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História Bubble - Completo


Escrita por: Almaro

Capítulo 27 - Completo


Otabek rasgava à noite e as ruas de São Petersburgo com sua moto em alta velocidade e sentia os braços do loiro na garupa, se fecharem cada vez mais apertado ao seu redor. Era bom quando Yurio o abraçava, mas tinha uma vaga ideia de que estava brincando com fogo e que quando parasse teria um gato bem arisco com todas as garras amostra. Sorriu com o pensamento e acelerou um pouco mais. Gostava da adrenalina e de viver perigosamente. 

Diminuiu ao chegar perto do prédio e sentiu um tapa nas suas costas. - Vou te matar. - O moreno começou a gargalhar, mas parou quando viu um carro estacionado na porta do prédio. Será?

Entrou na garagem e desceu da moto, o silêncio do ambiente sendo quebrado pelo loiro que bufava ao seu lado constantemente. - Qual é o seu problema? Por acaso estava tentando me matar? Odeio quando você faz isso... - O DJ tentou abraçar o menor, mas esse rápido como um felino se esquivou e o olhou feio. - Não quero falar com você pelos próximos cinco minutos... - Se afastou das mãos do moreno. - E nem pode me tocar... quem sabe assim você me leva a sério. 

Aquela frase bastou para despertar um lado selvagem dentro do moreno fazendo o seu sangue correu mais rápido, encarou o loiro como uma presa indefesa e soltou o capacete no chão que caiu com um baque seco. - Então é melhor correr, porque quando eu te pegar... eu vou te devorar inteiro... e vai ganhar umas palmadas também como cortesia da casa... - Saiu correndo atrás do loiro que gritava um monte de palavrões e tentava se defender pelo meio dos carros. Otabek só ria da cara de pavor do outro e quando o pegou, lógico que pegaria!!! Passou a fazer cócegas no patinador que se debatia nos seus braços. 

Yurio tinha plena consciência que o namorado era mais forte e se debater e revidar, só serviria para instiga-ló a continuar cada vez mais. Parou de distribuir os seus tapas e tentou segura-lo, mas não parava de gargalhar com os dedos ágeis do moreno. - Pará Beka... pará... eu vou fazer xixi... assim... é isso que você quer...???

Ota ainda apertou mais algumas partes do corpo do loiro e depois cessou. Seus olhos admiravam o rosto que amava, via os cantos dos olhos cheios de lágrimas e espremidos, as bochechas vermelhas e a boca entreaberta por conta da risada e do ar que saia. Amava cada centímetro dele, cada pequena porção e sentimento do seu Yura... não tinha muita certeza de como viveria sem ele em New York, então fechou a expressão, a angústia dos dias passados voltando para estragar o momento. Tinha que se resolver com o loiro, mas como? Se tudo o que queria era fazê-lo seu para todo o sempre. 

- O que foi Beka? Machuquei você? - O verde profundo buscava algum indício de um mal estar. 

- Não... mas precisamos subir. - Passou a mão pelo rosto amado. - Você nunca me machucaria. - O puxou para perto do seu corpo e o beijou com gosto. - Você viu o carro estacionado na frente do prédio?

- É o carro do velho. - Yurio tinha visto o automóvel do amigo patinador e muito embora estivesse curioso para saber o que ele estava fazendo ali, tinha medo de presenciar mais uma cena desagradável entre o namorado e o amigo. - Será que ele veio ver o Yuuri? Já não era sem tempo... me prometa que não vai bater nele? Beka?!

- Espero que ele não tenha aprontando mais nada, isso sim!!! Se não quebro a cara dele... - O moreno se abaixou e pegou os capacetes, e se dirigiu para a porta do elevador. - Você não vem?

- Não começa!!! - Apontou o dedo indicador no meio do peito do moreno. - Me prometa que não vai resolver tudo na mão!!! Anda... prometa. 

Otabek olhou do dedo apoiado no seu corpo para o loiro que o desafiava parado o encarando com cara de mal. Seu sangue ferveu de novo, adorava ver o Yurio assim, confiante, autoritário e dominante. Soltou os capacetes no chão novamente e mais rápido que o patinador, o DJ o agarrou e o puxou para perto do seu corpo, suas mãos desceram pelas costas e bateram na bunda do loiro que resfolegou. 

