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História Bughead: No Limite Da Atração - Capítulo 16


Escrita por: 6sprousehart

Capítulo 16 - Capítulo 16


JUGHEAD

Eu tinha vista os meus irmãos. Quem diria que um milagre podia acontecer? E eu ia ver os dois de novo no segundo sábado de fevereiro. Isso merecia uma comemoração. Eu esperava que o Sweet tivesse comprado erva, porque planejava enrolar o maior baseado que qualquer um de nós já tinha visto.

Sendo o último a voltar à noite, estacionei minha porcaria de carro na rua.

O Dale trabalhava no turno da noite na fábrica local de caminhões. A gente não sabia, de um dia para o outro, a que horas ele ia trabalhar. Uma vez cometi o erro de estacionar na frente da garagem. Em vez de tirar meu carro dali, o Dale arrancou meu espelho retrovisor do lado do motorista.

Luzes brilhavam em todas as janelas da casa, isso não era bom sinal. Entrei na sala de estar minúscula e notei toalhas cobertas de sangue.

- Que porra é essa?

Sweet pea apareceu instantaneamente ao meu lado.

- O canalha espancou a Toni.

- Eu estou bem. – A voz da Toni estava trêmula. Ela estava sentada na cozinha com o braço esticado sobre a mesa.

A tia dela, Shirley, limpava diversos cortes e queimaduras de cigarro. O corpo todo da Toni estremecia, como se ela estivesse no meio de uma convulsão. O lado direito do seu rosto estava roxo, arranhado e dilatado, e o olho direito estava fechado de tão inchado. O sangueencharcava sua camiseta preferida.

Toni levou o cigarro até a boca e deu uma longa tragada.

- A nova transa da minha mãe usa anel de formatura. Ele deve ter roubado de alguém.

- Filho da puta. Por que você foi pra casa, Toni? Você sabia que esse babaca era uma fria. - Dei três passos e me ajoelhei ao lado dela na cozinha.

Ela deu outra tragada enquanto uma lágrima escorria do olho esquerdo.

- Era aniversário da minha mãe e o babaca não queria dividir ela, então... - Ela deu de ombros. Uma raiva animal percorreu meu corpo e todos os músculos se contraíram, prontos para brigar.

- Quando é que a polícia vai chegar?

- Eles não vêm – respondeu Shirley. Ela colocou gaze sobre uma queimadura e prendeu com esparadrapo. Lutei para me controlar.

- E por que não?

- Ela tem dezesseis anos e a mãe dela estava lá. Eles vão prender minha irmã junto com o tal namorado que não presta. Não concordo com o jeito como ela leva a vida, mas não vou mandar minha irmã pra prisão, e a Toni também não quer isso.

Esperei a Toni confirmar essa teoria. Ela apagou o cigarro no cinzeiro, colocou outro na boca e ficou remexendo no isqueiro. Ele fez vários cliques conforme ela tentava, sem sucesso, raspar a roda contra a pedra. Pegueio da mão dela e, em um movimento suave, acendi o cigarro.

- Obrigada - disse ela, fraca.

O telefone tocou uma, duas, três vezes. Quando parou, o celular da Toni começou a tocar a música "Lovesong", do The Cure - o toque da mãe dela. Sua mão tremia quando ela bateu as cinzas no cinzeiro.

- Ela continua ligando. Ela quer que eu volte pra casa.

- Por quê? – resmunguei.

- Ele ficou cansado de me bater e dormiu, desmaiou, sei lá. Provavelmente acordou e sentiu falta da sua piñata.

Tentei me livrar da raiva esfregando o pescoço.

- Chama a polícia, Toni.

- E o que você acha que vai acontecer com você e o Sweet se ela fizer isso? – O Dale entrou na cozinha, com o cabelo escuro lambido para trás por ter acabado de tomar banho. – Sua assistente social anda meio enxerida nos últimos tempos, Jughead. Se a gente ligar pra polícia, eles vã descobrir que a Toni está morando aqui. Podemos dar adeus a você e ao Sweet.

A voz da Toni enfraqueceu.

- Não posso perder vocês. - E lá estava.

Ela estava sentada ali, sangrando, porque amava o Sweet e a mim. Pela milionésima vez, desejei que o sistema fosse uma pessoa. Uma pessoa que eu pudesse nomear, conhecer e responsabilizar por sacanear cada um de nós.

Por enquanto, o novo namorado da mãe da Beth teria que servir. Eu me levantei e beijei o topo da cabeça dela.

- Está pronto, cara?

- Eu só estava esperando você se informar. - O Sweet abriu a porta da frente, com os olhos frios e mortais.

O olho bom da Toni se arregalou.

- Não - sussurrou ela.

- Eu não vou pagar a fiança de vocês - disse o Dale.

- Nunca te pedi pra fazer isso - eu disse e sai pela porta.

