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História Caminhos Cruzados - O Amor Simplesmente Acontece


Escrita por: secretlove31

Capítulo 14 - O Amor Simplesmente Acontece


Fanfic / Fanfiction Caminhos Cruzados - O Amor Simplesmente Acontece

Dinah POV

Depois da cena deprimente que aconteceu na enfermaria do colégio, Shawn foi levado por seu amigo, Keaton, até seu respectivo quarto. Enquanto andava pelos corredores deste enorme internato, encontrei ao acaso com Harry, Lucy, Vero, Ally, Troy e a mais bela de todas as beldades naturais, Normani. Ainda sentia-me culpada com todo esse “gelo” que estava recebendo dela, mas para mudar isso precisaríamos de uma clara conversa. Não posso mentir que ansiava para a concretização de nosso diálogo, mas para isso era necessário certo tempo, questão de alguns dias.

Meus amigos estavam sentados em uma das áreas de lazer que havia no internato, estavam engatados em uma conversa que parecia importante, não sabia se era sucinto atrapalhar. Harry e Lucy estavam sentados lado à lado, seguidos por Vero, que de vez em quando trocava olhares furtivos com a Vives. Ally, como sempre, estava empenhada em resolver as questões propostas de física, e ensinava Troy a fazer o mesmo de forma calma e paciente. Kordei por outro lado, estava alheia a tudo, perdida em seus próprios pensamentos.

- DJ! – Chamou-me Vero assim que dei um passo rumo ao meu respectivo dormitório. – Sente aqui conosco. – Ouvindo sua proclamação, sentei-me no único local que estava vago, ao lado de Normani.

- Como foi com o Shawn? – Perguntou Troy, desviando sua atenção da atividade.

- Olha, não sei se Lauren fez de propósito ou se foi apenas um acidente, mas ela acabou com ele.

- O quer dizer com isso? – Questionou-me Ally, olhando com olhos confusos.

- O Dr. Steinfeld constatou que o Mendes fraturou o astrágalo.

– O que demônios é astrágalo? – Iniciou Harry, com humor.

- Brooke, quer fazer as honras? – Pergunto entrando na brincadeira, com toda certeza a resposta de Ally seria mais coerente que a minha.

- O astrágalo, ou tálus, é um osso pertencente ao tarso, conjunto formado pelos sete ossos localizados na região posterior do pé. Ele está ligado aos dois ossos da perna: A tíbia e a fíbula e ao calcanhar.

- Traduza para a língua dos meros mortais. – Falou Lucy.

- Ele serve para a movimentação da articulação do tornozelo.

- Porque você simplesmente não disse isso de uma vez? Não há necessidade de ficar complicando. – Falou Harry, que teve o apoio de Lucy. Rimos com a cena.

- Onde está Camila e Lauren? – Perguntou Normani com breve humor, atraindo-nos novamente a atenção.

- Não faço a mínima ideia. – Respondi.

 

Lauren POV

- Ainda estou à espera de uma resposta. – Resmungou nossa professora Lovato, cruzando os braços em seguida e arqueando a sobrancelha.

- É culpa dessa imbecil. – Fala Camila apontando o dedo para mim.

- Minha culpa? Porque você não vai embora? Eu já estou cheia!

- Porque você não me deixa em paz, idiota.

- Você é demente, Camila. Mas tudo bem, nós já sabemos que você é retardada. Contudo, se porventura, algum dia eu me importar com o que você diz, diga aos meus amigos que me internem em um manicômio. – Vocifero com raiva.

Ela abre a boca incrédula. Sua pele nesse momento estava levemente vermelha de raiva, a minha não deveria estar muito diferente. A senhora Lovato assistia tudo com um leve sorriso no rosto, mas ao mesmo tempo estava apreensiva.

- Do que você me chamou, sua estúpida?

Questionou sem exigir resposta, vindo em minha direção e prensando meus ombros outra vez contra os armários. Segurei seus braços com força, mas sem machucar. Nossos rostos estavam próximos o suficiente para que nossas respirações ficassem indistintas, juntas e misturadas. Podia sentir o calor de seu hálito inebriante, e também era capaz de olhar em seus olhos castanhos, que me atraiam para um abismo infinito.

- Quer que eu repita? Será o maior prazer, Tanajura, porque eu apenas falei a verdade.

- Já chega! – Gritou a professora, segurando Camila pela cintura, a tirando de perto de mim. – Brigando desse jeito nunca irão se entender... Venham aqui agora, as duas.

 Falou perdendo parte de sua paciência, segurando eu e Camila pelo braço e dirigindo-se até a porta de saída do vestiário, sem ao menos esperar colocar uma roupa.

 

* * *

- Estou esperando uma resposta. Porque estão brigando tanto? – Perguntou Demi calmamente.

A professora havia nos trazido a um sala, o tamanho era natural. As paredes eram na cor branca, tinha uma mesa de vidro transparente no fundo com algumas cadeiras a sua volta e um sofá de couro preto com almofadas na mesma tonalidade de branco. A frente, uma televisão enorme e um centro particular.

Em seguida nos mandou que nos sentássemos à mesa, frente à frente. A latina estava inquieta e estressada, com as pernas entrelaçadas e balançando o pé incansavelmente. Eu não estava diferente, mas tentava a todo custo manter o decoro, tinha os braços cruzados e sobrancelhas franzidas.

- Não pense em abrir a boca para contar mentiras. Porque tudo o que fiz, você mereceu.

