra amando seu “primo”. Seu coração dói ao perceber que nem em um de seus lindos sonhos sua família aceitaria a união deles.


Olliver está incrédulo sem saber ao certo como chegaram a esse ponto, permanecendo com seus olhos fixos em sua mãe, seu coração bate freneticamente ao concluir que chegou o momento de falar a verdade. Ele já havia pensado em várias maneiras de contar sobre o seu relacionamento, mas dessa forma súbita não consegue lembrar das palavras, muito menos, assimilar direito a pergunta feita.


— Isso é... – Olliver começa hesitante, não sabe como continuar, não é como se fosse dar uma desculpa, ele quer falar a verdade, porém se perde nessa situação imprevisível, não encontra as palavras certas.


— Não quero desculpas. – Fernanda fala auto interrompendo seu filho transparecendo sua raiva, ela está mais irritada pelo fato dele não estar negando ou sequer lhe dando uma explicação válida para a existência dessa aliança. – Quero uma explicação agora?!


Olliver fica perplexo e incomodado com o tom de voz vindo de sua mãe. Ela não pode estar tão irritada assim, ele não fez algo de errado, ou fez?!


Ele endireita sua postura ficando serio, se vai contar a verdade tem que ficar a altura de sua mãe, pois sabe que vai ter que enfrenta-la. 


Mas contrario a essa reação firme de Olliver está Thalles que se encolhe mais. Ele poderia pensar em como ajudar seu namorado nesse momento, mas ele não consegue ser frio ou atuar como fazia antes para esconder seus verdadeiros sentimentos. A única coisa que quer agora é puxar Olliver pelo braço e sair correndo para fora dessa casa, para longe dessas pessoas.


Sandra, apesar de quieta, está mais apreensiva do que todas, olhando para seu filho, não para de se questionar. Algo a incomoda nessa cena, é como se a reação dele não fosse o esperado.


— Quer a verdade? – Olliver a questiona firme e calmo retribuindo o olhar duro de sua mãe, não é assim que planejou contar a ela, mas não seria agradável de qualquer forma, cedo ou mais tarde isso ia acontecer.


Então em um ato repentino de coragem, movido pela adrenalina e sem pensar muito, pega na mão tremula de Thalles e a segura com força. Puxa seu namorado para frente fazendo o mesmo finalmente levantar a cabeça e o olhar assustado com o seu coração a mil. Thalles olha para essa expressão dura no rosto de seu namorado e prevê o que vai acontecer, abaixa sua cabeça novamente antes de finalmente ouvir...


— Nós estamos juntos. – Olliver diz finalmente libertando as palavras que estavam escondidas dentro de si, sendo direto e firme, sente a mão de Thalles suar e tremer junto com a sua, mas ele tem certeza que está fazendo o certo.


Olliver sabe que o menor está sofrendo com isso mais do que ele, mas apesar de estar nervoso e preocupado não demonstra sua fraqueza, está confiante e vai continuar assim. As três a sua frente o olham com desgosto e indignação, elas percebem que essa relação não terá um fim fácil.


— Como você pode falar isso tão naturalmente?! – Fernanda questiona seu filho se exaltando, está pasma ao ver essa cena ultrajante dos dois meninos de mãos dadas, como se isso fosse normal.


— Não foi você quem disse que queria a verdade. – Olliver fala firme apertado mais a mão do seu amado numa tentativa de se manter calmo, ele não quer passar dos limites. – Nós estamos namorando e isso que está na sua mão é minha aliança.


Seu rosto esquenta, suas orelhas pegam fogo, seu coração está prestes a ter um ataque enquanto sua respiração fica densa. De todas as coisas que poderia imaginar sobre o próximo item na lista do “circo de confusões” do seu filho nunca chegara nem perto do que está presenciando.


