História Burning Alive ( malec ) - . heartbroken .

Com algumas semanas, Magnus foi liberado do hospital, teve uma recuperação muito rápido e muito produtiva.

Ainda não se lembrava de nada, mas como Tessa havia dito, suas memórias não iriam voltar de forma alguma. Magnus não gostou da notícia, mas estava se conformando.

Observava a pela janela do carro enquanto Alec dirigia, concentrado, focado ao que estava fazendo, e Magnus se perguntou se ele era sempre daquele jeito, ou talvez estivesse daquele jeito por que estava nervoso.

Seu perfil, mesmo que diferente, era bonito e chamava atenção de qualquer um. Talvez fosse esse um dos motivos pelos quais ele havia se apaixonado por aquele garoto.

O mais engraçado, era que Magnus sempre amou a combinação de olhos azuis e cabelos negros. Era simplesmente de tirar o fôlego.

- Antes da boate nós já nos conhecíamos? - Magnus quebrou o silêncio.

- Eu te servia café no Java Jones de manhã. E a noite eu dançava na Rock Solid Panda. - disse ainda focado no trânsito.

- Você trabalhava numa boate de streaptease? - sorriu ao imaginar certa cena.

- Eu dancei para você e você me chamou para sair. - corou ao lembrar.

- Entendi.

O silêncio se instalou mais uma vez.

Nos últimos dias ou horas, Magnus estava calado, não falava com ninguém e só ficava em seu canto.

A maior parte era por causa das dores de cabeça, que estavam se tornando recentes. E a outra parte, é por que mesmo que não precisasse, ele se sentia culpado.

- Alguém viu ou sabe algo sobre o acidente? - quase sempre perguntava, queria saber quem era o maluco de ter feito tal atrocidade.

- Não. Ninguém sabe quem foi ou o que aconteceu. - Alec não entregaria a verdade, pois Magnus podia dizer para alguém e seu plano ia por água abaixo.

Quando tudo estivesse feito e o tempo estivesse passado, ele contaria. Mas por enquanto, somente ele e Sebastian sabiam.

....

Isabelle estava achando tudo muito estranho.

Numa noite Alec chegou destruído, caindo, e chorando, passou a madrugada toda chorando de murmurando coisas sem sentido.

Ela teve que passar bastante tempo o observando, para que ele não passasse dos limites.

Mas, de manhã, Alec saíra sorrindo, quase cantarolando para as paredes. 

Sabia que havia algo de errado ali, mas ainda não sabia o que era. Mas ela conhecia o irmão que tinha, ela sabia que por trás daquele rosto inocente, Alec era um tanto pecador.

Isabelle ainda se lembrava muito bem de quando tinha quatorze anos. Um garoto partiu seu coração, o jogou no lixo e ainda difamou ela para todos que a conheciam. Mas Alexander, o irmão protetor, deu um pequeno troco.

Ele encurralou o garoto na saída da escola e lhe deu uma lição. No outro dia, o garoto amanheceu com um olho inchado e um nariz quebrado.

Isabelle aprendeu muitas coisas naquele dia.

Quando ela e Alec chegaram em casa, Robert recebeu o filho com um cinto na mão e um soco, mas Alec pouco se importou em apanhar, pois havia defendendido a irmã, e isso não tinha preço. Afinal, apanhado ele aprendeu a lidar com suas consequências.

Ela aprendeu a ser " Isabelle Lightwood, a garota que pisa em seu coração com saltos altos".

Aprendeu também, o que significaba ser um Lightwood, e na mesma noite contou sua descoberta para Alec.

Nós somos Lightwood's, quebramos narizes e lidamos com as consequências.

E desde aquele dia, ela tinha noção do que Alec podia fazer quando machucavam alguém que ele amava. E era disso que ela tinha medo, aquele lado mal de Alexander Lightwood.

- Izzy. Tudo bem? - Max colocou a mão no ombro da irmã. 

Saiu do transe e olhou para Max.

- Tudo, por que? - sorriu.

- Por que você estava olhando para o chão sem ao menos piscar. - levantou uma sobrancelha.

- Não é nada. - balançou a cabeça para esquecer o que estava pensando. 

Max pegou algo na geladeira e se sentou no sofá para assistir televisão.

Isabelle continuou o que estava fazendo, pegou o celular e deu uma olhada no que tinha de interessante. Nada.

Até que apareceu uma mensagem de Simon.

Simon Lewis, o garoto que aos poucos, com suas piadas ruins e seus óculos de nerd, estava conquistando o coração de Isabelle.

Ela estava gostando de verdade dele, e não se importava com o fato de Simon dançar numa boate de streaptease, afinal somente ela o tinha de verdade.

Si:

Oi flor, tudo bem? 

Flor.

Isabelle não se cansava de todos os relógios e apelidos que Simon inventava.

Isabelle:

Tudo sim, e você? 

A resposta veio de imediato.

Si:

Melhor agora. Posso dar uma passada na sua casa? Hoje eu não preciso trabalhar...

Em alguns dias da semana, Simon passava no apartamento, para conversar com Isabelle e jogar vídeo games com Max.

Isabelle:

Tudo bem. Pode vir.

Ela não faria o jantar, essa era uma tarefa arriscada. Não pediria para Max, afinal ele já havia feito comida a semana toda. Era sua folga. Mas ela não tinha que se importar com isso, por que Simon sempre levava pizza.

Si:

Eu levo a pizza.

Beijos...