- Quando quiser me ver tomando banho basta me avisar. – Falei cínica, vendo e ouvindo-a bufar ferozmente.

- Professora, eu posso explicar. – Iniciou Camila, olhando-a fixamente. - Eu fui ao vestiário porque precisava esclarecer uma coisa com a Lauren.

- Porque não fala a verdade? Você entrou no banheiro só para me ver pelada.

- Cale a boca, seu palmito de olhos verdes. De nada me vale suas misérias.

- O que? Minhas misérias?

- Senhora Lovato, se soubesse o que a Lauren inventou, me entenderia.

- Claro! E para isso tinha que me ver de toalha.

Camila espalmou suas mãos fortemente na mesa, levantando-se e inclinando seu corpo em minha direção, olhando no fundo de meus olhos.

- Vamos esquecer isso por um minuto... É evidente que não se suportam. – Concordamos prontamente e sem hesitar. – E pode ser por dois motivos: O primeiro é que se atraem enormemente e... – Nessa hora Camila cai em uma gargalhada estridente.

- Eu me atrair por essa coisa? Não brinque com isso, professora. Nem se o ser humano dependesse disso para continuar sobrevivendo na terra.

- Digo o mesmo. Nem que a terra fosse atingido por um meteoro.

- Já vi que esse não é. O outro motivo é que não se conhecem. Mas como castigo, ficarão as duas aqui, se avaliando. Não quero saber se vai durar um minuto, uma hora ou até mesmo uma semana, mas só sairão daqui quando começarem a se entender.

- Como assim, professora? – Perguntei abismada. Lovato respirou fundo e se pôs a falar.

- Vocês duas. – Apontou para mim e Camila. – Ficarão aqui, trancadas nesta sala. Imaginem que estão em uma ilha e que são as últimas sobreviventes. Assim, precisarão aprender a ficar juntas e conviver em harmonia.

- Nós vamos acabar nos matando.

- Pode ser, mas terão que achar um motivo para se odiarem, tem que ter algum fundamento. Vocês dormirão aqui hoje.

Camila arregalou os olhos, descrente, assim como eu. Minha professora só poderia ter perdido as faculdades mentais.

- Mas aqui só tem um sofá. – Argumento. Lovato olha ao redor, constatando a verdade pura.

- Não há problema, podem dividi-lo. Vocês têm meia hora para tomarem banho e trocarem de roupa. Enquanto isso, esperarei aqui, não se atrasem. – Falou com leve ar de riso, pondo-se a andar em direção do sofá a nossa frente.

Eu e a latina irritante saímos da sala, ela bufava a cada segundo que se passava e seus passos pareciam que rachariam o piso de mármore do internato. Eu permaneci impaciente, entretanto estava mais preocupada em segurar a toalha em volta de meu busto, já tinha soado o toque de recolher, no entanto, algumas pessoas ainda se mantiveram pelos corredores. Tenho que segredar que o olhar de alguns estava me incomodando.

- Você tem em mente quebrar o chão? Porque é isso que vai conseguir se continuar a andar desse jeito.

Ela para de marchar no mesmo instante, fazendo eu quase esbarrar fortemente em seu corpo. Vira-se em minha direção com os olhos pegando fogo.

- Não fale comigo, idiota. Porque se você não tivesse mentido e falado para o Harry que namorávamos isso não estaria acontecendo. Sua imbecil!

- Para a sua informação, foi apenas uma brincadeira inocente.

Tento justificar, o que atrai a ira de Camila, que revira os olhos e resmunga.

- Inocente? Eu, sinceramente, não vou perder meu precioso tempo discutindo com você, com sua licença.

 

* * *

Cheguei ao dormitório furiosa, é incrível o talento que a Cabello tem de me tirar do sério. Logo me deparei com DJ e Vero, estavam conversando sobre algo banal e sem importância momentânea. Quando viram meus trajes abriram a boca descrentes e confusas, eu não estava muito divergente.

- Porque você está sem a roupa?

- Aquela latina me tira a razão. É inacreditável a capacidade que tem de me estressar. Ela tem atitudes de menina e postura de mulher, e isso está me enlouquecendo. Camila está me enlouquecendo.

Falei sem intervalo de tempo de uma frase a outra. Minhas amigas me encaravam com as sobrancelhas franzidas, dúbias.

- Já acabou o monólogo? – Perguntou Vero, apenas assenti. – Ótimo! Agora nos explique o que aconteceu e o porquê de estar sem roupa.

- Aconteceu que se eu não tivesse me apaixonado por Camila, minha vida estaria milhões de vezes mais fácil. Mas não, o idiota do meu coração tem que bater mais rápido quando está na presença dela, tem que me deixar nervosa e encantada por sua beleza. Até quando ela está com raiva fica adorável. – Jogo-me em cima de minha cama, passando as mãos por meu rosto.

- Mas vocês não estão namorando? Não é ruim estar apaixonada por sua namorada. – Argumentou Dinah mais confusa ainda.

- Ela não é minha namorada, eu disse isso para o Harry porque estava com ciúmes. E no final não valeu a pena, porque ele é gay.

- Disso nós sabemos. – Falou DJ.

 No interior de meus pensamentos questionei-me do porque de elas terem conhecimento disso e eu não.

- Vocês sabiam e não me contaram?

- Ver você passar vergonha é muito mais engraçado. Não seja dramática, branca de neve. Quem me disse isso foi a Lucy, e eu acabei comentando para a Dinah. Falando nisso, você perdeu a aposta.

