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História Caminhos Cruzados - Para Tudo Há uma Primeira Vez


Escrita por: secretlove31

Capítulo 29 - Para Tudo Há uma Primeira Vez


Fanfic / Fanfiction Caminhos Cruzados - Para Tudo Há uma Primeira Vez

Dinah POV

Eu permanecia em pé, assim como Vero. Braços cruzados na altura dos seios, cenhos franzidos em total sinal de não compreensão e, lado a lado, observávamos a cena romântica bem a nossa frente.

Ao despertarmos, o que por sobreposição ou meramente acaso, foi praticamente ao mesmo tempo, nos deparamos com um claro ato de ternura. Camila, adormecida, encontrava-se sobre o peito forte de Lauren, enquanto a mesma rodeava seu braço sobre sua cabeça, atrelando-se aos lisos fios de cabelos. O sono era profundo, as feições delicadas e a respiração constante. Pareciam deleitar-se em um sonho intenso e vivido, onde nada parecia imperfeito.

- Essa é a cena mais nauseante que já vi na vida. – Exclamou Vero, estupefata.

- Não seja indelicada, Iglesias, elas finalmente se acertaram.

- Tem razão. Fico feliz por isso, mas não precisam ficar agarradas o tempo todo. É desconfortável ver tanto afeto.

- Concordo. Até hoje fico traumatizada ao relembrar seu intenso e lascivo afeto com Lucy Vives no Fontainebleau Miami, no dia da Festa à Fantasia.

- Pensei que já tivesse esquecido isso.

- Desculpe, mas ainda não me conformo que a primeira vez de vocês quase foi no sofá daquele hotel... deviam pelo menos ter usado uma cama, seria mais confortável.

- Não. Da ultima vez, Lucy quase a quebrou. Ela costuma ser um pouco enérgica e violenta quando provocada.

- Porque não estou surpresa? Não sei como não havia pensando que vocês transaram antes do acontecido.

- Sabe no que eu estava pensando? – Divagou Vero, atraindo meu olhar em sua direção. - Acho que a Lauren é virgem.

- Você acha?

- Sim. Quer dizer, a Jauregui costuma me contar tudo que se passa em sua vida, mas não me recordo dela dizer que transou com alguém. E se ela e Camila já tiveram a primeira vez, Lauren me contaria.

- É um argumento bastante coerente.

Desde então, passamos os próximos minutos apenas a observar Lauren e Camila ressoando baixo e movimentando-se minimamente. No outro extremo do dormitório, onde repousava Harry e seu sono inabalável, ele começava a remexer na cama, até se pôr sentado na mesma, com os olhos confusos.

- O que vocês duas tanto olham?

- Veja você mesmo. – Disse Vero, sorrindo, ainda sem desviar os olhos da cena.

Estimulado pela curiosidade, Harry Styles levantou-se da cama e caminhou até nós completamente confuso. Ao avistar as duas beldades adormecidas, foi incontrolável e instintivo o sorriso que nasceu em sua face.

- Há quanto tempo estão assim? – Perguntou ainda maravilhado.

- Aparentemente, desde ontem. Eu e Vero estamos aqui há quase meia hora e elas sequer se mexeram.

- Preciso tirar uma foto desse momento. – Falou eufórico e refez seu caminho, pegando seu despojado celular.

 

Lauren POV

Eu sonhei? A nuvem de perfume picante e cítrico que pairava no ar ao meu redor garantia que não. Mas... estive com outra Camila essa noite. Uma Camz delicada demais e frágil o suficiente para chorar sem se importar com nada. Seu hobby preferido era me deixar louca.

Quando finalmente abri os olhos, notei sua adorável presença ao meu lado, com seu braço repousado em meu abdômen desnudo. Eu não queria perder um sorriso, não gostaria de ter seu beijo afastado de mim, só almejava ficar com ela, pelo menos, por toda a eternidade. Bem aqui, com Camila. Apenas assim, só quero abraçá-la forte. Sentir seu coração tão perto do meu e só ficar aqui nesse momento, por todo o resto dos tempos.

Enquanto visualizava e decorava cada detalhe seu, fui privilegiada com a cor do meu pecado mortal, a cor dos potentes olhos castanhos de Camila. Mesmo olhando-me com o mais meigo dos sorrisos, seu corpo parecia cansado, como se tivesse passado à escura noite em claro. Seus olhos fitavam os meus, e por um segundo, me perdi imaginando quem poderia ser mais bela que ela.

- Bom dia, Camz!

- Bom dia, Lolo!

Enquanto transparecíamos o amável riso, por conseguinte, meus olhos captaram um brilho incandescente do ambiente e através de um processo de transdução, qualquer metodologia através do qual uma célula converte um tipo de sinal ou estímulo em outro, transformaram o flash em impulsos nervosos que transmitiram a informação sensorial. Em nanosegundos, a claridade descomunal cessou e a luz do ambiente voltou ao normal.

- Mas o que...?

- Bom dia, Camren! – Exasperou a voz de Harry. Avistei, seguindo a direção do brado, não somente Harry, mas Dinah e Vero, paradas bem a nossa frente com expressões indiscretas na face.

- O que estão fazendo aqui? – Perguntou Camila, sentando-se na cama, com as costas apoiadas sobre a cabeceira.

- Creio eu que o correto seria nós lhe perguntarmos isso. – Exclamou Dinah. – Mas visto que, ficam formidáveis dormindo abraçadas, não irei questionar o motivo de Camila estar aqui.

- Posso tirar outra foto? - Perguntou Harry.

- Como assim: “outra foto”?

- Não seja antiquada, Lauren, não pude resistir. Mas veja isso por um lado positivo: Temos agora a primeira foto do casal mais quente de Miami.

- Depois a envie para mim. – Compactuou Camila, fazendo-me olha-la indignada e gentilmente retirou o cobertor de seu corpo, levantando-se da cama.

