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História Caminhos Cruzados - Noite Ambígua


Escrita por: secretlove31

Capítulo 45 - Noite Ambígua


Shawn POV

Me obriguei a fechar os olhos e expirar lentamente. Girei os ombros algumas vezes e tentei libertar todo e qualquer pensamento consciente, na esperança de conseguir acessar meu instinto mais básico.

- Estava nos observando escondido? – Lauren engoliu a raiva e exalou o ar com calma, tentando garantir que sua voz não revelasse nada sobre seu estado de ânimo.

- Ah... não! – Fiz uma pausa e movi a cabeça, negando. – É claro que não.

- Sério? Qual a sua desculpa, então?

- Apesar de saber que você quer que eu caia em contradição, Jauregui, eu apenas estava... – suspirei, tentando não reagir muito rápido as palavras, e sorri. – esperando.

- Certo. – Começou Camila, franzindo as sobrancelhas. – Esperando. O que isso significa?

- Como acabei de retornar da Inglaterra, meus amigos acharam que uma... uma... – Camila se inclinou para escutar, com interesse inconfundível, as sobrancelhas de Lauren arquearam-se numa expressão intrigada. – Festa! Isso, uma festa! Seria um bom modo de me reapresentar ao Phillips Academy Andover. Por isso, gostaria de convidá-las pessoalmente, e como vocês estavam conversando, eu apenas fiquei aqui... esperando. Como uma prova de boa-fé.

- Uma festa? – Camila rebateu.

- Boa-fé? – replicou Lauren, retoricamente. – E onde vai ser essa “festa”, Shawn? – continuou, colocando aspas no ar para destacar a palavra.

- No Abbot Hall. Vocês seguem pela School St e viram na Abbot Campus Rd, fica bem em frente ao McKeen Hall e tem uma distância considerável dos prédios administrativos principais. Então, a não ser que alguém delate, Simon Cowell não ficará sabendo, é um lugar reservado. – respondi seguro e sorri de forma simbólica. – Será às 21 horas, assim que o toque de recolher for dado. Espero encontrá-las lá. Juntamente com os amigos, é claro.

Contive o impulso de sair correndo, mas me segurei firme, andando por entre a multidão a passos rápidos. Quando enfim chegava à saída do corredor, olhei para trás por sobre o ombro para ver se ainda me observavam. Camila e Lauren estavam viradas uma para a outra, pareciam debater a ideia. Tornei a me virar e saí correndo.

 

Taylor POV

Após aquele episódio, passei os próximos minutos lendo, ou pelo menos folheando, a obra de Shakespeare. Meus olhos cursaram por cima do livro, imergindo por onde Alexa tinha desaparecido seminua. Esse fato me deixou extremamente inquieta, se bem que nem de longe tão nervosa quanto a perspectiva de ter que admitir meus caóticos sentimentos, ou quase isso, por ela.

Por fim, balancei a cabeça e fechei o livro, me acomodando na cama. A quem pretendia enganar? Em mim não existia concentração suficiente para absorver aquele conteúdo. Aparentemente, Alexa não se sentia com disposição para sair do meu pensamento. Por um instante avaliei a possibilidade de contatar Keana e mandar que a detivesse e arrastasse de volta ao dormitório antes de ser vista pelo diretor Cowell. Mas então pensei melhor e intuí que aquilo era apenas um resquício de comoção falando, a querer ter a última palavra. Já tive distrações mais do que suficientes naquele dia. Não tinha porquê me preocupar.

Eliminando Ferrer da minha mente, fiquei por um instante a contemplar o chão. Até ouvir a porta se abrir outra vez. Pensei ser ela, desistindo da representação intelectual de que andar despida seria uma ótima ideia. Mas era apenas Keana, despontando vestida do toalete. Ao chegar ao meio do quarto, inclinou um pouco a cabeça, como se estivesse a notar mentalmente um fato. Ficou observando em frente, para a entrada, sem acrescentar uma palavra. Icei os olhos de repente, como se sentisse os pensamentos dela.

- Está procurando Alexa? Ela saiu.

- Ficamos de começar o trabalho da srta. Lovato. Sabe para onde ela foi? – Meu coração golpeou o peito no tempo em que examinei a situação novamente, aquela era a oportunidade singular de avisar, mas a indiferença fluiu fria a me lancear.

- Não.

Abri a obra e me obriguei a inspirar fundo, relaxando os músculos. Mesmo sem começar, cheguei à algumas conclusões. Em primeiro lugar, não havia nada de ilegal na minha omissão. Eu não menti. De fato, não sabia aonde Alexa tinha ido, só que tinha saído. E pensar assim me tirou um peso enorme das costas, de me martirizar por não contar.

