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História Butterfly - Moments like this


Escrita por: crazylovevk

Notas do Autor


Mais um capítulo que espero que gostem, então desejo boa leitura.

Capítulo 19 - Moments like this


Fanfic / Fanfiction Butterfly - Moments like this

 

 

 

 

 

 

 

Taehyung

 

Descobri como é difícil controlar o coração, lembranças e momentos tão marcantes tão difíceis de apagar, coisas simples e não menos importantes, como posso não lembrar dos momentos de intenso amor. São lembranças preciosas e eu não sinto que sou forte o suficiente para suportar os momentos em que elas vem à tona.

Vivo pela metade sem você...

 

 

 

 

Andava pelas ruas de Tóquio, a noite se aproximava, as luzes começavam a se acender e tudo mudava naquele cenário urbano. Enquanto caminhava, sentia um vazio me invadindo.

Sabia que não seria fácil viver num país estrangeiro sozinho, sem conhecer ninguém, mas não imaginava que seria tão insuportavelmente solitário.

Sentei-me em um banquinho que tinha numa pequena praça, e ali fiquei observando os casais que passavam, felizes e tão envolvidos que não se davam conta das pessoas que os observavam.

Eu olhava invejoso de que eu pudesse estar compartilhando momentos como este com meu amor Jungkook. A dor que sentia ao me lembrar de seu lindo sorriso me fazia contorcer angustiado. Como sentia falta dele, de seu calor, de seus braços me envolvendo. O que será que ele está fazendo agora neste momento? Será que se lembra de mim com a mesma frequência que me lembro dele. Será que sente o peito doer cada vez que procura por ar para respirar e de repente libera um gemido por um choro que não era bem vindo?

Quando a noite dominou a cidade e as luzes se encontravam todas acesas, comecei a me perder naquelas luzes dançantes enquanto meus olhos passeavam por todas as partes, andava sem rumo, como quem procurava registrar cada ponto por onde passava, as pessoas me olhavam claramente estranhando minha expressão de deslumbre cada vez que via algo que era novo. Não estava acostumado com a movimentação da cidade, muito menos com tanta agitação horas adentro na madrugada.

Parei num barzinho que parecia receptivo e pedi algo para beber.

Estava distraído e continuava olhando as pessoas e suas ações, gestos animados enquanto conversavam, alguns em tom acima do necessário para se fazer ouvir.

Sorri ao notar que acompanhava tudo, porém não conseguia entender uma palavra do que diziam.

Alguém me tocou o ombro, e quando me voltei para olhá-lo deparei-me com um rapaz sorridente e aparentemente muito simpático.

- Oi, boa noite, meu nome é Hoseok, Jung Hoseok. – Disse-me em inglês e estendeu-me sua mão.

Olhei-o um pouco confuso, então estendi também minha mão e o cumprimentei dizendo:

- Kim Taehyung.

- Eu sabia que minha intuição não estava errada, você é coreano?

Sorri ao ouvi-lo falando comigo em minha língua nativa e respondi entusiasmado.

- Sim, sou da Coréia, de Daegu.

- Que bom encontrar um conterrâneo, fazia tempo que não conseguia falar em minha língua e já estava até esquecendo de algumas palavras.

Sorri com seu comentário, ele parecia alguém bem divertido, e eu realmente estava me sentindo muito feliz e aliviado por poder conversar com alguém. Já estava começado a achar que minha intensão de me sentir melhor realizando uma viagem tinha ido por água abaixo.

- Eu que o diga, é muito bom poder conversar com alguém, meu japones não é muito bom e meu inglês então nem se fala.

Ambos sorrimos e ele encostou seu copo no meu simulando um brinde e disse:

- Um brinde então ao nosso encontro, e que possamos a partir de hoje cultivar uma ótima amizade.

Então ergui meu copo concordando e disse:

- Um brinde.

 

Duas horas depois...

 

- Desde então estou aqui no Japão e isso já vão ser sete anos. – Disse Hoseok, olhando pensativo para qualquer ponto indefinido.

- Bom, o Japão é realmente um país promissor, e para alguém que trabalha com administração como você acredito que seja o lugar perfeito.

Ele sorriu para mim e disse:

- Gosto muito do seu jeito de ver as coisas de uma forma positiva, sempre pelo lado bom.

- Engano seu, não é que veja apenas o lado positivo, mas sim porque prefiro me expressar somente quando tenho algo bom a comentar a respeito. Na verdade eu sou muito inseguro e pessimista, mas não gosto de deixar que os outros percebam.