- Posso resolver tudo na mão com você, mas prefiro a boca... ou os dois... o que você acha disso agora? - Yura mordia os lábios enquanto sentia a respiração do moreno bater no seu rosto. 

- Beka... - A porta do elevador abriu no andar deles e Yurio com as pernas bambas saiu atrás do moreno com sua cabeça em um turbilhão. Eles não haviam chegado “nos finalmente” e o loiro ainda se encontrava virgem... mesmo fazendo uma porção de outras coisas quentes que envolviam as mãos e a boca do moreno. Cobriu o rosto envergonhando com o caminho que sua mente pecaminosas e sem vergonha tomou, e para deixar tudo mais constrangedor, o namorado “phodástico” o abraçou por trás se esfregando no seu traseiro enquanto soltava um gemido audível somente para o seu ouvido. 

- Sinta como você me deixa...

- Beka... pará com isso... o Yuu. - Mas estranhamente a sala estava vazia e silenciosa demais, e Otabek estranhou o fato da bengala que o japonês usava estar esquecida no sofá. 

- Vou ver o Yuuri e você pega uns salgadinhos pra gente levar para o quarto. - Outro tapa na bunda e mais uma expressão do loiro do tipo vai se fuder, fez o moreno vestir sua cara de desentendido e ir na direção do corredor. 

 

Ota abriu devagar a porta do quarto do melhor amigo e a luminosidade fraca do ambiente se fez presente, mas não conseguia distinguir quem ou o quê estava deitado na cama. O som ritmado de pequenas pancadas o atingiu e ele reconheceu o poodle de pelos marrons abanando o rabo sem parar. 

O DJ passou a mão pela cabeça do cachorro e observou o rosto sereno do amigo, ele estava tranquilo e lhe parecia feliz, mais feliz que nos últimos dias. Então, seus olhos vagaram para o platinado que abraçava de forma carinhosa e até mesmo possessiva o menor nos seus braços. Sorriu abertamente, embora o tivesse socado e culpado por tudo que aconteceu, sabia que o ar de felicidade que pairava no semblante do amigo, tinha um único responsável... Victor Nikiforov, o próprio. 

- Você demorou, mas fez o que era certo. - Sussurrou para o ar antes de se abaixar e beijar os cabelos cor de ébano. - Quero que você seja muito feliz.

Antes de sair do quarto, deixou o óculos e a bengala negra apoiada na poltrona ao lado da cama, fechou a porta sorrindo mais um pouco, iria em busca da sua felicidade também e resolveria seu futuro com uma proposta de acordo.  Precisava e torcia muito, para que a pessoa detentora de seu coração aceitasse o que tinha para oferecer. 

 

O cazaque encontrou o namorado na cozinha ao lado de uma pilha de salgados e bolachas, e o mesmo continuava a olhar para o interior do armário em dúvida. Parecia considerar algo muito importante. 

Otabek se esticou por cima da cabeça de fios dourados e apanhou o pote de ração canina que estava esquecido lá dentro. 

- Olha amor... eu sei que você tem um gosto peculiar para comida, mas não vou comer essa ração. - O patinador falava com ar de zombaria. 

- Não é pra você... querido. - O moreno entrou na brincadeira. - É para o Makkachin, ele está no quarto do Yuu. - Encheu um pote com os grãos e pegou outro para colocar água. 

- O Victor está aqui??? - Yurio falou alto demais, tudo devido a confirmação da sua suspeita. 

- Está na cama com o K. - Ota respondeu sem dar maiores detalhes e... 

- O quê? Meu... eles são muito nojentos, dois tarados... não respeitam nem o cachorro. - Agora o loiro gritava e o DJ se virou com cara de questionamento para o seu rompante. 

- Eles estão dormindo na cama!!! - Explicou de forma pausada para ver se dessa vez o loiro entendia. - Eles estão dormindo, apenas isso. - Yurio ficou sem jeito e virou a cara para o outro lado, o que estava acontecendo com sua mente suja? Sentiu a aproximação do moreno e suspirou sabendo que o outro não perdoaria suas suposições. - Vamos para a cama também?! - Mordeu a orelha do loiro. 