Em segundo lugar, o resultado seria um efeito decorrente das suas ações. O mundo é feito de escolhas, e aquela foi a dela. Tratava-se apenas da Ferrer, por si só isso explica a quantidade do caos pela consequência. Portanto, já podia antecipar o prazer de vê-la sendo expulsa. Ela não gosta de mim, nem eu dela. E aquele beijo não havia significado nada para nenhuma de nós.

Dei uma olhadela por cima do livro e vi que Keana voltou a se sentar na cama. Estava começando o trabalho sozinha.

 

Lauren POV

No tempo em que eu e Camila descemos até o jardim, no gramado aberto paralelo à Main St., o céu estava azul-pastel e o sol reverberava por entre as folhas de um dossel de glicínias. O ar abrasador indicava o dia mais quente de toda a semana.

Dinah e Normani estavam recostadas em uma árvore conversando com Lucy e Vero enquanto Ally, acomodada no banco à frente, lia absorta 1984 para o trabalho da srta. Lovato. Quando chegamos até elas, contei calma, com descrição detalhada, o episódio que passara com Shawn, acrescentando que não havia entendido seu significado. Dinah escutou atentamente e pediu que eu reproduzisse palavra por palavra o que Shawn dissera. Quando concluí, refletiu concentradamente por alguns segundos.

- Não acho que esteja mentindo. – Articulou. Vero permaneceu muda por um tempo antes de suspirar profundamente e balançar a cabeça. – Mas o que foi, Iglesias, vai discordar de novo?

- Lógico! É óbvio que ele está mentindo, foi uma conduta dissimulativa.

- Sinceramente, eu não acho isso. A resposta foi eloquente.

- Dinah, o diabo é muito bem articulado. – Eu tentei, mas nem eu nem Camila conseguimos segurar o riso. - Essa festa foi uma clara invenção para se desviar do fato de que estava as observando. O problema é que, evidentemente, você não enxerga isso porque se iludiu com a possibilidade de ele ter mudado.

- Shawn estava tendo acompanhamento médico.

- Essa é a sua única defesa, já percebeu? Além do mais, o comportamento dele não dá margem a falsas interpretações.

- Você está ficando paranoica, Veronica.

- Eu não sei de que tipo de...

- Está bem, já basta! – Normani articulou, depois virou-se para Dinah. – Parem com essa discussão, não vai levar a lugar nenhum.

- Vocês deveriam se ater a grande pergunta da questão. – Ally disse com voz calma, ainda concentrada no livro. Nos viramos para ela. – Se continuarem jogando uma nova luz sobre os acontecimentos, não vão avançar um milímetro na solução do enigma.

- O que sugere? – inquiri.

- Façam uma sondagem preliminar.

- A gente devia ter entendido isso? – Camila deixou escapar as palavras enquanto sua silhueta se detinha a poucos passos ao lado. Ally fechou o livro e nos olhou pela primeira vez.

- Quando se tem em vista um acordo comercial...

- Eu sei o que é, só não compreendi qual a relação.

- Acho que eu entendi. – Comentou Dinah. Ela deambulou o olhar pelo jardim e não muito longe daqui, viu Keaton conversando com Drew. De início, ficou paralisada, imagino que tentando entender como deveria abordá-lo. - Stromberg! – gritou. Ele se virou. – Pode vir aqui um instante? – pareceu que ia protestar, mas depois obedeceu.

- O que foi?

- Sabe que Shawn está de volta, eu presumo.

- Sim, todos estão comentando isso, é o assunto do momento. Porque?

- Hoje vai acontecer alguma festa para ele ou algo do tipo?

- Vai, no Abbot Hall. O Mendes já falou com vocês? – Dinah deu uma olhada de soslaio para Vero e sorriu.

- Sim.

- Era só isso? – assentiu com a cabeça. Esta garantia lhe bastava. Keaton foi embora.

Dinah havia suspirado, erguido as sobrancelhas e continuara olhando para Vero.

- Isso não prova nada. – Defendeu.

- Simplesmente coincidências demais para ser algo “fortuito”, não acha? – fez aspas enquanto se olhavam, céticas, em um debate pessoal. Vero não respondeu.

- Deixa eu ver se eu entendi. – Lucy olhou para Ally. - A sua ideia era que nós sondássemos os colegas de Shawn para saber se ele comentou da festa com alguém? 

- Isso.

- Podia ter sido mais direta.

- Aí não teria graça.

 

Camila POV

Depois da ligeira discussão se a festa foi desculpa ou verídica, passamos duas horas conversando. Ally tinha voltado para seu livro, Vero e Dinah discorriam sobre futebol e Normani e Lucy apenas observavam os jardins enquanto trocavam opiniões sobre a apresentação de amanhã. Em contrapartida, eu e Lauren tínhamos nos recostado na árvore próxima a Ally, ela me abraçava por trás em um silêncio confortável.

Eram sete e pouco da noite de sexta quando vimos uma limusine Chrysler 300C branca despontar do portão principal a caminho da Chapel Ave. Seu motor V6 de 3.6 litros Pentastar desenvolvia 296 cavalos e 36 kgfm de torque, o que significa uma velocidade máxima superior à 250 km/h, com aceleração de 0-100 km/h em apenas 6,8 segundos.