Um carro derrapou pela rua e voou sobre a grama do jardim da frente. A porta do carona se abriu antes de o carro parar, e a mãe da Toni saltou. O cabelo castanho estava num rabo de cavalo, os olhos injetados de sangue, um roxo se formando debaixo do olho direito.

- Eu quero ver a minha bebê. Preciso dizer pra ela que eu sinto muito.

- Vai pro inferno - disse Sweet. - Ela não é sua boneca pra você brincar de vestir.

Os faróis do BMW continuavam acesos. Um homem grande cambaleou saindo do lado do motorista.

- Cala a porra dessa boca. A Sky quer a filha piranha dela. Manda a garota sair ou eu vou entrar pra pegar.

O Isaiah e eu ficamos de pé um do lado do outro, com um acordo silencioso de que mataríamos o cara antes que ele chegasse à porta da frente.

Meus irmãos apareceram em flashes na minha mente. Por mais que eu quisesse proteger a Toni, também precisava proteger os dois.

- Vai embora agora, se não eu chamo a polícia.

Esse cara devia ter pelo menos um metro e noventa e oito de altura e parecia familiar. Ele ficou bem na nossa frente. Um fedor de álcool saía dele. Seus olhos se mexiam de um jeito nervoso, e o corpo demonstrava medo.

- Ele está provocando, cara - disse o sweet.

Fabuloso. Esta noite tinha se passado de a melhor de todas para ruim e depois para Jogos mortais em tempo recorde. O homem girou o anel no dedo. Não era um anel comum – era uma porcaria de anel do Super Bowl, daqueles que os jogadores do time vencedor ganham.

- Vai em frente, chama a polícia. Todo mundo me ama. Eu não vou pra cadeia.

- Você não é aquele babaca que foi expulso daquele time perdedor há algumas horas? - perguntei, tentando manter os olhos dele longe da casa.

Ele piscou algumas vezes, como se a mente ferrada entendesse, por três segundos, que um jogador de cento e catorze quilos não deveria estar arrumando briga com uma garota de dezesseis anos e seus dois amigos drogados.

- Estou cansado dessa merda, cara - sussurrou Sweet pea para mim segundos antes de recuar e esmurrar o maxilar do canalha.

O impacto teria me jogado no chão, mas o cara só virou a cabeça. Que merda... Essa coisa toda ia feder. O canalha levantou o punho para revidar, mas caiu no chão quando atingi os joelhos dele.

Tive um pensamento rápido de que eu deveria agradecer ao meu professor de educação física, o Sr. Graves, pelas três semanas de instruções sobre futebol americano. Rolei para longe antes que ele conseguisse me dar um soco.

Sweet pea chegou perto demais, e o babaca passou uma rasteira nele e o socou no estômago quando ele caiu no chão.

O som da mãe da Toni gritando me irritou pra cacete.

O canalha se levantou e eu também, e soquei o cara no rim antes que ele tivesse chance de chutar Sweet pea, que estava deitado no chão sem reação. O cara girou e tentou encontrar minha cabeça, mas me abaixei e dei um soco no estômago dele.

Ele rosnou e cambaleou, mas continuou de pé. Eu precisava jogar o idiota no chão de novo. Tentei atacá-lo mais uma vez, mas mirei alto demais. Minhas laterais doeram quando ele lançou dois bons socos nas minhas costelas.

Nós dois caímos sobre o carro dele enquanto o Isaiah se levantou e acertou o cara nas costas com o punho.

Um tiro ecoou na noite. Sweet pea eu congelamos. Rezei para nada quente nem molhado sair do meu corpo, e eu não estava falando de xixi.

- Sky, você e esse lixo saiam já da minha propriedade – disse o Dale com uma voz surpreendentemente calma. Ele estava parado nos degraus da frente da casa, com o rifle de caça nas mãos. - Vocês estão bem, garotos?

- Super – respondeu o sweet pea através dos dentes cerrados.

- Nunca estive melhor. - Merda, as articulações dos meus dedos latejavam.

- Entrem antes que a Toni fique histérica – disse Dale.

Eu me afastei do BMW e fiz o máximo possível para não cambalear até a casa. O Sweet pea ficou do meu lado.

- Acho que ela podia ter avisado que a gente ia lutar contra a Liga Nacional de Futebol.

- Isso teria te impedido?

- Não.

- Nem a mim. – A risada entre nós dois ecoou na noite.

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A Toni chorou até dormir – nos braços do Sweet pea

Eu me deitei no sofá, assistindo a um filme dos anos 80 na televisão. O som estava tão baixo que por uma hora eu não tive ideia do que as pessoas estavam dizendo.

Minhas costelas doíam, as articulações dos meus dedos latejavam, mas, cacete, eu me sentia bem.

O Dale e a Shirley disseram a Sky para nunca mais voltar e que a Shirley ia até a casa dela no dia seguinte pegar as coisas da Toni.

O Dale e a Shirley tinham problemas, mas eram pessoas de bom coração.



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