1. Spirit Fanfics >
  2. Café Com Leite >
  3. Estou odiando toda essa situação.

História Café Com Leite - Estou odiando toda essa situação.


Escrita por: lrdschats

Capítulo 114 - Estou odiando toda essa situação.


Fanfic / Fanfiction Café Com Leite - Estou odiando toda essa situação.

Fazem três dias que Laís embarcou para o Brasil, e até agora eu não tenho sequer qualquer notícia que possa me deixar aliviada, de certa forma.

Hoje, é o dia em que ela teria que voltar, segundo o seu chekin na passagem aérea, estou aflita andando de um lado pro outro. 

— Calma amor, você ficando assim nada vai adiantar, você precisa relaxar. - Luan dizia ainda deitado na cama mexendo no seu iPhone.

— Você não sabe o tamanho do embrulho que estou no estômago. - rio. — É surreal.

Realmente estava nervosa, e não é como se um simples pedido dele para que eu ficasse calma, mudaria alguma coisa. A verdade é que, a única coisa que mudaria a ansiedade que eu me encontro agora era se Laís chegasse, e dissesse que está tudo bem. O que de fato, não irá acontecer. 

— Isa, os meninos querem ir no parque do outro lado da cidade. Estou afim de ir, vamos? - ele se levanta da cama e me abraça por trás, depositando um beijo em minhas bochechas. 

— Não, podem ir. Eu vou ficar aqui esperando por Laís. 

— Queria muito que você fosse, ia ser legal, poxa. Além do mais, você iria distrair a cabeça. - diz com uma voz fofa, mas não que seja capaz de me convencer. 

— Eu não teria a menor possibilidade de ir a qualquer lugar na situação que estou, eu fico muito ansiosa, você sabe. - saio dos seus braços indo em direção da cozinha beber um copo d'água. — Mas acharia legal caso você fosse. - sorrio, pois não minto. 

(...)

Havia se passado aproximadamente duas horas desde que Luan, junto com Rober e Rafael tinham saído para se divertirem em um parque instalado na quinta avenida. Eu realmente não estava com o menor interesse de acompanha-los. Enquanto isso, fiquei na minha mais nova casa tentando cozinhar algumas coisas das quais, tive muitas dificuldades.

Ruth, como sinto sua falta! 

A campainha toca, e enquanto enxugo minhas mãos para que possa atende-lá, ela toca insistentemente mais uma vez. Será que Laís chegou? Por via das dúvidas, quando abro dou de cara com Ryan, e com ele há um buque de flores. 

— O que você está fazendo aqui, Ryan? - pergunto assustada. 

— Eu te segui, mas bom... Tanto faz. - sem um convite formal, ele apossa dentro da minha casa enquanto ainda estou estática parada sobre o batente da porta. — Você casou? 

— Oi? - rio sarcástica. — Não, eu não casei. De qualquer forma isso não é da sua conta. 

— É aquele cara do Brasil, não é? - cruzo meus braços inconformada com a sua falta de altruísmo, e a imensa cara de pau que o garoto á frente possui. — Ta legal. Eu só queria vir te pedir desculpas pelas coisas que Cristopher fez, eu também tenho minha parcela de culpa, só que o que tivemos pode ter certeza que foi real demais para mim.

— O que tivemos, Ryan?

— Pô, momentos de alegria. Risadas. Segredos compartilhados, você sabe... 

— Não, eu não sei! - o interrompo. — Eu sinceramente não sei porque nada foi realmente sincero, você se aproximou de mim baseado em uma mentira, não há possibilidade de alguma coisa ter sido real.

— Não foi assim. - ele se defende. — Foi sem querer que nós encontramos naquela festa, eu nem sabia que você era amiga da Laís. 

— Mesmo assim. Você teve liberdade para contar pra mim, mas preferiu continuar nos enganando. Acha que foi fácil para ela? Acha que está sendo fácil para ela? 

— Não. - ele suspira deixando as flores em cima da mesa. — Não foi fácil, mas também não está sendo para o Cris. Ele realmente se apaixonou por ela. 

— Isso realmente importa? - pergunto franzindo a sobrancelhas. — Diga, isso importa alguma coisa agora? 

— Eu não sei se importa. Mas eu sei que você importa para mim, e é devido a esse motivo que estou aqui. - ele tenta se aproximar, enquanto não mexo se quer um músculo. — Por favor, vamos terminar o que começamos? 

— Você pode se retirar da minha casa? - respiro fundo para conter um pouco mais de paciência com o garoto, uma vez que ela já está evaporando do meu estado sensato.