O carro parou em frente onde estávamos. O chofer, elegantemente vestido, deu a volta na limusine para abrir a porta e do outro lado, em meio à recente aglomeração que se amontoava no pátio, estava o rosto mais poderoso de todo o cenário da moda: Anna Wintour.

Seu corte de cabelo é o mesmo há décadas, um Chanel clássico com franjas aloiradas em tom de mel, permanentemente imutável. Sapatos sempre no mesmo modelo, assinados por Manolo Blahnik, e sempre em tom nude. Com apoio onipotente a estampas, especialmente combinadas a texturas, ela só tinha uma regra: a reprovação absoluta ao preto. Usava sempre saias, lápis, retas ou rodadas, rarissimamente apostando em jeans. Caso fosse inverno, os looks ganhavam a companhia de botas de cano alto e trench coats de couro em cores diversas. Ela nunca usa bolsas, mas sempre está acompanhada por óculos escuros. Mesmo assim, Anna Wintour passa longe da monotonia. Pelo contrário, seu nome inspira respeito, sua opinião é lei no mundo da moda. Ela dita tendências, lança designers e seu senso de moda é quase irrepreensível.

- Sra. Wintour. – Normani falou, perplexa. – O que está fazendo aqui?

- Um motivo em especial, obviamente. Você é a srta. Cabello, não é? – emendou casual, levantando o olhar para mim, quase caí para trás, mas Lauren me segurou. Ela tirou os óculos e estendeu a mão com uma formalidade exagerada. – Imagino que esteja confusa quanto à razão de estar aqui.

- Relaxe, Camz. – Murmurou Lauren, brandamente, um sussurro rouco que quebrou o silêncio me assegurando que simplesmente fizesse o que sugeria.

Apertei a mão de Wintour, animada.

- Sim.

- Suponho que o sr. e a sra. Cabello não tenham alertado sobre minhas intenções. Provavelmente disseram que eu só poderia estar interessada em tirar alguma vantagem desse encontro, estou certa? – desta vez minhas sobrancelhas desceram, franzindo a testa.

- Na verdade, não, eles não comentaram nada.

- Então vou esclarecê-la. – informou. – Há uma semana, fui até a Cabello Jauregui Corp. conversar com seus pais sobre um possível contrato para você.  – A informação nos pegou tão repentinamente que de pronto ninguém soube o que responder. Ally quase derrubou o livro no chão e Normani e Lucy olhavam boquiabertas. Fiquei surpresa, mas não tive tempo de reagir. Wintour continuou. – Fiz um pedido convencionalmente. Esperei até obter resposta. Para o meu imenso espanto, foi rejeitado. Não consegui entender o que haveria de tão absurdo num acordo de modelagem. Quem, em íntegro porte das faculdades mentais, negaria a oportunidade de ser capa da edição de setembro da Vogue? – inquiriu retórica. Desta vez, arregalei os olhos, eu podia sentir as intricadas engrenagens da mente girarem. – Na verdade, sua mãe estava aberta a aceitar, ou pelo menos, pensar no assunto. Mas seu pai se mostrou irredutível.

- Como? – gaguejei.

- Quero saber se tem interesse na minha proposta.

- Claro que tem! – Anna sobressaltou, assustada. Um quase grito tinha sido arrancando da garganta de Normani. Depois olhou para mim, segredando. - Tem, não é? Você não pode desperdiçar essa oportunidade.

- Sim. – respondi, excitadamente.

- Ótimo – Wintour respirou fundo, enfiou a mão no bolso externo do sobretudo que carregava e pegou um cartão da Condé Nast com informações de contato. Antes mesmo de responder, eu já estava sorrindo. – Converse com seus pais e tente convencê-los. Então, pode me ligar. Uma das minhas secretárias agendará uma reunião para você.

Antes de sair, cumprimentou a todos com um breve aceno. Quando entrou no carro, sua expressão era severa. O chofer fechou a porta e logo deu partida. A multidão prontamente começou a se alastrar.

- Ai, meu Deus! – soltei um suspiro de alívio.

- Bunduda, é a edição de setembro, a publicação mais importante do ano! – Exclamou Lucy num tom entusiasmado e agitado.

Ela e Normani me abraçaram com ternura antes de voltarem para junto dos outros.

- Precisamos dar um jeito de... – a voz de Normani chamou, mas antes de terminar de falar, ela apontou mais para o fundo do jardim.

 

Lauren POV

Ergui os olhos e segui a direção do dedo estendido. De início, pensei que estava apontando para a estátua de mármore no meio do pátio. Mas, continuando a avançar comecei a ver mais atrás. Despontando da entrada do Foxcroft Hall, como uma modelo sob as lentes de uma câmera, o corpo de Alexa jazia seminu descendo as escadas.