Fernanda suspira alto tentando segurar seu desespero de escutar tais palavras, ainda está tentando pensar em uma forma de retrucar seu filho, mesmo que não consiga nem ao menos se acalmar. Mas aos olhos de Sandra essa cena tem outro efeito, a deixa cada vez mais incomodada, pois seu filho nem sequer levanta os olhos.


“Por que não está dizendo nada?!”


— Então é isso?! Você resolveu ficar com o Thalles agora e quer que eu aceite isso! – Fernanda está perdendo o controle gradativamente, está deixando a raiva subir a sua cabeça. – Dessa vez você foi longe demais! SEU MOLEQUE MIMADO! Queria minha atenção?! Agora você tem! Na verdade, A DE TODO MUNDO!


Olliver realmente não sabe aonde sua mãe quer chegar, não achou que isso poderia acontecer, mas essas palavras estão o atingindo. Fernanda não está pensando muito bem sobre o que está saindo de sua boca, na verdade, sua mente está em branco, perdeu totalmente o seu senso ético nessa situação. Na sua cabeça ela achou e montou uma explicação plausível para toda essa cena estar acontecendo, porém essa é única que vai aceitar para seu filho de repente querer ter esse tipo de relação com seu “primo”.


— Como?! – Olliver a questiona pasmo e confuso com as palavras que ouviu.


Para Fernanda tudo que Olliver está fazendo é apenas mais um show para chamar atenção, como não havia mais nada que pudesse surpreender depois de tudo que fez, ele resolveu começar uma relação perturbadora com Thalles, sabendo que ela não aceitaria no final e que provavelmente causaria uma briga familiar digna de aplausos. Olhando para seu filho desse jeito, como no principio de toda essa confusão, sente o desagrado de estar mais uma vez em pé de guerra com ele. Novamente brigando por causa das tolices malucas que ele apronta e inventa. Então, dessa vez resolve fazer diferente, não vai se desgastar tanto. Esta tão decepcionada e com raiva que realmente não vai agir como o habitual e perder o controle.



Vai fazer pior que isso...



— O que é?! – Fernanda questiona seu filho retoricamente sendo fria ao falar, se acalmando e surpreendendo a todos com sua troca súbita de expressão. – Não está meio óbvio?! Você é um garoto carente implorando por atenção, a única pessoa que você tinha do seu lado era o fiel cãozinho Thalles, então você começou a usa-lo. Posso até ver como foi fácil convence-lo a ficar com você, já que ele te segue em tudo tipo de maluquice que você inventa. Sempre foi fácil manipular ele, né?! Agora além de amigo para aliviar a sua solidão, ele faz seus desejos, e junto com isso você acabou achando um bom motivo para arrumar uma cena digna da minha atenção… Quer que eu te aplauda pelo melhor espetáculo que você já fez?!


Olliver cessa sua raiva ao ouvir isso, fica paralisado, esse olhar frio e essas palavras cruéis estão o atingindo de uma forma irreversível. Ele pisca seus olhos sentindo desgosto e tristeza de ouvir essas palavras saírem da boca de sua própria mãe. Respira fundo tentando segurar sua desilusão e seus olhos enchem de lágrimas ao perceber que o que está a sua frente não é sua mãe.


— Fala serio! Não me diga que você ama ele como um homem ama uma mulher!? – ela nota as lágrimas de seu filho, mas mesmo assim não se importa, está jogando isso sem pensar no que pode acontecer, com seu olhar de desdém e nojo, ela está sendo insensível e cruel de propósito. – Pode até amar como irmão! Não confunda as coisas! Pare de se achar o coitadinho da história e que pode fazer o que bem entende só porquê sofreu um pouquinho na vida. Me poupe!


Olliver está segurando suas lágrimas dentro de si, ele poderia argumentar, mas conclui que seria perda de tempo. Ele ainda tem a mão de Thalles e o seu amor, então pode passar por cima disso... Pode?



Porém em meio a esses pequenos segundos de silêncio...



A coragem nasce!



