História Burning Love ( Chaesoo ) - Vazio...

POV.  ROSÉ 

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS....

Os dias se passavam e a tristeza engolia aquela casa de um jeito assustador, não se ouviam mais risadas, não se viam mais abraços ou brincadeiras, tudo parecia morto e essa situação me torturava. Era extremamente difícil pra mim ver tudo desmoronando e não poder fazer nada, minhas melhores amigas nem se lembravam da minha existência e a pessoa que entreguei todo o meu amor simplesmente me abandonou. Mas não era apenas eu, Jisoo também não parecia nada bem.

Mesmo me evitando eu conseguia perceber que estava mudando, havia emagrecido novamente, aparentava estar fraca, o semblante cansado substituía seu brilho já apagado, mas o que mais me preocupava eram suas pernas. Há dias eu notava a presença de manchas roxas na região e eu sabia que não eram por batida, já ouviram falar em púrpura por melancolia? Um estado de estresse, cansaço e tristeza tão crítico que faz aparecer marcas roxas na pele. Mas eu não compreendia, se foi Jisoo quem quis terminar por que estaria tão mal?

Minha cabeça era uma bagunça, a única coisa da qual eu tinha certeza era que tinha algo errado nisso tudo, mas o que? Eu precisa conversar com ela de um vez por todas. Estava sentada no sofá quando vejo Jisoo passando apressada pela sala e com ela a oportunidade que precisava para esclarecer tudo:

Ros.: Jisoo. - chamo me virando para a mesma mas me ignora e continua - Jisoo, por favor espera. - me levanto -

Jis.: ... O que você quer? - diz com a voz baixa e sem olhar pra mim -

Ros.: Te ouvir, conversar com você, entender o que aconteceu.

Jis.: Já disse tudo o que tinha pra falar.

Ros.: Não, não falou não. Eu sei que está guardando tudo o que sente aí dentro por medo, seus olhos não mentem! Dá pra ver que . . .  está morrendo... - ela permanece calada - Por que é tão difícil confiar em mim?! - me aproximo - Eu te amo, Jisoo, sabe disso mais do que ninguém. - seguro levemente seu rosto e passo uma mexa de cabelo por trás da orelha deixando sua face mais exposta - Me deixa te ajudar... 

Nos olhamos fixamente, deslizo meu polegar por sua boca e lentamente nossos lábios são selados. Era perceptível a necessidade que tínhamos de nos sentirmos outra vez e naquele beijo eu soube, naquele beijo eu entendi que ainda me amava, era como uma resposta que não podia dizer.

Ela para e se separa de repente:

Jis.: Não podemos mais fazer isso. - desvia o olhar pra baixo -

Ros.: Por que?!

Jis.: Porque não! - sai correndo para o seu quarto e se tranca nele - 

Ros.: Jisoo! - corro atrás dela - Jisoo, por favor abre essa porta! Não pode fugir sempre dos seus problemas! Precisa se abrir comigo, me diz de uma vez o que está acontecendo, eu só quero te ajudar! Não enxerga que isso está me matando também?! Você não está bem! - lágrimas começam a cair novamente - Abre a porta Jisoo, me deixa te ver... - dizia encostando a testa na porta já cansada de tanto insistir - Por favor...

Fiquei horas sentada em frente ao seu quarto com a falha esperança de que saísse e conversássemos, mas isso não aconteceu. Pois é, tudo havia acabado... todos os beijos, todos os momentos, todas as promessas se tornaram apenas meras lembranças do que parecia ter sido uma ilusão...

Dizem que o tempo e o silêncio são os melhores remédios, não nesse caso. Quanto mais o tempo passava, pior as coisas ficavam, não nos víamos, não nos falávamos, Jisoo sequer conseguia mais olhar pra mim, estava começando a me acostumar com a tristeza diária que se apossava de mim. Todas as manhãs eram iguais e eternas, eu só rezava e me perguntava quando isso iria acabar...