- Mas o que a Ferrer pensa que está fazendo, ela quer ser expulsa? – Lucy comentou.

Alexa caminhou facilmente, chamando a atenção por onde passava. Numa pequena multidão como aquela, dificilmente não notariam sua presença. Era conhecida, sabia se socializar bem com as pessoas e passava a maior parte do tempo acompanhada. Não era sua beleza que se destacava, era o modo como ela não media esforços para conseguir o que quer.

Camila de repente virou-se e me deu um forte tapa no braço. Quase cambaleei, sentindo meu braço doer. Me reequilibrei e olhei, com total espanto, para a mulher que amava.

- Ai!

- Vire o rosto, Lauren, não é para olhar.

- Mas eu não... – me olhou com uma expressão enraivecida. – Tudo bem.

Antes de virar por inteiro, observei um dos alunos retirar o blazer e caminhar a passos rápidos, ignorando o sol forte e a queimação crescente nos olhos, e o estendeu até que cobrisse Alexa.

- Nossa. – exclamou Vero.

- O que?

- Você não sabe quem ajudou a Ferrer.

- Quem?

- O seu irmão?

- O Chris? – ergui as sobrancelhas e me virei rapidamente, ainda em tempo de vê-los subindo as escadas do prédio dos dormitórios.

Num primeiro momento, aquilo soou estranho. Christopher não era nem de longe amigo de Alexa, nem altruísta o suficiente para ajudar apenas visando sua preservação. Aquilo tinha que ter algum significado.

 

Taylor POV

O relógio marcava oito e vinte quando Chris praticamente arrombou a porta do quarto arrastando Alexa com uma violência constante. Tentando se livrar, ela girou seu corpo e lhe deu um pontapé na perna, meu irmão urrou de dor e foi obrigado a soltá-la. Então ela se inclinou sobre ele, jogou o blazer sobre o assoalho, e esbofeteou-o com a palma da mão.

- Idiota! – vociferou e depois caminhou furiosamente até o toalete, se trancando lá. De fora, só pôde ser ouvido o barulho de coisas sendo jogadas.

- Mas o que é isso? – perguntou Keana, os fitando boquiaberta.

- Eu só estava tentando ajudar. – massageou o maxilar.

- Ninguém pediu a sua ajuda! – Alexa gritou de dentro do banheiro, repentinamente enlouquecida.

- Você ainda vai me agradecer por isso, Ferrer. Te juro.

- O que foi que aconteceu? – Keana reiterou a pergunta.

- Ela estava praticamente desfilando seminua no jardim, eu tentei cobrir ela, ela se recusou. Mas eu tive que fazer alguma coisa, ela ia acabar sendo expulsa. – soltou um suspiro e depois disse em tom cansado. – Então, eu a agarrei a força e a arrastei direto para cá.

- Ok. Muito obrigada, Chris. – Keana merceou e caminhou até o toalete, esticando a mão em direção a porta. – Abre!

- Não!

- Ou você abre ou eu derrubo. – Depois disso, só foram ouvidos ruídos. Obviamente não podia ouvir a conversa depois que entrou, mas percebi que era uma discussão.

Chris suspirou mais uma vez e dirigiu o olhar para mim. Sem dizer uma palavra, ele aparentou sentir alívio e temor quando fechou a porta com a ponta do pé e instalou-se no sofá, me olhando bem nos olhos. A seguir, fez a pergunta tabu de tal modo que nem pude despachá-la com um gracejo nem contorná-la.

- Não vai dizer nada?

- O que quer que eu diga? – ele fez uma pausa.

- Quero que me agradeça por ajudar Alexa, porque, embora não admita, sei que ela é importante para você.

Fiquei como que paralisada, refletindo sobre a resposta a dar. Meu primeiro impulso foi negar, com ar ofendido. Depois, vi o olhar dele e entendi que, pela primeira vez, era uma pergunta séria e se eu tentasse me safar com um gracejo, Chris tomaria aquilo como um insulto pessoal.

Depositando o livro bem devagar cobre a cama, me levantei e, por fim, consegui relaxar.

- O que o faz supor isso?

- A maneira como a olha e a maneira como não olha. E eu a socorri porque sabia que você ia se arrepender de não ter contado a Keana. – disparou de repente. Me contraí um pouco, porém ele prosseguiu, inexorável. – entendi que não queria se envolver, mas poderia ter falado a alguém que pudesse ajudá-la.

- Como é que você sabe disso?

- Eu estava passando pelo corredor e ouvi a conversa.

- E porque só ajudou ela agora? Alexa tinha saído fazia horas.

- Porque ela tinha ido para um lugar que não tinha alunos. Pensei que só quisesse ficar um tempo sozinha, para refletir, pensar, pôr os fatos em ordem. Então eu fui para o jardim para conversar com Wesley, como sempre faço a essa hora. Mas aí ela apareceu, e eu tive que fazer alguma coisa.

