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História Bully Girl lover - Capítulo 11


Escrita por: Splendid_19

Notas do Autor


Eae gnt, esse cap chegou a ter 4 rumos diferentes a partir da metade kk, por isso demorou um pouco a sair 😅 enfim, boa leitura ^^

PS: Foto da capa é a Ana, ou pelo menos o jeito que eu a imagino k

Capítulo 11 - Capítulo 11


Fanfic / Fanfiction Bully Girl lover - Capítulo 11

Encarei com certa aflição as mensagens que Isaac havia me enviado. Em míseros três segundos tomei minha decisão sobre o que fazer com aquilo. Apenas deixei o celular de lado, colocando-o no bolso da minha saia, e voltei a sorrir para José. Era um grande alívio para mim saber que ele estava bem. Sua aparência tinha mudado significativamente desde o nosso último encontro. Ele estava mais arrumado, bem alimentado, usando roupas novas e de barba e cabelos cortados, porém o que mais se destacava era a expressão em seu rosto. José simplesmente estava feliz, e nada mais. Quando nos encontrávamos na sombra da árvore ao lado do colégio eu podia notar que ele se alegrava, mas não conseguia deixar de esquecer a dureza que era a sua vida. Estávamos apenas nos encarando, todavia, sem ao menos dizer uma palavra, entendia perfeitamente o que se passava em sua mente. Stacy estava com metade do corpo para dentro da sala, escondendo o resto atrás da parede. Aparentemente ela estava insegura, decidindo-se entre fugir ou entrar na sala. Virei em direção a ela e casualmente sorri, mostrando-a que não havia problemas dela aparecer, afinal todos ali estavam de bem um com o outro. Stacy demorou alguns segundos até largar a parede e lentamente caminhar em nossa direção.

-Eu... eu sinto muito por tudo isso... (Murmurou Stacy, era nítido o arrependimento e culpa no tom de sua voz).

Tinha certeza que ambos, José e Stacy, ainda se lembravam do seu primeiro encontro, na qual Stacy o chamou de mendigo e afastou Owen para longe de nós. Não contamos a José que a voz mandante que causara todos os seus ferimentos era a mesma que acabara de lhe pedir perdão.

-Há males que vêm para o bem, minha jovem. (Disse José, tirando um papel de trás do seu travesseiro).

Era uma foto antiga dele junto de outras duas pessoas. Uma dessas pessoas era a sua esposa e a outra sua filha ainda em seus dois anos de idade. José nos contou que anos atrás teve uma árdua discussão com a esposa e, no calor do momento, abandonou tudo e saiu de casa para esvaziar a cabeça na rua. Quando voltou no dia seguinte, deparou-se com papéis de divórcio. A partir deste dia, ele perdeu tudo: sua filha, esposa, emprego e sua dignidade. Só não esperava que quase vinte anos mais tarde encontraria comigo e, por conta da nossa amizade, sofreria um ataque que lhe deixaria na cama de um hospital, virando notícia em inúmeros jornais locais. Com toda a repercussão da mídia, não foi difícil encontrá-lo e, assim que ele deu entrada no hospital, sua filha, já adulta, estava a sua espera. Um pedido de desculpas escrito a mão pelo mesmo encontrava-se atrás da foto. Sua filha se lamentava por não tê-lo encontrado mais cedo, deixando explícito que, apesar de tudo, continuava o amando. Eu e Stacy nos acomodamos em uma larga poltrona para ouvir mais daquela emocionante história. Soubemos muito sobre o passado daquele homem, entretanto não tudo, pois a conversa foi interrompida por uma das enfermeiras. Fomos avisadas sobre o término do horário de visitação e que José ficaria ocupado nas próximas duas horas, realizando a sua fisioterapia. Não notamos a rápida passagem do tempo, ao meu ver mal tinham se passado quinze minutos desde que havíamos chegado. José se levantou da cama e ficou frente a nós duas. O abracei uma última vez, ele me agradeceu dizendo que os poucos dias que ficamos juntos compensaram os anos que ele passou em completa solidão. Tive que me segurar para não chorar e “estragar” aquele tão belo momento. Logo depois que encerramos o abraço, Stacy se despediu trocando um aperto de mãos com ele e saiu o mais rápido possível do recinto. Antes que partisse, José me disse que eu havia feito um ótimo trabalho com Stacy, notava-se o quanto ela tinha mudado nesse curto período de tempo. Aquilo soou muito satisfatório para mim, sentia-me imensamente orgulhosa sobre coml estava, aos poucos, lapidando Stacy. Acenei uma última vez para ele, lhe jogando um beijo também, e fui embora segundos depois. Assim que saí da sala, encontrei com Stacy apoiada de costas na parede. Seu lábio inferior estava tremendo, indicando que ela estava prestes a chorar. Ao me ver a encarando tanto, ela rapidamente tirou de sua bolsa um óculos escuros e o colocou, alegando de maneira bastante suspeita que não estava chorando.