- Que porcaria de pijama é esse que está usando, Camila?

Exaltou-se Vero, observando milimetricamente, o pijama de poliéster com manga longa. Aparentemente confortável, a parte de cima da peça tinha o fundo preto com formas geométricas como estampa frontal. A mesma variava, porém sempre seguia o mesmo padrão de tamanho e estilo de imagem. Tais como: Pizzas, picolés, sorvetes.

- Como? Qual o problema? – Pergunta olhando a si mesma. Vero descruza os braços e revira os olhos.

- Que pergunta tola, Cabello. Você é toda gostosa, fica estranho ver sua sensualidade sendo escondida por um pijama desses.

- Ei! Só quem pode chamar a minha Camz de gostosa sou eu. – Protestei raivosa, embora saiba que Vero o faça apenas para despertar minha fúria.

- Não existe um medíocre ser na terra que não ache a Cabello gostosa, dente de castor, essa é a pura realidade, viva com ela. Além do mais, todas as vezes que tinha treino das líderes de torcida você ficava babando pela bunda exorbitante da Camila.

- Isso é verdade! – Afirmou Dinah, recebendo um olhar pasmado de mim. – O que? Quer que eu minta para sua namorada? Não farei isso, ela também é minha amiga.

- Mas o que deu em vocês hoje? Todos estão contra mim!

- Jauregui, não fique com ciúmes, Camila é completamente gamada por você.

- Harry! – Protestou Camila, mas eu ainda sorria pelo argumento de Harry. Embora eu já saiba dos reais sentimentos de Camila por mim, ouvir novamente uma constatação desse fato alegra-me ainda mais.

- Não disse nada demais.

- Estão ouvindo isso? – Iniciou Dinah. – É o sinal. Isso significa que falta pouco tempo para se iniciarem as aulas. Portanto, se apressem, pois ainda temos que tomar café.

- Isso mesmo. Vamos, Camila, te acompanho ao seu dormitório. – Disse Harry, arrastando-a até a porta.

- Só mais uma coisa.

Camila caminhou pelo vago quarto, vindo em minha direção. E como o mais selvagem dos animais, ela cruzou os dedos nos fios de meus cabelos negros como o ébano e puxou meu rosto contra o seu. E foi juntando nossos lábios, que eu novamente tive a certeza de que não poderia mais calar meu coração. Eu a amava com o amor que nunca amaram ninguém.

Deslizava sua boca sobre a minha, eu sentia emoções exorbitantes e descomunais, que se intensificaram ainda mais quando nossas línguas se chocaram. Ela repuxava minha face ainda mais contra a sua, enquanto embaraçava meus cabelos.

- Te amo! – Disse ao findar o beijo.

- Te amo ainda mais!

- Que lindo... Agora vamos! – Disse Harry, provocando um revirar de olhos meus. Abrindo a porta, Camila a transpassou eufórica.

Suspirando pesadamente, joguei-me na cama de forma confortável, feliz pelos recentes fatos. Era como se finalmente minha vida estivesse completa.

- Eu estou tão apaixonada. – Digo a mim mesma.

- Já percebemos!

- E pelo visto, a Jaureconda não esconde os sentimentos. Ele gosta bastante da Cabello. – Respondeu Vero, rindo e sendo seguida por Dinah. – Estamos te esperando no refeitório.

Ao compreender, inconscientemente, de maneira clara o comentário dualista, senti uma onda rubra abranger minha face. Levando meu olhar para a superfície abaixo, pude perceber o declive da elevação que preenchia minha Boxer, a tornando ainda mais visível ao contrastar com o tecido branco.

Alcei meu corpo até ficar de pé e, com certa rapidez e evidente desespero, caminhei em passos largos até o toalete, deslizando a chave e obtendo, como resposta, a porta trancada. De modo óbvio, não era essa a primeira vez que fui atingida por um escarcéu de excitação, na realidade, desde que conheci Camila, tornara-se algo comum em minha vida, contudo eu as controlava ao recriar repugnâncias e coisas execráveis.

Agora, por mais que imaginasse as cenas, nada parecia adiantar. Eu sabia o que tinha que fazer, no entanto, ao mesmo tempo em que a ideia me parecia tentadora, sentia em meu íntimo que seria semelhante a molestar Camila... Mas não existia outra opção se não me entregar momentaneamente aquele período carnal.

- Não acredito que terei que fazer isso!

Ressalvei, ainda recostada na porta, o relevo da ereção contra a cueca. Embora indecisa, levei minha mão direita até a Boxer e, com cautela, acariciei-a, experimentando a primeira onda de prazer me acalentar.

Repeti novamente o movimento, até o período em que apenas isso se tornou algo impossível de suportar.

Regida pela luxúria e a lascívia carnal, em consonância com a ânsia e uma considerável porcentagem de culpa por imaginar Camila, abaixei minha boxer, pendendo-a aos joelhos. Observando meu pênis, no auge de sua ereção, erguido no ar como um mastro rochoso e infringível. Passei a mão sobre o mesmo, o pressionando, apertando a glande como um estimulante formal, mas não me gratifiquei com isso somente.

Desci e subi por todo o órgão, da base à glande. Comecei devagar e me vi gerando estímulos, deixando que a excitação subisse aos poucos, deleitando-me muito além de um único ponto de sensibilidade.

Idealizei, imaginei, recriei, revivi cenas nas quais eu e Camila éramos protagonistas, e deixei minha fantasia somar para crescer a excitação. A pressão era quase insuportável e eu estava prestes a explodir, o sangue preenchia todas as veias e na glande, senti uma percepção de comichão prazerosa.

Eu imaginava cada detalhe de Camila e sua sensualidade latina, imaginava-me tocando sua pele, sentindo seu cheiro e beijando seus lábios perfeitos. Em equivalência, idealizava como seria a sensação eletrizante de transar com Camila.