- E o que estava fazendo na ala das meninas?

- Fui me encontrar com uma garota, mas isso não vem ao caso. – Chris fez uma pausa. – Seja lá o que se passou por sua cabeça para tomar essa decisão, apenas pense nisso.

 

Camila POV

Passou-se quase uma hora entre o tempo em que eu, Mani e Lucy chegamos ao dormitório e o período que nos arrumamos para a festa de Shawn. Priorizei usar algo casual, então, optei por um vestido xadrez desenvolvido em viscose. A modelagem era acentuada na parte inferior e tinha comprimento curto com alças finas. O decote arredondado com recorte valorizava o busto. Tirei o anel que Lauren me deu, passei nos lábios um batom vermelho e me examinei no espelho. Contemplei meu rosto antes de me virar para Normani e Lucy, que já estavam prontas.

- Precedentemente de sairmos, eu poderia conversar com vocês?

- Claro, Mila. O que foi? – Kordei inquiriu.

- Eu queria a opinião do Hazz também, mas... – Antes que tivesse tempo de terminar, a porta se abriu.

- Me chamaram?

- Estava ouvindo atrás da porta, viado? – Acusou. Quando seu olhar cruzou com o de Lucy, Harry sorria cinicamente.

- Sim, e não tenho vergonha de admitir.

- Certo, serei breve.

Para ter certeza que nossa conversa não seria interrompida, fechei a porta.

 

Dinah POV

Lauren desabou na cama com o cobertor puxado até a cabeça.

- Não, Jauregay, não. Pode se levantar daí, você vai nessa festa também. – Vero ordenou.

- Não quero. Aliás, porque você quer ir se acredita que foi tudo uma armação?

- É uma boa pergunta. – exprimi.

- Um pouco de espionagem anódina não faz mal a ninguém, não enquanto meu objetivo for zelar pela segurança da minha amiga. Então levanta.

- Não! Eu não vou.

- Ah, vai sim. – Vero puxou o lençol e se sentou na cama, de modo a poder olhá-la bem nos olhos. - Você não pode deixar a gostosa da sua namorada sozinha numa festa do Mendes.

- Eu confio nela.

- Mas vai do mesmo jeito. Dinah, me ajuda aqui. – Ela se inclinou sobre Lauren, que se virou para o lado esquerdo, afastando-se o quanto pôde.

- Vocês não vão me levar a força.

Vero agarrou seu braço direito, passou-o em volta do pescoço e fez sinal para que eu ajudasse. Fiquei um tempo parada sem dizer nada. Depois contornei a cama. Lauren tentou recolher as pernas, mas consegui pegar seu tornozelo e com a outra mão agarrei sua cintura, a levantando.

Dobrou uma perna e desfechou um violento pontapé. Mirou no busto e atingiu com a ponta do pé em algum lugar debaixo do queixo, mas Vero esperava por isso e se esquivou. O golpe foi bem leve, apenas perceptível. Começamos, então, com dificuldade, a arrastar o corpo para fora do dormitório sob os resmungos ondulatórios de Lauren.

 

Camila POV

Olhamos em volta da habisfera do Abbot Hall, com seu pórtico com colunas e observatório no último piso, agora sem funcionamento. Era o aspecto mais distinto dos três edifícios que ocupam Abbot Circle na School Street, logo abaixo da colina do centro do campus. Juntos, esses três edifícios formaram o coração da Abbot Academy, uma escola só para meninas que se fundiu com a Phillips Academy só para meninos em 1973. Construído em 1829 e originalmente chamado de The Academy Building, Abbot Hall serviu a vários propósitos ao longo de sua história e mesmo realocado no final do século XIX. Hoje, é a casa do escritório de comunicações da PA, do Centro Brace para Estudos de Gênero e do Artist Apartment & Studio Space da Addison Gallery. O grande School Room, localizado no terceiro andar, serve como local para todos os tipos de reuniões e eventos.

Logo na estrada vimos uma celebração em andamento sob luzes fulgurantes e uma música alta, as pessoas comemoravam alegremente, garrafas de vodca em punho. Passei entre as pessoas como alguém de fora que estivesse em meio a uma grande festa de família. Estava procurando Lauren.

Tomlinson apareceu subitamente ao nosso lado.

- Procurando a Jauregui?

- Sim.

- Ela ainda não chegou. – balancei a cabeça, desapontada. Louis olhou em volta para Harry, com a expressão ficando sorridente. – Oi! – sua boca se fechou sobre a dele. – Vamos beber alguma coisa?

- Claro, amor. – pegou sua mão com carinho. - Vejo vocês depois, vadias.

Percorri o domo com o olhar. Vi que a pista de dança estava cheia, uma fusão entre selvageria e sofisticação. Reconheci imediatamente Alexa no meio de dois rapazes, sorrindo com uma garrafa na mão, visivelmente bêbada. Nem precisava acompanhar para saber o que rolaria mais tarde acima das escalas.

