História Burning Love ( Chaesoo ) - Ondas

POV.  JISOO 

Acordei em meu quarto deitada sobre a cama e antes que pudesse pensar em alguma coisa, a porta é aberta e assim Chaeyoung entra:

Ros.: Oh, que bom que já acordou! - diz animada ao me ver - Toma, isso é pra você. - senta na minha cama e me entrega uma bandeja com comida.

Jis.: Estou sem fome A-AI! - sinto dor ao tentar me levantar -

Ros.: Você está muito fraca unnie, precisa se alimentar.

Jis.: Desculpa mas... não consigo... - não olhava em seus olhos -

Ros.: *respira fundo* Tudo bem, eu vou deixar aqui então pra comer depois, tá? - apenas dou de ombros - Como você está se sentindo?

Jis.: Dolorida e machucada.

Ros.: Sabe Jisoo, em meio à toda aquela gritaria e tumulto, não deu pra ouvir muita coisa mas... parecia que o homem que atacou já te conhecia. - olho pra ela - Eu lembro que ele gritava algo sobre você ter destruído a vida dele e também disse pra pedir perdão, por que?

Jis.: E-eu... e-eu não sei. Ele  devia estar bêbado ou sei lá... - engulo a seco -

Ros.: Ah... eu sinto muito pelo o que aconteceu, você não merecia nada disso. Mas não se preocupe, ele já foi preso.

"Como se adiantesse"

Jis.: Que bom...

Ros.: Ei, - segura levemente meu rosto - tenta não ligar pra isso tá? Não é como se as pessoas te odiassem como aquele infeliz, muito pelo contrário, tem milhões de fãs ao redor do mundo que te apoiam, que estão ao seu lado, que só querem te ver feliz e saudável, assim como eu. - se aproxima e me abraça com muito cuidado - Eu te amo Jisoo, eu te amo muito.

Jis.: ... - apenas retribuo -

Ros.: Eu vou te deixar descansando agora, se precisar de algo é só me chamar. - se levanta - 

Jis.: Tá...

Ros.: É pra chamar mesmo, ouviu? - diz segurando minhas mãos -

Jis.: Ouvi - respondi com um fraco sorriso e em seguida ela sai -

Às vezes eu só queria poder contar pra alguém, principalmente Chaeyoung, é horrível pra mim ter que mentir pra ela quando só quer me ver bem, mas eu sei que se a envolvesse nisso estaria colocando sua segurança em risco e jamais me perdoaria se algo acontecesse à qualquer uma das meninas. Minha mente estava um caos, não pelos sustos que vinha me dando, mas porque eu sabia que isso não era nada comparado ao que queria realmente fazer comigo.

Me levanto, pego minha carteira e retiro de lá a foto que sempre levava comigo: 

Jis.: Tudo está sendo tão difícil sem você, eu só queria que estivesse aqui comigo...

POV.  ROSÉ 

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...

Eu estava muito decepcionada, todo o nosso avanço tinha simplesmente desaparecido. Depois que aquele maluco quase matou Jisoo ela havia voltado ao mesmo estado de antes, sem sorrir, sem comer, sem conversar e aquilo me dava tanta raiva, não só dele mas também de mim porque não era capaz de protegê-la e nem fazê-la feliz. Eu só queria entender o que leva uma pessoa a fazer isso, ainda mais com a Jisoo! Saber o que estava se passando em seu coraçãozinho... E agora ela está lá, naquele maldito quarto, provavelmente pensando em ideias equivocadas as quais sei que não posso tirar de sua cabeça enquanto se enche de sentimentos ruins e eu aqui, sem saber como posso ajudar... como sempre.

Ros.: Eai, amigão - pego Dalgom no colo ao se aproximar de mim - como ela está? - pergunto pois era o único com que ficava com Jisoo - *late* Imaginei... é, eu também não faço idéia, só queria que as coisas voltassem a ser como eram antes. *late* Eu sei, mas ela vai ficar bem, tá? É só uma fase ruim, nós vamos sair dessa. *late* É assim que se fala! - sorrio faço carinho no mesmo -

Lis.: Falando sozinha Chaeyoung? - Lisa parece na sala comendo uma maçã -

Ros.: Lisa, você aqui? À que devo sua ilustre presença? - digo ironicamente -

Lis.: Está chovendo muito então o voo foi adiado.