- Eu percebi.

- O que? O que percebeu? – Perguntei um pouco preocupado.

- Seu olhar, ele e triste e vazio. Parece que você está perdido e em outra dimensão, o que indica que seu pensamento está em algum lugar ou alguém que te faz muita falta.

Baixei os olhos e sorrindo triste disse:

- Está tão evidente assim?

- Não, não é isso, mas é que consigo perceber essas coisas, sou muito observador das atitudes das pessoas.

Olhei-o novamente e fiz um movimento positivo e disse:

- Engraçado, eu sou psicólogo, mas acho que não combino com minha profissão porque não costumo ser tão minucioso em minha observação.

- Ou então é seletivo quanto ao que observa.

Gargalhamos com a tentativa de Hoseok de me fazer sentir melhor e brindamos novamente.

- Não é fácil sabe, esse período que vivi aqui no Japão no início foi realmente muito difícil e doloroso. Nas primeiras noites eu chorava muito e tinha que me lembrar diariamente dos motivos que me fizeram vir morar aqui, meus objetivos, minha necessidade de ir em busca de uma oportunidade melhor que não estava encontrando no meu próprio ambiente. Era necessário esse sacrifício, então quando pesei os prós e os contras, vi que as vantagens superavam as desvantagens e assim me joguei de cabeça.

- Puxa, você é realmente corajoso Hoseok, eu nunca fui de me arriscar muito, tudo foi sempre planejado em minha vida, então quando terminei a escola já sabia exatamente a que faculdade prestaria, me dediquei bastante e conquistei uma bolsa. E assim tem sido até hoje.

Hoseok me olhava complacente e sério e então após uma pausa comentou:

- Qual seu maior medo Taehyung?

- Uau, eu consigo imaginar vários, mas... meu maior medo, bom, meu maior medo é perder quem amo.

- E onde essa pessoa está?

Olhei-o surpreso pela pergunta direta e então me dei conta que ele estava me analisando.

- Na Coréia, na verdade estou aqui porque precisava dar espaço para que ele pudesse perceber seus verdadeiros sentimentos, e assim ter revelado se realmente quer estar comigo. Apesar de meu medo de perde-lo, senti necessidade de me afastar para que ele descobrisse isso.

- Ele? Hum, acho que entendo o desafio que você está enfrentando. Realmente deve ser difícil para alguém inseguro como você enfrentar o mundo em nome do amor, ainda mais um amor complicado.

- Sim, é muito complicado para mim, mas não por minha sexualidade e sim porque eu o vi nascer, cuidei dele quando pequeno  e me sinto responsável por ele de certa forma, como um irmão mais velho. Não quero causar um grande sofrimento ou um trauma em sua vida.

- Mas você já parou para pensar se não está fazendo exatamente isso agora? E em acréscimo causando o próprio sofrimento?

Olhei-o pensativo, não tinha argumentos para me defender diante de sua pergunta, então apenas baixei o olhar e balancei a cabeça negativamente.

- Certo, quer saber vamos mudar de assunto e aproveitar o resto da noite porque não vale a pena desperdiçar os momentos que temos com lamentações.

Olhei-o e não pude evitar de dirigir-lhe um sorriso, Hoseok conseguia trazer a tona minhas dúvidas e medos e me forçar a encará-los mas ao mesmo tempo parecia me dar ânimo para que eu encontrasse coragem para enfrentá-los.

 

Mais tarde...

 

Ao sairmos do barzinho, Hoseok segurou minha mão, impedindo-me de continuar me dirigindo para um ponto de táxi e disse:

- Deixe-me levá-lo, conheço este hotel que você mencionou, não me custa nada te dar uma carona.

- Não quero dar trabalho, pode deixar que me viro.

- Que isso, não é trabalho nenhum, faço questão de levar meu novo amigo coreano para casa.

Sorri e cedi a seu pedido:

- Tudo bem então, vou aceitar porque estou com medo de não conseguir explicar ao taxista para onde quero ir.

Seguimos então para seu carro e ele abriu a porta do passageiro para que eu pudesse entrar.

Minutos depois estávamos a frente do edifício que eu estava hospedado. Ele parou o carro e me olhou.

- Boa noite então e foi um prazer conhecê-lo.

Sorri  e disse:

- Não, o prazer foi todo meu, não imagina o quanto estou agradecido por ter salvo minha noite.

- Posso entrar em contato então para nos encontrarmos novamente e conversarmos?