Até que chegou um momento em que me segurar parecia ser impossível, a contração ia subindo através do meu membro. Crescendo. Contraindo, ao mesmo tempo, cada músculo aos poucos. A pulsação estava me levando a uma ejaculação descomunal. Então meu corpo se contraiu a cada pulso e em seguida uma deliciosa sensação de relaxamento e prazer fez meu corpo tremular. Tentei ao máximo me segurar para prolongar o momento... então ele veio de um modo tão intenso que eu, simplesmente, perdi as forças, perdendo a consciência por alguns segundos, enquanto observava os fortes jatos sendo arremessados, enquanto eu ainda deslizava a mão direita sobre meu mastro.

- Minha nossa! – Suspirei, sentindo as gotas de suor escorregar em meu rosto. – Se a Camila descobrir o que fiz, ela me mata. – Murmurei comigo mesma.

 

Camila POV

Faltava pouco para que o tempo destinado a tomar café da manhã findasse, e por meio de uma suntuosa refeição regada a carboidratos, me encontrava momentaneamente saciada na companhia de meus amigos e Chris, recém interado novamente ao grupo, do qual antes mantivera distância.

A conversa era agradável e parecia fluir de maneira admirável, dialogávamos sobre tudo e quase nada, o que poderia lhes parecer confuso, mas fora, deveras intercambiável. Na mesa a alguns metros de nós, era notável a cadeira vazia de Shawn, que ainda ontem tivera suas coisas levadas a mansão Mendes, onde, provavelmente hoje, embarcaria em um vôo de emergência até a Inglaterra. Drew e Keaton, seu fiéis e inseparáveis amigos, emanavam certa tristeza, ao qual não era sentida por Wesley Stromberg nem Jacob Whitesides.

Ao varrer meu olha pelo imenso e esplêndido refeitório, pude distinguir duas silhuetas caminharem até nossa mesa, com sorrisos admiráveis no rosto. Vero e Dinah emanavam algo semelhante ao sarcasmo, mas não conseguia distinguir o que de fato ocorrera.

- Bom dia! – Nos desejou Dinah, com um sorriso, dirigindo-se até a cadeira ao lado esquerdo de Mani, plantando um selinho na mesma em seguida.

- Onde está Lauren? – Perguntei com um sorriso, alegrando-me do fato de lembra-la.

- Bem... – Começou Vero sorrindo, trocando um suntuoso olhar com Dinah. – Digamos que ela teve que botar a anaconda para chorar.

- O que? – Perguntei completamente confusa.

Harry, Louis e Troy, respectivamente, subentenderam a mensagem passada em código e logo gargalharam. Mas tanto eu, quanto as meninas esbanjávamos olhares de confusão. Chris permanecera neutro, mas algo que fazia crer que ele também compreendera as palavras proferidas por Vero. Veronica logo tomou seu lugar ao lado de Lucy.

- Então... Como se deu a decisão da Jauregui permanecer no internato? – Perguntou Ally enquanto degustava sua refeição.

- Tivemos uma boa defesa. – Respondeu Taylor. – Camila foi essencial. Sem ela, provavelmente, Chris, Vero e eu não seriamos chamados. Fora que a influência de Alejandro sobre nosso pai também foi fundamental.

- Agradeço pelo elogio, Tay. Mas devemos ressaltar que a atuação de Vero foi esplêndida. Sinceramente, Iglesias, se eu fosse você, pensaria seriamente em tornar-me advogada.

- Obrigada, Cabello, por enaltecer o meu ego. – Com tal comentário, foi inevitável não divertir-se, e acabamos rindo.

Logo mais, após o considerável diálogo, o sinal outra vez tocou, anunciando o início das aulas de sexta-feira. Mas Lauren não se apresentara no refeitório e, meu temor era que, em conformidade, se ausentasse das aulas. Levamos a passos harmoniosos, nos levantamos de nossas respectivas cadeiras e nos dirigimos pelos longos corredores do internato, acompanhando as diversas pessoas, que por ali se dispersavam.

Entrando na sala, notei também a vaga ausência da senhorita Lovato, mas logo ela chegaria dando-nos mais uma de suas aulas maravilhosas. Sentei-me em uma cadeira, deixando ao meu lado, uma reservada, destinada a Lauren quando ela, enfim nos desse o ar de sua graça. Ao passar de contados dois minutos, a professora Demi atravessou a porta e nos contemplou com seu sorriso espontâneo, tomando seu lugar em frente ao quadro.

- Bom... Para iniciar nossa aula de hoje, me foi solicitado abordar um tema que fugisse um pouco da área de literatura, mas que ao mesmo tempo, pudesse esclarecer certas dúvidas que possam gerar em vocês sobre as diferenças entre homens e mulheres no contexto da expressão. E aí podemos aproveita-las para nos autodefinir.

A professora seguiu falando, e por mais que eu admitisse que o assunto desperarta em mim, certo fascínio, ainda estava a esperar que Lauren adentrasse a porta, agora fechada.

- Não se preocupe, bunduda, logo mais sua namorada aparece.

- Ela não é minha namorada.

- Mas você quer que ela seja. – Maliciou Lucy, e contra isso não tive como negar. – Levarei seu silêncio como uma confirmação.

- Entenda como quiser.

 

Lauren POV

Acabara de finalizar o banho e me encontrava relaxada e alegre como nunca antes, não obstante, ainda rondava em meus pensamentos certos anseios de culpa pelo que aconteceu. Peguei a toalha e coloquei-me a enxugar meu corpo. Quando repassava a toalha por determinadas áreas, por infortúnio do destino, suportar o olhar pelas dependências do toalete, o avistando sujo por conta do episódio que acontecera mais cedo... eu, de fato, precisava dar um jeito nisso o quanto antes, mas em consonância, já estava atrasada para a aula de Demi Lovato.