POV.  JISOO

Eu não estava mais aguentando, aquele desgraçado cumpria sua promessa acabando comigo aos poucos. Me prestar às vontades de Dylan era doloroso, mas era pior ainda machucar a única pessoa que não merecia nada disso. Estava com tanta raiva, com tanto medo, as mentiras me enforcavam e a culpa me corroia cada vez mais. Têm noção do quanto é difícil ter que olhar com frieza para alguém que ama mesmo estando berrando por socorro internamente?  Minhas forças iam se esvaindo, a dor no peito só crescia a cada dia e ainda tínhamos que fingir nas frente das câmeras que tudo estava perfeito.

Mexia na galeria do celular quando vejo uma foto do grupo anos atrás. Era uma época tão boa, éramos felizes mesmo com tão pouco, admiravamos umas às outras e mesmo com briguinhas bobas às vezes, nós nos amávamos. Dói pensar que amigas tão unidas e que eram praticamente uma família, agora não passavam de conhecidas.

Queria... queria muito acreditar que seria temporário, que isso passaria e as coisas voltariam a ser como eram antes, mas sabia que não... eu estraguei tudo...

 QUEBRA DE TEMPO...

 Rosé, Jennie, Lisa e eu agora nos encontrávamos finalmente juntas na empresa em uma reunião simples sobre contratos, possíveis colaborações, parcerias, propagandas e essas coisas. Nada tão animador, pelo menos pra mim e Chaeyoung, já que quase tudo era em relação às outras duas. 

Aquela reunião parecia eterna, não tinha mais a mínima vontade de continuar ali, até que sem querer meu olhar se encontra com o de Rosé, mas não consigo desviar. Nós duas nos olhávamos como se estivéssemos gritando verdades uma para outra mesmo estando no mais profundo silêncio, percebo que estamos à tempo demais assim então me levanto rapidamente e saio da sala. 

Vou em direção ao bebedouro de um corredor para respirar um pouco, assim que termino meu copo de água me viro e vejo Chaeyoung ao meu lado. Iria ignorar e voltar, mas me impede segurando sem força meu braço:

Jis.: O que é? - pergunto séria -

Ros.: Está tudo bem? 

Jis.: Sim.

Ros.: Tem certeza?

Jis.: Por que não estaria?

Ros.: ... Faz tempo que não conversamos...

Jis.: Não temos mais o que falar.

Ros.: Poderíamos ao menos voltar a ser amigas.

Jis.: Não, obrigada.

Ros.: Entendo que não quer mais nada comigo, mas por quê está me tratando assim? Eu não fiz nada... ou fiz?

Jis.: Chaeyoung, por favor. Aqui não é hora nem lugar pra isso.

 Ros.: Então quando vai ser? 

Jis.: Me deixa em paz.

Ros.: Não dá! Eu sinto tanto a sua falta...

Jis.: Chaeng eu-

Ros.: Chaeng? - pergunta sorrindo ao me ouvir chamá-la pelo apelido -

Jis.: Roseanne Park... - fica cabisbaixa - sei que não entende o que fiz, mas acredite, é o melhor pra nós duas. 

 Ros.: Por que? Só me diga o porquê!

Jis.: ... - respiro fundo - Numa noite escura a Lua a as estrelas são o que iluminam, talvez compreenda se lembrar do que foi feito sob elas.

Ros.: O que? - pergunta confusa -

Jis.: Esquece. - me viro indo embora -

Ros.: Aonde você vai?

Jis.: No banheiro, Rosé. 

Ros.: ...

A deixo lá sozinha, sigo em direção ao banheiro e paro em frente à pia. Passo uma água no rosto, talvez para tentar "limpar" meus pensamentos, mas quando levanto vejo pelo reflexo do espelho uma figura horrível. A figura que me paralisava todas as vezes, que fazia meu estômago revirar e minha respiração falhar:

Jis.: Dylan?!