E mais uma trovoada ecoava. O pequeno respirou fundo, tentou não tremer perante o maldito som, mas isso era consideravelmente complicado, já que os trovões vinham em maior quantidade e em menor tempo. Se agarrou mais forte ao cobertor, quase não conseguindo segurar o choro pelo terror que sentia quando o ruído de mais um trovão.
Quando mais um raio cortou o céu acompanhado do tenebroso som, Ranpo não aguentou e se desenrolou de sua coberta e se sentou no pequeno colchão, buscando algo pra abraçar, que dia incrível pra esquecer seu ursinho de pelúcia em casa. O professor Yukichi não estava na sala, mas era possível de ouvir sua voz vindo do corredor, ele provavelmente estava conversando com o professor Mori, da sala do lado.
Ele sequer notou que ainda estava a tremer, enquanto a bochecha estava encharcada pelas lágrimas, não conseguiria dormir enquanto a chuva continuasse, e agora?
— Ranpo-kun? - nem tinha reparado que um certo moreno também havia acordado e estava o observando - está tudo bem? Por que você tá chorando?
— Quem d-d-disse que e-eu tô chorando? - soluçou enquanto tentava fortemente secar o rosto.
— Tem medo de chuva? - falou baixo e virou todo o corpo em direção do coleguinha, junto de sua pelúcia de gatinho
— Eu não tenho medo de nada - o volume saiu um pouco alto demais, cruzou os braços e fez sua pose. Bom, até que mais uma vez o som surgisse.
Ranpo se levantou de forma desajeitada e correu até o companheiro - tentando não tropeçar num Dazai esparramado no chão entre eles -.
— Por que esse som é tão alto? - chorou abraçado com Poe e sua pelúcia.
— Por causa da vibração da carga elétrica do raio que -
— Eu sei como funciona o trovão!! Eu não sou burro! - de fato, Ranpo era bem espertinha para uma criança de pouco mais que 5 anos, assim como Poe, se destacavam entre as crianças.
Eles mantiveram o aperto - mais leve por parte do pequeno Edgar, que era muito tímido pra manter contato - até que menor estivesse melhor, e se deitasse em seu colchão, batendo as mãozinhas no travesseiro
— Posso dormir com você? - perguntou sorrindo com seus olhinhos brilhando
— Ah... P-pode - sua voz foi abafada quando escondeu o rosto na pelúcia, mas foi suficiente pra que Ranpo ouvisse.
Ambos se deitaram, estando apenas separados pelo gatinho preto de pano que agora ambos seguravam, Poe tinha a sorte que a franja escondia o rubor, enquanto ele observava o outro sorrir com o rosto tão perto do seu, e suas mãozinhas se encostando de forma tímida. O som continuava ecoando lá fora, mas não demorou pra que Ranpo se acalmasse perante a chuva, com aquele calor gostoso compartilhado nas cobertas.
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