- É verdade. E confesso que estou ansiosa para ver você demonstrando interesse na Mila, inclusive, não poderei perder de maneira alguma o beijo que terá que dar nela. – Falou Dinah com um sorriso mal-intencionado.

- O Chris gosta da Camila, não posso beijar ela na frente dele. Devo lealdade ao meu irmão.

- Não. Você deve lealdade a si mesma. – Comentou Vero, com ar de seriedade, recebendo apoio de Dinah, que ainda permanecia sentada na cama.

- Quer que eu afronte meu próprio irmão? – Digo enquanto me direciono ao guarda-roupa, no extremo do quarto.

Tinha menos de meia hora para estar pronta, não poderia de maneira alguma me atrasar. Então, peguei o primeiro pijama que encontrei, um conjunto preto de seda.

- Não estou dizendo isso. Só acho que deveria parar de tratá-la com tanta indiferença. Você gosta dela.

- É melhor assim, Vero. – Digo terminando de me vestir. Dinah revira os olhos e se põe de pé, parando a poucos centímetros de mim.

- Melhor para quem? Deixe de ser tão masoquista, você não pode esperar o seu irmão se “desapaixonar” pela Camila. Porque quando isso acontecer talvez seja tarde demais, quiçá ela já esteja com alguém que realmente deu valor a ela, pode não estar mais sozinha.

- Você está disposta a esperar ela. Mas ela está? – Perguntou retoricamente, deixando-me com mais duvida ainda. Meus pensamentos estavam a mil, então, fiz a primeira coisa que se passou por minha cabeça: Saí do dormitório as pressas.

 

Camila POV

- Eu nunca mais quero ver alguém pelado na minha vida. – Digo entrando em meu dormitório. Mani, Harry e Lucy estavam conversando, mas se mantiveram calados quando entrei.

- Do que está falando, Bunduda? – Pergunta Lucy, que estava com a cabeça de Harry em seu colo, mexendo em seus cabelos encaracolados, enquanto o mesmo mexia compulsivamente no celular.

- Quando entrei no vestiário metade dos meninos do time estavam pelados. E minutos depois acabei vendo a Lauren sem roupa.

- Você viu a Jauregui nua? - Pergunta Mani, boquiaberta. Harry se pôs sentado em milésimos de segundos.

- É grande? Porque sua namorada é um pedaço de mau caminho, eu mesmo faria um estrago com aquele corpo. Mandaria ela me jogar na parede e me chamar de lagartixa. – Disse meu amigo, com um comentário desnecessário, o que fez Lucy e Mani gargalharem alto.

- Meu Deus! Gamou nela, Harry? – Perguntou Lucy, ainda com ar de riso. – Pensei que não gostasse de mulher.

- E eu não gosto. Mas ela vem com um brinde, posso fazer uma exceção. – Olhei feio para ele, se olhar matasse eu já teria desintegrado meu grande amigo da terra. – Mas como ela é sua namorada, eu dispenso. – Retratou-se com um sorriso nervoso e cínico ao mesmo tempo. - Camilinha, posso lhe fazer uma pergunta? Não quero que se ofenda, é apenas curiosidade. – Como permaneci calada por um tempo, Harry levou meu silêncio como uma afirmação. – Ela é boa de cama?

- Harry!

- O que? Transar é normal. Não banque a celibata comigo. Você não permanecerá virgem o resto da vida.

- Eu não sei, Hazza. Nos nunca transamos. – Respondi, mesmo que internamente estivesse com vergonha. Meu amigo apenas revirou os olhos.

- Posso saber por quê? Eu teria aberto as pernas e dito “vem com tudo, baby”. – E mais uma vez, Lucy e Mani caíram na risada. – Mas a boca dela já conheceu a sua, Camila?

- Bem... – Sinto a pigmentação de minha pele ficar avermelhada, não precisava mais responder, eles já tinham caído na risada mais uma vez. – Quer saber? Tchau para vocês, tenho que tomar banho.

 

* * *

Entrei na sala em que a professora Lovato pediu, constatando que Lauren já estava presente no recinto. Usava um conjunto casual, porem era praticamente uma segunda pele de tão justo. Poderia dizer que suas sobrancelhas fresadas e os braços cruzados completaram-na com um estilo mais “bad girl”.

- Já que estão aqui, eu irei me retirar. – Disse a professora Demi com ar de riso, era como se, de alguma forma essa situação a agradasse. – Tentem não se matar. – Disse por fim e se retirou, foi possível ouvir o barulho do trinco sendo trancado.

Ela estava sentada no sofá, de maneira que ocupava quase todo o espaço, por essa razão resolvi permanecer em pé. A Jauregui batia seu ensejo no chão, fazendo um barulho irritante. Permaneci em silencio, fitando o chão. Lauren tinha uma personalidade muito estranha e confusa, que oscilava entre picos de humor que esbanjava uma confiança soberba.

- Pode para de fazer esse barulho? Está me deixando louca.

Encarei seus poderosos olhos esmeralda, mas não consegui sentir-me intimidada. Não tinha medo dela, suas reações é que me preocupavam. Sem dúvidas, seu temperamento era meu único receio.

- Pode parar de respirar, por favor? Me incomoda.

- Vamos acabar com isso de uma vez por todas. Eu não aguento você nem mais um minuto.

- Que bom que percebeu, Tanajura. Mas você tem culpa por ter entrado no meu vestiário.

- Mas o que eu vi, não me impressionou. – Falei olhando-a no fundo dos olhos.

- Isso porque não viu em ação. – Se pôs de pé, a poucos centímetros de mim. Meus olhos se abriram no mesmo instante em que terminou sua frase.