-Mas eu não disse que você estava. (Falei em tom baixo, enquanto lentamente me aproximava dela).

Antes que eu pudesse chegar mais perto, Stacy repentinamente se virou, fazendo seu típico “rhum!” e seguindo em direção a saída. O lado de fora estava mais frio do que dentro, o vento soprava de todas as direções e algumas nuvens negras se misturavam com as douradas no céu, estava explícito que iria chover em breve. Stacy tirou seu celular da bolsa e começou a discar para sua mãe.

-Você... você já vai ligar? (Perguntei a ela, notava-se certa tristeza em meu tom de voz).

-Eu já quero ir pra casa. Viemos ao hospital, nos encontramos com o seu amigo e eu cumpri a minha parte da promessa. Já não há mais nada para fazer aqui. (Respondeu Stacy, sendo um tanto quanto grosseira na sua maneira de falar).

O que eu realmente queria era passar mais tempo com ela. Aquela tarde havia sido muito especial para mim, gostaria que ela durasse para sempre. Abaixei a cabeça e olhei para o chão, estava um pouco decepcionada com o final do nosso “encontro”. Notei uma gota cair ao lado da sapatilha de Stacy, deixando uma marca circular mais escura na calçada. Levantei a palma da mão até a altura dos ombros, porém logo percebi que ainda não estava chovendo. Ao olhar para Stacy, vi ela enxugando a trilha de água que sua lágrima deixou ao percorrer sua bochecha. Stacy estava chorando da maneira mais disfarçada possível, mas não o suficiente para que eu não notasse. Sua mãe não atendeu a chamada e ela logo desistiu de tentar ligar, desabafando três ou quatro palavrões logo após guardar o celular na bolsa e virar de costas para mim. Pus uma das minhas mãos em seu ombro e encostei minha cabeça em seu dorso, um pouco abaixo da nuca por conta da nossa diferença de altura.

-Calma, está tudo bem. Você pode chorar, não há problemas nisso. Vai se sentir muito melhor depois, eu prometo. (Sussurrei para ela, apertando suavemente em seu ombro quase como se estivesse o massageando).

Minha testa repousou nas suas costas e eu encostei a ponta do meu nariz nela. Stacy permaneceu em pé, ainda parada na minha frente.

-E-Eu não... nã-não vou... (Disse ela, com certa dificuldade).

Gaguejando e com a voz embargada, Stacy estava a um passo de ter um colapso emocional. Fiz “shiuuu” com a boca, enquanto amaciava suas costas, a incentivando a colocar todo esse sentimento para fora. Stacy tirou os óculos escuros pôs as duas mãos no rosto, se curvando levemente para baixo. 

-Eu não quero que você me veja assim! (Exclamou ela, já chorando feito uma criança).

Virei ela de frente para mim, a abraçando fortemente e deixando com que ela deitasse a cabeça em meu ombro. Rapidamente senti minha camisa ficar molhada onde Stacy apoiou o rosto. Ela estava soluçando muito enquanto se lamentava pelo que fez a José. Fiquei acariciando suas costas, lhe confortando com palavras amigáveis e acolhedoras. A levei vagarosamente para um banco de pedra próximo de onde estávamos, ainda em frente ao hospital, e sentamos lá uma ao lado da outra. Stacy não desgrudava o rosto do meu ombro de maneira alguma, afirmando incessantemente que não queria que eu a visse daquele jeito. A gola da minha camisa iria alargar de tanto que ela puxava. Stacy chorava em meu ombro direito, enquanto eu descansava o queixo no seu ombro de mesmo lado. Esperei que ela esvaziasse a mente, desabafando tudo o que tinha para falar sobre si. Depois de ouví-la dizer ser uma pessoa terrível, com o coração entupido de mágoas e ressentimentos, por pouco mais de cinco minutos, pus a mão em sua testa e, com muita dificuldade, fiz com que ela se afastasse um pouco, forçando-a a me mostrar seu rosto. Stacy estava incrivelmente corada, a região abaixo de seus olhos, bochechas, testa e nariz estava visivelmente marcada e bastante avermelhada. Coloquei a mão que usei para afastar seu rosto abaixo de seu maxilar e, usando o dedo polegar, limpei suas lágrimas próximas dali. 

-Não se sente melhor agora? (Perguntei, recebendo-a com um singelo sorriso).