— Então é isso? Você nunca vai me perdoar porque meu amigo cometeu um erro com a sua amiga? - ele parece informado, quem não soubesse, até diria que ele tem suas razões.

— Não, eu nunca vou te perdoar pelo fato de você ter mantido essa mentira em segredo quando tudo o que podia fazer, era ser honesto. - ando em direção a porta. — Mas você não foi, sendo que isso eu não tiro de base. Ryan eu não quero pessoas desonestas ao meu lado, então por favor, eu gostaria de não ficar nervosa hoje... Você poderia se retirar? 

— Ta legal. - ele ergue os braços como se quisesse se redimir de algo. — Obrigado por ter sido meu ombro amigo e me escutado, se pra você não valeu a pena, pra mim valeu. - fecho meus olhos para não ter que olhar pros seus lindos olhos dissimulados. — Então, caso ainda queira minha amizade, ou... - ele da uma pausa, tempo suficiente para que abro os olhos e o encontre bem perto. — Enfim, vou estar sempre aqui quando você precisar. - não o respondo. Sendo assim, o vejo caminhar e hora ou outra ele ainda olha para trás.

Assim que fecho a porta, volto para a cozinha terminar o que estava fazendo, quero muito que a eletricidade saia do meu corpo, pois me sinto eufórica com todas as coisas que andam acontecendo e sinto que isso não é bom, pois há uma vida dentro de mim, e pra ela só quero passar calma e tranqüilidade. 

Logo mais, ouço a portando abrir com delicadeza e seu corpo ser colocado inteiro para dentro do cômodo. No segundo em que nota minha presença na cozinha, ele sorri vindo ao meu encontro.

Estava em frente a pia, com as pernas cruzadas mesmo que de pé, é um costume que herdei de mamãe. 

— Como foi? - pergunto desligando o fogo, visto que o que preparo já tenho ficado pronto. E quando ele se aproxima, deixa um beijo em minha testa, isso se tornou um remoto costume desde que não deixo lhe passar mais que isso. Mas os toques que ele faz sob minha pele é incrível, é quase como se eu sofresse uma corrente elétrica.

— Foi legal. - ele diz sorrindo. — Como que ta as coisas por aqui? - cortamos o abraço e ele se vira na intenção de se sentar á enorme mesa central. 

— Tranqüilo. - respondo um pouco cabisbaixa, o fato de Ryan ter vindo aqui me deixou completamente destaninizada. 

— Estou vendo o quão tranquilo foi com essas rosas aqui em cima da mesa. - ele diz se alterando, enquanto me viro para ele. Seu olhar está coberto por fúria, mas ao mesmo tempo confuso. — O que é isso? QUEM TE DEU?

Droga!

— É... - me embanano engolindo o tremendo seco que passa por minha garganta. — Então, tem uma coisa... 

— NÃO FOI ESSA A PERGUNTA. - ele novamente grita. — QUE COISA É ESSA?

— Da pra você me ouvir? - digo ainda calma, enquanto vejo seu corpo reagir em uma respiração rápida e descontrolada. — Tem umas coisas que não te contei. 

— Você teve caso com outra pessoa aqui? - ele pergunta, mas é como se tivesse afirmando tal suposição. Momentaneamente, ele joga as rosas no chão e pisa, como se fossem nada especiais. E não é, levando em consideração o que sinto por ele. — Anda Isadora, quais as coisas que você ainda não me contou?

— A Laís, e o Cristopher certo? - digo enquanto ele espera uma coisa mais clara, eu só não sei como dizer que tive um amigo, e que esse amigo queria muito mais que amizade, não sei dizer isso há ele, não agora que ele se encontra em estado eufórico.

— Hã? E aí, teve uma outra pessoa? Isadora e quem? Eu não acredito que você fez isso. -  ele passa as mãos no cabelo, andando de um lado pro outro.

— Eu juro que não rolou nada - estou ficando irritada com a sua falta de paciência.

— Você mentiu pra mim. - ele quase grita, mas parece tentar se controlar. — Você disse que não houve ninguém, mas houve, é claro que houve. Qual é o seu problema? Será que é difícil de você compreender que eu te amo, e que todas as coisas que eu fiz é por você? Porque você ainda ta escondendo as coisas de mim? 

— Luan, não precisamos brigar por causa disso. Ryan só foi um amigo, só isso.

— Ryan? - ele diz sarcástico. — Você mentiu pra mim, e continua mentindo com esse papo de amizade. 