- Vou pegar uma bebida para gente.

Tinha começado a caminhar quando Troy se interpôs no caminho, ele ergueu a cabeça e sorriu. Me misturei a multidão, a cabeça pulsando com a batida da música. Andei por alguns minutos até encontrar um balcão móvel curvo com uma variedade imensa de bebidas. Enchi três copos e voltei para onde estavam as meninas.

- Obrigada. – Mani gradeceu após pegar o seu. – Ei, não é engraçado que pela primeira vez em anos, nós três estejamos namorando ao mesmo tempo?

- Nem tanto. Vives fazia um rodízio de namorados, era difícil acompanhar. – eu e Normani sorrimos, tomei um gole e vi Lucy revirar os olhos.

- Vou fingir que não escutei. E a sua namorada chegou.

Me virei na direção em que estava apontando, para a entrada do Abbot Hall, onde pude ver Dinah e Vero a segurando, conduzindo em nossa direção. Quando chegaram mais perto, Lauren gritou.

- Já cheguei nessa maldita festa, podem me soltar agora? – reclamou, teimosa e fechada, livrando os braços do aperto.

- Vocês demoraram. – Comentou Normani.

- Ela se soltou no meio do caminho e tivemos que ficar correndo como loucas até alcançá-la de novo. – Vero narrou, fazendo longas pausas para respirar e em seguida pegou o copo da mão de Lucy e deu um gole. – Aliás, você está nos devendo uma pelo trabalho, Cabello.

Durante cinco minutos, elas fizeram piadas sobre os reveses de Lauren. Calada, fingindo não ouvir. Ela ficou estupefata quando Dinah lançou um comentário equívoco que podia eventualmente se aplicar aos seus defeitos como pessoa. Com a cabeça para trás, eu e minhas amigas gargalhávamos muito.

- Que tal a gente dançar agora? – Perguntou Lucy.

- Não! – Lauren respondeu cortante.

- Vão vocês, quero ficar um pouco com ela. - Completei. – Ver se mudo esse humor.

- Boa sorte – Dinah comentou, batendo no meu ombro, para se despedir, e depois saiu.

Levei a atenção para Lauren, notando linhas sérias gravadas no rosto. Um austero olhar curvou suas sobrancelhas, os ombros se estiraram. Colocou para trás o espesso e negro cabelo que caía até seus ombros. Os olhos verdes, facilmente intimidantes, se sustentavam no estrondoso som que agitava a plateia. Permaneceu em pé sem se mover em meio à loucura das pessoas ao redor, de braços cruzados. Porra! Até de mau humor essa desgraça era linda. Como podia uma pessoa sentir-se tão imensamente atraída, como eu era por ela?

Lauren piscou e trouxe o olhar até o meu.

- O que é?

- Nossa... Grossa! – Ela se esforçou para manter o rosto impassível, mesmo que sua boca demonstrasse um leve riso contido. Reclamei e bebi outro gole, finalizando a bebida. – Porque não tira essa carinha, hein?

- Não estou disposta.

- Não há nada que eu possa fazer?

Estendi a mão para ela, elevando a face, encontrando seus lábios. Minha língua se enroscou sobre a dela e uma chama abrasadora se instalou. Segurei a parte de trás da sua cabeça, entrelaçando seus cabelos. O beijo foi longo, lento e completo. Quando levantei a cabeça, sorri brandamente ao ver sua expressão.

- Camila! Lauren! Que bom vê-las aqui. – Ouvi a voz de Shawn atrás de nós. Lauren se afastou com um suspiro, fechando a cara novamente. – Sejam bem-vindas.

Ele estava sozinho, estava vestindo uma calça jeans justa e um suéter preto, as duas peças valorizando sua altura. Os cabelos grandes chegavam quase até os ombros. Sem o ar de autoridade que uma roupa mais formal lhe conferia, ela parecia de certa forma mais vulnerável. Notei que seus olhos estavam vermelhos, como se tivesse chorado.

- Não tenho a intenção de atrapalhar vocês. Só vim perguntar se você não gostaria de dançar, Camila, afinal, somos amigos. Aposto que sua namorada não vai se importar.

Cerrando os dentes, Lauren bufou, engolindo o desagrado que a petulância dele lhe causava.

- Obviamente isso me deixaria desconfortável, você gosta dela. – argumentou, como se falasse com uma criança.

- Não, eu não gosto... eu amo.

Shawn a encarou com um ar cínico e esboçou seu sorriso enviesado. Lauren suspirou quase fechando os olhos, como se tivesse recebido uma descarga. Olhou-o com tanta raiva nos olhos que, sem querer, Shawn deu um passo para trás. A exaltação a fazia quase tremer.