- Beka... - Yurio se rendia e se entregava as emoções que seu corpo sentia e as mãos do moreno faziam um excelente trabalho, mas... de repente Otabek parou e se afastou. 

- Preciso conversar com você, mas não consigo fazer isso colado em seu corpo ou sentindo o seu cheiro. Então fica aí, que vou ficar aqui. - O cazaque se encostou na pia enquanto o russo se apoiava na mesa. 

- O que foi agora? - Disse revirando os olhos. 

Não sabia como falar ou como iniciar o assunto, o queria para o resto da vida, queria realizar todos os seus sonhos e ser o seu mundo, mas tinha medo que a distância e ausência forçada fizesse os sentimentos do loiro mudaram e murcharem. Não aguentaria vê-lo feliz e realizado em outro lugar que não fosse nos seus braços. Precisava do amor do russo e continuava sem saber até que ponto ia esse amor. 

- Yura... eu amo você. - Estava perdido no verde esmeralda que lhe encarava. - E de longe, você foi a melhor coisa que me aconteceu aqui na Rússia, a melhor surpresa, mas... a Bubble encerrou as atividades e... - Olhou para o chão sem saber como continuar. 

- E o quê? Fala logo porra... desembucha!!!

- Estamos indo embora... eu estou indo embora. - Um silêncio incômodo caiu sobre eles e o russo  processou o que tinha acabado de ouvir. Nunca havia considerado essa hipótese, nunca pensou no namorado indo embora do seu país quanto mais da sua vida.  

- Quando? - Sua voz saiu mais baixa e fria do que realmente queria. 

- Quarta. - O moreno levantou a cabeça e encontrou a tempestade em pessoa, os olhos verdes estavam opacos e sem vida, o belo rosto endurecido e travado, Yurio lutava com suas lágrimas e emoções. - Yura... 

- Cala a boca. Você é um grande merda, um nada!!! Agora a pouco estava me agarrando e se esfregando em mim, e para quê? E ainda diz que me ama, mas vai embora, vai me deixar como todas as pessoas que amo fazem... - Saiu andando pelo apartamento furioso, mas o DJ correu atrás dele e o segurou. 

- Eu te amo e isso que você falou não é verdade. - Afundou o rosto nos cabelos loiros. - Não sabe como estou dividido, minha vontade é de ter sequestrar e te levar comigo para onde for, mas te respeito demais para fazer isso... E sei que para você, também, não seria fácil me seguir e abandonar tudo que você conhece e ama... nunca pediria nada parecido para você, pois sei o preço que é deixar tudo para trás. - As lágrimas do patinador caíram nas mãos do moreno que o enlaçavam na cintura. - Não chora, por favor... olha pra mim, Yurio. 

O loiro se virou nos braços do moreno, mas não o encarou e Otabek sem alternativa o soltou para se ajoelhar no chão, tirou do bolso da calça um anel. - Essa aliança foi da minha mãe e ela me deu quando me salvou... Queria que você a tivesse conhecido... - A voz do Beka embargou. - Ela sempre me disse para seguir meu coração e sempre fiz isso, inclusive neste momento e por isso quero saber Yuri Plisetsky, você me aceita assim do jeito que sou e com um voo de aproximadamente onze horas entre nós? Seria um arranjo temporário até eu descobrir uma forma de me manter e sustentar aqui para poder me casar com você? - O patinador tapou a boca para abafar seu pranto. - E até lá, se tudo der certo, você será maior de idade em qualquer lugar desse mundo. - O cazaque completou sorrindo. 

A mão do russo tremeu ao estender para o agora noivo, mas não respondeu nada, não aceitou ou negou, apenas chorava. Otabek levantou e procurou seus braços. - Eu vou te esperar, pode confiar. Vou te esperar o tempo que for preciso e necessário... eu aceito você, Otabek Altin. 

Foram para o quarto e pela primeira vez se amaram e se entregaram completamente um ao outro.



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