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História Bubble - Central Park


Escrita por: Almaro

Capítulo 51 - Central Park


Haviam saído a pouco da Bubble e já no caminho de volta para casa, o russo começou seu ataque ao corpo do companheiro e tentava tirar-lhe o juízo nos dentes ou com as pontas dos dedos. Chegaram a garagem e os corpos, agora livres do transporte, se esfregavam como queriam. 

Subiam as escadas se pegando e chegar à porta do apartamento estava se revelando uma tarefa quase impossível, uma vez que mãos e bocas não paravam nos seus devidos lugares. E depois do segundo tropeço e colisão com os degraus, acabaram deitados ali no meio do pavimento mesmo. O moreno se preocupava em não machucar o outro abaixo de si, mas seu zelo não era compartilhado pelo noivo que o puxava para se fundirem. Era uma necessidade de se sentirem que beirava a sanidade. 

Colocou-se em pé e trouxe o corpo do russo junto, faltavam apenas alguns degraus e estariam no lar, no refúgio cheio de sossego e tranquilidade para poderem se amar, se saciarem e concretizar a loucura que sentiam. 

Pegou as chaves na mão e parou o movimento sem atingir seu destino, pois sentiu as mãos ágeis do companheiro abrindo o zíper da sua calça, apertou os olhos quando dedos finos e gelados tatearam seu pênis duro. Estava preso na roupa íntima, mas tinha uma leve desconfiança que isso mudaria em segundos e mudou. 

O russo puxou o pau do moreno o libertando das roupas, buscou com a boca os lábios que tanto desejava e enfiou a língua enquanto o masturbava devagar. Já o companheiro não conseguia acertar o buraco da fechadura e muito menos se concentrar na simples tarefa de abrir uma porta, no fim as chaves caíram no chão e ele considerou em arrombar a barreira a força. 

Afastou-se dos lábios insaciáveis do companheiro pronto para se curvar e pegar o objeto que daria passagem para o amor deles, mas o russo foi mais rápido e se abaixou na sua frente, mas ao invés de só pegar as chaves, teve a brilhante ideia de abocanhar o membro do moreno e começar um boquete. 

Otabek foi aos céus, fechou mais os olhos e apoiou um das mãos na porta e outra se enrolou nos fios loiros do jovem que testava sua resistência. Foda-se se alguém da família os pegassem desse jeito... gemeu o nome do amante. - Yura... Yura... - Mas o barulho de moto estacionando no subsolo o fez recobrar um pouco do juízo que havia sumido, solicitou a chave e que o namorado não parasse o sexo oral. - Só... não pará... 

Yurio tateou o chão ao seu redor e achou o seu objetivo. Sorriu de forma inocente quando passou a chave para a mão e a língua na glande do DJ. 

- Vou te dar uns tapas... - Segurou a respiração, pois o loiro mais uma o vez o engolia de forma gulosa. - Yura... juro que vou te dar umas... boas palmadas. - O loiro apenas levantou a mão e mostrou o dedo médio enquanto escorregava os dentes pelo membro do cazaque. 

Sem saber como conseguiu, mas a porta finalmente foi destrancada e o moreno só agradecia por ter acesso ao interior do imóvel, e o aconchego da intimidade que oferecia. Focou no loiro no meio de suas pernas e  sentiu uma corrente elétrica percorrer seu corpo... era uma cena erótica ver Yurio chupando seu pau. - Yurio... precisamos entrar antes que... - O patinador o soltou de supetão e sorrindo de forma travessa foi engatinhando para dentro do imóvel. A boca de Otabek se abriu, mas não proferiu palavra nenhuma, apenas seguiu o mesmo caminho e bateu à porta com as chaves para o lado de fora. 

Do lado de dentro, na sala do apartamento, o loiro voltou atacar com a boca o corpo do moreno e o chupou até que o fez gozar. O sexo entre eles amadureceu e com isso os toques, vontades, manias e posições ganharam um significado novo. Se conheciam no olhar e completavam-se quando se entregavam um ao outro, mas nessa noite, tudo estava diferente e a causa disso, com toda a certeza, era a conversa que Victor teve com o técnico Yakov e, principalmente, o resultado obtido. Yurio ficaria ao cuidados e treinos do seu novo técnico e coreógrafo, Victor Nikiforov... só Deus saberia se daria certo. 