O toalete era consideravelmente pequeno, um pouco desorganizado. Eu, apesar de apreciar a ordem, não dava importância a algo ao insignificante, e Vero era uma completa desordeira, sempre deixava suas coisas espalhadas pelas pendências do dormitório. Diferentemente da iluminação alaranjada dos dormitórios das meninas, os quartos masculinos despertavam certo interesse em quem os habitasse. A luminosidade era azulada, um azul celeste claríssimo.

Arrisquei-me a limpar o mais rápido possível, extraindo o excesso de sêmen com um papel apropriado e após isso, levei com água e detergente, que havia encontrado dentro das gavetas.

Ao purificar todo o toalete, notei que haviam transcorrido exatos dez minutos, e ainda precisava vestir o fardamento apropriado. Fiz uso da blusa social branca, mas por motivos horários, me dei a liberdade de deixar consideráveis botões abertos. Incensei as mangas até os cotovelos e passei a gravata verde sobre o pescoço, sem me dar ao trabalho de aplicar-lhe o nó adequado, nem de colocar o blazer por cima. Não dei devida importância aos meus cabelos negros e saí do dormitório, passando a vagar pelos corredores vazios, rumando até minha sala, parcialmente calma.

 

Camila POV

A professora Lovato passou a escrever determinados tópicos no quadro, com letras minuciosamente bem desenhadas em uma caligrafia belíssima. Voltou sua atenção aos alunos e, quando se dispôs a pronunciar as primeiras palavras do que seria mais uma de suas aulas magníficas, foi interrompida por uma suave batida na porta. Quando a mesma foi aberta, meus olhos pararam em uma figura em meio a paisagem. Lauren encontrava-se vestida de maneira inteiramente rebelde, e isso, eu tinha o carecer de admitir, lhe conferia certo mistério.

- Entre, senhorita Jauregui. Posso saber o motivo do acirrado atraso?

- Ah... Bom... eu... é que eu... – Atrapalhou-se, causando uma anormalidade de risos em Dinah e Vero, que tentavam conter-se.

- Esqueça a pergunta. Pode se sentar, por favor.

- Com licença.

Respondeu-lhe educadamente, com um lindo sorriso adornado na face. Desfilou pela sala, atraindo vultuosos olhares, em especial o das meninas. Lauren, como sempre, caminhou em minha direção e sentou-se ao meu lado.

- Oi, Lolo. – Eu sorri, prendendo meu lábio inferior entre os dentes.

- Oi, Camz.

Inclinei meu rosto em sua direção com o intuito de plantar-lhe um casto ósculo nos lábios. Mas Lauren, surpreendendo-me, desviou, e meu beijo foi plantado em sua bochecha. Obviamente, sua ação deixou-me intrigada. Ela demonstrava um comportamento, deveras, nervoso ao meu lado. E eu sequer compreendia seus motivos para me evitar.

- Está tudo bem? – Questionei-a.

- Porque não estaria?

- Por nada.

Demi pôs-se em frente a sua mesa e iniciou seu diálogo com um sorriso no rosto.

- Quero iniciar a aula fazendo-lhes uma pergunta básica: Porque homens e mulheres têm comportamentos divergentes?

- De modo óbvio, porque o sexo é diferente. – Disse Troy. – É claro que iriam se portar de maneira dessemelhante.

- Certo. Alguém discorda? – Lucy levantou a mão. – Senhorita Vives!

- Creio que isso não seria um motivo claro para um homem se porte de maneira tão insensível, enquanto a mulher é sentimental.

- Nem toda mulher é sentimental, Lucy. Assim como nem todos os homens são insensíveis. – Disse Dinah.

- E o que causa isso? – Perguntou Demi, a sala permaneceu em silêncio. Logo ela se desencostou da escrivaninha e começou a andar pela sala, um ato completamente comum. – Existe um termo para isso: Estrutura Clínica. Seria simplesmente o modo de funcionamento psíquico do sujeito. Existem três modos de funcionamento: Neurose, Psicose e Perversão.

- Essa “perversão” seria a sexual? – Perguntou Vero. Logo, vi Lauren repesar na cadeira, observando sua face adquirir tons avermelhados.

- Não! Alguém poderia me dizer o que seria uma Perversão Sexual? – Ally levantou a mão. – Senhorita Hernandez, por favor!

- Seria o ultrapasse do fetiche. Quero dizer, que o indivíduo perverso sexual não consegue gratificação sexual se não por meio de seu fetiche.

- Correto! Poderia nos dar um exemplo?

- Bem... Se eu tenho um indivíduo, por exemplo, sadomasoquista, ele conseguira alcançar o clímax de diversas maneiras. Mas se eu tenho um indivíduo que é sadomasoquista ao mesmo tempo em que é um perverso sexual, ele não conseguirá atingir o orgasmo se não por meio do seu fetiche, ou seja, do sadomasoquismo.

- Espere um minuto... O que sexo tem haver com literatura? – Perguntou Vero.

- Não exatamente o sexo, mas o modo de pensar. Continuando... Quando se tem um indivíduo tecnicamente normal, próximo à normalidade, nos o denominamos de Neurótico. Ou seja, a Neurose irá se referir às pessoas com o funcionamento psíquico normal. E nessa aula iremos nos ater a explicação dela.

- Eu ainda não entendi o que isso tem haver com literatura. – Disse Vero.

- Você já vai entender… – Disse Demi. – Dentro da estrutura clínica de Neurose vamos ter dois desdobramentos: Neurose Obsessiva e Neurose Histérica.

- Qual a diferença? – Perguntou Keana suavemente.

- A maioria dos homens são neuróticos obsessivos e a maioria das mulheres são neuróticas histéricas. A neurose histérica será aquela pessoa que vai se encher de excessos para negociar com a morte.

- Isso é possível? Negociar com a morte? – Perguntou Mani.

