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História Caminhos de Sangue - Mal Julgamento


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Nada do computador. Estou adiantando e vou tentar postar o máximo de capítulos essa semana. Um hoje, se eu terminar o outro hoje ainda, já vai mais um hoje. Espero conseguir finalizar até o sábado e dar início a próxima, confesso que essa não ficou como eu queria, por conta de muitos estresses!
30 Dias 2 vem aí...

Capítulo 34 - Mal Julgamento


Fanfic / Fanfiction Caminhos de Sangue - Mal Julgamento

Mariana abriu os olhos rapidamente, o quarto escuro e o cheiro que não era a sua casa chamaram a sua atenção. Olhou em volta e a lembrança de Sophia lhe falando vieram a sua mente. Não demorou muito para a amada entrar no quarto com um sorriso triste nos lábios.

- Como se sente?

Nesse momento um incômodo em seu estômago lhe fez grunhir rapidamente. Curvou-se levantando da cama e encarando a vampira. Sophia tinha algo nas mãos, era uma espécie de cálice de prata. O cheiro era forte, seu estômago gritava como se fosse fome. Suas veias ardiam e seu nariz abriu-se sozinho. Os dentes doíam, e Mariana percebera que eles estavam saltando para baixo, como se crescessem.

- Venha, beba isso - Sophia disse sentando-se ao seu lado e entregando o cálice.

- O que é isso?

O líquido viscoso de um vermelho escuro, quase negro devido a quantidade, o cheiro doce parecia apetitoso. Era sangue, sabia que era sangue. Um asco momentâneo confundiu-se com o nojo que costumeiramente sentiria, como pessoa normal. Sophia apenas a observava e esperava que bebesse, sentia-se fraca e se ela trazia aquilo era para o seu bem.

Mariana levou o cálice ao lábios e bebericou um gole do grosso líquido. O gosto nem de longe seria aquele que imaginava quando ainda era humana. O gosto de ferro passava longe, era saboroso, doce e ao mesmo tempo salgado, mas que causava um prazer sem tamanho. Respirou fundo ao beber todo o líquido e olhou para Sophia perplexa. Por mais que soubesse o que havia acontecido consigo, era difícil de acreditar e naquele momento a ficha que tendia a não cair, desabou.

- Realmente me transformaram, não é? - perguntou em um fio de voz.

- Perdoe-me, Mariana - pediu em prantos.

Sophia jamais se orgulhara da sua condição. Gostaria de ter tido a oportunidade de dizer não e o que acontecera a Mariana fora o mesmo que acontecera consigo. Ela não teve a chance de dizer que não queria aquilo, ela não teve a chance de escolher. Mas por mais curioso que fosse e por mais que repudiasse sua própria espécie, Sophia sentiu na pele o que Henrique sentira há anos atrás, quando teve que tomar a decisão de transformá-la. Ele não queria perdê-la e não iria, tendo a chance de viver eternamente como seu pai. Agora sabia o que ele sentia, não se via perdendo Mariana, não via sua vida eterna longe de Mariana.

- Não há o que perdoar, Sophia… eu quis isso desde aquele dia em minha casa - disse sorrindo docemente - Eu quis selar isso com você e literalmente poderemos viver juntas para sempre.

- A vida de nossa espécie não é bela, Mariana.

- Claro que é…

- Nós matamos pessoas, nós escolhemos simplesmente quem não irá mais viver, para que nós possamos nos alimentar.

- Não precisa ser assim… ninguém precisa morrer - de repente Mariana teve uma lembrança antiga - Era você…

- O que?

- Na sala de coleta, era você. Aquele dia que o sangue estava derramado ao chão…

Sophia olhou para Mariana com um sorriso maroto nos lábios. Sim, era ela e não fez por mal, simplesmente sabia que era a forma mais simples de alimentar-se, sem que matasse ninguém. Era perigoso, claro, mas era menos cruel o furto de sangue doado, que a morte de pessoas inocentes, para consumo próprio.

Mariana inclinou-se em direção a Sophia, com delicadeza tocou-lhe o rosto e aproximou seus lábios do da vampira. Seu coração, ainda que acreditasse não bater mais, disparou apressado. Sophia recebeu o beijo com desejo, segurou-a pelo quadril, trazendo-a para perto de si. Quando seu corpo já deitava na cama, a porta se abriu com pressa e Alisson surgiu com uma expressão de profundo pavor.

- Sophia…

A vampira jogou-se para o lado, surpresa com a chegada da colega. Preocupou-se com a expressão da latina e levantou-se rapidamente.

- O que houve?

- Seu pai e Luciano já estão indo para o julgamento proposto pela Ordem.