- Claro, agora que te conheci quero muito que continuemos nos encontrando para que você me ajude a aproveitar melhor minha estadia no Japão.

Ele sorriu e eu me virei para abrir a porta e sair. Do lado de fora, inclinei-me olhando pela janela e acenei para ele mais uma vez. Seguindo depois para o prédio.

Ele esperou que eu entrasse no hotel e partiu.

Fiquei um tempo olhando para a direção da rua pela porta de vidro do hotel, e depois me voltei para  o hall e segui para o elevador.

Em meu quarto despi-me para tomar um banho.

Já debaixo do chuveiro, enquanto a água caia sobre minha cabeça, pensava sobre os últimos acontecimentos.

“Hoje foi um pouco mais fácil para mim e espero que daqui para frente consiga levar mais facilmente um dia após o outro.”

Sorri esperançoso, imaginando que poderia até considerar fazer um curso de reciclagem em psicologia. Mas então novamente me abati, porque já está em mim viver em conflito com meus sentimentos, entre alegria, insegurança, incertezas e tristezas.

E apesar do entusiasmo que eu parecia ter encontrado por um momento, logo fui acometido pela sensação de vazio.

Minhas lágrimas desciam disfarçadas pela água do chuveiro que caia sobre mim, e aos poucos iam externando minha angústia e medo.

- Jungkook~.

 

 

*************************************** 

 

 

Jungkook

 

- HYUUUNG! – Acordei gritando apavorado, sentei-me abruptamente, e em seguida me dando conta de onde me encontrava, limpei o suor que descia por meu pescoço que evidenciava a tensão em que me encontrava.

Em meu sonho Tae me chamava chorando de mãos estendidas em minha direção, mas eu não conseguia ou não queria reagir a seu chamado.

Fechei meus olhos respirando fundo, olhei para cama de Jimin, e ele estava dormindo profundamente. Levantei-me, fui até o banheiro e lavei o rosto, parecia que estava no deserto do saara pelo calor que me tomava e me causava a sensação de garganta ressecada.

Respirei mais uma vez encarando o espelho e fiquei analisando minhas feições. Meu rosto mudou bastante nos últimos meses, parece que amadureci mais fisicamente. Não só fisicamente, como também mentalmente.

Hoje vejo as coisas de um modo bem diferente, consigo, mesmo que a contragosto, entender a fraqueza do hyung em enfrentar minha mãe para lutar por nosso amor, e o seu medo de me induzir a ficar com ele por influência e não por amor. Não que isso me ajude a superar nossa separação, mas ao menos diminui meu sentimento de decepção em relação a ele.

Pisquei algumas vezes e bocejei sentindo o sono vindo com toda força, voltei então para minha cama, e me deitei olhando para o teto de olhos abertos que piscavam pesadamente enquanto o sono os fechava.

 

Na manhã seguinte, consegui acordar no horário para o trabalho e lá chegando, me troquei rapidamente e fui para o balcão. Durante todo o dia, a garota que trabalhava comigo ficou me evitando, o que não me incomodava nem um pouco, já que eu queria mesmo que ela se pusesse em seu lugar e me deixasse em paz. Mas atrapalhava meu serviço, quando as vezes eu tinha que ficar pedindo que ela me ajudasse a atender as pessoas que se acumulavam em frente ao balcão.

Então quando o final do expediente finalmente chegou, voei para o vestiário e me troquei o mais rápido que pude.

Sentia-me bastante cansado ao fim de cada expediente, e comecei a pensar em como seria quando começasse a cursar a faculdade, porque teria de conciliar as duas coisas e estava incerto se teria energia suficiente para encarar essa rotina. Puxa, vida de adulto é chata e cansativa, mas já que decidi que iria conquistar meu espaço, precisava abrir mão de algumas regalias como tempo para outras atividades ou até mesmo para um descanso.

Chegando em casa, posicionei a chave para abrir a porta, quando ouvi uns sons estranhos vindo de dentro. Apurei o ouvido e encostei-o a porta e pude identificar gemidos. Meu sangue ferveu e então me virei para a rua, indo em direção a qualquer lugar que não fosse aquela casa naquele momento.

Desde que Jimin voltou a namorar o Yoongi, momentos como esses tem sido muito frequentes, o que é um tormento para mim que anseio chegar logo em casa e me deitar para descansar. Estou considerando seriamente me mudar e deixar esses dois coelhos no cio sozinhos com a casa inteira para eles.

- Aish, vou ter que dormir num hotel de novo.

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado e em breve postarei um novo capítulo.


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