- Toda a obra de Freud vai falar sobre o Buraco Existencial e como nós negociamos para ter aquilo que não temos, mas que queremos. E ele vai tratar dessa incompletude com uma palavra: Morte ou Castração. Então, o modo como eu negocio com a Morte irá dizer se eu sou Neurótico, Psicótico ou Perverso… Bem, a Neurose Histérica vai ser quando se expõe os sentimentos, não sente pudor em demonstrar que esta triste, melancólico, alegre… Já a neurose obsessiva é quando se esconde o sentimento, não vê a necessidade das pessoas saberem como está se sentindo, porque esse indivíduo se acha em total controle.

- Então, as mulheres são "sentimentais" porque são Neuróticas Histéricas e os homens são "insensíveis" porque são neuróticos Obsessivos? – Perguntou Keana.

- Isso. Mas existem muitos homens neuróticos histéricos, assim como também existe mulheres neuróticas obsessivas.

- Isso explica a homossexualidade? – Questionou Drew.

- Não. Só porque um homem é histérico e uma mulher é obsessiva não necessariamente eles serão gays.

- Eu tenho uma dúvida! – Perguntou Wesley, sorrindo evidentemente malicioso. – Se um homem for neurótico Histérico ele pode ter orgasmos múltiplos? – Alguns alunos riram com a pergunta inusitada, mas notei mais uma vez um tom rubro no rosto de Lauren. Eu ficava cada vez mais confusa, ela não se envergonhava tão facilmente.

- Quando se fala de orgasmos múltiplos muitos acreditam que apenas as mulheres possuem essa capacidade. Na mente da maioria dos homens ter um orgasmo significa ejacular novamente. Isso porque a crença popular crê que gozar e ajacular são a mesma coisa.

- E não é? – Perguntou Keaton.

- Absolutamente não. Gozar, atingir o orgasmo, é a sensação. Ejacular é expelir o esperma. O homem só consegue ter orgasmos múltiplos se aprender a separar uma coisa da outra.

- Em outras palavras, a senhora quer dizer que orgasmo múltiplo masculino é possível? – Questionou Wesley, recebendo um aceno positivo da professora.

 

Andrea POV

Estava prestes a desembarcar de uma viagem inóspita, e demarcada com urgência a Nova York, assim como meu fiel advogado, Desmond Syles, que agora jazia sentado ao meu lado.

Quinhentos e vinte e seis metros quadrados de espaço interno, o Boeing 747-8 VIP, o jatinho foi completamente reformulado durante três anos e entregue a mim como aniversário de casamento por Derrick Hamilton, quando ainda éramos casados. Esse avião é capaz de deixar o Air Force One, o avião presidencial dos Estados Unidos, com complexo de inferioridade. Possui salas de estar, jantar, escritórios, sala de conferência e suítes com banheiros de luxo. O valor dá direito a comodidades como poltronas costuradas a mão, bares, decorações personalizadas e até mesmo um elevador para conectar os dois andares da cabine de passageiros.

O jatinho particular desembarcara no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, localizado no subúrbio do Queens e que serve principalmente a Cidade de Nova York e logo a limusine The Million Euro Mini nos levou até o Eleven Madison Park, um restaurante gourmet localizado no coração da cidade de Nova York. O restaurante tem vista para um dos parques mais lindos de Manhattan, Madison Square Park, e fica na base de um prédio histórico, o Art Deco Metropolitan Life North Building.

Assim que eu e Desmond adentramos pela porta giratória do Eleven Madison Park, e logo vimos a soberba sala de jantar com pé direito de dez metros, em mármore ar deco, inundada de luz, oferecendo-nos vista para os jardins históricos. Era o cenário perfeito para a suntuosa cozinha moderna do Grand Chef Emden. A sofisticada cozinha francesa enfatiza a pureza, a simplicidade e ingredientes sazonais.

- Andrea Kordei! – Fui saudada com um sorriso por Anna Wintour, atual editora-chefe da edição norte-americana da revista Vogue, a mais conceituada e importante publicação de moda do mundo e um dos seus maiores ícones. – A quanto tempo, não é mesmo?

- Com toda certeza. Creio que desde 2007, quando ajudei na publicação da Vogue.

- Nunca me esqueceria disso. A revista saiu com oitocentas páginas, três quartos delas de publicidade, tornando-se a revista mensal com o maior volume de páginas e anúncios da historia editorial mundial.

- E reverenciada como “A Bíblia da Moda”. Foram bons tempos. – Respondi com um sorriso. – Mas a que devo a honra de seu convite tão inóspito?

- Por favor, queira se sentar. – Sentei-me graciosamente a sua frente, acompanhada de Desmond a minha direita. – Este é Kim Miller, meu advogado e, claro, da Vogue também.

- É um evidente prazer, senhorita Kordei. – Apertamos as mãos em claro gesto de educação.

- O prazer é todo meu. E este é Desmond Styles, creio que já o conhecem.

- Evidentemente. – Esputou Anna. – Bem... Vamos tratar de negócios. Tenho uma proposta para você, foi por isso que pedi que viajasse com seu advogado até Nova York.

- Pois bem. Do que se trata? – Wintour sinalizou para que seu advogado, que prontamente retirou de sua honorável pasta, um espesso documento em folhas brancas.

- O que é isso?

- É o contrato de trabalho. – Iniciou Kim Miller, estendendo o convênio artigo ao meu advogado, que prontamente o pegou e começou a estudá-lo minuciosamente. – O presente contrato vai especificar basicamente o que queremos que faça caso aceite o trabalho, seria basicamente trabalhar na próxima edição da revista como a excelente estilista que és. Teria que criar novas roupas e ficaria responsável pelos modelos que irão estampar a nova edição. Fora que explicará o Direito de Imagem, Direitos Autorais e Agenciamento.

- Me parece tentador. – Falei. – Quantas roupas eu teria que criar?

- Pode ser dez, cem ou mil. Fica a sua escolha, mas queremos no mínimo sete. – Explicou.

