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História Bubble - Las Vegas


Escrita por: Almaro

Capítulo 34 - Las Vegas


O avião deu um mais solavanco, esse não foi muito forte, mas foi o suficiente para fazer o russo platinado acordar. Estava sobrevoando o continente americano há algumas horas e o destino estava perto. Bem mais perto agora... Las Vegas. 

Não tinha colocado seus pés na terra dos cassinos antes e se fosse sincero consigo mesmo, só veio para ver o amado japonês. Ao pensar nele, lembrou-se de muitos momentos passados ao lado dele e com ele, inclusive as picantes chamadas de vídeos que andavam fazendo. 

O russo se remexeu na poltrona, não queria passar por uma cena vexatória com o loiro que dormia ao seu lado, literalmente babando no seu ombro. Só que a sua mente teimava em voltar no que não devia. 

Tudo começou com a desastrosa foto que enviou quando recebeu o convite... estava feliz na ocasião e excitado também, mas se esqueceu disso ao tirar a fotografia. Sorriu ao se lembrar da merda que fez... encostou o celular na altura do peito e simplesmente mirou pra baixo, na sequência enviou sem conferir o conteúdo “inteiro” da imagem. Por sua vez, o moreno quando recebeu a mensagem, ignorou boa parte da foto e só focou no que não deveria, resultado se masturbaram falando obscenidades e gemendo no celular. Mas a partir disso, a relação esquentou e em um fim de semana o russo tomou coragem, fez a chamada de vídeo e como tudo conspirava para uma boa sacanagem, deu a sorte de pegar o japonês saindo do banho. Se mexeu no acento novamente. 

Yuuri era um homem quente e conseguia fazê-lo perder o bom senso, o pudor e a cabeça mesmo a quilômetros de distância. Não foi uma e nem duas, foram várias vezes e a cada nova vez que acontecia os pedidos se tornavam mais  calientes. O platinado precisava mudar o rumo dos seus pensamentos. 

Na primeira vez que rolou, estavam nervosos, desajeitados e com vergonha, mas da última, que ocorreu na noite anterior ao embarque russo, tirando a ansiedade do reencontro, eles fizeram sexo e se satisfizeram completamente como vinha acontecendo. Pedidos, acessórios, jeitos, sincronia... eles só não compartilhavam a mesma cama, pois o resto era dividido na intimidade da tela que os conectava. Dedos, brinquedos, mãos, posições, gozo... tudo era demais, tudo era bom demais. Victor mudou de posição mais uma vez e Yurio reclamou, por fim levantou-se e foi para o banheiro, mas foi uma péssima ideia... considerado um homem alto e levando em conta que os banheiros dos aviões são minúsculos, teve que fazer uma acrobacia dentro do espaço reduzido com direito a usar o seu alongamento, mas conseguiu bater uma punheta gostosa assistindo um pequeno vídeo do japonês que aparecia usando um vibrador. Lavou as mãos, o rosto e voltou para a sua poltrona mais calmo e recomposto. 

- Espero que não tenha feito nenhuma nojeira no banheiro... você demorou. - O loiro falava com os olhos fechados e se virando de um lado para o outro, como se procurasse uma posição melhor. - Falta muito ainda?

- Não. Acho que mais duas horas. - Escutou um rosnado por parte do mais jovem e só. 

- Não consegue dormir? - A cabeleira vermelha de Mila apareceu por cima do encosto do banco da frente. 

- Estava pensando no Yuuri e você? - A conversa seguia em um tom baixo para não incomodar ninguém, mas mesmo assim...

- Porra!!! Tem gente tentando dormir aqui... então da para calarem o caralho da boca?! - O tigre rosnou mais alto e escutou um sonoro “shhhhh” que foi prontamente respondido com um dedo médio em riste na cara do platinado. 

Mila riu e Victor revirou os olhos, mas puxou Yurio para se acomodar em seu peito novamente e afagou os cabelos claros numa tentativa de acalma-ló... o menor nunca mudaria o seu jeito arisco e o platinado não queria que mudasse mesmo, por isso sorriu. 

Victor, então, voltou a sua atenção para a janela e ficou quieto. Lembrou-se com carinho do chilique e quase enfarto do seu técnico, quando este soube que seus atletas iriam viajar às vésperas da final. Balançou a cabeça para a atitude paternal do mais velho. Yakov gritou, esperneou, ameaçou que se aposentaria, que os abandonaria, que se sentia traído e tudo isso para no fim, levá-los ao aeroporto, desejar boa viagem e pedir juízo, e ainda ficou com Makkachin. 