— Não vejo motivos pra você estar tão bravo. Ele só me ajudou quando precisei desabafar sobre você, porque enquanto isso com certeza você estava pegando todas lá no Brasil. 

— Eu deixei claro há você que não houve ninguém, eu não conseguia me relacionar com ninguém porque, VOCÊ NÃO SAIA DA MINHA CABEÇA. - ele grita evidenciando a sua ultima frase. 

— Tudo bem, eu entendo. - quero de algum modo fazê-lo se sentir calmo, e amenizar a situação. 

— Não! Você não entende. - seu tom novamente é alto, e devido a isso me assusto. — Você não entende porque você não passou por isso. Você não tinha ninguém na cabeça que te impedisse de se relacionar com outro cara, não. Você não tinha. 

— Você está me ofendendo, não é nada disso.

— Foda-se! - ele diz. — É CLARO QUE É.

— Por favor, não vamos brigar por isso. - imploro, ele está ocupado demais me encarando com aquele tipo de expressão que eu detesto. — Por favor, aja como se estivesse se importando comigo de verdade. - Luan bufa, e prensa suas mãos em meus braços. 

— Porque ele te trouxe flores? - ele diz trincando os dentes. — EM? - me solta e caminha para trás mexendo em seus cabelos. — Para com todo esse drama, ta bom? Eu não vou aceitar que você jogue o assunto para o alto e faça com que ele se vire contra mim. Não suporto quando você arranja uma forma de se vitimar.

— Você está se comportando como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo. Eu apenas criei uma amizade masculina aqui. - explico de uma maneira mais calma. — Não é como se eu tivesse feito um crime. Porque está agindo assim? - pergunto, pois o senti estranho desde a hora que chegou.

— Sabe qual a pior parte? É que apesar de você ter escondido isso de mim, você ainda continua mentindo batendo na mesma tecla que só houve amizade entre você e o Ryan. - o último nome ele faz questão de usar ironia e sinalizar aspas com as mãos. — Você acha que eu fiz isso tudo pra que? Por você, pelo bebe, por nós. E o que me parece é que você está menosprezando todas essas coisas. É por isso que não me beija, não me toca, você está distante. É o Ryan, Isadora? 

— Luan, eu não estou menosprezando nada do que você tenha feito. - digo sincera, em momento algum senti como se ele não tivesse se esforçando. — Eu só não vejo problema em ter tido uma amizade aqui, não estou escondendo de você, só achei que isso não devia ser importante. Pois sei exatamente que você é desse jeito. Ele e Laís foram as únicas pessoas que me ouviram quando eu quis desabafar sobre você. Eu perdi muito do que eu tinha, Luan. - sibilo, pois sinto uma péssima contração. — Não estou no meu pais, estou escondendo de tudo e de todos justamente porque perdi a invisbilidade que fazia as pessoas não serem cruéis comigo. Eu perdi totalmente a minha liberdade. 

— Acha que só você perdeu algo com isso? - ele está sendo sarcástico, enquanto eu sinto minha garganta inchar só por levantar meu tom de voz, não querendo, em momento algum, parecer fraca diante nossa discussão.

— Não, você perdeu algo também, mas você tem liberdade de sair e continuar a sua vida. - Luan gargalha, ele está tentando se controlar.

— Sabe de uma coisa? Eu estava enganado quando pensei que tudo isso pudesse dar certo. - ele encara meus olhos profundamente. Não estamos distante, talvez um metro nos separa. A conversa parece não ter fim. — Está casa... Esse país... Estou odiando toda essa situação. 

— Eu não te pedi para que viesse atrás de mim, tampouco comprasse essa casa. Eu nunca te pedi nada justamente pra você não ter que me odiar depois. 

— Odeio tudo isso, Isadora. Odeio o que minha vida se tornou, e odeio o fato de ter me interessado por voce aquela noite.

É exatamente nessa hora que eu choro, começando a ver seu rosto como um borrão por cima das minhas lágrimas.

Sua boca se entreabre, e ele me olha um tanto estático. Dessa vez, não sei se está arrependido por tal frase, mas eu sinto meu corpo todo tremer, e minha visão não é tão boa quanto quero. Seu rosto é um borrão, meu choro toma conta de mim e eu simplesmente desabo em sua frente, porém não solto gruído algum, apenas sinto meu rosto se molhar a cada segundo mais. Goticulas de água pingam na madeira que estou de pé. Luan pisca fortemente e vira seu corpo saindo da cozinha. Eu sei que ele me deixa sozinha em casa, pois sou capaz de escutar o barulho da porta se colidir com o batente rígido. Então, quando ouço o estrondo do motor ligando, corro até a porta central, abro-a e observo seu carro se afundar perante a estrada, curvando-se na primeira esquina, sumindo das minhas vistas.