- Qual o foco dos desenhos?

- Juventude, algo contemporâneo. E queremos que escolha dois modelos que servirão como casais. Pode ser dois homens, duas mulheres, um casal tradicional, isso também fica a sua escolha, desde que eu participe dos detalhes.

- E para quando quer isso?

- Uma coisa de cada vez. Se assinar o contrato, terá duas semanas para me entregar os esboços das roupas, e se eu aceita-las podemos marcar uma seleção para os modelos.

- Quanto tempo até o contrato se expirar? – Perguntou Desmond, logo obteve uma resposta do senhor Miller.

- Uma semana. Pode enviar a confirmação por e-mail, mas o contrato assinado deve nos ser entregue em mãos, e para isso basta o advogado entregar. Caso tenham algo a acrescentar ou retirar no acordo, deve me avisar, para que então marquemos uma reunião e seja apresentada a contraproposta para ambas as partes.

 

Lauren POV

Acabara de tocar o sinal, nos penhorando a garantia de termino da aula. Eu havia transcorrido esse tempo me corroendo ao relembrar inúmeras vezes o que fiz pensando em Camila, e tenho a convicção que a aula da senhorita Lovato me tenha deixado rubra por inúmeras vezes. Conseguia sentir os olhares confusos de meus amigos em mim, em especial o olhar desconfiado de Dinah e Vero, que riam a cada vez que me sentia envergonhada.

- Você pode ir na frente, quero falar com a professora Lovato. – Falei para Camila, que seguia nossos amigos, que já nos esperava na porta. Camila assentiu tristemente e saiu da sala.

A senhorita Lovato estava sentada em sua mesa, observando alguns papéis a mão, mas logo ela notou minha presença.

- Quer falar comigo? – Perguntou.

- Somente se não for incômodo.

- Muito bem... – Ela deixou os papéis ao lado, dando-me atenção. – Em que posso ajudá-la?

- Não sei ao certo, mas estou com um problema e não sei como lidar com ele.

- De que exatamente está falando?

- Não sei se já tem conhecimento, ainda não é oficial, uma vez que ainda falta pedi-la em namoro, mas eu e Camila estamos em um relacionamento.

- Fico feliz em saber disso. – Demi sorriu, evidentemente alegre. – Sei que é apaixonada por ela. Camila é uma ótima garota, não se encontra uma mulher como ela em todos os Estados Unidos. Mas vocês estão tendo algum problema?

- Não exatamente. Não brigamos desde então, mas a cada dia que passa as coisas entre nós esquentam.

- É normal.

- Sim, mas hoje eu passei dos limites... e se Camila descobrir não sei o que será capaz de fazer.

- O que você fez, Lauren?

- Eu fiquei... excitada... e nada que pensasse conseguia diminuir minha... ereção. Então... Você sabe!

- Você se masturbou?

- Isso! – Senti novamente um rubor tomar conta de minha epiderme.

- Isso é normal, Lauren. Adolescentes se masturbam o tempo todo.

- E porque estou me sentindo culpada?

- Primeiramente porque pensou em Camila durante o ato e você acha que imaginar ela é errado. – Assenti. – Tecnicamente, a origem dessa culpa é uma questão histórica, mais precisamente por causa da religião que no passado colocou na cabeça das pessoas que isso é pecado, coisa do demônio. Mas tanto a psicologia quanto a medicina reconhecem a prática da masturbação como sendo necessária para o próprio conhecimento e desenvolvimento.

- E o que faço para parar de me sentir culpada?

- Bem... Converse com seus amigos, eles podem ajudá-la a como lidar com isso. Mas mantenha em mente que é normal.

- Vou fazer isso. Obrigada, Demi!

- Disponha! – Comecei a caminhar em direção a porta. – Lauren... Parabéns!

- Pelo que?

- Por ter ficado no internato.

- Não teria conseguido em a ajuda de Camila. E a professora Gomez também ajudou quanto a isso. – Demi olhou-me com os cenhos franzidos.

- A Selena?

- Sim. Ela ofereceu todo o suporte a Camila.

 

Camila POV

Acabamos de adentrar o refeitório consideravelmente cheio do internato. O cardápio de hoje nos dava três opções de escolhas. Começando pelo prato inicial um Sea Urchin – Snow Smoked Cantasloupe with Apple, uma neve de melão defumado e molusco, que ao tocar na boca além de se desfazer, o sabor suave, gelado e refrescante fica em evidência. No prato principal, Duck - Roasted With Apricots and Fennel. Não é apenas um prato estupendo, é perfeito, aromático e servido no melhor ponto possível, fazendo da carne bem suculenta e para acompanhar, damasco e funchos, uma planta fortemente aromática comestível utilizada em culinária, também conhecida popularmente erva-doce. Para fechar com chave de ouro, como sobremesa memorável, um pretzel de chocolate e um cookie doce de maçã.

Sentamos a mesa habitual e degustávamos a preciosidade do cardápio, com um boa conversa e em companhia agradável. Logo mais, vejo a silhueta de Lauren transpassar no salão imenso designado ao refeitório do internato.

- Vero, Dinah, Louis e Troy. Eu preciso da ajuda de vocês. – Exclamou alarmada.

- Claro, assim que terminarmos de almoçar vamos ao seu socorro. – Disse Louis.

- Não, vocês não me entenderam. Preciso de vocês agora!

- O que? – Exclamou Vero. – Estou morrendo de fome, dente de castor.

- Você pode comer depois de me ajudar.

- Do que precisa? – Perguntou Troy.

- Aqui não. É particular! – Exclamou. – Vamos!

 

Lauren POV

Assim que terminei meu discurso, todos os envolvidos diretamente, se levantaram. Logo, imaginei algum lugar onde teríamos uma plenitude completa, de imediato, comecei a caminhar em direção a biblioteca, principalmente se tratando que, nesse horário, ela se encontrava plácida.