A única falta, ficaria por conta do Georgio, a gravidez da esposa estava em uma fase avançada e ele preferiu ficar com ela. Nada mais justo. 

O platinado abriu um largo sorriso e encostou a testa no vidro gelado da pequena janela, estava feliz... muito feliz com o caminho que sua vida tinha tomado. E tudo que passou meses atrás com a traição e a humilhação, tinha ficado lá... no seu passado. 

 

Chegaram ao hotel Aira no meio da madrugada, o platinado dividiria um quarto com a ruiva, enquanto o mais jovem iria para o quarto do noivo. Fizeram o check in na recepção e pegaram as chaves, não repararam que cada um recebeu um cartão com número diferente, apenas se dirigiram para elevador e subiram. 

A família Bubble ocupava quartos, todos no mesmo corredor e quando os patinadores chegaram, Victor se dirigiu para uma porta e Mila para outra. 

- Vocês são dois espertos mesmos... - Yurio ria da cara dos amigos enquanto destravava a sua porta, mas não entrou. 

A ruiva cansada, estendeu o cartão na direção do mais alto e sentou-se na mala. - Vai lá Victor, resolve isso, por favor.

O platinado sem ter o que fazer, virou as costas para retornar pelo corredor, mas nesse momento Otabek agarrou o loiro. Yurio deu um pequeno grito de susto com a boca que beijava e mordia seu pescoço deixando-o mais vermelho do que já estava. - Até que enfim vocês chegaram. - Sossegou e o abraçou por trás. 

- Aqui não... não com eles olhando. - Estava sem graça e podia ver nas caras dos seus amigos os sorrisinhos de lado, mas o cazaque estava se lixando para a plateia e esfregava o nariz na nuca do loiro.

- Onde você vai Nikiforov?

- Na recepção, ver qual é o quarto certo? - Levantou a mão com os dois cartões com números diferentes. 

- Mas esse é o quarto do K e esse da Sara. Está certo!!! - O moreno andou pelo corredor e parou  em frente às duas portas, indicando ao se virar para ambos os lados e não entendendo a confusão. 

O platinado olhou das chaves na sua mão para a amiga sentada na mala. Mila mordia o canto da boca apreensiva e ele, por mais que quisesse correr para a cama do japonês e pular em cima dele, não deixaria a mulher na mão. - Vai ficar com o seu Yuuri, Victor. - Ela se levantou e estendeu a mão em sua direção piscando um olho. - Vou sobreviver sem você!!!

Victor sorriu aliviado. - Obrigado Mila. 

 

Entrou na suíte sem fazer barulho, pois tinha medo de quebrar o encanto presente na atmosfera. Havia uma luz que provinha do abajur e iluminava a face serena do japonês, viu que ele ainda segurava na mão o celular, provavelmente à espera de uma mensagem de quem chegou. 

Victor se abaixou e acabou ajoelhado na lateral da cama, sua mão pousou de forma delicada no rosto adormecido e tirou uma mecha dos cabelos negros da frente dos olhos fechados. 

Saudades. 

Seus dedos deveriam estar gelados, pois em segundos os cílios tremularam e revelarem os castanhos sonolentos, Yuuri abriu os olhos devagar, piscando algumas vezes e por fim desistiu. - Você chegou... - Sua voz não passava de um mero sussurro. - Você chegou!!! - Na sua boca se desenhou um lindo sorriso que para o russo era o convite que precisava. O beijou. A princípio um leve roçar de lábios, um beijo casto, mas ganhou proporções e uma realidade diferente, se tornou profundo e exigente. As mãos do japonês foram para a nuca do platinado e os dedos adentraram tocando os fios, brincavam com as mechas. 

Sem quebrar o contato, o moreno se ajeitou na cama e fez com que o russo subisse, e ficasse por cima. Havia ansiedade nos toques, na urgência para se saciar... haviam se passados meses desde a última vez deles juntos, por isso Victor se esqueceu do cansaço de uma viagem longa e Yuuri do sono. 

Pouco a pouco as roupas do russo foram sendo jogadas ao chão, pouco a pouco a distância entre os corpos se tornava menor, pouco a pouco perderam a razão e se entregaram ao desejo que os consumia. 