- E nem quero. – Lauren ri abertamente, fazendo-me revirar impetuosamente os olhos.

- Tem certeza?

- Como é pretensiosa. Você se acha, não é?

- Apenas constato os fatos.

- Baseando-se em quê? – Pergunto buscando em vão manter a calma e o decoro.

- Primeiro entra no meu quarto comigo sem a blusa, depois vai até o vestiário e me aborda pelada. Os fatos são claros, não é difícil adivinhar.

- E você ficou bastante nervosa quando a linda donzela viu você sem roupa, não foi?

- Quem disse que você é linda? – Pergunta retoricamente com um sorriso de presunção.

- Deve ter algum motivo para você não tirar os olhos de mim. – Pude perceber a perturbação que Lauren estava sentindo, ela respirava pesadamente.

Ao notar que a tensão que nos rondava era tamanha, decidi que se nos mantivéssemos distantes seria mais viável para que eu raciocinasse direito. Mantive-me na outra extremidade da sala, digamos assim que, de forma próxima da janela, que ficava distante do sofá onde eu dormiria.

Lauren tinha um olhar um pouco perdido, fosco. Eu estava em pé, observando a chuva que caía lá fora. A única coisa que me separava da garoa era a vidraça transparente. Por azar, trovões cortaram os céus, relâmpagos sacudiram a terra. Pude sentir o medo aflorando por sobre meus poros, mas não podia demonstrar, Lauren me acharia tola, mas não sabia por quanto tempo aguentaria.

 

Lauren POV

O barulho da chuva se fez presente, e como o vento, esfriou o ambiente. O clima estava mais que agradável, um frio que poderia ser momentâneo, mas era afável e ameno. E mesmo assim, a metros de distância, pude notar a tensão que pairava sobre Camila.

Estava tudo aprazível até que um lampejo rasgou os céus e os astros se despedaçaram, fazendo com que a luz se apagasse, deixando a sala em uma completa escuridão. A nuvem de penumbra cobria o céu do lado de fora, senti Camila soltar um suspiro sôfrego.

- Acho melhor nós procurarmos algumas velas por aqui. – Falei cortando o silencio. O crepúsculo que abonava o anoitecer permitia que feixes de luz clareassem a sala minimamente.

- Também acho. – Falou se aproximando devagar.

Chegamos a outra extremidade juntas, o armário era grande e de madeira, mas um completo desconhecido por mim. Comecei a passar as mãos pelas coisas, tentando achar algo que nos ajudasse, porém não obtive sucesso. Sentia a madeira fria sobre meus dedos, depois alguma coisa manuseável, parecido com um troféu ou algo do tipo. Mais adiante toquei em algo macio, de diferente textura e firmeza. De imediato, senti um tapa forte em minha mão, o que me causou confusão.

- Meu Deus, mulher, porque me batestes? – Perguntei indignada, alisando o local atingido.

- Tire a mão daí. – Vociferou com voz arrogante.

- E o que foi que eu peguei?

- Na minha bunda, sua tarada. – Camila diz enquanto abria as diversas gavetas e portas que o armário possuía.

Minha boca se alargou em um sorriso afortunado, feliz. Pode não ser a coisa mais sincera e propícia para o momento, mas não serei hipócrita e dizer que esse acontecimento não me alegrou, seria mentira se o fizesse.

- Perdoe-me, não tive a intenção.

- Achei! – Gritou animada, ignorando minhas desculpas.

Ouço o fósforo sendo riscado, iluminando-se a nossa volta. Descobri que o que eu pensei que fosse um troféu, era nada mais que um candelabro de velas, o que facilitou nosso trabalho. Após acendê-las, Camila pegou-o e pôs-se a andar para o centro da sala, o repousando sobre o centro, entre o sofá e a janela.

Colocou-se de frente a vidraça transparente, sua expressão era pensativa, contemplativa. De duas coisas eu tinha certeza no momento, a primeira era que Camila era um pequeno e considerável enigma para mim. E a segunda: Eu estava desesperadamente apaixonada por ela, de uma maneira exorbitante e assustadora.

Foi pensando nisso que resolvi contemplar sua presença, ela estava inacreditavelmente linda esta noite, ainda mais do que a primeira vez que lhe vi. E por este instante, resolvi prestar atenção em suas vestimentas. Usava uma camisola preta, que delineava todas as suas curvas latinas.

Sem controlar meus movimentos, segui em sua direção lentamente, atraindo suas atenções para mim. E assim que Camila me fitou, perdi-me no mar de seus olhos castanhos.

- Para, Lauren! – Grunhiu Camila, olhei-a completamente confusa.

- Parar com o que?

- De me olhar desse jeito.

- Perdão se a incomodou. – Ela apenas assente, ficamos em silêncio por alguns minutos. Seus braços estavam cruzados, as sobrancelhas fresadas e a cabeça encostada de lado na parede, mas de alguma maneira não conseguia tirar meus olhos dela, eu sentia uma atração absurda por Camila. – Você fica engraçada quando está muito séria.

- Não fico, não.

- Claro que fica, Camz. E fica muito linda também.

- Faça o favor de se manter calada pelo resto da noite.

Falou a Cabello em tom controlador, movendo-se pela sala em direção ao sofá, sentando-se no mesmo, soltando um suspiro esgotado. Em questão de segundos depois, segui o mesmo caminho que ela, assentando a sua esquerda.