É nessa hora que eu bato a porta com força e ouço as janelas rugirem,  trincando cada pedaço fraco. Ao encostar minhas costas na madeira atrás do meu corpo, deslizo-me por ela e ouço finalmente meu choro ser protestado. O ambiente está escuro, mas não há tanta diferença, pois não posso enxergar nada além do meu choro acumulado, que ando segurando desde o momento em que me senti insuficiente pra qualquer situação. É nessa hora que sinto a dor repousar em minhas pernas, talvez cairia caso estivesse de pé.

Converso comigo mesma: "você é tão idiota, Isadora." Sim, eu sou! Sem qualquer tipo de dramatização acumulada. Mas eu estou caindo lentamente no vazio, e eu só não quero estar sozinha durante todo esse tempo.

Então, eu choro, não posso negar, eu choro ao me lembrar dele e de tudo o que estamos tendo. Eu sinto como se estivesse sofrendo, porque eu quero que as coisas sejam diferentes. É quase como se o mundo inteiro fosse feliz, mas eu não. E quando ele saiu por essa porta, eu senti meu corpo inteiro fraquejar. 

Permaneço sentada sozinha por tanto tempo, que me perco nos minutos. 

Apoio minha mão sobre a madeira do chão me levantando e correndo até a cozinha. Observo o cômodo aceso, a luz do lustre está fraca, pois tive tempo suficiente para aumentar a opacidade da iluminação. Automaticamente sigo até o fogão e recolho a panela preta com minha duas mãos, sentindo minhas palmas arderem por alguns segundos, ainda está quente mas não me incomoda. Jogo toda a comida no lixo ao lado do armário. Ainda posso assistir minhas lágrimas respingarem ao redor. Isso me deixa fraca. 

Com dificuldade caminho até meu celular em cima do balcão. Disco seu número decorado por minha memória fraca. Apesar da briga, eu sinto meu orgulho sumir ao ligar pro Luan. Sobretudo, ele não me atende de primeira, tampouco na segunda tentativa, só que na terceira ouço uma música alta ecoar meus tímpanos.

Luan? - pergunto.

O Luan não está aqui. - eu percebo uma voz feminina. 

Quem é? 

— É a Barbara. - minha respiração pesa e se transforma a algo confuso.  — Luan foi pegar uma bebida pra gente. - mesmo não a vendo, sei que ela sorri, pois o barulho da risada é nítido pra mim. 

Em questão de segundos, ela desliga. Ouço o barulho da ligação sendo encerrada, o que me deixa um tanto estática ao encarar o celular na minha mão.

Ele está com ela? 

"Você é tudo o que eu achava que nunca seria 
E nada como eu pensei que você poderia ter sido 
Mesmo assim, você vive dentro de mim 
Então me diga como é isso? 
Você é o único que eu desejo que pudesse esquecer 
O único que eu adoraria não perdoar e apesar de você partir meu coração, você é o único 
E apesar de existirem momentos que eu odeio você porque eu não posso apagar os momentos que você me machucou 
E pôs lágrimas no meu rosto 
E mesmo agora, enquanto eu odeio você, me dói dizer 
Eu sei que estarei lá no final do dia 
Eu não quero ficar sem você, amor
Eu não quero um coração partido
Não quero respirar sem você, amor
Eu não quero ter esse papel 
Eu sei que amo você mas me deixe dizer 
Eu não quero amar você de nenhuma maneira
Há uma coisa que eu sinto que preciso dizer mas até agora eu sempre tive medo que você nunca chegasse perto 
E ainda assim quero botar isso pra fora  
Você diz que tem o maior respeito por mim mas as vezes eu sinto que você não me merece 
E ainda assim você está no meu coração 
Agora estou em um lugar que nunca pensei que estaria
Estou vivendo num mundo que é todo sobre você e eu 
Eu não terei medo 
Meu coração partido está livre para abrir minhas asas 
E voar para longe, para longe com você 
Eu não quero um coração partido."
(Broken-hearted Girl - Beyonce) 


Notas Finais


Vocês estão muito desanimadas pro meu gosto, vamos comentar minha gente, vamos interagir 🙏❤️❤️❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...