- Não, eu não quero. – respondi, deixando transparecer o desconforto contido. Ele saiu para cumprimentar outros convidados, ainda com o mesmo sorriso no rosto. – Entendo a sua frustração. Tenho certeza que é perturbador, mas não gaste energia com isso.

- Deixar para lá? Nem pensar! – Lauren soltou o ar dos pulmões. – Ele me provoca! O tempo todo, ele me aborrece, querendo ver se tomo alguma atitude. Até parece que mudou. Ele só age de forma contrária à sua vontade quando isso lhe convém. Muda de conduta, mas não muda o pensamento.

- Certo. Vamos parar de falar dele. – respondi. – Eu queria te perguntar uma coisa. – fiz uma pausa e decidi fazer a interrogação prenunciando-a de uma só vez. – O que achou da proposta da Anna Wintour sobre eu ser a capa da Vogue?

- Incrível, claro.

- Sério?

- Sim. – franziu as sobrancelhas, como se estranhasse o inquérito. – Eu não sou ciumenta. – O que claramente se pôde observar foi meus braços cruzados e expressão ímpia, descrente que de fato ela acreditasse naquilo. Dei uma gargalhada. - O que é tão engraçado?

- O modo como você disse isso. “Eu não sou ciumenta”. Adorei a expressão.

Lauren riu.

- Tá, eu sou! Mas não com isso.

 

Taylor POV

Eu estava recostada em uma das pilastras, olhando aquela cena à frente. Alexa dançava, o corpo encaixado perfeitamente com o de Wesley. Se moviam no mesmo ritmo, deslizando e oscilando sobre os pés. Ele a sustentou entre seus braços, albergando para perto. Por um breve momento eu poderia fingir que não estava vendo aquilo.

A mão dela escorregou para baixo, pelo braço, até a mão. Seus dedos acariciaram os contornos de seus músculos. Quando Wesley se inclinou para frente, Alexa fechou os olhos e o beijou.

- Essa garota está inspirada, já é o terceiro cara que ela beija desde que cheguei. – Uma voz desconhecida soou ao meu lado. Ergui os olhos e, no primeiro momento, não a reconheci. – Oi. Espero que se lembre de mim.

- Desculpe, mas...

- A garota do shopping. – esclareceu. Invariavelmente me brindou com um sorriso simpático. Retribui com um meio sorriso.

O fardamento que usava no trabalho mostrava uma pessoa mais velha, mas ela parecia surpreendentemente jovem. Estava segura que era uma adolescente. Alta, magra e elegante. Traços marcantes. Incrivelmente bonita, com um vestido vermelho e cabelos ruivos soltos. A garota parecia um estereótipo, uma ilustração deslumbrante saída de uma página de revista de moda.

- Como veio parar aqui?

- O irmão do primo do cunhado do meu amigo me convidou.

- Isso soou... confuso.

- Eu sei, me perdoe. – ela disse, se mostrando um pouco envergonhada, e não havia como negar: sua inibição era cativante.

Não era o tipo de pessoa que devia ser tímida. Ela poderia ter o mundo aos seus pés, se quisesse.

- Você é de Miami?

- Suécia, mas eu moro aqui atualmente. Infelizmente por pouco tempo. Sinto saudades da Suécia. Até de Estocolmo em novembro.

- Agora você exagerou.

- Mas não é assim mesmo, quando a gente está com saudades de casa?

- Como?

- A gente sente saudades até das coisas ruins.

- É verdade.

- Mas sabe o que eu faço? Acompanho as notícias suecas. Acho que nos últimos anos li todas as reportagens do Göteborgs-Posten. – Se referiu ao jornal diário generalista, publicado a partir de Gotemburgo. Representada uma linha política liberal e tinha adotado o formato tabloide desde 2004.  Suas informações eram concentradas aos acontecimentos de Gotemburgo e do Oeste da Suécia, mas cobria notícias por todo o mundo. – Bem, só vim me despedir, já estou indo. Foi inesperado, mas um prazer revê-la. Não foi o que pensei que fosse acontecer quando acordei hoje.

- E o que você pensou?

- Que seria mais um dia chato, como sempre.

Ela disse e depois saiu.

 

Sinu POV

Estávamos no sofá, em forma de linhas retas atrás da parede espelhada, na sala. Alejandro girava com fervor a caneta numa das mãos, observando novamente o projeto da Ponte Gordie Howe.

- Precisamos conversar... – comentei. – Sobre Camila e a proposta de Anna Wintour. Deveríamos deixá-la decidir.

- Pode parar com isso! – Alejandro exclamou com firmeza. – Já estabelecemos que ela não faria parte disso.

- Você estabeleceu. – enfatizei. – Mas quem tem que se antepor é ela.

- Camila é menor de idade. Por enquanto, nós fazemos as escolhas.

- Exatamente. E eu já deixei claro que vou ficar do lado do que a minha filha decidir.

- Sinuhe...