Aproximei meu rosto do dela e fiz uma espécie de “biquinho” com os lábios, inconscientemente indo de encaixe aos seus. Antes que pudesse encostar nela e carimbá-la um pequeno selinho, Stacy voltou a se esconder em meu ombro. Obviamente ela não havia percebido o que eu estava prestes a fazer. 

-Eu disse para você não me ver assim, rhum! (Resmungou ela, sua voz assemelhava-se muito com a de uma criança)

Stacy “cavou” com o rosto para baixo de meu ombro, escondendo-se entre a parte inferior de meu braço esquerdo e as costelas, um pouco abaixo da axila. Ela puxou a minha gravata, me fazendo curvar levemente para frente e possibilitando que ela adentrasse ainda mais.

-O que os olhos não veem o coração não sente, certo? (Perguntei a ela, em tom de brincadeira).

Stacy respondeu-me com seu típico “rhum!”, mas que foi abafado por ela estar grudada em mim. Algumas pessoas passavam e achavam estranho posição que nos encontrávamos, podia perceber em seus olhares. Tentei ignorar e pensar no que eu tinha acabado de fazer. Percebi o quanto fui egoísta ao tentar beijar Stacy naquele momento em específico, eu realmente não tinha levado em consideração o seu estado emocional, que poderia se abalar ainda mais caso tal ato fosse realizado. Fiquei com um enorme peso na consciência. Apesar de tudo, me impressionei com a coragem e iniciativa que tive para pensar e tentar pôr dar-lhe um beijo. Comecei a passar a mão por suas mechas loiras, fazendo uma espécie de cafuné em sua cabeça.

-Escuta... desculpa... (Disse a ela, numa tentativa aliviar minha culpa).

Stacy me ignorou, afundando cada vez mais o rosto em meu braço.

-Posso não ser a amiga que você quer, mas acho que sou a que você mais precisa... (Falei a ela, ainda passando a mão carinhosamente em sua cabeça).

Mais uma vez não obtive resposta. Fiquei brincando com seu cabelo, enrolando uma mecha no dedo indicador e soltando logo em seguida. Stacy se levantou cerca de dois minutos depois, rapidamente recuperando a compostura. Ela enxugou o rosto usando a minha gravata como lenço, e pôs-se a falar.

-Você foi a segunda pessoa, em todo o colégio, que me viu assim. Se contar para alguém o que aconteceu aqui eu... (Disse ela, aumentando o tom de voz no decorrer da frase ao mesmo tempo que levantava seu punho fechado).

Fechei um dos olhos e, em reflexo, desviei o rosto numa tentativa de me defender. Segundos depois me dei conta que Stacy somente estava estendendo o dedo mindinho na minha frente.

-...eu vou... parar de falar com você... agora me promete que não vai contar. (Disse ela, ainda com o punho levantado em minha frente).

Imitei o gesto, cruzamos nossos dedos mindinhos e firmamos uma promessa. Um vento gelado fez com que nós duas ficássemos arrepiadas, começou a chover não muito tempo depois. Stacy, mesmo com o tempo nublado, continuou a usar os óculos escuros, aquilo escondia o fato dela ter chorado e realçava um pouco mais o seu charme. Corremos para baixo de um orelhão, foi o primeiro e mais próximo abrigo que vimos. Nos arrependemos de não ter pensado com mais calma, afinal o hospital estava atrás de nós e havia uma parada de ônibus bem do nosso lado, a pouco mais de dez metros de distância. Era tarde demais, a chuva tinha engrossado e o pouco tempo que levaríamos para chegar ao hospital ou a parada de ônibus nos deixaria inteiramente encharcadas. Stacy tirou o celular do bolso e ligou para sua mãe mais uma vez. Ela enfim atendeu e disse já estar saindo do trabalho, chegaria em pouco menos de meia hora. Já estava começando a escurecer e a ficar muito frio também, todavia não podíamos fazer nada mais do que esperar Darla persistentemente. Depois de longos trinta minutos em pé, ouvindo Stacy reclamar do frio, fome, cansaço, tédio e água que incessantemente respingava em nós duas, resolvemos ligar para Darla novamente. Ela atendeu já se desculpando pela demora, afirmando que trânsito estava um caos. Stacy espirrou uma vez, depois outra e posteriormente mais três vezes, fazendo isso a cada meio minuto. 

-Essa não! (Resmunguei em tom baixo, colocando as duas mãos nas bochechas de Stacy e virando o rosto dela para mim logo em seguida).