— Quando você ficou com o Ollavo você também estava confundindo sentimentos... – ele não pretendia dizer isso, mas simplesmente saiu dessa forma fria e sincera, o que ele aprendeu nesses últimos anos é que essas mulheres sabem manipular e distorcer as coisas para beneficio próprio, então ele não tem que fingir ser amável, finalmente levanta seus olhos para olhar sua tia, o alvo de sua palavras duras. – Ou você era uma garotinha mimada implorando por atenção?


Todas olham para a pessoa que pela primeira vez se pronuncia no meio dessa confusão de palavras mal ditas, sendo o mais sincero entre todos. 


Quando Olliver finalmente assimila as palavras ele vira o rosto para ver o dono delas... Se surpreende ao ver seu namorado transpirando irritação, mas acima de tudo ele esta com um olhar fulminante em direção a pessoa que o feriu… Fernanda.


— Pare de ser hipócrita. – Thalles continua falando sem hesitar, está jogando a sujeira presa em sua garganta para fora sendo firme e direto. – Você me dá nojo!


Fernanda fica confusa, não esperava ouvir isso e muito menos dessa pessoa, mas antes que pudesse pensar em responder...


— QUEM VOCÊ PENSA QUE É!? – Sandra grita com seu filho fazendo todos a olharem estáticos, ela anda e para ao lado de sua prima, ficando de frente para os dois jovens, vendo que esse não é o Thalles que ela criou.


Quando ele finalmente olha para sua mãe percebe que tudo que não queria, desde o principio, tudo que tinha medo de se realizar acabou de vir a tona. Sandra está mais do que irritada ou brava, tem irá de ver seu filho dessa forma, sendo deliberadamente uma decepção, ela realmente sente vontade de levantar sua mão e o bater, porém se abstém fechando suas mãos em punhos. Vai controlar sua raiva de ver que o passado se repete, mas está enojada por ser seu filho a estar nesse papel ridículo.


— Thalles, eu só vou falar uma vez. – Sandra diz mostrando mais autoridade que todos ali se segurando para não perder o controle, respirando pesadamente e com seu coração batendo rápido, sua seriedade e dureza na voz causam um medo preocupante em todos presentes, seus olhos estão fixos em seu filho que volta a ter medo. – A partir de hoje pare de seguir as tolices do Olliver! Pare de ser o brinquedinho dos outros! JÁ CHEGA!


Dulce, apesar de estar quieta, seguindo o acordo feito horas antes desse encontro revelador, já manipulou o suficiente a situação ao seu favor, antes mesmo de toda a discussão começar já havia plantado muitas ideias ruins nas cabeças das mulheres mais jovens na sala. Mas existe um porém, teve uma falha que não foi prevista. Ela olha para sua filha e prevê que isso não vai acabar bem, algo não está indo de acordo com o que ela planejou e isso a incomoda, porque a reação de Thalles foi um erro.


Sandra vai ser sincera, mais do que realmente queria. Nessas circunstâncias ela precisa ser fria, como foi a alguns dias atrás, após colocar aqueles documentos na mala do próprio filho sabendo que Olliver ia achar primeiro com a ajuda de sua mãe. Ela tinha um plano perfeito, mas não teve o resultado que queria, está claro que os dois querem levar isso adiante e ela não suporta ver que Thalles está fazendo a mesma tolice que Fernanda fez anos atrás.


— Isso é uma ordem! Pare de ser a put**** do seu primo! Larga a mão dele e pede desculpas para a sua tia! AGORA! – ela sabe que ele vai a obedecer, pois é isso que ele sempre faz, olhando para ele tem certeza que tudo acaba aqui.


Por alguns segundos, apenas, Thalles pensou nisso como uma ordem a ser seguida. Seria fácil se ele seguisse ela. Seria fácil apenas largar a mão do seu tormento e andar de volta para barra da saia da sua mãe.