- O QUE?

Sophia não hesitou e saiu apressada. Seguiram rapidamente em direção a saída da cidade. Corriam como jamais haviam corrido na vida inteira, Mariana estava sendo levada por Sophia, que a guiava como podia. A floresta estava escura, a não ser por um distante filete de luz, ocultado por toda vegetação ao redor. A Ordem costumava se reunir no interior de grandes serrar, matas e cavernas, distante de qualquer humano e fácil saber se algum estava por perto. Caso vissem algo estranho, o tempo que demorariam para chegar até o local, era o suficiente para que todos o deixassem.

- Onde ele está? Por que não falaram nada?

- Por aqui.

Sophia segurou com força a mão de Mariana e viraram entre duas grandes árvores, até que finalmente avistaram uma massa de vampiros, frente a cinco outros. Henrique estava em um canto próximo, isolado e ao lado do irmão Luciano. Ele tinha as mãos para trás, a expressão séria e o olhar inquieto.

- Temos visitas - uma voz grave ao fundo anunciou.

Henrique imediatamente olhou na direção das garotas, ficou visivelmente irritado ao notá-las ali, balançou a cabeça negativamente e voltou a olhar para os cinco que estava a sua frente.

- Se acomodem, garotas - o maior deles disse - Me chamo Gregory, líder da Ordem Brasileira - sorriu com os dentes amarelados e os caninos saltados, como se estivesse pronto para o ataque.

- Que comecemos então - outro disse - Temos um vampiro de uma das primeiras espécies criadas na Europa. Uma linhagem importante, de grande nome, mas que irresponsavelmente agiu de maneira impensada.

- Ora, meu querido, sejamos diretos - Gregory disse aproximando-se de Henrique - Esta espécie violou um dos códigos éticos mais importantes definidos pela Ordem… A lei primária de OBEDECER A ORDEM - gritou com uma voz monstruosa.

Sophia sentiu a mão de Mariana tremer quando a ferocidade da voz soou sem cuidado. Os olhos até então vermelhos, tornaram-se amarelos. O líder estava furioso e agora expunha o sentimento.

- Um crime tão simples de ser resolvido. Sua filha havia sido perdoada desde o início, havendo a necessidade tão somente de eliminar a besteira que ela havia feito - o vampiro apontou com seu dedo enrugado e torto para Mariana - Matar… ou comer, para não haver desperdício… matar o seu erro. Mas o que eles fizeram? O que esta espécie tão importante para nossa história, resolveu fazer? Recusou o que foi intimado a fazer e para fugir do crime, agiu de má fé e contra a Ordem, TRANSFORMANDO UMA ESPÉCIE MARCADA DE MORTE EM UM DE NÓS. E o pior disso, querido, é como conseguiu estragar a sua linhagem tão pura e honrada.

Todos começaram a falar entre si. Havia algo errado, ainda que ele repetisse outras diversas vezes, jamais faria qualquer sentido. Qual o problema se agora era uma vampira ou não, qual o problema se fora transformada mesmo que marcada de morte. Havia sido uma solução, já que um humano não poderia se relacionar com um vampiro, agora era uma vampira. Sophia parecia ler sua mente, no mesmo instante ergueu o braço pedindo por atenção.

- Não entendo qual o problema.

Todos voltaram-se para ela, o olhar de Gregory fechou-se, uma fúria sobrenatural pairou em seu olhos e o mesmo parecia rosnar para a garota.

- Se o crime era o relacionamento entre um vampiro e um humano… agora que ambos são vampiros da mesma espécie, é uma solução, não?

- Sophia, o que está fazendo? - Alisson sussurrou.

- Tentando encontrar a justificativa para estarmos todos aqui, sem qualquer razão lógica.

- Razão? - o enorme vampiro se afastou dos demais, seguindo em direção a Sophia - O seu pai confrontou a Ordem. Não há nada pior que o confronto com aquele que coordena e organiza nossa espécie.

- Não há nada pior que pessoas que não conversem, apenas ordenem.

- Vejo que já cometera o mesmo erro antes, meu bom vampiro ou não educou de forma correta essa jovem espécie.

- Minha filha não é a razão desta reunião, agora seu assunto é comigo.

- A sua filha é o MOTIVO dessa reunião…

Mãos firmes seguraram Sophia pelas costas, puxando seus braços para trás e prendendo com agressividade. Henrique se revirou e seus olhos enfureceram-se enquanto os dentes saltava em ataque. Mariana tentou segurar Sophia, impedir que os dois vampiros a tirassem dali, levando-a para o centro de todos. Os demais vampiros a olhavam de longe.



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