Stacy aparentava estar com febre. Encostei minha testa na dela e a cobri com os braços pois o orelhão estava em péssimo estado e a água conseguia passar pelos buracos da proteção, pingando continuamente em nossas cabeças. Stacy me empurrou com ligeira ignorância afirmando que, desse jeito, nós duas ficaríamos resfriadas. Continuei a abraçá-la e disse que não me importava tanto assim em dividir um resfriado com ela se pudesse aquecê-la, mesmo que momentâneamente, com meu corpo. Ela corou e ameaçou sair debaixo do orelhão, contudo um outro gélido vento a forçou a ficar abraçada comigo. A cada minuto a chuva ficava progressivamente mais intensa, o céu estava trovejando e os clarões repentinos iluminavam efemeramente todo o ambiente ao nosso redor. A cada trovão, Stacy me apertava gradativamente mais forte, espremendo seu corpo contra o meu. Não era como se eu estivesse gostando daquilo, afinal vê-la com medo não me deixava nem um pouco satisfeita, porém sentia-me feliz toda vez que ela agarrava em mim à procura de proteção. Stacy pôs uma perna entre as minhas, ela estava gelada e tremia contínuamente. Parte das nossas coxas e panturrilhas ficavam expostas por conta da saia que usávamos, todavia sentir a perna de Stacy entre minhas coxas fez com que meu corpo funcionasse como um cobertor térmico para ela. Cerca de dez minutos depois, um Honda HRV preto estacionou bem ao nosso lado. Ao mesmo tempo que Stacy exclamou “Mãe!”, Darla saiu do carro com dois guarda chuvas, correndo até nós duas e posteriormente nos guiando em direção ao carro. Tivemos muito cuidado ao caminhar pelas poças, bastava um único passo em falso e ficaríamos completamente encharcadas. A rua começou a alagar assim que entramos no carro, olhei pela janela e notei que se eu e Stacy ainda estivéssemos debaixo do orelhão, estaríamos com água até a altura de nossas meias. Mãe e filha estavam no banco da frente e eu no banco de trás, suspiramos todas em alívio após fechar as portas do veículo. Darla abraçou Stacy, que retribuiu o gesto, e pôs-se a procurar proteção nos braços de sua mãe assim como estava fazendo comigo minutos atrás. Assim como qualquer mãe, Darla estava preocupadíssima com sua filha e visualmente feliz por ela estar bem. Achei aquela cena digna de ser apreciada, por isso fiquei as observando com um sorriso bobo no rosto. Darla tirou o óculos de Stacy e disse para a mesma que não era necessário que ela chorasse, pois a "mamãe” estava ali para ela. Stacy afirmou que não estava chorando, apenas lacrimejando por conta de um ou dois espirros. Eu não quis falar nada, pois assim estaria quebrando a minha promessa, todavia tinha total ciência que Stacy havia omitido alguns fatos em sua fala. Darla tirou um lenço do porta luvas e secou o rosto da filha, dando pequenas e rápidas batidinhas em sua face. Darla levou o lenço até o nariz de Stacy e a fez  assoar o ranho que a impedia de respirar sem ter que fungar a cada cinco segundos. Ela me pediu para chegar mais perto, pegando outro lenço do porta luvas e fazendo o mesmo em mim. Darla afastou a minha franja, colocando o cabelo para o lado direito e o prendendo atrás da minha orelha. Após me secar, ela carinhosamente beijou minha testa, replicando o mesmo gesto na sua filha logo depois. 

-Porque vocês não ficaram dentro do hospital, meninas?! Ah, deixa pra lá! O importante é que as duas estão bem! (Afirmou ela).

Stacy escondeu o rosto no braço de sua mãe novamente, ela parecia estar carente, enquanto isso eu ainda me recuperava emocionante da sensação daquele macio, quente e cheio de amor selinho na testa. Darla afastou Stacy para o seu lugar e pôs o cinto de segurança nela, pedindo para que eu pusesse o meu também. Após fazer o que me foi mandando, tentei descansar naquele confortável assento. Darla segurou firmemente o volante e encarou a rua a sua frente. Não conseguíamos ver cinco metros adiante na estrada, nem mesmo com os faróis ligados. Stacy virou para o lado, aconchegou-se no assento e dormiu sem muitos problemas. A tentação de fazer o mesmo era grande, mas eu queria fazer companhia para Darla como forma de agradecimento por sua gentileza. O trajeto até a minha casa foi demorado, porém seguro. Darla era uma ótima motorista, mesmo naquela situação ela mantinha a calma e se concentrava ao máximo no que acontecia ao seu redor. Já havia passado das 19:00 horas e minha mãe inevitavelmente telefonou para nós. Estávamos a dois quarteirões da minha casa, entretanto, assim que Darla iria atender a ligação, um guarda de trânsito junto a alguns bombeiros fizeram sinal para que parássenos o veículo. Uma árvore havia caído e interrompido o tráfego naquele lugar, sem falar que inúmeras ruas ali estavam impedidas por conta da água, ou seja, não era possível chegar em minha casa.