Olliver podia até duvidar de Thalles, mas ainda confiava no amor dele e em tudo que ele havia dito mais cedo. Porém, sente medo quando vê a mão do mais novo desapertar a sua e começar a solta-la devagar. Olliver quer implorar para Thalles ficar com ele, pois se o menor deixa-lo vai ficar realmente sozinho. Sua mão cai e começa a esfriar, após seu amado a soltar. Seu coração começa a doer por achar nesse momento que o menor desistiu, mas quando olha para o rosto dele vê um sorriso melancólico e um olhar frio lacrimejado.


O menor pode ver aqueles olhos de satisfação no rosto de sua mãe, é sempre igual, toda vez que a obedece ou conclui uma ordem dela, sempre aquele olhar de superioridade preenche o rosto dela, como se ele fosse seu subordinado. Olliver podia ser seu tormento, mas finalmente reconhece que ele é algo que quer ter...


— Tá bom. – Thalles diz baixo olhando fixo para sua mãe, o que ele vai fazer requer coragem, mas sabe que o pingo de bravura que tem em seu coração foi Olliver que colocou, então ele vai fazer o certo. – Não vou mais seguir o Olliver, mas não vou seguir você também. Vou parar de ser o brinquedinho dos outros e principalmente o de vocês. Vou parar de ser a put**** do meu primo e vou ser o “homem da vida dele”.


Quanto mais palavras saíam de sua boca, mais a coragem o invadia, dava forças a ele a dar um passo em direção a sua mãe, desafiando até a si próprio ao fazer isso. Dessa vez, ele não está atuando e confessa a si mesmo...


“Vou mostrar que elas fizeram um bom trabalho… Criaram um homem!”


— Desculpa tia por falar a verdade mais uma vez e por amar seu filho. Você pode ficar surpresa, mas foi eu quem começou a amar ele primeiro. – ele diz se virando e olhando fixamente para Fernanda que está horrorizada com o petulância e atrevimento do garoto. – Mas eu não vou ser fraco como você e vou continuar com Olliver, pois eu amo ele. E não vou deixar isso acabar por causa de três pessoas que nem sequer_


Um barulho cortante e auto, capaz de dissipar qualquer fala encorajada por amor, após esse som um silêncio profundo e perturbador, só que mais perturbador que o silêncio é ver a cena que resta depois de um ato violento e injusto.


Foi apenas por um segundo, mas Fernanda não sabe o que passou por sua cabeça quando tomou a iniciativa de fazer isso. Sua mão esquerda arde pela força do impacto, mas seu coração dói pelo que acabara de fazer.


A coragem se esvaiu de seu corpo e o homem, antes cheio de forças, se fragilizou. Sobrou uma marca vermelha em sua bochecha, uma ardência e um formigamento em todo o lado direto do seu rosto, mas existia uma dor pior a ser suportada... 


A dor da rejeição.


Sua única reação a essa agressão é deixar as lágrimas virem silenciosamente, com seu rosto virado para o lado tenta se esconder por vergonha, pois agora se sente como um miserável.


Sandra não disse e nem fez nada para proteger seu filho, ela pensa ser um erro deixar outra pessoa agredir seu filho dessa forma, mas ela apenas pensou. Fernanda fica muda tentando assimilar o que fez, Dulce já havia previsto isso, mas ela não a impediria, pois esse tapa, sente inveja por não ter sido ela a dar.


Porém sobrou um... que após ver o resultado do tapa dado em seu amado por sua mãe, depois de presenciar tamanha injustiça na sua frente, resolve fazer algo que realmente não tinha previsto. A raiva sobe, mas a tolerância e respeito ainda continuam apenas para mostrar que é superior a todas elas.


Olha para sua mãe pegando agressivamente a aliança que continuava na mão direta dela, a surpreendendo. Depois pega a mão de Thalles, que continua de cabeça abaixada tentando segurar o choro e o puxa para si, o envolvendo em seu único braço.