- Camila, posso te fazer uma pergunta pessoal? – Ela arqueia a sobrancelha direita. Tomei seu silencio com um “sim”, uma maneira de seguir. – Você e o Shawn já tiveram alguma coisa além da amizade?

- Porque está me perguntando isso?

Abri minha boca para dar a desculpa mais esfarrapada que alguém poderia falar, mas nada foi proferido. A realidade é que eu não sabia o que dizer. O silêncio de Camila estava me deixando apreensiva, com receio da resposta, mas meu coração necessitava saber a verdade.

- Não, nunca. Nem sequer um beijo. Nos conhecemos desde que tínhamos treze anos, o achei bonito, mas jamais senti atração. Com ele foi o contrário, sempre demonstrou ter uma afeição enorme por mim, mas eu achava que era carinho de irmão. Mas Lucy, Mani e principalmente Harry, me falavam continuamente que Shawn era apaixonado por mim. Mas ele nunca se declarou, demonstrava, mas jamais confessou. Ele sempre foi um pouco obsessivo, mas com você ele ultrapassa todos os limites. E o pior é que Shawn não tem motivos.

- Na realidade, tem. Pelo que eu pude perceber, ele não ficaria nada feliz se tivesse conhecimento do nosso beijo.

- Nem fale isso. Ele seria capaz de mandar te matar.

Rimos com essa pequena piada as custas de Shawn, e espero que não seja a ultima. É inacreditável como sua risada é encantadora.

Meu pecado principal foi não resistir a mais bela criação de Deus. Meu sorriso enfraqueceu e levei uma de minhas mãos para pegar uma mecha de seu cabelo que caía pretensioso em seu rosto, com um movimento lento, o coloquei atrás de sua orelha e deixei a mão ali em seus cabelos.

Estiquei os dedos roçando-os em sua nuca e um arrepio de calor correu por meu corpo, acordando um batalhão de borboletas frenéticas em meu estômago. Meus olhos ficaram presos nos dela e mergulhei no fundo de seus castanhos. Reconheci aquele olhar, olhos brilhantes e decididos.

Camila levou sua mão até meu rosto, acariciando-o, trazendo-me para mais perto. Senti seu corpo se aproximar e meu coração explodiu no peito, frenético e descompassado. Minha respiração voltou ofegante, seu perfume tomou minha garganta e me concentrei em sua boca... Não havia mais volta.

Com a mão firme, ela inclinou levemente minha cabeça, levando meu rosto de encontro ao seu. Sua respiração acelerada roçou minha pele, mas seus movimentos ainda eram vagarosos. Cada pelo meu se arrepiou gradativamente, meu desejo era exorbitante, imenso e insaciável.

- Posso lhe confessar uma coisa? 

Perguntei ainda fitando seus perfeitos lábios grossos. Camila levantou os olhos de encontro aos meus e assentiu veemente. Quando cruzamos nossos olhares minha respiração já estava acelerada e eu não era a única... Camila também estava afetada com nossa proximidade.

- Pode. – Disse com a voz fraca e suave. Tive que sorrir minimamente quanto a isso.

- Eu tentei. Juro que tentei não pensar naquele beijo, tentei não lembrar de você, mas acontece que eu não consigo. Eu preciso sentir o gosto dos teus lábios mais uma vez.

- Eu vou te ajudar.

Era a desculpa de que precisava, e foi tudo o que ela disse antes de atrelar nossas bocas em uma única. O vento gelado da noite soprou ao nosso redor e, previsivelmente, os braços de Camila se fecharam em volta de meu pescoço. A lua deveria estar incrivelmente redonda pairando no céu acima de nós. Ela pediu passagem com a língua, e cedi sem pensar duas vezes, logo, todo o barulho que se ouvia na sala, além do forte lampejo, era a fricção entre nossas línguas.

Um calor aqueceu meu peito e correu por meu corpo, minha cabeça flutuava enquanto nos beijávamos, em meio ao desespero, a língua de Camila golpeou-me novamente, minha pele estava ultrassensível. Escutei-a gemer.

Toquei-lhe a pele, deslizando a mão por sua caixa torácica, abaixo dos seios intumescidos. Meus dentes mordiscaram-lhe o pescoço, a garganta. E tudo o que ela conseguiu fazer foi resmungar algo inarticulado. O golpe de calor foi erótico.

Ela tirou minha blusa com as mãos, e agora eu estava somente de sutiã, por um momento me mantive parada enquanto saboreava a sensação de sua mão contra mim. Podia sentir meu corpo endurecer ainda mais, quente, grande, e tomado pela necessidade. Um sorriso leve se formou em sua boca. Minha língua deleitava sua pele, um sabor feminino e apimentado.

Meus músculos se contraíram, repuxaram-se. Fechei os olhos diante das demandas de meu corpo. Fogo se alastrava sobre meu peito, espalhando-se por minha barriga lisa ainda mais abaixo, atormentando-me com uma promessa dolorosa e não cumprida de orgasmo. A língua suave de Camila me provocava, dançava sobre a minha a ponto de fazer-me pensar que ficaria louca.

Até que senti Camila me empurrar pelos ombros, nos separando violentamente. Ela gemeu e cobriu o rosto com as duas mãos de forma desesperada.

- Sinto muito, eu não sou assim. Não respondo as pessoas dessa forma e não sou de ficar provocando.

- Fique calma, Camz. Respire.

- Acho melhor nós dormirmos, está ficando tarde. – Apenas me ative a assentir a cabeça. Olhando pela sala, a procura de algum lugar para eu repousar meu corpo.