-Ana, querida, você se importaria em passar um tempinho lá em casa? Assim que a chuva parar eu te levo de volta, estacionamos aqui e eu te acompanho até a sua casa. Tudo bem pra você? (Perguntou ela, arrumando o espelho retrovisor para assim fazer contato visual comigo).

Lhe garanti que isso não era um problema, dizendo que minha mãe concordaria com a ideia pois prezava acima de tudo pela minha segurança. Assim que mencionei ela, lembramos que a mesma havia acabado de ligar, porém não foi atendida. Darla assentiu ao que eu disse e falou que em pouco mais de quarenta minutos já estaríamos em casa. Tentei ficar acordada, mas inelutávelmente cedi ao cansaço e acabei caindo no sono. Acordei com o padrasto de Stacy segurando um guarda chuva com uma das mãos enquanto tirava o meu cinto de segurança o mais sutilmente possível com a outra. 

-Hora de acordar, dorminhoca! (Disse ele, sorrindo para mim ao mesmo tempo que me estendia a mão. Ainda chovia com muita intensidade, ele me acompanhou até a porta e entramos em casa. Na cozinha, Darla parecia estar levando uma bronca da minha mãe pelo celular, ela apenas acenou para mim e sorriu envergonhadamente. Fui levada até a sala e sentei no sofá, Igor logo me trouxe um chocolate quente que havia preparado para todos na casa. Fiquei ali encolhida no canto do sofá enquanto ouvia Darla se desculpar no cômodo ao lado. Passado alguns minutos, ela entrou na sala visualmente sem graça pelo sermão que levou. Ela se sentou ao meu lado, segurando sua caneca com chocolate quente com ambas as mãos. Tomamos alguns goles juntas antes de enfim quebrar o silêncio na sala.

-Pelo visto essa chuva não vai parar tão cedo e já está muito tarde, é perigoso sair agora. Convenci sua mãe a te deixar dormir aqui, tudo bem pra você? (Perguntou Darla, enquanto gentilmente acariciava o topo minha cabeça).

-S-sim... e... peço desculpas pela minha mãe. Tenho certeza que ela não está chateada, apenas um pouquinho preocupada comigo. (Afirmei a ela, em tom baixo e notoriamente tímida por tê-la feito passar por aquilo).

-Não precisa se desculpar, meu amor! Isso é coisa de mãe, como acha que eu ficaria se um dos meus bebês estivesse longe de mim também? Ela tem toda razão de ficar preocupada! Agora vá tomar um banho e se trocar, eu vou esquentar alguma coisa para você e a Stacy comerem. Você tem preferência por algo em especial? (Perguntou Darla, enquanto dirigia-se para a cozinha).

Respondi a ela que podia ser a refeição mais rápida e fácil de ser preparada, arrancando-a algumas tímidas risadas. Ela notou que eu já estava perto de terminar meu chocolate quente enquanto a mesma sequer havia tomado 1/4 da sua bebida, por isso casualmente trocou nossas canecas. Darla se levantou do sofá, tomou o último gole de achocolatado em meu copo e bagunçou me cabelo de forma carinhosa antes de partir. Ademais, ela afirmou que eu poderia emprestar algumas roupas de Stacy, pois colocaria as minhas para lavar para que eu pudesse usá-las no dia seguinte. Quando ela enfim se retirou, fiquei em dúvida sobre quem eu estava realmente apaixonada, se era por Stacy ou sua mãe? Como as duas eram fisicamente iguais, optei por Stacy, com sua personalidade difícil, pois sempre gostei de um bom desafio. Comecei a rir sozinha por estar pensando em algo como aquilo, afinal Darla era uma mulher adulta, casada e com responsabilidades e... Stacy tinha um namorado. Fiquei triste ao lembrar daquele fato, mas logo esbocei um sorriso ao me dar conta de saber que existiam pessoas que “suportavam” a personalidade daquela valentona ao ponto de criar um relacionamento com ela. Isso era, de algum jeito, reconfortante para mim. Dei ombros para o nada e continuei a tomar meu chocolate quente enquanto esperava Stacy terminar seu banho.


Notas Finais


Vagarosamente as coisas irão acontecer... kk

Não sei vcs, mas escrevendo esse cap fiquei com vontade de shippar Ana & Darla sksxnxnxnnd

Até o próximo cap ^^


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