Nunca mais olha na minha cara! – irá, ou talvez ódio, não tem algo no singular que possa descrever o sentimento liberado junto com essa frase.


— Olliver!?


Fernanda só teve tempo de chamar o nome do seu filho uma vez, pois o próximo som a tomar o ambiente foi o da porta batendo. Os dois saem deixando as três em um silêncio insuportavelmente gritante, pois pior do que ter uma resposta indesejada para algo que lhe aflige, é ter um silêncio duvidoso no lugar.


Dulce abaixa a cabeça em negação, o que aconteceu só vai sustentar o que os dois já sentem. Sabe que agora, essa guerra não vai acabar.


"As duas são sensíveis e burras demais, acabamos de perder!" – ela se levanta da poltrona aonde permanecia sentada e vai até a cozinha em silêncio tentando aceitar que não há mais jeito de separá-los a não ser que eles mesmo queiram isso.


Mas algo lhe passou pela sua mente como um relâmpago. Existe alguém que pode transformar o vida dos dois jovens em um inferno o suficiente para não suportarem ficarem juntos. 


Ollavo.  Dulce sussurra surpresa com a ideia súbita para logo abrir um sorriso.


Apesar de ter sido dito baixo as duas mais novas na sala escutaram. Ainda paralisadas pelo que acabara de acontecer escutam com atenção a mais velha.


— Ainda duvidam do que eu disse?! – Dulce fala sendo firme e fria, vendo que as duas nem sequer se mexem. – A partir de agora deixem os dois comigo!


Dulce não está vendo isso mais pelo lado moral ou para o bem da família. Ela está obcecada, Thalles a enfrentou, a humilhou e ainda por cima, passou por tudo o que ela considera de mais ético e moral. Ela realmente não quer só separar os dois. Dá pra sentir o gosto de adrenalina em sua pele. Isso para ela é um jogo... 


E faz questão de ganhar...


____________


No caminho de volta Thalles prende o choro dentro de si, deixando a amargura e depressão o preencherem enquanto dirige vendo as ruas vazias e escuras passarem a sua frente. Tenta incessantemente acalmar seu coração, mas as lágrimas já estão em sua garganta deixando um gosto amargo em sua boca, contrai cada vez mais, se forçando a engolir toda sua tristeza, quase se afogando nele mesmo.


Olliver vê o rosto de seu namorado, sentado no banco do passageiro, ele está preocupado e triste, o menor está muito quieto e com um olhar vazio, porém ele também se sente assim. De todas as reações que poderia imaginar que sua mãe teria, nunca passou por sua cabeça que ela agrediria Thalles, mas o que o machuca mais é ter ouvido aquelas palavras irracionais, mesmo que Fernanda já tenha passado por um amor “errado” antes. Não sabe o que dizer, não sabe o que pensar, nem sabe como acabaram assim, com esse sentimento ruim corroendo seus peitos e essa sensação miserável de humilhação. Sabem que não estão errados em se amarem, porém a mente deles não o deixam em paz.


Afinal, ambos não tem nada para dizerem, ou estão tentando não dizer mais do que realmente deveriam, os dois estão a ponto de se entregarem ao desespero e chorarem, mas no fundo ainda querem mostrar que são fortes, mesmo que inutilmente. Se chorarem vão parecer mais miserável do que já se sentem, a todo momento tentam ver isso como “adultos” e tentando segurar a dor.


Olliver descansa sua cabeça no vidro do passageiro dizendo a si mesmo que isso vai passar, esse aperto no seu peito vai aliviar... um dia. Ele se consola ao concluir que prefere passar mais de mil vezes pelo que acabou de acontecer do que perder a pessoa ao seu lado por desaprovação ou briga de família.


O silêncio os acompanha até chegarem na casa de Ollavo. Esta tarde e a casa está em pleno silêncio, percebem que pai e filha já estão dormindo.