Isabelle leu a mensagem e desligou o celular.

Ela não sabia o que estava rolando entre ela e Simon, mas sabia que era algo bom.

Não tinham nada concreto, mas tinham algo.

Tudo dentro de beijos, abraços e carícias, mas nada sobre sexo.

Mas algo dizia para Isabelle, que poderia haver algo entre ela e Simon.

Estavam cada vez mais próximos, principalmente depois do acidente.

Simon havia dividido boa parte de seu tempo com Isabelle, a confortando e dizendo que ia ficar tudo bem.

- Max, o Simon bem pra cá. - observou Max atento na televisão.

- Vou segurar vela mais uma vez? - disse com descrença.

- Quando que você segura vela? - perguntou sorrindo.

- Quando você e Simon ficam se pegando e eu tenho que fingir que não estou vendo.

- Chama o Raphael para cá. Ele quase não vem aqui, e de vez em quando você passa o dia todo lá. - deu de ombros.

- Tá bom. Eu chamo. - disse por fim.

Viu Max se levantar e ir para seu quarto, que antes era um quarto vazio, e ficou sozinha novamente.

Olhando para a televisão, mas sem prestar atenção.

Isabelle reparou que ultimamente, Max andava muito perto de Raphael, viraram amigos rápido de mais. Andavam juntos, passavam horas conversando no telefone, jogavam vídeo games, iam em livrarias, sempre juntos.

Mesmo que por alguns minutos, passou na cabeça de Isabelle, se Max e Raphael não tinham algo a mais, e eles tinham medo de falar, por que talvez achassem que seriam julgados.

Ela conversaria com eles, perguntaria, se não quisessem falar ela não iria pressionar.

....

Magnus deu uma olhada pela casa, lugar que agora teria que dividir com Alexander, e achou engraçado tudo o que viu.

Haviam fotos dos dois pela casa toda.

Porta retratos, pregadas nas paredes junto com desenhos, no criado mudo ao lado da cama.

Sentiu uma certa dor no peito, por ver que tantos momentos haviam sido perdidos, tantas coisas haviam sido esquecidas e um amor foi apagado.

Abriu o guarda roupas e viu boa parte das roupas de Alec junto das suas.

No banheiro haviam perfumes e mais coisas de Alec.

Nós éramos praticamente casados. Magnus pensou.

Tudo o que havia na casa, tinha um pra ele e outro para Alexander. E era tudo muito engraçado, pois nunca imaginou que dividiria sua vida assim com alguém.

Agora ele iria voltar para sua rotina, mas uma rotina que não conhecia tão bem. Pois pelo visto, tudo havia mudado depois de Alec.

De suas roupas até suas atitudes, contadas pelo próprio Alec.

Magnus não achava que iria se apaixonar por Alec de novo, não do jeito que eram antes. Mas não perdia a esperança, ele tinha que acreditar e tudo ia acontecer sem que ele percebesse.

- Eu vou estar na cozinha. - Alec tirou Magnus de seu devaneio. - Se precisar de algo...

- Tudo bem. - Magnus sorriu e observou Alec se afastar.

Sentou-se na cama e colocou a cabeça entre as mãos.

Ele ainda pensava que iria conseguir se lembrar de alguma coisa, mínima que fosse. Mas talvez o destino não quiz assim. 

Talvez fosse um erro, e por isso o acidente havia acontecido e ele havia se esquecido.

Lágrimas involuntárias vieram e Magnus não quis se segurar. Deixou vir, para descontar toda a angustia que sentia. Toda a tristeza ao ver o olhar caído de Alec ao perceber que Magnus era quase uma perda de tempo.

Ele se controlou e enxugou as lágrimas.

Não iria chorar, não agora.

Deu um passo para entrar no banheiro quando ouviu um soluço.

Deu passos silenciosos para fora do quarto e encontrou Alec sentado no chão, chorando.

Ele tinha um porta retratos nas mãos e a cada vez que olhava ele chorava mais.

Sussurrava para si mesmo, mas Magnus não conseguia entender nenhuma das palavras. Talvez um "eu te amo" no meio delas.

Ao ver aquela cena, seu coração doeu, de perceber que ele não era o mesmo cara daquelas fotos.

Que ele não podia dizer para Alec que também o amava, que não podia o beijar e fazer declarações de amor.

Mas, ele ainda podia o abraçar e dizer que ia ficar tudo bem, afinal, era a única coisa que ele podia fazer naquela hora.

Caminhou até Alec e se ajoelhou, pegando-o nos braços e o abraçando firme, enquanto o garoto soluçava.

Magnus estava sem jeito de fazer aquilo. 

Mesmo assim aconchegou Alec em seus braços, afagou seus cabelos até que o choro se cessasse.

Alec levantou a cabeça e o olhou com suas íris azuis e chorosas. Sem perceber o que estava fazendo, Alec o beijou. 

Magnus congelou, não reagiu ao beijo, olhou para Alec com uma feição interrogativa.

Alec se separou abruptamente dos braços que um dia fora sua perdição.

Mesmo que quisesse que Magnus o pegasse no colo, o beijasse e dissesse que ficaria tudo bem, mesmo que ele desejasse que Magnus o levasse para cama para dormir ao redor daqueles braços quentes, ele se afastou.

- Me desculpe. - disse baixo. - Eu não... Não farei novamente.

Saiu deixando Magnus sem reação.

Alec estava realmente de coração partido, e o pior, era que Magnus não sabia o que fazer para concertar aquilo.