Ros.: Bem feito, digo, que pena.

Lis.: Para de ser invejosa, Rosé.

Ros.: Ah claro, porque o meu sonho é ser rica, famosa e babaca como você. - ela apenas balança a cabeça negativamente - E a Jennie?

Jen.: Ouvi meu nome. - também surge no cômodo - 

Ros.: Esquece... - reviro os olhos -

 Jen.: Cadê a Jisoo?

Ros.: Ué, vocês se conhecem?

Lis.: Nossa, ela não faz nada não? Eu tô com fome!

Jen.: Não é?! Passa o dia todo naquele quarto.

Ao vê-las tratando Jisoo dessa forma eu senti que precisa dizer de uma o que estava entalado dentro de mim:

Ros.: Vocês são inacreditáveis! Jisoo está passando por um momento difícil e só se importam com si mesmas! Isso me espanta muito sabiam? Porque não é de uma simples colega de trabalho que estamos falando,  é da pessoa que cuidou de você, Lisa! Te ajudou a aprender coreano, sempre te levava pra conhecer algum lugar, te fez sorrir nas horas em que mais precisou, fez questão de que passasse os natais com ela e sua família pra que não se sentisse sozinha! E você Jennie?! É assim que trata a sua melhor amiga, que se preocupa, cuida, protege e te apoia mais do que ninguém?! Sente suas dores junto com você, está sempre pronta pra te ajudar no que for preciso, secar suas lágrimas e entender a mão, que põe a felicidade de vocês duas acima dela em todas situações?! Não fazem idéia do que estão falando, nem moram mais aqui pra falar a verdade e ainda acham que têm algum direito de julgar a Jisoo?! Estão completamente cegas por dinheiro e fama, eu sequer reconheço vocês! Nós éramos uma família, mas agora... não há mais nada.

Elas apenas ficam caladas sem saber o que dizer e eu vou para meu quarto junto com Dalgom, meu único amigo naquele momento.

POV.  JISOO

D.W.: Eu vou te caçar, vou te achar e fazer você se arrepender te ter nascido, sua vadiazinha de merda! Assim que eu puser as mãos em você, vou te torturar tanto que seu corpo morto vai estar irreconhecível! Mas não se preocupe, sua pele vai ficar linda na minha parede. Eu vou sair desse inferno mais cedo ou mais tarde, e é bom que esteja preparada, Kim Jisoo, porque sua hora tá chegando

Eu relia aquela mensagem sabendo que o que estava escrito nela, por mais cruel que fosse, era  previsão mais certa pra minha vida. Ele iria sair da cadeia, me procuraria e faria sua "vingança", não tinha porque fugir, não tinha porque lutar uma guerra já vencida, tudo aconteceria de um jeito ou de outro e não havia nada que pudesse fazer para evitar o inevitável. Meu único medo era e sempre foi que ele machucasse as pessoas que eu amo, mas agora isso tudo tomou uma proporção que nunca imaginei que tomaria, eu estava fraca, cansada e derrotada demais pra conseguir lutar por elas. Afinal, porque eu tenho que resistir? Mesmo que isso acabe, o que eu ganho se continuar sofrendo por uma esperança inserta? Estou pondo em risco a vida de todos ao meu redor, então... eles ficariam melhores sem mim, não é? Se colocasse um ponto final nisso tudo ninguém sofreria e eu finalmente teria paz?! 

Naquela banheira cheia eu sentia como se estivesse cega em meio à um oceano, sem exargar, sem conseguir respirar, sem saber para onde ir, sentindo minhas forças irem embora. Os problemas eram como ondas que iam, mas que voltavam com toda força me jogando pra longe, as águas que inundavam meus pulmões eram os medos e inseguranças que me impediam de respirar, e o frio que me paralisava me impedindo de nadar era a sombra que me impedia de continuar... 

Eu tentei, juro que tentei, mas as ondas conseguiram me levar . . . e eu me afoguei...