Os dois dizem a si próprios que seria pura infantilidade se ferirem por causa de uma rejeição que já estava prevista, porém pensar dessa maneira os machucam muito mais. Pois ao pensarem assim assumem que já foram cortados por aquelas palavras e que estão sangrando, mas não vão conseguir cicatriza-las se não deixarem tudo fluir. Ambos vão para o quarto, sem sequer olharem um para o outro, o silêncio parece a melhor maneira de evitar lágrimas.


Olliver se sente fraco e humilhado, primeiro por ter escutado palavras tão cruéis da boca de sua própria mãe e segundo por não ter protegido seu amado que agora está inexpressivo e calado. Mas não vai começar uma conversa, pois se apenas tentar separar seus lábios suas lágrimas vão sair e junto toda sua angústia.


O casal se deita na cama, após fazerem suas higiene pessoais separadamente sem invadirem o espaço um do outro. Ambos estão se evitando, sabem que isso é errado. Afinal, não estão brigados ou algo do tipo para fazerem isso.

O silêncio apesar de parecer uma ótima saída, começa a ser a pior, pois o coração de Olliver está ficando confuso, não sabe o que está passando pela cabeça de seu amado e sua própria mente está a mil, não vai conseguir dormir.


Thalles está virado de costas para ele, encolhido tentando achar conforto, mas essa frieza envolvendo a cama dos dois que a mais cedo estava tão quente nunca os deixariam consolados. Olliver morre de medo de algo ter mudado, se de repente o menor desistir dele? Ou voltar atrás com o seus sentimentos? Ele quer perguntar, quer abraça-lo e chorar com ele, mas essa situação é tão cruel que não tem coragem nem de dizer um simples “Boa noite”.


Nesse momento, olhando as costa de seu amor Olliver deixa a primeira lágrima vir e tenta inutilmente segurar a próxima se perguntando se sua mãe tinha razão.


"Será que eu não fiz tudo isso porque sou carente? Será que estou confundindo sentimentos? Tudo isso começou por eu ser mimado e por uma ideia maluca minha, será que estou fazendo isso de novo?"


"Mas se existem essas perguntas, por que eu ama tanto essa pessoa deitada comigo?"


Ele prometeu a si mesmo que ia chorar silenciosamente enquanto se afunda em duvidas, porém escuta um soluço vindo da pessoa ao seu lado na cama e foi isso que o fez não se segurar mais.


— Olliver... Está doendo... Por que dói tanto? – Thalles fez essa pergunta no desespero e entre soluços, tentando achar ele mesmo uma resposta para algo que não tem uma explicação lógica.


A única coisa que machuca o menor é não saber o “porquê”, mas o que não se dá para entender é...


"Por que machuca tanto?!" – ele quer ser mais forte, pois sofrer por isso é patético, porém, ao invés de segurar, é melhor assumir em meio às suas lágrimas que... – "Eu sou patético."


— Eu sei, também está doendo em mim. – Olliver diz tentando ser suave, porém ouvir seu amado chorar tão desesperadamente está o afetando.


Thalles vira seu corpo na cama e olha para homem com olhos vermelhos por causa do choro incessante, ele quer consola-lo mesmo ele não tendo seu próprio consolo. Abraça o corpo de seu amor com os seus braços, se envolve em seu calor e afoga seu rosto no peito dele. Olliver acaba o puxando forte contra seu corpo, ambos não vão conseguir dormir facilmente.


Muitos dizem que a paixão passa como uma tarde de verão, de quente vai para o morno até esfriar com o entrar da noite…
E alguns dizem que amor é como uma noite de inverno, para suportar o duro frio noturno e ver o lindo sol ao amanhecer, você tem que se agarrar ao seu único conforto e assim se aquecer aos poucos…


Os dois permanecem assim, abraçados, sendo o conforto um do outro...