- Você pode ficar com o sofá, eu me viro em algum lugar por aqui. – Digo sorrindo sem graça e tímida.

- Não precisa, você pode dormir comigo, creio que haja espaço suficiente. Além do mais está frio e temos apenas um cobertor.

- Não quero lhe incomodar.

- E onde irias dormir? No chão? Em cima da mesa? – Desviei meu olhar de seus olhos penetrantes. – Pode dormir comigo, não haverá problema algum. A não ser que tenha em mente me atacar durante a noite.

Brincou, tendo um sorriso em seus lábios, presunçoso. Era mais que óbvio que a ideia de beijá-la novamente ainda rondava meus pensamentos. Mas ainda terei mais uma chance: A aposta que Vero, eu e Dinah fizemos. E cumpriria com ânsia amanhã na hora do intervalo.

A partir daí, nos aconchegamos no sofá, eu ainda estava um pouco nervosa para dormir com Camila, ela naturalmente, continuamente e diariamente causava esse efeito em mim. Fiquei por trás dela, que se aproximou vagarosamente de mim, de forma que nossos respectivos corpos estavam colados um ao outro.

Passei minha mão lentamente pela cintura fina de Camila, e repousei meu rosto junto ao seu pescoço, fazendo minhas narinas inalarem sua essência alucinante de morango.

- Eu amo o seu cheiro.

 Digo, deixando um singelo e casto beijo em sua nuca, fazendo-a se encolher e seus pelos se arrepiarem, provavelmente com o vento frio que tomava conta do lugar.

- Obrigada!

Neste momento poderia até imaginar o tom avermelhado que foi adotado em sua face. E com um sorriso presunçoso e sincero, consegui dormir, e sonhei com seus hipnotizantes olhos castanhos.

 

Camila POV

Havia acabado de despertar, determinada maneira impressionante, meu humor tinha atingido o seu ponto mais forte, eu estava feliz, realizada até. Conseguia sentir um peso em minha cintura, o braço de Lauren estava lá, segurando-a com devoção, como se fosse protegê-la. De algum jeito isso me confortou.

Virei meu corpo lentamente, tomando cuidado para que não fizesse nenhum movimento brusco, não estava em meus planos desperta-la. Lauren dormia como o mais celeste dos anjos, tão tranquila e delicada, sua beleza era incomparável.

Após ouvir o barulho da porta se destrancando tirei seus braços de mim e resmunguei. Só queria ficar mais alguns poucos minutos ali ao seu lado. A luz tímida encheu o ambiente e Demi se revelou por entre a claridade, possuía um sorriso espontâneo no rosto.

- Que bom que já está acordada, me culparia se tivesse que desperta-la.

 Sua voz saiu suave e gentil, e tudo o que fiz foi sorrir educadamente para ela.

- Sim, mais em compensação, Lauren ainda dorme.

- Poderia fazer a gentileza de acordá-la? 

Apenas assenti e virei meu olhar para a mulher que estava deitada comigo. Deveria ser considerado pecado despertar alguém tão belo.

Com a mão acanhada, toquei-lhe a face, lisa e serena, passei meus dedos por seus cabelos, fazendo uma pequena massagem. Quando sou contemplada com seus lindos olhos verdes direcionados a mim. Um sorriso largo tomou conta de ambas as faces.

- Oi, Camz.

Sorri ainda mais ao ouvir novamente o novo apelido que ela me deu, era muito melhor do que “Tanajura”. Mas tinha a obrigação de confessar, os dois caiam perfeitamente bem sobre mim.

- Oi, Lauren.

Nossos olhares ainda estavam conectados, quando ouvimos um resmungo de Demi, por um instante havia esquecido que ela também estava presente no recinto.

- Está quase na hora do café-da-manhã, vim acordá-las e as tirar do castigo, mas espero que isso sirva de lição e que eu não precise repetir. – Argumentou com ar de seriedade, apenas assentimos. – E se me permite perguntar... Porque está sem a blusa, Lauren?

- Estava calor.

Disse a mesma. Demi a olhou completamente desacreditada, francamente, esta foi a pior mentira que ouvi.

- Choveu a noite inteira, não tinha energia para que o aquecedor se mantivesse ligado e você está me dizendo que estava com calor?

- É... Mais ou menos isso.

- Vou fingir que acredito, e enquanto isso quero as duas no refeitório para o café matinal.

Em questão de segundos, nossa professora deixou a sala com ar de riso, não seria estranho crer que ela saiba perfeitamente o que aconteceu entre nós ontem. Pus-me rapidamente de pé, enquanto Lauren pegava sua blusa que estava jogada no chão, do lado avesso.

- Você fica linda quando acorda.

Falou ela, sorrindo de lado, sensualmente, eu diria. Apenas revirei os olho.

- Cale a boca. Meus olhos devem estar inchados e meu cabelo provavelmente uma bagunça.

- Mesmo assim está adorável.

- Vamos logo, estou faminta. E ainda tenho que me trocar.

 

Lauren POV

Hoje era sexta-feira, faltava apenas uma semana para o baile à fantasia promovido pelos meus pais e os Cabello’s. Tinha em mente escolher minha fantasia neste fim de semana. Ainda não tinha a mínima ideia do que seria, mas o tempo me daria as alternativas e, consequentemente, a resposta.

Havia acabado de me trocar, vestido o uniforme do colégio, e neste momento estava sentada com meus amigos, os amigos de Camila e minha irmã, Taylor. Meus pensamentos estavam a mil, pensava em tudo e quase nada, imaginava como poderia findar a aposta que perdi para Vero e Dinah.