Não me importei com o olhar confuso do resto de nossos amigos que ficaram para trás, poderia facilmente me retratar na hora seguinte. Mas quanto a Camila, ainda pensava se deveria de fato contar-lhe sobre o episódio de mais cedo.

Quando paramos em frente aos imensos e elegantes portões da biblioteca do internato, Louis foi o primeiro a adentrar, o resto foi em sincronia quase perfeita. De fato, estava vazia, com exceção da bibliotecária. Por um segundo, havia me olvidado o quanto aquele lugar era imenso, imediatamente, me recordei da última vez que estive aqui, para organizar os livros alfabeticamente, por escritores e data de publicação. Logo, imagens de Camila me ajudando invadiu meu cérebro, em seguida, eu a segurando quando quase caiu da escada.

- Porque você está com essa cara de retardada? – Perguntou Vero, obviamente confusa.

- Nada. Vamos nos sentar.

Sentamos calmamente e logo um nervosismo se apoderou de mim. Eu confiava neles, era fato, mas ainda me envergonhava pelo que fiz mais cedo, e conversar abertamente me causava arrepios e rubores na pele.

- Olhe, espero que o motivo pelo qual nos chamou aqui seja realmente importante, porque estou faminta e quero comer. – Disse Vero, cruzando os braços.

- Bem... Aconteceu uma coisa.

- Poderia ser um pouco mais clara? – Perguntou Troy calmamente.

- Tive... Tive pensamentos impuros sobre uma mulher.

- O que? – Questionou Vero, estupefata. – Foi por isso que nos chamou? Eu vou embora antes que morra de fome. – Levantou-se, mas o braço de Dinah a impediu de prosseguir.

- Senta a bunda na cadeira e permaneça calada.

- Pode continuar, Lauren. – Disse Louis, ainda observando o pequeno diálogo entre Vero e Dinah, que pareciam que iam se matar.

- Eu estou com dúvidas se deveria contar a Camila.

- Depende. – Começou Troy. – Em quem você pensou?

- Na Camila, óbvio.

- Um momento... Está se referindo ao episódio em que a Camila te beijou, você ficou excitada e se masturbou?

- Vero!

- O que? Todo mundo se masturba, dente de castor, é normal. Ainda mais se tiver uma namorada tão gostosa quanto a Camila Cabello.

- Cale essa boca, Vero. E não fale na Camz dessa forma e nem sequer pense nela, porque eu te mato. – Reclamei irada, causando risos nos meus amigos.

- Lauren... Como Vero disse, mesmo que de uma maneira idiota, é completamente normal.

- Obrigada pelo elogio, Troy.

- De nada, Vero. Amigo é para essas coisas.

- Eu concordo. – Disse Dinah. – Um dia você e a Camila farão algo a mais, não pode se culpar por causa disso.

- Mas vocês não se sentem culpados quando se masturbam pensando em alguém?

- Não. – Falaram em sincronia perfeita.

- Olha... Quem lhe garante que Camila já não se masturbou pensando em você? – Perguntou Dinah, retoricamente.

- Porque diz isso? A Camila te contou alguma coisa?

- Claro que não. Só estou levantando uma questão importante. E você deveria contar a ela, a Camila vai entender.

- Ficou maluca? A Camila vai me matar se souber que me masturbei pensando nela.

Distante de nós, precisamente, por trás de uma das enormes e inúmeras estantes, ouvimos um barulho de um livro caindo. Levando em consideração que as estantes são seguras, nenhum livro poderia cair se antes não estivesse na mão de alguém.

- Ouviram isso? – Perguntei temerosa.

- Foi só um livro que caiu, Lauren. Relaxe. – Disse Troy, neguei veemente.

- Não foi só isso. Tem mais alguém aqui conosco.

Logo, nos levantamos calmamente, sem emitir qualquer barulho, e nos colocamos a andar para ver se havia alguém por trás das estantes. Mas algo nos surpreendeu, estava vazia.

- Meu Deus, se essa conversa chegar aos ouvidos da Camila, ela vai me matar. – Reclamei desesperada.

- Acalme-se. Vamos dar um jeito de saber quem estava aqui.

 

Shawn POV

Eu acabara de embarcar na Inglaterra. Éramos os únicos passageiros presentes no jato. Voávamos no Gulfstream G550, uma sofisticada aeronave executiva bimotor de alta performance, de médio porte e alcance intercontinental, com motorizarão turbofan muito potente, com capacidade para transportar com muito conforto quinze ou dezoito passageiros, dependendo da configuração adotada, fabricada nos Estados Unidos pela Gulfstream Aerospace, uma subsidiaria da corporação norte-americana General Dynamics, que utilizou como base outros projetos antecessores de aeronaves executivas das décadas de 1960 e 1970, chamados Gulfstream G-II e Gulfstream G-III.

Logo desembarcamos no Heathow Airport, o principal aeroporto internacional de Londres. É o segundo mais movimentado da Europa pelo tráfego de passageiros, e o sétimo mais movimentado do mundo. Tem cerca de 14 milhas (23 Km) a oeste do centro de Londres e tem dois leste-oeste com pistas paralelas, juntamente com quatro terminais operacionais que cobrem 12,27 quilômetros quadrados (4,74 sq mi).

Assim que saímos do Gulfstream G550, fiquei impressionado com sua arquitetura suntuosa e funcional que recebia todos os dias milhares de passageiros aos quais oferece as melhores lojas e serviços como restaurantes, lounges, berçários, enfermaria, espaços de recreio, salas VIP e mais de 120 companhias aéreas de todo o mundo.

Depois de vinte minutos, chegamos a Duke of York's Military School. A academia é um internato estadual, e é, tanto um membro da Associação de Escolas de Internato e Boarding Schools quanto a supervisão transferida do Ministério da Defesa para o Departamento de Educação.