Otabek sorriu quando desabou no sofá, estavam completamente vestidos, os dois, e a não ser por seu membro exposto e ganhando contornos de relaxamento, nada mais se via de obsceno. Chutou os sapatos longe e passou a abrir sua calça, elevou o quadril para baixá-la juntamente com sua cueca e viu o jovem na sua frente fazer o mesmo. 

Yurio estava duro e foi se acomodando no colo do moreno que continuava sorrindo. - Hoje não meu amor... - A confusão se formou na sua face e Yurio por um momento achou que o cazaque não estivesse afim de transar ou o rejeitando, talvez. - Hoje... vamos fazer diferente. - Colocou o loiro sentado ao seu lado e trocou a posição, assumiu o lugar no colo  dele. - Quero sentir você...

Rápido como um gato, o russo saiu do seu lugar e subiu no encosto do sofá, parecia assustado com o que o namorado estava propondo. - Não gosto de mudar as coisas!!! Você me fode e ponto... nada há mais ou diferente disso. - Disse cruzando os braços. 

Dedos gentis tocaram seu corpo e o puxaram de volta para o assento, Otabek entendia que tudo era uma novidade para o loiro quando o assunto era transar, mas estava na hora dele descobrir com era estar do outro lado, de ser o ativo de uma relação e experimentar da sensação que advinha dessa posição. - Yura confie em mim. Vai ser bom para nós dois, prometo. 

Só que o loiro não botava muita fé no que escutava e isso se devia a sua total falta de experiência no ato. - Por que mudar? Eu gosto quando você mete em mim... por quê mudar agora? - Emburrou no meio do sofá.

O moreno abriu mais o sorriso e se acomodou mais uma vez no colo do patinador bicudo, de frente para ele. O beijou nos lábios. - Porque eu quero que você conheça meu corpo e... quero me sentir preenchido por você. - Distribuía beijos pelo rosto do russo. 

- Mas isso não está certo. - Yurio não cedia um mísero milésimo da sua convicção. 

- Como você sabe se nunca experimentou... - Iniciou um beijo avassalador e no meio do ato, colocou dois dedos dentro da boca do menor. - Molha pra mim. - Yurio se deixou levar pelo momento e mesmo ainda não acreditando muito no que fazia, confiou no moreno. 

Otabek passou a se preparar e tocar seu corpo, e viu a luxúria nascer nos verdes que o encaravam. Conhecia o patinador para saber que a primeira resposta para tudo, era sempre um sonoro não, mas aos poucos, o loiro se abria  e se permitia sentir novas sensações vivendo novas experiências. Foi assim com o relacionamento deles, com as descobertas sexuais e com os sentimentos envolvidos. Não estava sendo diferente agora... ergueu poucos centímetros a bunda e com a mão encaixou o pênis do loiro no seu corpo. Foi sentando devagar, dando o tempo que seu corpo precisava para se acostumar com a invasão e para Yurio se acostumar com o sentimento de “ser a primeira vez” como ativo. 

- Beka... - Yurio estava afoito, nervoso e se sentia no ar toda a sua inexperiência. - Bekaaaaaa... - O moreno começou a beija-ló lentamente e depois de uns minutos, passou a se movimentar sobre o colo do loiro, mas... Não saber o que fazer, aprender como se mexer, saber seu limite e entender o limite do outro, tudo era novo, tudo parecia tão simples, mas não é. E se estivesse fazendo tudo errado? E se Otabek o odiasse no fim? E se não conseguisse ser homem o suficiente para o cazaque? E se... e se... sua mente estava em um turbilhão de hipóteses e mais hipóteses, era tantos pensamentos e questionamentos que não conseguia se concentrar no homem em cima do seu corpo. 

O DJ percebeu que o jovem estava perdido e parou os movimentos, o encarou preocupado. - Yura... - Yurio voltou de seus devaneios e se concentrou nele. Sentiu as mãos de Otabek puxando as suas e as posicionando na sua cintura, desceu a cabeça e o beijou. - Vamos devagar... 

Voltou aos movimentos que fazia com as pernas e o quadril, e aos poucos foram entrando em sincronia, os gemidos se misturavam e guiado pelo moreno, a mão do loiro tomou mais uma vez o seu pau e masturbava-o com o mesmo vigor com que se arremetia contra o corpo que lhe invadia.