- Só vou dar um aviso, Alejandro. – eu disse, de um jeito mais grosseiro do que pretendia. A surpresa dele pareceu verdadeira. – Se Camila quiser ser a capa da Vogue, ela será, e não vai ser você quem vai impedi-la.

- Precisamos debater isso juntos.

- Você não quer um debate, você deseja me convencer de que não deveria deixá-la fazer isso.

- E com razão, sei o que é melhor para minha filha.

- E eu também! – gritei. Não tive tempo de continuar o sermão, quando a voz infantil de Sofi soou.

- Mama, papa, vocês estão brigando?

- Não, mi amor. Apenas conversando. – ela estava de pijama e coçando os olhos. - Acordamos você? – assentiu. – Vem, a mama vai te colocar para dormir. – Antes de sair para ajeitar Sofi, me virei para Alejandro pela última vez. - Sua filha não é mais criança. Quando vai perceber isso?

Soube que ele reconheceu, a contragosto, que havia uma triste lógica nessa conclusão.

 

Taylor POV

Algumas horas se passaram e a festa estava mais animada do que antes. Dinah e Normani tinham ido embora mais cedo, assim como Camila e Lucy. Lauren ficou para cuidar do estado de embriaguez avançado de Vero, que precisou ser levada com ajuda de Louis e Troy até o dormitório. Shawn não tinha dado as caras depois que o vi conversando com Keaton, e Wesley e Drew tinham se enfiado escada acima com duas garotas.

Continuei circulando pelo salão, tentando reaver Alexa. Havia a perdido a mais ou menos uma hora e desde então não consegui achá-la. Numa dessas voltas, a encontrei completamente bêbada e com as roupas em desordem nos primeiros degraus da escada. Estava acompanhada de um homem também embriagado e consideravelmente mais novo, desacordado e encostado na parede. Apareci e toquei seu ombro, ela ergueu os olhos sobressaltada.

- Vem, vamos embora.

- Não preciso de ajuda, só estou levemente alcoolizada. – começou a tentar se levantar, desajeitada e sem equilíbrio. Eu sorri. Não havia a menor chance dela chegar sozinha até o dormitório

- Levemente? Você está quase entrando em coma.

Peguei seu braço para evitar que caísse, simplesmente a apertando contra mim. Houve, neste momento, uma efusão de troca. Alexa retirou o cabelo do pescoço e levantou o olhar para mim, com olhos enormes e amáveis e o corpo respondeu ante a proximidade. Me senti tensa. Por um segundo, uma pequena parcela de mim desejou beijá-la. Parecia fácil e preciso inclinar a cabeça e encontrar os lábios incitantes com os meus. Ela suspirou e levantou a mão até meu rosto e a ponta de seus dedos percorreu rapidamente meu cabelo.

- Você vai me beijar de novo?

- Não.

- Porque não? – olhou fixamente minha boca. Senti seu hálito de tequila e me movi para pôr um pouco de distância entre nós.

- Vem, vamos.

A levei para fora. Alexa nem perguntou para onde estávamos indo, nem exigiu que eu respondesse à questão anterior, se sentia disposta a seguir para qualquer lugar. Conduzi para a esquerda, para o Foxcroft Hall. Assim que paramos diante do dormitório, depois de subir com muito esforço as escadas do prédio, abri a porta com certa dificuldade. Observei Keana já dormecida.

Repousei Alexa na cama de roupa e tudo. A ajeitei e acariciei seu cabelo volumoso. Por fim, me certifiquei de que os sapatos estavam tirados e a cabeça confortavelmente apoiada no travesseiro. Que situação mais inconcebível.

- Tente dormir um pouco, ok?

- Quem era aquela garota com quem estava conversando? – inquiriu devagar.

- Não era ninguém.

- Ela era bonita. Parecia interessada em você.

- Acho difícil.

- Porque? – Me lançou um olhar sonolento.

- Não costumo chamar a atenção por onde passo. Numa multidão, dificilmente notarão minha presença. Não sou muito conhecida, a verdade é que não estou nem perto de me tornar popular. Não sei me socializar muito bem com as pessoas. A maior parte do tempo, passo sozinha, imaginando coisas que só seriam capazes de acontecer no meu cérebro. Não tenho uma beleza que se destaca, meu olhar não irá conquistar ninguém e duvido que alguém pense no meu sorriso. Sinto medo de algumas pessoas e do que são capazes de fazer. Algumas não medem esforços para conseguir aquilo que querem e para isso são capazes de passar por cima de qualquer um, não importa o quanto custe. Acho que talvez seja por isso que sou uma boa pessoa, pois eu me importo, e muito, com as outras. Eu tenho um coração, sabe? Mas em suma, eu não sou uma pessoa interessante.

- Você é interessante para mim.


Notas Finais


Então, gente, como estamos? O capítulo ficou bom? Qualquer sugestão ou comentário, já sabem, fiquem a vontade.
Qualquer erro, é só avisar.


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