O japonês inverteu as posições, montou sobre o corpo do russo e passou o nariz pelo pescoço alvo, respirou profundamente e tomou fôlego para descer a boca pela pele clara, trilhava um caminho sem volta. Sentiu o russo se contrair e se mexer sob seu corpo, fazendo as ereções se tocarem e acabou por despertar o demônio de luxúria que habita o interior do moreno. Yuuri se esfregou no Victor sem vergonha ou pudor, queria o russo na mesma intensidade que era desejado, por isso daria prazer ao seu homem. - Me diga o que quer? - Falava enquanto rebolava descaradamente sobre o quadril do homem deitado. - Me diga... - Sussurrou. 

O russo não queria falar, só queria sentir e gemer, além de gozar, mas o moreno mostrava seu lado mais sádico enquanto exigia uma resposta que fosse e serpenteava sobre si. - Quero você... de qualquer forma... e agora!!! - Yuuri sorriu de lado, tomou a boca do platinado novamente e desceu a mão para a ereção, apertou por cima da roupa íntima e foi descendo os lábios pelo corpo desnudo de forma rápida e com carinho, mais uma vez, deixava uma trilha de beijos e pequenas mordidas. Sem paciência, engoliu Victor de uma vez. 

- Yuuri... Yuuri... - O russo arfava, se contorcia e puxava os lençóis da cama com força, sentia a boca subir e descer pelo seu pênis, a língua se esfregava e provava a substância que seu corpo expelia, e os dedos do japonês tocavam e penetravam o seu corpo freneticamente. - Vou gozar... se continuar... - Falava com as paredes, pois o homem que o chupava, ignorou todas as suas súplicas e gemidos, apenas intensificou os movimentos. Victor gozou na boca de Yuuri, igual a primeira vez. 

O moreno se levantou e limpou o canto da boca, se ajeitou no meio das pernas do russo e sorriu doce. - Se abre pra mim. - Victor, no automático, abriu muito suas pernas e esperou, mas não muito. Yuuri se afundou dentro do homem e ditou um ritmo gostoso para ambos, em segundos, os corpos se moviam em sincronia e eles se conectavam através dos olhos. 

A franja do japonês caia na frente de seu rosto, o suor cobria o seu corpo com uma fina camada e suas mãos seguravam as pernas do patinador. Se forçou mais para dentro atingindo o que almejava, queria preenchê-lo por inteiro, queria se sentir completo e temia que isso só acontecia quando estava com o russo. Mordeu a boca e gozou dentro dele com mais um movimento. No fim se deixou cair sobre o corpo que possuiu com tanta ansiedade. - Que bom que você chegou... não aguentava mais... - Victor começou a rir. 

 

Quando o platinado saiu do banheiro, viu Yuuri em pé de frente para a janela, as cortinas estavam abertas e o japonês vestia a sua blusa. Isso tinha virado uma mania do moreno e Victor, simplesmente, adorava. 

O abraçou por trás e a mão do menor foi para sua nuca. - Está amanhecendo. - O céu ganhava tons que iam do vermelho ao laranja e o negro da noite morria aos poucos. - Vamos dormir um pouco... - Mas o russo não se mexeu, ou melhor, mexeu a boca para beijar a curva do pescoço do moreno que sorriu maior com a atitude inesperada.  

O patinador sentiu a frescura do banho recém tomado na pele do japonês, puxou o ar com força e se lembrou do cheiro amadeirado que o outro tinha invadir suas narinas, nunca se esqueceria daquele cheiro... nunca se esqueceria dos amanhecer passados ao lado dele. - Eu te amo. - Beijou o ombro. 

O sorriso ainda estava lá, mas Yuuri fechou os olhos e não disse nada, não retribuiu as palavras e nem o sentimento. Victor se decepcionou um pouco, mas continuou firme e subiu a mão até tocar o rosto do seu amado. Yuuri beijou a palma da mão russa quando os dedos finos resvalaram na boca, mas manteve os olhos apertados, até que girou nos braços e parou de frente para o russo. - Yuuri... ???

- Tenho medo do amor... - Abriu os olhos e focou no azul claro que lhe trazia uma paz sem explicação nenhuma. - Mas... é mais forte do que eu... te amo muito, Victor Nikiforov. 

Victor aliviado o abraçou, sabia não ser merecedor daquele amor e que muito desse medo que Yuuri sentia, era por sua causa, mas daria o seu mundo para protegê-lo. 

O sol nasceu e o russo pegou o seu homem no colo e foi para a cama, deitaram juntos, um nos braços do outro. E finalmente dormiram.



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