Era a primeira vez que Yurio conhecia o sentimento de preencher alguém e lhe dar prazer, e era a primeira vez que Otabek se entregava desse jeito, nunca antes confiou em ninguém a esse ponto, por isso juntou sua testa na do loiro. Os cabelos estavam grudados pelo suor e os dois estavam para atingir ao ápice, gemiam e sussurravam palavras desconexas, mas estavam conectamos. 

- Beka... eu... 

- Eu também... - Gozaram juntos e unidos através do loiro que sentia-se feliz de uma maneira diferente e não escondia do namorado essa alegria contagiante por vê-lo chegar ao êxtase pela segunda vez. - Eu te amo meu gatinho.

- Eu também... te amo muito mais do que possa imaginar. 

 

Yuuri chegou em casa ainda chateado com a pequena discursão que teve com o platinado antes de sair para a Bubble, e mesmo depois de horas  executando sua função atrás do balcão, sentia uma pontinha de tristeza persistente no seu coração. E nada tinha haver com os planos do russo, com as músicas ou com as coreografias que ele ensaiava para dar vida a Drag Queen Milk... bom, o japonês estava se mordendo de ciúmes, mas conseguia se controlar e o apoiava incondicionalmente, por amor e por querer a felicidade do seu homem. 

Só que quando o russo chegou de mais uma sessão de fotos de uma empresa de roupas esportivas, estava meio avoado e distante, e quando foi questionado, desconversou e Yuuri decidiu esperar, pois sabia que uma hora ou outra, ele se abriria ou se entregaria na melhor forma que só Victor Nikiforov sabia fazer. 

Paciência era uma virtude que o japonês possuía. Mas quando o russo começou a se atropelar nas palavras e explicar o porquê de estar daquele jeito, Yuuri descobriu que preferia que o outro tivesse se calado. 

A moça que fez as tais fotos, trabalha para uma grande revista com circulação tanto on-line quanto impressa e comunicou sua editora chefe que a lenda da patinação russa estava noivo. Resultado, meia hora depois, a própria editora mais o responsável pela revista apareceram na sessão e abordaram o platinado quanto da disponibilidade “dele e do noivo moreno” fazerem parte da próxima publicação. 

Victor ficou feliz, seria uma das vozes a comentar sobre o mundo atual e o gay nos dias de hoje. E não foi só isso, Yuri Plisetsky e Otabek Altin, também, receberam convites para fazerem parte da mesma matéria que ainda contaria com outros nomes referenciados e que viviam ou assumiram relacionamentos homoafetivos. Só que tudo foi por água abaixo, quando o russo foi informado que a sessão de fotos para ilustrar a edição teria como plano de fundo o belo Central Park. 

Yuuri suspirou enquanto subia as escadas e antes de entrar no seu apartamento, viu a chave na porta da frente onde Otabek e Sara ainda dividiam o imóvel. Pensou em abrir a porta e colocar as chaves para dentro, mas ao escutar barulhos que denunciavam o casal de amigos, desistiu de sua ação e entrou correndo na sua própria casa. Sorriu aliviado quando encostou o corpo na porta, se fosse o platinado, o casal seria pego no flagra. 

O apartamento estava quieto e tranquilo, Victor deveria estar dormindo há algumas horas e o japonês suspirou de novo, agora se sentindo cansado. No dia seguinte teria que se entender com o seu amor, por isso tomou o caminho do quarto e tomou um banho rápido. 

Ao sair a claridade que provinha do abajur iluminava a face serena do russo e Yuuri se pegou a olhá-lo como muitas vezes fazia quando chegava tarde, admirava a beleza e questionava como poderia amá-lo tanto, mas outra coisa chamou sua atenção... o porquinho de pelúcia estava no chão ao lado dele. - O que você faz aqui...?

O japonês se sentou na beirada da cama e pegou o brinquedo com as mãos. Precisava superar o seu trauma de infância, não esquecer, mas sim se entender com seu passado, pois evitar de ir ou pisar em um determinado lugar, não resolvia nada, não apagava o que aconteceu e não explicava nada. Yuuri encarou o bichinho a procurar de respostas para entender o porquê de não ter sido amado pela mãe e sem perceber começou a chorar baixinho e de mansinho. Nunca entenderia... como ainda podia machucar. 