- No que tanto pensas? – Perguntou-me Keana com um sorriso simpático, nestas semanas que estou no internado ela está se saindo uma boa companhia para mim.

- Nada em especifico. – Sorri nervosa, afinal, não era uma grande desculpa e mentir não era, realmente, o meu foco.

No final, engatamos em uma conversa paralela sobre o clima frio que dominada o internato por completo. Mas meu mundo parou assim que percebi sua presença.

Que efeito é esse que ela tem sobre mim? Porque desperta em mim tamanha paixão? Que sentimentos avassaladores são esses que ela me trás? Me tira a razão, minha sanidade e principalmente minha moral. E eu havia prometido a mim mesma me afastar dela para deixar caminho para meu irmão. Mas a questão é que eu simplesmente não consigo, algo muito forte me impede de tentar.

- Fecha essa boca, garota. Quer um babador? – Perguntou Vero cinicamente. Arrancando risos de todos os presentes na mesa, menos de Keana, que não esboçou reação alguma.

- Vá se foder!

Ignorei todo e qualquer comentário e me pus de pé, seguindo em direção a Camila, que estava pegando seu café-da-manhã e sorria agradecendo a mulher que lhe entregou sua refeição matinal. Um sorriso tão lindo que senti o tempo parar ao meu redor. Minha expressão era de um desejo árduo e sutil, tão ágil e luminoso como toda a pureza que há na mais bela das flores. Ela olha para meus olhos e por esse instante deixa de sorrir.

 

Camila POV

- Obrigada! – Agradeço-a e recebo um sorriso em troca, acompanhado de um aceno positivo de cabeça. Viro-me, minha intenção inicial era seguir para minha mesa, isso se Lauren não tivesse surgido do nada e parado bem a minha frente. Acompanhada de sua postura segura, e com um sorriso belíssimo, seus olhos estavam mais verdes do que nunca. – O que você quer?

- Bom dia para você também, Camz. Eu estou ótima, obrigada por perguntar.

 Falou cínica. Tudo o que consegui fazer foi revirar os olhos em descrença e bufar de maneira atroz.

- Não tem nada melhor para fazer além de ficar me importunando?

Tentei desviar seu corpo, mas ela deu um passo a minha frente.

- Até tenho, mas gosto da sua companhia.

- É impressão minha ou você está flertando comigo?

Lauren suspirou pela primeira vez e ficou ainda mais linda. Com uma atitude decidida ela deu um passo à frente e agarrou minha mão delicadamente. O calor de nossas mãos provocou calafrios involuntários. Meu olhar neste momento, assim como meu humor, era dúbio.

- Estou fazendo você se sentir assim?

- Jamais! E você está perdendo seu tempo.

- Conversar é perda de tempo?

- Nós não estamos conversando, você está me paquerando. – Me soltei de seus braços e segui para a máquina de refrigerantes, necessitava neste momento de um suco natural sem açúcar. Mas, infelizmente, Lauren ainda estava em meu encalço. – Posso te fazer uma pergunta?

- Claro! O que deseja saber? Sou um livro aberto.

- Me disseram que no seu antigo colégio, você era bastante cobiçada, mas também me contaram que nunca usou isso ao seu favor. Por quê?

- Nenhuma fazia o meu tipo.

Eu ri, ligeiramente voltei minhas atenções para a máquina a minha frente, abaixando-me para pegar o que solicitei.

- E qual é o seu tipo, Lauren Jauregui?

- O meu tipo é... – Ela andou vagarosamente até mim, meus pelos se eriçaram assim que senti sua respiração ritmada perigosamente próxima de meus ouvidos. – Latinas, de naturalidade cubana, de preferência você, Camila Cabello.

- Co... Como é? – Perguntei gaguejando. 

O nervosismo que estava sentindo era notável a milhares de distâncias. Estávamos próximas o satisfatória para que meus olhos seguissem diretamente a linha de sua adorável boca.

 

Shawn POV

Ódio! Desde que saí da enfermaria do internato até agora, tudo o que eu sentia se resumia à ódio. Ira plena, fugaz e desdenhosa. Nunca simpatizei com a Jauregui, sempre tive a completa opinião de que era sentia fascinação pela Camila, apesar de nunca ter confirmado isso.

O sentimento de fúria me corroía, ela me impediu de participar dos intercolegiais, e de bônus ainda quebrou meu tornozelo. Hoje teria treino, e consequentemente, um novo capitão seria escolhido, tudo o que me trás sossego é que tenho a plena certeza que o treinador Bieber não escolherá Jauregui, afinal, ela acabou de entrar para o time. Pelo menos isso me trazia um pouco de paz.

- No que tanto pensas?

Perguntou-me Keaton, que estava lendo um livro chamado “ O nome da rosa”. Sua expressão me parecia concentrada na leitura e no contexto passado pela obra de Umberto Eco.

- Em quem será o novo capitão do time.

- Fique tranquilo, provavelmente será eu ou o Drew. Em outras hipóteses, talvez até mesmo o Troy.

- Troy, não. Seria péssimo se ele fosse o capitão, não sei se notou, mas agora ele senta-se na mesa da Jauregui. Não podemos mais confiar nele. – Drew olhou-me confuso.

- Espere um minuto... Você acha que Troy seria capaz de nos trair? Somos amigos há anos.

- Ele sempre foi diferente de nós, por enquanto não podemos confiar nele, apenas usa-lo. Fingir que somos amigos para arrancar qualquer tipo de informação rentável.