— Eu vou cuidar de você, não importa o que dizem, eu amo você e não vou te largar nunca. – Olliver fala sendo amável e suave para seu amado que chora silenciosamente, quase pegando no sono sentindo os dedos do maior fazerem carinhos em sua cabeça.


Os corações dos dois vão se acalmando aos poucos, gradativamente o amor se preenche neles novamente, deixaram o desespero sair com as lágrimas, agora sobra apenas feridas e tempo... A mais linda prova de amor não está no que você pode fazer pela pessoa amada, mas sim, no que você pode suportar sofrer com ela.


E mais uma pessoa concorda com isso, apesar de já ter provado o fracasso de um amor que não foi capaz de suportar tudo. O ouvinte atrás da porta, parado, ouvindo o choro e as promessas amorosas de um jovem apaixonado. Ele se recorda de já ter ouvido isso antes, mas tenta evitar lembrar a onde, pois não quer comparar situações, mesmo já tendo feito isso.


Após ouvir um “Eu te amo” ser dito baixo em resposta a voz de anteriormente, Ollavo liga os pontos dessa confusão e logo chega a uma conclusão...


"Quando homens patriarcas abrem mão de um de seus conceitos eles, na maioria da vezes, acusam a própria “ignorância” como desculpa para aceitarem algo novo... Ou na minoria das vezes, ou quase nunca, assumem estarem errados..."


Mas Ollavo não faz parte da maioria, e justamente o que os dois jovens nunca esperariam receber, acabaram recebendo da pessoa mais improvável, um presente do destino... Um presente que futuramente lhe darão muita alegria...


A curiosidade de querer saber o que fez um homem tão convicto de seus próprios ideais dar meia volta, bochechar e se dirigir ao seu quarto como se nada houvesse acontecido martelaria na cabeça de qualquer um ao ver isso. A rendição de um patriarca a uma história de amor, sem motivo aparente.


Mas apenas um pensamento veio a cabeça de Ollavo, deitado em sua cama, antes de fechar seus olhos para dormir. Um pensamento que poderia ser desagradável se ouvido, mas de um ponto de vista amplo, no fundo, por trás de um pano grosso e espesso estava algo escondido. Ollavo realmente sentiu vontade rir pelo jovem maluco que um dia foi e pelo jovem igualmente louco no quarto ao lado.


________________


A luz toca seu rosto e irrita seus olhos assim que os abre, ainda está de madrugada, porém alguém acendeu a luz do quarto. Logo percebe que Thalles não está na cama e o procura com os olhos pelo quarto. Assim que não o vê levanta da cama e é surpreendido pelo mesmo que entra pela porta após tomar banho.


— Bom dia, dorminhoco. – Thalles fala mostrando um sorriso animado, mas seus olhos indicam o contrário.


Olliver olha para esse rosto amassado pela tristeza e puxa o menor para um abraço, dando lhe um beijo em sua testa.


— Bom dia, pequenino. – Olliver diz amável e sente as braços do menor o apertar.


Isso é amor... Não existe motivos para estarem enganados, pois amor é algo que está disposto a se consumar quando você tem alguém especial...


E o deles já está consumado...


Notas Finais


Oi, gente, td bem?!

A gente tá levando a vida bem, sei que atrasamos de novo e agora foi muito tempo...

Mas não vamos parar... Desculpa de novamente, como sempre, mas está difícil...

Bem, se gostaram do capitulo deixem a gente saber, porque isso ajuda muito para a gente...

E sim, estamos na reta final!!!
E já se completou um ano de estória, e a gente está muito feliz por vocês estarem com a gente... E até as pessoas que foram as primeiras a curtir a estória e comentar estamos aqui para agradecer por continuarem mesmo com essa demora...

E olha só Dulce ataca novamente!!!
Mas não se preocupem, o que vai volta...

Bjss da Equipe Nerd
💟💗💞💘💝💕💖💓💋😻


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