Era um pranto doloroso, sempre foi e o russo nunca tinha presenciado, mas acabou por despertar e o abraçou por trás com força, não disse nada, pois não havia o que dizer. Só não queria que ele chorasse mais. Foi puxando o moreno e o trouxe para o meio da cama do casal, fazia carinhos e tentava secar as lágrimas que escapavam dos olhos castanhos em abundância, beijou várias vezes os cabelos negros e o ninhou como pode, mas no fundo se sentia um inútil por não conseguir tirar ou curar essa ferida. Mas foi entre soluços que o japonês pediu e o direcionou para um caminho. - Promete... que vai segurar minha mão... que não vai soltar por nada... e nem me deixar... promete que vai me amar... e que vai sempre... voltar. 

Victor o fez levantar a cabeça e olhou dentro dos olhos que tanto amava. - Prometo. - Sussurrou a palavra e sorriu antes de beija-ló com amor. Com jeito se deitou e acomodou a cabeça do japonês no seu peito, seus dedos brincavam nas mexas cor de ébano e ficou assim até que sentiu o outro parar de chorar e adormecer. 

 

Dois dias depois, Victor segurava forte a mão suada e nervosa de Yuuri. Eles andavam calados pelos caminhos que cortavam todo o grande jardim da praça, e vez ou outra, Victor o olhava preocupado. Seus movimentos eram seguidos  pelo DJ e o loiro que vinham abraçados logos atrás e a frente, iam o pessoal da revista. 

O japonês passou anos fugindo das alamedas que permeavam suas lembranças mais tristes e foi com o coração aos saltos que reconheceu o lugar, o banco que mudou sua vida e sua história. Parou empacado no meio do caminho e com os olhos rasos de lágrimas, viu o garotinho que um dia foi... gordinho e pequeno com seus pezinhos balançando no ar por não atingir o chão, lembrou-se que foi deixado sentado sozinho com seu único amiguinho de pelúcia nos braços, lembrou-se das horas passadas em aflição e de todos os olhares em sua direção... sem pensar muito no que fazia, soltou a mão do noivo e andou até o banco se sentando, parecia o certo a se fazer, mesmo depois de tantos anos... sentiu na mão a dureza áspera da pedra e na alma a dor do abandono sofrido, olhou para os lados e procurou por alguém... podia ser qualquer pessoa, mas não via ninguém. 

Baixou a cabeça para esconder suas lágrimas e nesse instante, sentiu a mão do russo envolver a sua que estava apoiada no banco e Victor se sentando ao seu lado, se abraçaram carinhosamente. - Eu estou aqui... e vou ficar sempre para te amar... eternamente. - Victor falava com os lábios encostados na curva do pescoço do moreno e sentiu quando ele, finalmente, expirou e relaxou nos seus braços. 

Yurio estava emocionado e procurou Otabek que estava mais calado que o normal e tentava controlar suas próprias emoções. 

Já o pessoal da revista, faziam fotos e mais fotos do momento sublime que o casal vivia. Era  o que eles precisavam para ilustrar a vida como realmente era. 

 

Do outro lado do oceano, na Suíça, Christophe olhava para as imagens na tela do celular. Estava no seu horário de intervalo do trabalho e encontrava-se escondido no estoque, dilatou as narinas farejando o ar e sentiu o cheiro forte de café armazenado, mas também sentia-se sereno e triste ao mesmo tempo. 

Victor estava feliz, noivo e fazendo planos com Yuuri, a vida perfeita como aparecia nas fotos que via... tudo que sempre quis. Sorriu pequeno ao pensar no seu estado atual, ele estava engatando um relacionamento sem grandes pretensões com o advogado amigo, estava quitando todas as suas dívidas e quase ninguém se lembrava mais do seu nome. Se existia uma terra dos esquecidos, era lá que Christophe Giacometti estava, mas por incrível que pareça... estava bem com isso. 

Viu mais uma foto do casal e dos amigos, sorriu de lado... já teve aquele mundo, já lhe pertenceu aquele momento... mas agora, não. E... o celular tocou e o nome de Massumi apareceu no visor, e pela primeira vez na última hora, Chris sorriu abertamente. 

- Oi gatão, já estou com saudades... - Sentiu as borboletas baterem no seu estômago ao ouvir a voz baixa e rouca do seu namorado. Revirou os olhos, mas estava bem com isso também!!!



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