JUGHEAD
Fiquei andando pelos corredores durante vinte minutos. A Betty tinha me contaminado com o nervosismo. Eu queria dar a ela tempo suficiente para chegar até a enfermaria e estar adiantada, antes de tentar entrar na sala.
- O Charles fazia eu me sentir segura. - A voz da Betty chegou à sala da frente.
Merda, a Sra. Collins tinha deixado a porta da enfermaria aberta. Em teoria, não havia necessidade de fechar a porta, porque a escola deveria estar deserta.
- A Ashley. - Eu congelei. A Betty parecia sonolenta. Parte de mim queria ficar ali e ouvir, mas aí eu não teria chance de encontrar as nossas respostas.
Minha mãe certamente estaria orgulhosa de mim, invadindo o gabinete da minha terapeuta, embora eu lembrasse a mim mesmo que a porta estava escancarada. Tentei afastar a culpa que devorava minhas entranhas, mas ela enfraqueceu assim que vi meu nome saindo de baixo de outros dois arquivos.
Agarrei o arquivo e imediatamente folheei até a página com as informações sobre os meus irmãos. Atrás de um dos folhetos de faculdade que a Sra. Collins me deu, copiei os dados deles, tomando cuidado para não deixar nada de fora.
- Jughead. O que você esta fazendo aqui? - O Sr. Cooper me assustou até a alma, mas esvaziei o rosto de emoções, fechando discretamente meu arquivo antes de me virar.
Mostrei os folhetos.
- Planejando a faculdade. - Eu podia até ganhar uns pontinhos.
- Ótimo. - Ele olhou de volta para a sala principal. - Que bom.
- Eu não quero morrer, mãe. Por favor, não me deixa morrer. – A voz aflita da Betty vibrava no corredor. Eu conseguia perceber o terror na voz.
O Sr. Cooper e eu demos um passo em direção a enfermaria. Nossos movimentos simultâneos chamaram a atenção um do outro.
A Betty gritou:
- Ai, meu Deus. Pai!
O sr. Cooper assumiu um tom de cinza esquisito.
- Acho que você devia ir embora.
Meu coração se acelerou. Com os músculos tensos, olhei para o Sr. Cooper, esperando algum tipo de explicação de por que a garota que eu amava estava gritando o nome dele em pânico e desespero.
Ele colocou uma das mãos na parede e se encostou nela.
- Vai, Jughead.
Será que eu devia ir ou ficar? Se eu ficasse, teria que explicar minha presença, me arriscando a ser pego e perdendo as informações sobre os meus irmãos. Eu também arriscava ter uma discussão com o pai dela.
Se fosse embora, eu era um babaca. Não o herói que a Betty precisava que eu fosse. Eu a compensaria mais tarde. Eu daria um jeito. Saí da sala e disquei o número do celular da Betty.
- Sou eu. Você sabe o que fazer - disse sua voz doce.
- Oi, baby. Me liga quando puder. Eu... - Te amo. - Preciso ouvir sua voz.
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