Prontamente, um homem alto, forte, com feições grossas e devidamente fardado com a farda de Coronel parou a nossa frente extremamente sério.

- Sou Alex Foreman, diretor da Duke of York's Military School – Estendeu sua mão a meu pai, que logo apertou firme.

- Manuel Mendes. E este é meu filho, Shawn Mendes.

- E o que a família Mendes faz aqui?

- Meu filho teve um sério problema disciplinar no seu antigo colégio.

- Fique tranquilo, aqui ele aprenderá o que é respeito. – Disse Alex.

- Terei que ficar aqui durante quanto tempo? – Questionei meu pai, temeroso.

- Não sei, Shawn. O quanto antes quero lhe tirar daqui, mas não o posso fazer sem ter a confirmação de que seu comportamento mudou. Por isso, a cada três dias, terá consulta com uma psicóloga da Theresian Military Academy.

- Mas, pai...

- Sem mais perguntas, Shawn. Agora fique com o  diretor, tenho que viajar até a Alemanha, tenho assuntos do JPMorgan Chase & Co. para tratar. Agora preciso ir, Shawn, qualquer coisa me ligue.

 

Lauren POV

O treino de futebol começou com um sermão preparatório do senhor Bieber, que nos informou que teríamos um jogo contra os Lions, meu antigo time, e teríamos que nos preparar para a disputa prolongando os treinos e levando os passes e jogadas mais sério do que qualquer coisa.

Começamos fazendo um trote leve de aproximadamente quinze minutos em volta do campo e um alongamento básico para as pernas, braços, ombros, panturrilha, peitoral, bíceps, tríceps, lombar e diversos outros músculos corpóreos. Em seguida, o senhor Bieber colocou espalhados pelo campo oito cones, um ao lado do outro, paralelos e em pares. Com uma distância mínima de três passos largos entre eles. Correndo em volta de cada um, fizemos o movimento de ziguezagues. Cada um fez de três a quatro séries com trinta repetições, indo e voltando. Em seguida foi colocado carreiras de salto uma de frente para a outra. Saltamos sobre elas, com as duas pernas juntas, sem intervalo. E por último, o exercício que antecedeu ao intervalo, fizemos “Paraquedas de Corrida”. Especificamente para treinamento de aceleração e ganho da durabilidade da velocidade final máxima, fizemos dez tiros de cem metros amarrados ao acessório.

Eu, Dinah, Vero, Louis e Troy nos dirigimos até uma das arquibancadas para pegar nossas respectivas garrafas cheias de água. Do outro lado do campo, como era habitual, as líderes de torcida repassavam os passos antes já ensaiados. Camila estava excepcional comandando as outras Cheerleaders, com passos ritmados, os quadris de Camila se mexiam conforme o compasso, e aquilo mexia com minha libido de maneiras inimagináveis.

- A Jaureconda está acordando, dente de castor. – Disse Vero, causando risos em todos.

- Cale a boca!

- Lauren, pare! – Disse Dinah, ao ver a direção em que eu olhava.

- Shhh! Só estou admirando a vista.

- E que vista! – Começou Vero. – A Cabello é de parar o trânsito.

- Pare de olhar para ela, Iglesias.

- Mas por quê? A vista me é bastante agradável, e agora entendo porque você se masturbou pensando nela.

- “Agradável” será a minha mão na sua cara, sua palhaça. E fale baixo, se a Camz descobrir me mata. Além do mais, eu posso olha-la o quanto quiser, já que agora ela é minha. – Sorri com a lembrança rica em detalhes de Camila e eu no dia em que nos declaramos abertamente pela primeira de muitas outras vezes que virão.

- Com todo respeito, Lauren, esse alto nível de glicose está afetando seu cérebro. Logo mais terá diabetes. Se bem que, eu, particularmente, não me importaria de ter por Camila. – Disse Vero, me fazendo desviar os olhos da linda garota do outro lado da quadra e fita-la com fúria desumana.

- O que Lucy Vives diria ao ouvir sua frase, Veronica? – Perguntou retoricamente Troy.

- Aposto que não ficará nada feliz. – Continuou Louis.

 

Camila POV

Assim que o treino foi concluído com êxito, as líderes logo começaram a se retirar, mas Lucy e Mani se ofereceram amigavelmente para me auxiliar a guardar os poucos materiais que usamos no ensaio de hoje. Logo a frente, avistei Keana se preparando para sair na companhia desagradável de Alexa. Algo dentro de mim, me fazia acreditar que eu lhe devia um pedido formal de agradecimento, uma vez que, de alguma forma, ela de fato contribuiu para que Lauren permanecesse no internato.

- Keana! – Chamei-a, recebendo um olhar confuso de Mani e Lucy. – Podemos conversar em particular? Garanto que é por apenas um minuto.

- Claro. Pode ir na frente. – Disse a Alexa, que apenas assentiu com um revirar de olhos. – O que foi?

- Nada. Só gostaria de lhe agradecer por ter ajudado a Lauren.

- Não fiz por você. – Respondeu-me grossa, mas eu mantinha o espírito calmo.

- Eu sei. Mesmo assim agradeço.

- De nada. – Disse e em seguida saiu andando. Percebi a aproximação de Lucy e Mani por trás de mim.

- Mas o que foi isso, bunduda? – Perguntou Lucy. – Pensei que odiasse ela.

- Eu odeio! – Afirmei.

- Então porque a agradeceu? Você deveria ter metido a mão na cara dela, como fez no Baile à Fantasia.

- O sofrimento dela é ver a pessoa por quem é apaixonada, amando a pessoa que ela mais odeia. Acredite, ela já está pagando pelo que fez.


Notas Finais


FAVORITEM e COMENTEM
Eu sei se demorei e que, provavelmente querem me matar, mas já voltei.
IMPORTANTE : Esses POVs adicionais é MUITO importante para a história, então por favor, LEIAM.
Até mais, deixem muito comentários.


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