- E você tem algum plano quanto a isso?

- Não, mas pensarei em algo o mais rápido possível. – Digo pondo minha mão a acariciar meu queixo, de forma pensativa.

Meu tornozelo estava engessado, e ainda que tentasse o manter paralisado, conseguia sentir dor irradiando de meus poros, de forma aguda. Drew se põe de pé, o que inicialmente causa-me confusão instantânea.

- Estou com muita fome, quer alguma coisa do refeitório?

Põe seu livro sobre a cama e caminha lentamente até a porta.

- Eu vou com você, quero manter os olhos abertos por causa do Troy e principalmente na Lauren.

- Claro. Mas o doutor Steinfeld lhe mandou permanecer em repouso, posso ficar vigiando eles por você.

- Não será a mesma coisa, quero tirar minhas próprias conclusões. Agora vamos, quanto mais cedo estivermos lá, mais podemos observar.

Com dificuldade, em conjunto com o auxílio de Drew, me pus de pé. Meu amigo caminhou até o outro extremo do quarto e pegou delicadamente as canadianas que o doutor Steinfeld me entregou cedo da noite de ontem.

 

Lauren POV

Toda a proximidade que estávamos fazia meu sangue ferver e cada pelo de meu corpo se enrijecer, e ao mesmo tempo, liquefazer-me de amor em seu bel prazer. Uma vez Diego Marchi disse que na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível. Da maneira mais admirável possível, todos os caminhos para as respostas de meus questionamentos se resumiam em uma única palavra: Camila.

E quando, em um lampejo de esquife, fundi nossos lábios, não há em mim mais razão. Minha mente apenas pensava nela, não em mim, não no mundo, unicamente nela. Minha doce e bela donzela, Camila. Ela foi surpreendida com minha atitude, mas logo ao passar de segundos, meu beijo estava sendo correspondido. Nada há em mim, nada que possa se dizer inocente.

Por Camila entraria em mil caminhos sem saída, em túneis onde não se há luz, em astros incandescentes e flamejantes. Poderia beijar milhões de boca, mas seu gosto de mim jamais sairia. Sabia que não estávamos sozinhas, provavelmente neste exato momento estávamos sendo observadas por todos, mas eu simplesmente não consigo me importar. Nossas línguas batalhavam e minha alma festeja. Quando dois lábios não podem se beijar, dois olhos se beijam numa troca de olhar! Com isso, eu e Camila nos beijávamos constantemente, incansavelmente e insaciavelmente.

Sinto um vento que toca minha face, lambuza-se nos meus desejos, afaga meus cabelos desesperado. Cheira-me, beija-me, acaricia meus lábios...

Envolve meu corpo, cochicha nos meus ouvidos, fala de amor, fala de nós, murmura suavemente; Amo-te. E eu fico completamente sua, e tenho você toda minha... Porque sou sua metade, e você é metade minha, eu sou todo seu encanto, e você minha encantada. Você então será eterna, em minha alma, nos meus versos.

 

Harry POV

Aqui, da nossa mesa, que era em conjunto com os amigos da Jauregui, dava para ver perfeitamente a cena mais que romântica e enamorada de Lauren e Camila. Era impossível não notar, todos os presentes fitavam a mesma direção. O beijo era de tudo um pouco, mas em todos, um.

Por falar em beijo, só namora quem beija de mil maneiras e sabe cada pedaço e gostinho da boca amada. Beijo de roçar, beijo fundo, inteirão, os molhados, os de língua, beijo na testa, beijo livre como o pensamento, beijo na hora certa e no lugar desejado. Sem medo nem preconceito.

Beijo na face, na nuca e aquele especial atrás da orelha no lugar que só ele ou ela conhece. Namora, quem começa a ver muito mais no mesmo que sempre viu e jamais reparou. Flores, árvores, a santidade, o perdão, Deus, tudo fica mais fácil para quem mais sabe de verdade o que é namorar.

Por isso só namora quem se descobre dono de um lindo amor, tecido do melhor de si mesmo e do outro. Só namora quem não precisa explicar, quem já começa a falar pelo fim, quem consegue manifestar.

- Não acredito que a Jauregui fez realmente isso. – Falou Vero com um sorriso estampado e largo na sua cara.

- Confesso que nem eu. – Completou Dinah tendo a mesma expressão da Iglesias.

Todos que estavam no refeitório mantinham expressões confusas e desacreditadas. Admito que eu também estava entre eles, em dado momento Camila disse que elas não namoravam, no dia seguinte se beijam dentro de um refeitório lotado. Sinceramente não sei em quê acreditar.

- Talvez tenhamos finalmente o casal Laurmila. – Falou Lucy com um sorriso.

- O que é isso? – Perguntou Troy, todo o diálogo estava sendo feito sem nenhum de nós desviarmos as atenções do beijo.

- A junção do nome delas.

- Não combinou muito, temos que arranjar outro. – Falou Ally.

- Posso dar uma sugestão? – Questionou Normani. – O que acham de Camren?

- Perfeito!

Todos disseram em harmonia, normalmente isso nos faria rir, mas no momento estamos mais compenetrados com a cena Camren.

- Isso não vai prestar.

Ouvimos a voz de Taylor, de primeira não entendi, mas assim que segui o seu fitar... Dei de cara com Shawn, que tinha os olhos flamejantes.

Então sim, com toda a certeza, isso não vai prestar.


Notas Finais


Dessa vez não demorei, me agradeçam deixando muitos favoritos.


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